SOLUÇÕES DE COBERTURAS DE EDIFÍCIOS ANTIGOS
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- Edite Raminhos Marques
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1 SOLUÇÕES DE COBERTURAS DE EDIFÍCIOS ANTIGOS CONSTRUÇÃO TRADICIONAL Licenciatura em Arquitectura IST António Moret Rodrigues
2 COBERTURAS DEFINIÇÃO É o elemento superior da construção, que visa defender o interior do edifício da acção dos agentes atmosféricos: chuva, vento, oscilações térmicas, incidência directa dos raios solares, etc. São três as formas fundamentais para cobrir um edifício: Formando uma ou mais superfícies planas inclinadas coberturas inclinadas; Formando uma superfície quase horizontal coberturas planas ou em terraço (não abordadas); Formando superfícies curvas abóbadas e cúpulas (não abordadas).
3 COBERTURAS INCLINADAS I TIPOS DE COBERTURAS INCLINADAS As suas superfícies, que devem estar perfeitamente desempenadas, designam-se por águas. Relativamente ao número de superfícies, destacam-se: Os alpendres constituídos apenas por uma única água e utilizados em construções de muito pouca importância com vãos não excedendo os 5 metros.
4 COBERTURAS INCLINADAS II TIPOS DE COBERTURAS INCLINADAS Coberturas de duas águas constituídas por duas superfícies planas apoiando-se, nas suas bandas inferiores, em vigas ou paredes resistentes, normalmente de fachada. Empena Parede de Empena
5 COBERTURAS INCLINADAS III TIPOS DE COBERTURAS INCLINADAS Coberturas de quatro águas constituídas por quatro superfícies planas inclinadas apoiando-se, nas suas bandas inferiores, nos elementos resistentes do contorno da edificação. No caso particular da cobertura ser quadrada, chama-se pavilhão. Fileira Tacaniça Rincão Água-mestra
6 COBERTURAS INCLINADAS IV ESTRUTURAS DE SUPORTE As estruturas de suporte de coberturas inclinadas podem classificar-se essencialmente em: estruturas descontínuas, constituídas por todos ou alguns dos seguintes elementos: asnas, madres, varas, ripas; estruturas monolíticas e contínuas, constituídas por lajes; Revestimentos autoportantes, constituídas por cascas de betão pré-esforçadas, ou cascas metálicas (não abordados neste texto).
7 COBERTURAS INCLINADAS V ESTRUTURAS DESCONTÍNUAS São constituídas por todos ou alguns dos seguintes elementos: asnas, madres, varas, ripas. Podem ser de madeira, mistas de madeira metálicas, de betão armado. e ferro,
8 COBERTURAS INCLINADAS VI ASNAS DE MADEIRA As secções dos elementos componentes das asnas dependem do vão e das cargas actuantes, devendo todas as peças ter a mesma largura, podendo a altura variar. Ligação perna/linha Com braçadeira de ligação Com parafuso
9 COBERTURAS INCLINADAS VII ASNAS DE MADEIRA Ligação perna/escora Ligação pendural/linha
10 COBERTURAS INCLINADAS VIII ASNAS DE MADEIRA Ligação pernas/pendural Ligação pendural/fileira
11 COBERTURAS INCLINADAS IX ASNAS DE MADEIRA No início da década de 60 aparece um tipo de ligador que tornou mais fácil a conexão entre as peças de madeira. Trata-se de uma chapa metálica com pontas salientes para uma fácil penetração na madeira.
12 COBERTURAS INCLINADAS X ASNAS MISTAS Integram os materiais aço e madeira, sendo o primeiro, normalmente sob a forma de varões, utilizado nas peças tracionadas e o segundo nas comprimidas. A linha, embora seja um elemento tracionado é normalmente feita em madeira, pela dificuldade que haveria em fazer a sua ligação às pernas. Para formar o pendural utiliza-se correntemente um varão. Este tipo de asnas é aconselhado quando os vãos a vencer ultrapassam os 10 metros.
13 COBERTURAS INCLINADAS XI ASNAS MISTAS Ligação do tirante à linha Ligação do pendural à fileira e à linha
14 COBERTURAS INCLINADAS XII ASNAS METÁLICAS As asnas metálicas, pela sua leveza, podem ser empregues em grandes vãos de edifícios sem sobrecarregar muito a estrutura subjacente. Neste tipo de asnas destacam-se: a asna inglesa e a asna inglesa modificada
15 COBERTURAS INCLINADAS XIII ASNAS METÁLICAS As peças que formam estas asnas eram usualmente constituídas por perfis metálicos. Nas pernas empregavam-se duas cantoneiras de abas iguais ou dois perfis UU com as almas encostadas. Nas linhas utilizavam-se duas cantoneiras de abas iguais, em geral deitadas. Perfis UU com almas encostadas Cantoneiras deitadas Cantoneiras de abas iguais
16 COBERTURAS INCLINADAS XIV ASNAS METÁLICAS As asnas metálicas podem apoiar de topo (paredes, pilares...), ou lateralmente Nervura (evita o varejamento) Gousset Gousset
17 COBERTURAS INCLINADAS XV ASNAS DE BETÃO As asnas de betão apresentam duas grandes características: não ardem, o que não sucede com a madeira, e não enferrujam, superando neste aspecto as asnas metálicas. Em contrapartida, são mais pesadas que as asnas de madeira e as metálicas. Asna triangulada normal Asna para cobertura tipo shed
18 COBERTURAS INCLINADAS XVI MADRES DE MADEIRA As madres de madeira têm secção rectangular, são colocadas ao alto, distanciadas entre si 2 a 3 metros em estrutura correntes, e apoiam nas pernas da asna segundo uma das duas formas:
19 COBERTURAS INCLINADAS XVII MADRES DE METÁLICAS No caso de madres metálicas, são normalmente utilizados os perfis I ou U, e o afastamento entre elas pode ser superior ao da madeira, entre 2,5 e 3,5 metros. Colocação normal À perna da asna Colocação vertical (através de gousset) Madre fileira vertical
20 COBERTURAS INCLINADAS XVIII MADRES DE METÁLICAS Quando a distância entre asnas for superior a 5 metros, ou por qualquer razão seja conveniente diminuir o número de madres, pode recorrer-se ao uso de madres trianguladas, que são verdadeiras vigas trianguladas. Apoio de vara no nó Apoio de vara fora do nó Montante
21 COBERTURAS INCLINADAS XIX VARAS DE MADEIRA São peças de secção rectangular apoiadas ao alto sobre as madres e distanciadas entre si de 0,40m a 0,50m. Madres intermédias Madres fileira Caso de duas madres fileira
22 COBERTURAS INCLINADAS XX VARAS DE MADEIRA Se as madres forem metálicas, a ligação às varas é feita por meio de esquadros rebitados à madre e aparafusados à vara.
23 COBERTURAS INCLINADAS XXI VARAS DE MADEIRA Ligação a madre em perfil em U Remate das varas na beira da cobertura (ligação ao frechal)
24 COBERTURAS INCLINADAS XXII VARAS METÁLICAS Os perfis mais utilizados são as cantoneiras (L) e os perfis U. O seu afastamento está normalmente compreendido entre 0,80 e 1,20 m, sendo corrente adoptar 1,0 m. Ligação à madre (por esquadro) Caso de madre vertical (vara suspensa no esquadro)
25 COBERTURAS INCLINADAS XXIII VARAS METÁLICAS A ligação das varas à fileira apresenta aspecto diferente consoante exista uma ou duas madres a materializar essa linha comum às duas vertentes. Ligação das varas a uma madre fileira Ligação das varas a duas madres fileira
26 COBERTURAS INCLINADAS XXIV RIPAS DE MADEIRA As ripas de madeira têm secção rectangular, são colocadas ao baixo, e fixas às varas por pregos. O afastamento entre ripas é ditado pelo comprimento da telha e a secção adoptada é normalmente 4 3 cm, sendo a secção mínima permitida pelo RGEU de 3,5 2,5cm. RIPAS METÁLICAS As ripas metálicas são em geral cantoneiras, que são rebitadas às varas, e cujo afastamento entre si é, da mesma forma, regulado pelo comprimento da telha.
27 COBERTURAS INCLINADAS XXV RIPAS METÁLICAS Ligação da ripa à vara A ripa da beira da cobertura é colocada ao contrário e calçada para que o revestimento fique no mesmo plano (só se apoia 1 telha)
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