A COLETA SELETIVA DE LIXO E A REDUÇÃO DO DESPERDÍCIO. Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil RESUMO



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Transcrição:

A COLETA SELETIVA DE LIXO E A REDUÇÃO DO DESPERDÍCIO Abreu Maria de Fátima (1), Tavares Campos Heliana Kátia (2) * (1) Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais - CETEC - Av. José Cândido da Silveira 2000 (2) * Superintendência de Limpeza Urbana de Belo Horizonte - SLU - Rua Tupis 149-12 o andar Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil RESUMO No Brasil, os índices de desperdício são assustadores, contrapondo-se à miséria de parte da população que tem como única fonte de sobrevivência a catação de materiais do lixo. Nesse contexto, o projeto de coleta seletiva de Belo Horizonte vem buscando, desde 1993, uma mudança de comportamento da população na geração e no trato com o lixo, principalmente em relação ao desperdício inerente à sociedade de consumo. Atua assim junto às causas do problema, não se constituindo em um mero sistema de separação e de coleta diferenciada. Trata-se de um instrumento concreto de incentivo à redução, reutilização e separação dos materiais para a reciclagem, feita prioritariamente em parceria com os catadores de papel. Esse processo vem sendo desencadeado junto a espaços multiplicadores, destacando-se escolas, igrejas e instituições públicas e privadas, com treinamentos e atividades lúdicas que informam e sensibilizam para as questões ambientais relativas ao lixo e em especial para o fato de que o problema do lixo só pode ser minimizado se alterarmos a nossa postura como consumidores. Com reflexos positivos para a limpeza da cidade, a implantação da coleta seletiva vem viabilizando retorno social e econômico para a população carente de Belo Horzonte. Várias medidas de redução do lixo vêm sendo implementadas pelas escolas e outras instituições e os recicláveis - papel, metal, vidro e plástico - têm sido levados pela população até os Locais de Entrega voluntária - LEVs, equipamentos instalados pela SLU. Palabras clave: reciclagem, redução de rejeitos, catadores de papel, educação ambiental INTRODUÇÃO O projeto de Coleta Seletiva de Materiais Inertes Recicláveis - papel, metal, vidro e plástico - do lixo residencial, comercial e de serviços do município de Belo Horizonte insere-se no Programa de Manejo Diferenciado de Resíduos Sólidos da Superintendência de Limpeza Urbana - SLU, que contempla ainda os projetos de reaproveitamento de entulho da construção civil e de matéria orgânica dos setores de alimentação, das podas e capinas. A coleta seletiva em Belo Horizonte rejeita o método convencional, ritualístico e mecanicista, de coleta porta a porta e opta por um base de ação muito mais ampla, que contempla a reciclagem e a reutilização como alternativas tecnológicas para o manejo de resíduos recicláveis inorgânicos e investe, maciçamente, numa via educativa e de cidadania, como forma de promover a redução do desperdício - e consequentemente, da riqueza enterrada junto com o lixo - através da mudança de hábitos. Como benefício, estimula-se a reversão do lixo em renda, pela recuperação dos recicláveis e de sua comercialização pelos catadores. Nesse processo, há uma forte atuação na capacitação e valorização desses trabalhadores, historicamente marginalizados, configurando-se assim o componente social mais forte do programa. Consolidar a coleta seletiva pressupõe então sensibilizar e orientar a população para os 3 Rs - Reduzir, Reutilizar e Reciclar, enfrentando o desperdício do lixo - de materiais supérfluos fruto do consumismo exagerado, de embalagens excessivas, de má utilização de alimentos, etc., Esse desperdício deve ser contraposto à situação de carência e até de miséria de parte da população que sobrevive da catação de materiais do lixo. Além desse componente social, há que se considerar o problema ambiental que o lixo urbano representa e que dá à coleta seletiva um apelo ecológico significativo. Minimizando a produção de rejeitos e maximizando a reutilização e a separação dos materiais para reciclagem, esse projeto busca reduzir os

impactos ambientais negativos decorrentes da geração dos resíduos e a pressão sobre os recursos naturais, com economia de matérias-primas e energia nos processos industriais. A participação ativa dos cidadãos como pressuposto da coleta seletiva em Belo Horizonte representa assim uma oportunidade de concretizar uma demanda latente de parte da população para atuar em benefício do meio ambiente e com retorno social para a população carente. Concepção METODOLOGIA As premissas básicas do Programa de Coleta Seletiva podem ser assim descritas: Universalização do atendimento através da descentralização da coleta: a coleta individual porta a porta é substituída pela instalação de equipamentos para recebimento de materiais, de uso coletivo, em locais estrategicamente situados, onde o munícipe voluntariamente deposita seus recicláveis. Apesar de demandar um prazo maior para se consolidar, a SLU optou por este sistema por considerar que papel, metal, vidro e plástico não são lixo, merecendo um tratamento diferente do resíduo domiciliar, de preferência conduzido e revertido para a própria comunidade. É justamente por sua base voluntária de participação que este programa está intrinsecamente ligado à cidadania e mobilização social. Incorporação dos catadores de papel como agentes prioritários da coleta. Mobilização social que coloca a população como agente propulsor da coleta de forma a que esta adqüira cada vez mais autonomia no processo de gerenciamento, reservando ao poder público o papel de apoio logístico e institucional para viabilizar iniciativas autônomas da sociedade. Trabalho educativo/mobilizatório priorizando a ação em espaços multiplicadores, em especial escolas, igrejas e instituições públicas e empresas privadas. Articulação interinstitucional com as demais instâncias da Prefeitura de Belo Horizonte, como as Secretarias Municipais de Desenvolvimento Social e de Meio Ambiente, além do envolvimento e estabelecimento de parcerias com entidades civis e empresariais. Trata-se portanto, de um trabalho interdisciplinar, interinstitucional e participativo, que utiliza técnicas de pesquisa e avaliação qualitativa e quantitativa sobre aspectos técnico-operacionais, percepção ambiental, níveis de organização, etc., para subsidiar o envolvimento da população. Mobilização em espaços multiplicadores No processo educativo foram priorizadas escolas e comunidades religiosas por serem locais propícios para a formação de agentes multiplicadores. A SLU promove treinamentos, palestras, oficinas, visitas ao Aterro Sanitário e dispõe de materiais educativos como cartilhas, folhetos, etc., além de recursos lúdicos como peças teatrais e músicas tratando das questões relativas ao lixo, incentivando a implantação da coleta seletiva. Também são objeto de mobilização prioritária as instituições públicas e empresas, em especial bancos e outras que naturalmente geram uma quantidade significativa de papel, principalmente na área central, buscando reforçar ainda mais o trabalho dos catadores. Para viabilizar a mudança cultural proposta, é importante que a população se sensibilize com os problemas decorrentes da geração do seu lixo cotidiano. Para tanto, nos treinamentos e encontros educativos para escolas, instituições e igrejas, são repassadas informações sobre os impactos ambientais causados pela enorme quantidade de lixo gerada diariamente no Planeta, no País e em especial em Belo Horizonte, e que vem aumentando continuamente (hoje são aproximadamente 3.500 t/dia em BH, sendo mais de 1000t/dia só de lixo domiciliar e comercial). Esses impactos ambientais decorrentes do lixo produzido diariamente por cada um de nós representam: a exploração de recursos naturais - todos os materiais são feitos de matérias-primas que de alguma forma degradam o meio ambiente pela sua retirada (mineração, derrubada de árvores, exploração do petróleo, etc.); alguns desses recursos são não-renováveis, e, mesmo os renováveis, como florestas

plantadas usadas como matéria-prima para a indústria de papel, podem acabar exaurindo solos férteis; em suma, o planeta vai se acabando e, o que é pior, virando lixo... o consumo de energia, cuja geração de uma forma ou de outra também causa impactos negativos no meio ambiente seja pela construção de barragens com inundação de áreas urbanas, agriculturáveis e/ou de floresta para geração de energia hidrelétrica, seja pela exploração do petróleo, ou ainda pelo cultivo de cana-de-açúcar que também ocupa grandes áreas rurais, etc.); gastos com coleta e tratamento adequado, uma vez que os materiais misturados no lixo são poluentes e degradam o meio ambiente se dispostos incorretamente; utilização de grandes áreas para os aterros sanitários, cada vez mais raras principalmente nos grandes centros urbanos; essas áreas, após esgotadas pelo aterramento do lixo, ficam indisponíveis por um tempo muito longo - pelo menos 20 anos - principalmente para construções. Além disso, chama-se a atenção para o tempo de decomposição dos materiais (4000 anos para o vidro, 450 anos para o plástico, etc.) Em contrapartida, são mostrados os benefícos da coleta seletiva: a reciclagem de papel evita o corte de árvores (para cada tonelada de papel reciclado evita-se o corte de 35 árvores), a de alumínio economiza energia e minério (para produzir uma tonelada de alumínio são gastas 5 toneladas de bauxita e a reciclagem de uma lata de alumínio economiza a energia equivalente a 3 horas de uma TV ligada). É também salientado o desperdício de materiais no lixo da cidade - 600t/dia de alimentos, mais de 1000t/dia de entulho da construção civil, além de materiais recicláveis, principalmente papel e papelão (cerca de 150t/dia), metal (25t/dia), vidro (20t/dia) e plástico (quase 150t/dia), etc. Outro aspecto destacado é a catação de lixo que comprova, por um lado, que há um rico material sendo desperdiçado e, por outro, as péssimas condições em que esta separação acontece. Além da situação degradante de seres humanos revirando o lixo misturado, com problemas de falta de higiene e segurança, o potencial de reaproveitamento é muito reduzido pela mistura de materiais reaproveitáveis e recicláveis com lixo contaminado, o que pode ser sensivelmente melhorado se a população colaborar, dando uma destinação diferente da lata de lixo para os materiais nobres (passíveis de reutilização e reciclagem). Nesse sentido, tem-se buscado parcerias com a comunidade e/ou com grupos organizados, para que viabilizem a instalação dos equipamentos da coleta seletiva, através da assinatura de um termo de parceria no qual o grupo, ou um membro, adota os coletores, vinculando-os, assim, à comunidade. Esta ação visa o fomento da assunção, pela população, da sua co-responsabilidade no programa da coleta seletiva da cidade. Núcleos Comunitários de Coleta Seletiva O processo de mobilização social evoluiu para a instituição de Núcleos Comunitários de Coleta Seletiva, que deverão assumir a adoção dos coletores não mais individualmente, mas coletivamente, expandindo consideravelmente a coleta seletiva na cidade. O projeto, implantado inicialmente na área central, teve então a sua ampliação baseada na instituição de Núcleos Comunitários. As outras regiões da cidade foram priorizadas a partir de alguns critérios facilitadores do processo como a existência de outros projetos ou programas da SLU na região; densidade de movimentos, associações ou entidades mobilizadas; existência de escolas ou comunidades religiosas empenhadas no processo de implantação da coleta seletiva; dentre outros. Parceria com os catadores O trabalho educativo de mobilização busca sensibilizar o público alvo para a doação dos materiais recicláveis - principalmente o papel - para os catadores que historicamente fazem a coleta seletiva em Belo Horizonte, sendo, nesse sentido, precursores da preservação ambiental. O tratamento dispensado a eles, tanto pela população como pelo poder público, sempre primou pelo descaso e preconceito, caracterizandoos como uma categoria marginalizada e sem reconhecimento profissional e social.

Em dezembro de 1992, foi celebrado o convênio entre a Prefeitura, a ASMARE e a Mitra Arquidiocesana, caracterizando uma mudança de postura do poder público e da sociedade em relação a esses trabalhadores. A partir de 1993, com a assinatura de termos aditivos ao convênio existente possibilitando, inclusive, o fornecimento de vales-transporte e uniformes, o poder público municipal dá um salto qualitativo ao reconhecer formalmente o trabalho do catador no sistema de limpeza urbana do município, elegendo-o agente prioritário da coleta seletiva, incluindo-o como parceiro e não mais como inimigo. Em pesquisa realizada pela Assessoria de Mobilização Social da SLU em novembro de 1993, foram cadastrados cerca de 500 catadores na área central de Belo Horizonte. Tradicionalmente, a maioria dos catadores de papel trabalhava de maneira autônoma e individual, ou em alguns casos com a ajuda do cônjuge e dos filhos, recolhendo o material nos seus pontos de coleta, transportando-o em carrinhos de mão e triando, ou seja, separando o material, nas calçadas, causando enormes problemas para a manutenção da limpeza na cidade. Outra questão crucial era a ausência de um local apropriado para o armazenamento do papel triado e a carência de recurso financeiro para o transporte de retorno à sua moradia, sendo os catadores obrigados a improvisarem abrigos nas ruas, engrossando as fileiras dos chamados moradores de rua. O reconhecimento pela SLU da importância ambiental da atividade dos catadores e da economia que esta representa para o município, com a redução do volume de lixo a ser coletado e aterrado pelo poder público, justificou a implantação de infra-estrutura para triagem, possibilitando a melhoria das condições de trabalho e de vida dos catadores. Nesse sentido, em junho de 1994, a SLU alugou no centro da cidade o primeiro galpão para triagem de materiais recicláveis, com 3200 m 2, com prensas, balanças e outros equipamentos necessários, onde trabalham 82 catadores, viabilizando a retirada de 46 pontos críticos de triagem das ruas da capital. O gerenciamento do galpão é feito pela ASMARE, que atualmente conta com 183 associados, com apoio da SLU através da viabilização de condições técnico-operacionais de suporte ao trabalho. Há também o assessoramento da Pastoral de Rua e da Caritas e a participação da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social no processo. Outro galpão foi recentemente instalado para atender especialmente os catadores que encontravam-se num bairro próximo ao Centro, configurando um ponto extremamente crítico naquela região. Deve-se destacar que a prefeitura atua ainda promovendo a capacitação desse segmento para a realização da sua tarefa com maior eficiência, permitindo-lhes a inclusão na sociedade pelo trabalho. Para tanto são promovidos cursos para capacitação de catadores, em conjunto com a Pastoral de Rua e o CEMPRE - Compromisso Empresarial para Reciclagem, que estruturou o material pedagógico referencial para esses cursos. Por sua vez, a Associação está buscando viabilizar, junto aos catadores associados, a melhoria da sua imagem, com uniformes, carrinhos sinalizados, destacando-os como categoria de trabalhadores e não como mendigos ou marginais, como usualmente são percebidos. A ação junto aos catadores busca também estimular o processo associativo e cooperativo, com vistas à criação de uma cooperativa de trabalho com ênfase nos aspectos de gerenciamento, de cooperativismo e de colaboração com a limpeza pública. Vale lembrar que a lei orgânica municipal prevê que a coleta seletiva em Belo Horizonte seja gerenciada preferencialmente por cooperativa de trabalhadores. Coleta seletiva de vidro - parceria com a Santa Casa Uma das ações mais significativas da SLU no sentido de implantar a coleta seletiva no município foi a celebração de um convênio em julho/94 com a Santa Casa de Misericórdia - o maior hospital filantrópico do Estado -, o BEMGE - Banco do Estado de Minas Gerais - e a ABIVIDRO - Associação Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro -, que viabilizou a instalação de 40 containers (modelo desenvolvido pela ABIVIDRO e confecção patrocinada pelo BEMGE), para coleta seletiva de vidro em locais estratégicos da cidade. Os vidros depositados pela população nos containers são coletados pela SLU, sendo os recursos obtidos com a venda dos mesmos totalmente revertidos para a Santa Casa. Esse trabalho tem sido acompanhado sistematicamente pelos técnicos da SLU, desde sua implantação em out/94, no sentido de realimentar a campanha buscando ampliar e aprimorar a participação da população. A produção de vidro dos containers é registrada mensalmente, identificando-se os pontos de menor produção para serem alvo de campanha específica ou de possível relocação do coletor. São realizadas ainda visitas a locais onde há solicitação para instalação de coletores e a pontos considerados estratégicos

para expansão da coleta seletiva na cidade. Atualmente, grandes doadores como motéis, restaurantes, distribuidoras de bebidas, etc. têm participado ativamente do programa. Equipamentos e instalações Para atender as necessidades do projeto foram desenvolvidos modelos de equipamentos (coletores) destinados a receberem o material separado e levado voluntariamente pela população, chamados de LEVs (Locais de Entrega Voluntária) para os quatro tipos de materiais - papel, metal, vidro e plástico - considerando as características específicas de cada um (7 modelos desenvolvidos até então, além do modelo do coletor de vidro da ABIVIDRO). Para os outros materiais, optou-se por um modelo feito em tela vasada, o que permite visualizar os materiais no interior, dificultando o uso inadequado dos coletores pela população, evitando a mistura com outros materiais recicláveis e até com lixo orgânico. Esses equipamentos são instalados em locais estratégicos, sendo sistematicamente vistoriados e monitorados, buscando subsídios para o seu aprimoramento tecnológico. Além da instalação dos coletores, o projeto prevê a criação de entrepostos, ou seja, unidades operacionais da SLU para o recebimento e estocagem dos materiais recicláveis. Atualmente existem duas dessas unidades que recebem o entulho da construção civil, bagulhos volumosos, além do papel, metal, vidro e plástico. Cabe destacar ainda a elaboração de projetos de instalação dos galpões de triagem para o trabalho dos catadores, que incluem boxes de triagem, escritório da ASMARE, área de estocagem, etc. Além do aluguel do galpão central, foi projetada a ampliação para o galpão sede da Associação, a fim de comportar os catadores que estavam localizados nas proximidades. A obra de ampliação está em fase final de execução. Campanhas temporárias Ainda na mesma concepção metodológica que pressupõe a efetiva participação da sociedade, foram realizadas intervenções no âmbito de campanhas para doação de materiais recicláveis, destacando-se: Campanha de Natal DÊ UM PRESENTE PARA BH realizada em dez/95 e jan/96 com a instalação de containers (LEVs de papel, metal e plástico) em supermercados e igrejas e doação dos recicláveis para entidades filantrópicas. Árvores da Solidariedade montadas na Praça da Assembléia por ocasião do Natal/95 até o início de 96, para o recebimento de garrafas plásticas de refrigerante (PETs) e de latas de alumínio. Troca de latas de alumínio por bilhetes de metrô em stands montados nas estações em parceria com a CBTU e ASMARE. Planeta da Solidariedade montado na Praça da Liberdade na Semana do Meio Ambiente, em junho/96 para o recolhimento de latas de alumíno. Atualmente está sendo reforçada a parceria entre a Prefeitura, a ASMARE e a Arquidiocese de Belo Horizonte, no sentido de ressaltar a importância econômica do trabalho de coleta de recicláveis que historicamente vem sendo feito pelos catadores em Belo Horizonte. A Campanha da Solidariedade da Arquidiocese junto às igrejas e outras entidades católicas já vem surtindo resultados, com a sensibilização de várias paróquias que se propõem a apoiar a separação dos recicláveis - papel, metal e plástico - para os catadores. RESULTADOS A implantação desse projeto vem ocorrendo desde o início de 1993 com vários resultados, destacando-se: Coleta seletiva de vidro em parceria com a Santa Casa, BEMGE e ABIVIDRO produção de vidro até maio/96: 1360 t, ao preço médio líquido de R$ 25,00 / t;

utilização dos recursos obtidos com a venda: reforma, ampliação e compra de equipamentos para o Instituto de Geriatria Afonso Pena; ampliação da enfermaria especial de prematuros da Maternidade Hilda Brandão; assistência médica para idosos fora da instituição; compra de medicamentos; compra de respiradores para o CTI, monitores cardíacos e participação na compra de 2 ambulâncias para a Santa Casa; redução do número de acidentes de trabalho com vidros na SLU em quase 50%; redução de custos e de demanda de área para aterramento. Suporte operacional e logístico ao trabalho dos catadores Atualmente existem 3 galpões da Associação de catadores onde trabalham aproximadamente 200 pessoas, separando, prensando, enfardando e comercializando o material reciclável. A instalação desses galpões propiciou: a retirada de 46 pontos críticos de catadores das ruas para o galpão central de triagem de materiais recicláveis; a retirada do ponto de triagem e moradia sob o Viaduto da Lagoinha, com os catadores sendo instalados provisoriamente em barracas na área do galpão sede da Associação, enquanto está sendo providenciada a ampliação do mesmo; a retirada do ponto de triagem e moradia no Bairro Santa Efigênia com a instalação do segundo galpão de triagem; economia de coleta e aterramento pela SLU; aumento do número de catadores associados de 31 em 1993 para 183 em julho/96; Mobilização em escolas, comunidades religiosas e instituições Desde 1993, é feito um trabalho educativo permanente junto às escolas de 1º e 2º graus, com treinamentos na SLU para formação de agentes multiplicadores para implantação da coleta seletiva, além de treinamentos nas próprias escolas para todo o corpo de funcionários, e apresentações teatrais, oficinas de papel artesanal, oficinas de sucata, dentre outras atividades educativas para os alunos. Até hoje já foram treinadas todas as escolas municipais (168), além de 144 estaduais e 92 particulares (404 ao todo). Também vem sendo feita a implantação da coleta seletiva de papel nas unidades da UFMG, sendo que das 13 unidades, 6 já contam com a implantação oficial do projeto, além de ter sido instalado um container para coleta de vidro no campus. Para subsidiar a implantação da coleta seletiva de papel em instituições foram treinadas 125 empresas/instituições, além de 15 das 32 unidades da PBH que deverão ter a coleta implantada até o final do ano. O trabalho com igrejas se iniciou mais recentemente e já foi implantada a coleta seletiva em 6 comunidades religiosas, entre católicas e evangélicas. Também foram feitos vários encontros com entidades representativas de igrejas católicas (Ação Social Arquidiocesana - ASA), evangélicas (Associação Evangélica Brasileira - AEVB), testemunhas de Jeová, espíritas, etc. para viabilizar a ampliação do trabalho uma vez que as igrejas são consideradas locais privilegiados para instalação dos containers e deverão receber a maior parte dos 150 a 200 previstos para serem instalados até outubro. Da igreja católica, há a participação efetiva da Pastoral de Rua e da Caritas no assessoramento do trabalho junto aos catadores, dentro do escopo do convênio firmado entre a ASMARE, PBH e Arquidiocese de Belo Horizonte. Além desse trabalho sistemático com esses setores - escolas, igrejas e instituições -, outras demandas vêm sendo atendidas como de condomínios residenciais, associações comunitárias, etc. Núcleos Comunitários de Coleta Seletiva

A formação desses Núcleos se iniciou pela Administração Regional do Barreiro, tradicionalmente uma região com muita participação popular. As equipes da SLU trabalharam em conjunto com representantes de várias entidades da região, incluindo um Hospital, Associações Comunitárias, igrejas, escolas, etc. Como resultado desse trabalho, 3 Núcleos se constituíram, já tendo sido treinados os funcionários do Hospital e das escolas com previsão de instalação dos Locais de Entrega Voluntária de recicláveis em agosto. Outra região priorizada foi a Pampulha, onde também estão se configurando 3 Núcleos Comunitários. Essa região tem características bem diferentes, com população de maior poder aquisitivo e com grande afluxo de pessoas em função da localização do maior estádio do Estado, o Mineirão, além de atrativos turísticos como a Lagoa da Pampulha, Zoológico, parques e um aeroporto. Um dos Núcleos dessa região está sendo formado no Bairro Itatiaia, onde também deverá ser instalada este ano a segunda estação de reciclagem de entulho da cidade e o outro nas proximidades do Aeroporto. Também na Regional Oeste onde já está funcionando a primeira Unidade de Reciclagem de Entulho estão surgindo os Núcleos Comunitários de Coleta Seletiva a partir do trabalho integrado das escolas municipais e também da atuação comunitária de um Centro de Apoio Comunitário - CAC da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, que conta com a participação de Associações Comunitárias. A instituição cada vez mais crescente desses Núcleos é percebida como uma evolução natural do processo de estímulo à participação das comunidades na condução da coleta seletiva em Belo Horizonte. Campanhas temporárias As campanhas temporárias tiveram bastante destaque na mídia contribuindo significativamente para a divulgação da coleta seletiva na cidade, com os seguintes resultados: 17.240 latas de alumínio trocadas por 430 bilhetes de metrô em campanhas realizadas durante 7 meses, com a Associação de Catadores como beneficiária; 2,5 t de plásticos (PETs) e 600kg de latas de alumínio recolhidos nas árvores da solidariedade durante 3 meses, sendo o recurso revertido para a Santa Casa e a Associação de Catadores. Utilizaçao dos PETs para drenagem dos líquidos percolados nas células de tratamento biológico do restante do lixo, com reduçao significativa dos custos. 100kg de latas de alumínio recolhidos no Planeta da Solidariedade durante 15 dias, também em prol da Santa Casa e da Associação de Catadores. CONCLUSÕES É importante observar que a maioria das pessoas considera que coleta seletiva pressupõe um sistema regular de coleta porta-a-porta dos recicláveis pela prefeitura. Isso, além de demandar a duplicação da frota de veículos para coleta de lixo, implicaria também em ficar, sob a responsabilidade exclusiva do poder público, todo o processo de triagem, acondicionamento, enfardamento, armazenamento e comercialização dos recicláveis. Entretanto, em Belo Horizonte, como na maioria das grandes cidades do Brasil e da América do Sul, já existem há muitos anos os catadores e não seria desejável que a prefeitura estabelecesse nenhuma forma de concorrência com esses cidadãos que sobrevivem e sustentam suas famílias com esse trabalho. Além disso, esta administração municipal entende que os recicláveis não são lixo e portanto devem ser comercializados no âmbito da própria comunidade. A prefeitura vem exercendo então o papel de embaixador de parcerias na coleta seletiva, sensibilizando, orientando e dando apoio logístico e operacional à realização desse trabalho, buscando que materiais com valor agregado não sejam dispostos incorretamente junto com o lixo, onerando os serviços de limpeza urbana e reduzindo o potencial de geração de renda principalmente para pessoas carentes. Assim, em Belo Horizonte, os catadores foram reconhecidos oficialmente como agentes prioritários da coleta seletiva. O importante é que finalmente esses catadores estão sendo valorizados como trabalhadores autônomos da limpeza urbana, que prestam um serviço de utilidade pública, devendo portanto ser apoiados e respeitados.

Entidades beneficentes e prestadoras de serviços de cunho fortemente social, principalmente hospitais e escolas, têm sido também beneficiários do programa de coleta seletiva, demonstrando de forma crescente o interesse da sociedade em reduzir o desperdício do lixo, revertendo-o para fins sociais. Finalmente, pode-se dizer que, apesar das notáveis dificuldades de implementação desse projeto que incorpora aspectos inovadores e com grandes desafios, têm-se obtido resultados significativos principalmente no que se refere à participação efetiva da população no processo. REFERÊNCIAS SCHENKEL, Werner, REICHE, Jochen. Can the consumer society continue? In: INTERNATIONAL DIRECTORY OF SOLID WASTE MANAGEMENT. 1994/5 The ISWA Yearbook. London: James & James, 1994. 432 p. P. 17-23. PORTO ALEGRE. Prefeitura Municipal. DMLU. Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos de Porto Alegre. In: -. Os Caminhos do Lixo - Da Origem ao Destino Final. Porto Alegre, 1993. 1v. (Trabalho apresentado no I Simpósio Latino-Americano de Resíduos Sólidos -São Paulo, agosto de 1993) PORTO ALEGRE. Prefeitura Municipal. DMLU. Coleta Seletiva de Lixo no Município de Porto Alegre - Uma experiência de Educação Ambiental. In: -. Os Caminhos do Lixo - Da Origem ao Destino Final. Porto Alegre, 1993. 1v. (Trabalho apresentado no I Simpósio Latino-Americano de Resíduos Sólidos -São Paulo, agosto de 1993) ABREU, M.F., CAMPOS, H.K.T., VELOSO, C.H.V. BH Reciclada - O Manejo Diferenciado dos Resíduos Sólidos em Belo Horizonte, MG. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL SOBRE COLETA SELETIVA E RECICLAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS, 1995, Mal. Cândido Rondon/PR. Anais... Mal. Cândido Rondon: ABES/PR, FUNDETEC, 1995. 3v.

CURRÍCULOS RESUMIDOS DOS AUTORES: Maria de Fátima Abreu - Engenheira Civil pela UFMG, 1978; especialista em Avaliação de Impactos Ambientais pelo Centro de Planejamento e Gerenciamento Ambiental, Universidade de Aberdeen, Escócia, 1989; pesquisadora da Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais - CETEC/MG desde 1981; coordenadora do Núcleo de Integração e Avaliação Ambiental do CETEC de 1989 a 1992; Assessora de Mobilização Social da Superintendência de Limpeza Urbana de Belo Horizonte - SLU de fev/93 a jun/94; coordenadora do Projeto de Coleta Seletiva de Belo Horizonte através de Convênio de Cooperação Técnica CETEC/SLU. Heliana Kátia Tavares Campos - Engenheira civil sanitarista, formada pela UFMG em 1981, membro da Associação Brasileira de Normas Técnica, Vice-dir. da Divisão de Resíduos Sólidos da Assoc. Inter- Americana de Engenharia Sanitária e Ambiental - AIDIS e atual dirigente da Superintendência de Limpeza Urbana de Belo Horizonte - SLU.