INFLUÊNCIA DO PH DA SOLUÇÃO CONTAMINANTE E ESTRUTURA DO SOLO NOS PARÂMETROS DE TRANSPORTE R d e K d PARA CÁDMIO NO SOLO RESIDUAL DE PASSO FUNDO - RS



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Transcrição:

INFLUÊNCIA DO PH DA SOLUÇÃO CONTAMINANTE E ESTRUTURA DO SOLO NOS PARÂMETROS DE TRANSPORTE R d e K d PARA CÁDMIO NO SOLO RESIDUAL DE PASSO FUNDO - RS Rafael de Souza Tímbola rafaeltimbola@hotmail.com Universidade de Passo Fundo, Faculdade de Engenharia e Arquitetura FEAR, Curso de Engenharia Ambiental BR 285, Campus I, Bairro São José 99052-900 Passo Fundo Rio Grande do Sul Eduardo Pavan Korf eduardokorf@gmail.com Universidade de Passo Fundo, Faculdade de Engenharia e Arquitetura FEAR, Curso de Engenharia Ambiental Valter Caetano dos Santos icosantos_@hotmail.com Universidade de Passo Fundo, Faculdade de Engenharia e Arquitetura FEAR, Curso de Engenharia Ambiental Antonio Thomé thome@upf.br Universidade de Passo Fundo, Faculdade de Engenharia e Arquitetura FEAR, Curso de Engenharia Ambiental Resumo: Poluentes contendo metais são uma importante fonte de impacto ambiental. Estudos são necessários para investigar a migração desses poluentes para o solo e água subterrânea, com o intuito de auxiliar na aplicação de técnicas de remediação como a atenuação natural monitorada que utiliza processos naturais e não requer intervenção. Entre os fatores que determinam uma maior ou menor migração de contaminantes em subsuperfície destacam-se o ph da solução contaminante e estrutura do solo. O cálculo de parâmetros através de soluções analíticas são fundamentais na mensuração dos valores que irão pré-dizer a taxa de transporte da frente contaminante em meios porosos. O objetivo do trabalho foi avaliar a influência da solução contaminante com faixas de ph entre 1.35, 4.5 e 6.5 e estrutura do solo indeformada e deformada. Para isso, foram obtidos os parâmetros de transporte de contaminantes R d e K d para o metal Cádmio no solo residual (Latossolo) característico da cidade de Passo Fundo, no norte do Rio Grande do Sul. Pode-se concluir que a capacidade de atenuação da frente contaminante para o metal estudado foi elevada, favorecida pelo incremento de ph e estrutura do solo deformada. Palavras-cahve: Parâmetros de Transporte, Equipamento de Coluna, Atenuação Natural, Solo Residual, Metais INFLUENCE OF PH OF THE SOLUTION CONTAMINANT AND STRUCTURE IN SOIL PARAMETERS OF TRANSPORT Rd AND Kd TO CADMIUM IN SOIL RESIDUAL PASSO FUNDO - RS 1

Abstract: Pollutants containing metals are an important source of environmental impact. Studies are needed to investigate the migration of pollutants in soil and groundwater, in order to assist in the implementation of remediation techniques such as monitored natural attenuation using natural processes and requires no intervention. Among the factors that determine a greater or lesser migration of contaminants in the subsurface include the ph of the contaminant and soil structure. The calculation of parameters using analytical solutions are critical in measuring the values that will pretell the rate of transport of the contaminant front in porous media. The objective of this study was to evaluate the influence of the contaminant solution with ph ranges between 1.35, 4.5 and 6.5 and soil structure deformed and deformed. To do this, we obtained the parameters of contaminant transport and Kd Rd to the metal cadmium in the residual soil (Oxisol) characteristic of the city of Passo Fundo, in northern Rio Grande do Sul can be concluded that the attenuation capacity of the front contaminant for the metal studied was high, helped by the increase of ph and soil structure deformed. 1. INTRODUÇÃO Em função dos processos de industrialização, ocorreu um aumento na produção de bens de consumo, acarretando em um maior descarte de resíduos no meio ambiente. Esse descarte, em sua maioria é proveniente dos resíduos sólidos urbanos e industriais e tem sua principal destinação final sobre o solo. O gerenciamento inadequado dos resíduos descartados no solo pode trazer como consequência a contaminação do mesmo e a de mananciais superficiais e subterrâneos por substâncias tóxicas ao homem e seres vivos. As contaminações por vazamentos ou lixiviação de resíduos industriais ou urbanos por metais tóxicos têm se apresentado uma importante fonte de poluição e tem despertado preocupação ambiental. Os metais tóxicos, de um modo geral, podem desencadear problemas de toxicidade aos organismos que estiverem expostos, como plantas, animais e seres humanos, porque os mesmos podem ser inseridos na cadeia alimentar e causar biomagnificação, devido à sua mobilidade nos diferentes compartimentos ambientais (REPETTO, 1995 & OGA, 1996). Segundo Walker et al., (2006), na maioria dos casos, a contaminação de solos por metais ocorre por atividade humana, principalmente através de mineração. Essas atividades extraem os metais das rochas em que foram depositados durante a atividade vulcânica ou erosão subseqüente e recolocaos em situações que podem causar danos ambientais. Ou ainda, os contaminantes metálicos ocorrem naturalmente provenientes da intemperização das rochas e seus processos erosivos. É muito comum encontrar metais no ambiente advindos de fontes naturais. Estudos capazes de determinar o comportamento dos contaminantes no solo se fazem necessários, pois auxiliam no processo de gerenciamento e controle das contaminações, bem como no projeto de estruturas de contenção ou na aplicação de alternativas auxiliares de remediação. Com o advento de técnicas de engenharia, a remediação e recuperação de áreas já podem ser realizadas, acelerando a descontaminação e imobilização de poluentes. No entanto, tais técnicas constituem-se onerosas, necessitando de um amplo estudo das condições de cada local e da melhor viabilidade de aplicação. Para isso, tem-se realizado o monitoramento de plumas de contaminação em sub-superfície, aliado à estudos de modelagem e previsão, através de soluções numéricas, do movimento dessas frentes. Esses estudos auxiliam em projetos de descontaminação de áreas no sentido de se determinar quão eficazes e auxiliares se fazem os processos naturais (POLETTO & MERTEN, 2006). A previsão quantitativa do transporte de contaminantes através do solo envolve a identificação dos mecanismos de controle, a formulação ou seleção de um modelo teórico, a determinação dos parâmetros relevantes e a resolução das equações que governam o problema em análise (CARVALHO, 1999 apud JESUS, 2004). A modelagem numérica do transporte subsuperficial de poluentes é uma técnica utilizada para resolução de equações que governam o transporte de contaminantes. Para tal procedimento, necessita-se do conhecimento dos fenômenos de transporte e da obtenção dos parâmetros de transporte dos contaminantes. Estudos sobre transportes de massa através de meios porosos estão sendo alvo de pesquisas há bastante tempo por Ogata & Banks (1961), Bear (1972) e Freeze & Cherry (1979) apud 2

Costa (2002), os quais discutem os diferentes processos envolvidos neste transporte. Outros autores, mais recentemente, têm estudado a interação de diferentes contaminantes com diferentes tipos de solos e a determinação de parâmetros de transporte (DELGADO, 2000; COSTA, 2002; MONCADA, 2004; KNOP, 2007). Poletto e Merten (2006) relatam que a migração de contaminantes em subsuperfície é influenciada por diversos fatores que podem determinar maior, menor ou nenhuma movimentação no solo. Segundo Costa (2002) o movimento destes depende também de mecanismos que por sua vez são regidos por processo físicos, químicos e biológicos, aos quais estas substâncias estão submetidas. Essa divisão normalmente é relatada em processos físicos e bio-físico-químicos (MONCADA, 2004). Em situações onde ocorrem riscos de contaminação ambiental, em especial, do solo e de águas superficiais e subterrâneas, para que se possa fazer a estimativa das áreas afetadas, ou previsão das plumas de contaminação e a própria escolha do método de remediação é necessário conhecer os fatores que influenciam o transporte dos contaminantes que são as condições do ambiente, do meio poroso e as propriedades do contaminante (COSTA, 2002). Alguns parâmetros que representam os processos bio-fisico-químicos são o fator de retardamento (R d ) e coeficiente de partição (K d ). O paramento R d caracteriza a atenuação da frente contaminante no solo, obtido através da análise gráfica da curva característica de transporte (breakthrough). O coeficiente de distribuição (K d ), representa a totalidade dos processos bio-físicoquímicos, chamada de Sorção, pois segundo Costa (2002), quando o contaminante está associado à fase sólida, não é sabido se este foi adsorvido à superfície do sólido, absorvido na estrutura do sólido, precipitado na superfície do sólido, ou particionado na matéria orgânica. O K d é obtido indiretamente relacionando R d, porosidade e massa específica seca do solo. Os parâmetros de transporte de contaminantes apresentados podem ser determinados através de experimentos de laboratório como ensaios de coluna, difusão e ensaios de equilíbrio em lote ou de batelada, estimados de acordo com dados da literatura e por correlações. O objetivo foi obter os parâmetros de transporte de Cádmio para Latossolo residual característico da cidade de Passo Fundo RS, em ensaios de coluna, utilizando solução contaminante com diferentes faixas de ph e solo moldado com estrutura indeformada e deformada. 2 METODOLOGIA Os experimentos foram realizados seguindo duas variáveis de controle. A primeira foi o ph da solução contaminante em três níveis: 1,35; 4,5 e 6,5 e a segunda foi a estrutura do solo em dois níveis: indeformada e deformada. O Quadro 2 apresenta o programa dos ensaios realizados. 2.1 Materiais Quadro 1: Programa dos ensaios Ensaio ph da solução Estrutura do solo contaminante I 1,35 Indeformada II 4,5 Indeformada III 6,5 Indeformada IV 1,35 Deformada V 4,5 Deformada VI 6,5 Deformada Solo residual de Passo Fundo - RS O solo de estudo foi coletado no Campo experimental de Geotecnia da Universidade de Passo Fundo, localizado ao lado do Centro tecnológico da UPF. O solo utilizado é um material residual de basalto e pertence à província geológica do planalto rio-grandense, segundo à geologia do Rio Grande do Sul, e à bacia do Paraná segundo à 3

geologia do Brasil (BERTORELLI & HARALYI, 1998), que recebeu derrames vulcânicos de basalto, no período mesozóico sobre um pacote de rochas sedimentares. Segundo Streck et al., (2002) a classificação pedológica é de um Latossolo Vermelho distrófico típico (unidade Passo Fundo). Estes solos são muito profundos, drenados e altamente intemperizados, apresentando uma seqüência de horizontes A-Bw-C, onde Bw é do tipo latossólico. Estes solos têm pouco incremento de argila com a profundidade e transição gradual entre os horizontes e por serem muito intemperizados têm predomínio de caulinita e óxidos de ferro, o que lhes proporciona baixa CTC (<17 cmol.kg-1), acentuada acidez e baixo estoque de nutrientes. A coloração vermelha confere baixa saturação por bases (<50%) e elevado teor de Ferro (>18 %), o que os caracteriza como distroférrico. (STRECK et al., 2002) A caracterização geotécnica e química deste solo do horizonte B, realizada por Girardello et al., (2007), está apresentada na Tabela 1. A caracterização permite verificar o baixo teor de matériaorgânica, o alto teor de argila e o ph ácido. Tabela 1: Caracterização físico-química do Solo da área de estudo Parâmetro Valor Argila (%) 68 Silte (%) 5 Areia (%) 27 Limite de Liquidez (%) 53 Limite de Plasticidade (%) 42 Índice de Plasticidade 11 Peso específico real dos grãos (kn/m³) 26,7 Umidade Natural (%) 34 Peso específico natural (kn/m³) 16,3 Índice de Vazios 1,19 Grau de Saturação (%) 75,7 Porosidade (%) 54 ph 5,4 Matéria Orgânica <0,8 CTC 8,6 cmolc/dm³ Permeabilidade (m/s) 1,39.10-5 Fonte: Girardello et al., 2007 Solução contaminante A solução contaminante contém o metal em análise dissolvido em água destilada. Sua concentração foi extrapolada 100 vezes conforme Valores de Referência de Intervenção para Águas Subterrâneas da Cetesb (2005). 2.2 Métodos Moldagem de corpos de prova A amostra foi extraída a campo, na forma indeformada, no formato de bloco cúbico de 30 cm de aresta, do horizonte B do solo. Em laboratório, forma moldados corpos de prova cilíndricos com estrutura deformada e indeformada. Os corpos de prova deformados receberam a mesma densidade e umidade natural que os indeformados. O diâmetro dos corpos de prova foram 5 cm e suas alturas foram variáveis. Variações na altura dos corpos de prova foram necessárias para o cálculo dos parâmetros. Preparo da solução contaminante A solução contaminante foi elaborada a partir da diluição de uma solução padrão de Cádmio com concentração de 1000 mg.l -1. A solução contaminante foi preparada com ph 1,35; 4,5 e 6,5 e a concentração inserida seguiu extrapolação de 100 vezes o valor de intervenção para águas 4

subterrâneas proposto pela Cetesb (2005). A concentração inserida para o metal Cádmio foi de 0,5 mg.l -1. Ensaio de coluna Para avaliação da capacidade de atenuação, adotou-se o ensaio de coluna que reproduz o transporte de um poluente pelo solo de acordo com ASTM (1995). O ensaio é executado em duas etapas, sendo a primeira de saturação do solo com água destilada e a segunda a percolação da solução contaminante. A Figura 1 apresenta o equipamento de coluna utilizado no laboratório de Geotecnia Ambiental da Universidade de Passo Fundo que é capaz de ensaiar de forma simultânea três corpos de prova. Figura 1: Equipamento de coluna utilizado para ensaio Após a percolação da solução contaminante pelo solo, o líquido foi coletado em diferentes faixas de volume percolado e tempos ensaiados e a concentração de metais foi determinada através de análise em espectrofotômetro de absorção atômica no laboratório de análise de solo da UPF. Após a determinação de metais no efluente percolado pelos corpos de prova ensaiados, pôde-se obter a curva de transporte ou chegada do contaminante (breaktrough). A curva de chegada relaciona no eixo x, o número de poros percolados (volume percolado/ volume de vazios Vperc/Vv) ou tempo de percolação (t) e no eixo y a concentração relativa do contaminante (concentração do efluente percolado/concentração inicial - C/Co). Determinação dos parâmetros de transporte em ensaio de coluna A curva característica de transporte (breaktrough), obtida nos ensaios de coluna, permitiu a obtenção dos parâmetros de transporte através da análise gráfica da curva característica de transporte de contaminante para o fator de retardamento e de uma equação analítica para o coeficiente de distribuição. Os passos para determinação estão apresentados na seqüência. Fator de retardamento (R d ) O parâmetro R d foi obtido através da análise gráfica da área acima da curva característica de transporte entre C/C 0 = 0 e C/C 0 = 1. Para determinação da área foi utilizado o software AutoCAD. As curvas que não atingiram a relação unitária C/C 0 = 1 foram extrapoladas considerando a máxima relação C/C 0 que alcançaram em volumes de vazios. A metodologia gráfica está apresentada na Figura 2 conforme proposto por Moncada (2004). 5

Fonte: Adaptada de Moncada (2002). Figura 2: Metodologia gráfica utilizada para determinação do Fator de Retardamento (R d ) Coeficiente de partição ou distribuição (K d ) O coeficiente considera a relação linear entre a massa absorvida por unidade de massa de sólidos e a concentração da substância que permanece em solução, depois de atingir o equilíbrio, estando o solo saturado. A Equação 1 apresenta a equação para obtenção de K d em que: R d é o fator de retardamento, ρs massa específica seca do solo e n é a porosidade do corpo de prova. (MONCADA, 2004) K Rd 1 = n ρ d s (1) 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES As Figuras 3 e 4 apresentam as curvas de transporte (breakthrough) características para o metal cádmio, com estrutura indeformada e deformada, respectivamente, para os três níveis de ph da solução contaminante ensaiados. 6

Figura 3: Curvas experimentais obtidas nos ensaios de coluna para o metal cádmio com estrutura indeformada de solo nos três níveis de ph. 7

Figura 4: Curvas experimentais obtidas nos ensaios de coluna para o metal cádmio com estrutura deformada de solo nos três níveis de ph. 8

A Tabela 2 apresenta os parâmetros obtidos para o metal cádmio e as variáveis utilizadas no cálculo analítico para obtenção de K d, para os ensaios realizados com as estruturas indeformada e deformada e variações de ph 1,35; 4,5 e 6,5. Tabela 2: Parâmetros Rd e Kd para o metal cádmio em Latossolo residual de Passo Fundo RS. Planejamento Experimental n ρ s (g/cm 3 ) R d K d (cm 3 /g) Grupo I Estrutura Indeformada ph 1,35 Grupo II Estrutura Indeformada ph 4,5 Grupo III Estrutura Indeformada ph 6,5 Grupo IV Estrutura Deformada ph 1,35 Grupo V Estrutura Deformada ph 4,5 Grupo VI Estrutura Deformada ph 6,5 CP 5 0,58 1,11 3,02 1,06 CP 11 0,59 1,08 3,68 1,46 CP 7 0,58 1,12 4,49 1,80 CP2 0,56 1,16 23,34 10,78 CP3 0,57 1,15 23,04 10,92 CP5 0,56 1,17 11,84 5,19 CP 4 0,58 1,11 37,82 19,24 CP 5 0,54 1,21 35,91 15,58 CP 6 0,57 1,14 50,4 24,70 CP 1 0,56 1,17 3,64 1,26 CP 2 0,56 1,16 6,52 2,66 CP 4 0,57 1,15 9,99 4,46 CP 4 0,60 1,07 18,54 9,84 CP 6 0,43 1,52 31,47 8,62 CP 3 0,58 1,11 30,88 15,61 CP 1 0,56 1,16 - - CP 2 0,56 1,18 31,85 14,64 CP 3 0,57 1,14 42,13 20,57 9

3.2 DISCUSSÕES As curvas obtidas no presente trabalho, apresentaram-se coerentes com o tipo de resultado esperado para o metal Cd. Segundo Nascentes (2006), minerais agílicos mostram certa preferência de adsorção de Cd, sendo preferivelmente adsorvido por óxidos de ferro, presente no solo estudado. Segundo Triegel (1980 apud Nascentes, 2006), a série de preferência de adsorção de cátions bivalentes em função do argilomineral caulinita é: Cd +2 < Zn +2 < Mg +2 < Cu +2 < Ca +2 < Pb +2. Nesta série o metal cádmio é considerado de maior mobilidade e, portanto o que demanda maior preocupação no que diz respeito à contaminação de solo e mananciais subterrâneos. Os resultados obtidos em R d, apresentam uma maior atenuação da frente contaminante para ph 6,5. O valor máximo de R d para esta faixa de ph foi de 50 para estrutura indeformada. As curvas com ph 4,5 e 6,5 não alcançaram a relação C/C 0 = 1, com uma quantidade relativamente próxima de volume de vazios percolado, provavelmente, pela precipitação do metal, favorecendo o retardamento da frente de contaminação. Nascentes (2002), comenta que, para solutos não reativos, o valor de R d é igual à unidade e portanto, o soluto é transportado com a mesma velocidade de percolação da água. Já, para solutos reativos, os valores de R d assumem valores maiores que 1,0, pois estes solutos são transportados à taxas mais baixas que a velocidade do solvente (água), caracterizando um retardo da frente contaminante. A mesma afirmação foi verificada nos valores de Rd obtidos no presente estudo. Os resultados de R d variaram de 3,02 com ph 1,35 à 50 para ph 6,5. Costa (2002) explica que o incremento do ph pode favorecer a precipitação de metais. Segundo Daniel (1993), extremos de ph, tanto baixos como altos, podem favorecer o fluxo de contaminantes, de forma a promover a dissolução de materiais do solo. O processo de troca iônica é influenciado pelo ph da solução. Em soluções ácidas (ph<7), a ocorrência de uma alta concentração de íons H+, mais resistentes à substituição por outros cátions, dá origem a uma menor troca catiônica do que em soluções alcalinas (ph>7) (LAGREGA, 1994 apud JESUS, 2004). A estrutura deformada apresentou, no geral, valores mais elevados de R d, comparado com a estrutura indeformada, caracterizando maior retardo da frente contaminante para esta, provavelmente, pelo rearranjo das partículas do solo quando moldado, ficando a estrutura floculada e conferindo maior resistência física à passagem do contaminante, mesmo com porosidade muito próximas. Segundo Badillo & Rodriguez apud Alonso (2005), um solo poderá ter permeabilidades diferentes para o estado indeformado e moldado, ainda que o índice de vazios seja o mesmo em ambos os casos. Isso ocorre por uma variação na estrutura e/ou estratificação do solo. O parâmetro de sorção, apresentou valores máximos de K d = 24 cm 3 /g para ph alcalino 6,5. Em comparação, Floss (2008), obteve um valor de K d = 4,41 cm³/g para um Latossolo argiloso submetido solução contaminante contendo cádmio em ensaios de batelada, o qual determina a máxima sorção do contaminante no solo. O valor corresponde a uma sorção alta do metal, comprovando a dificuldade em atingir os valores C/C 0 = 1 na curva breakthrough. Do ponto de vista da atenuação da frente contaminante, tais valores são considerados expressivos. Portanto, o solo residual utilizado tem boa capacidade de reter íons de solução contaminada com cádmio e consequentemente reduzir a toxicidade e mobilidade ambiental. 5 CONCLUSÕES A atenuação da frente contaminante foi favorecida pelo incremento de ph e pela estrutura deformada do solo. Os parâmetros calculados nos ensaios de coluna, apresentaram-se favoráveis a atenuação natural do solo residual característico de Passo Fundo - RS contaminado com cádmio. Ao decorrer da pesquisa, serão obtidos os demais parâmetros de transporte e estes serão utilizados para simulação numérica de plumas de contaminação. 10

Agradecimentos Os autores agradecem ao CNPq pelo financiamento de bolsa de iniciação científica ao primeiro autor (processo 116195/ 2009-6) e de bolsas de produtividade em pesquisa ao quarto autor (processo 303200/2005-7). REFERÊNCIAS ALONSO, T. P. Condutividade hidráulica de solos compactados em ensaios com permeâmetros de parede flexível. 2005. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil Geotecnia) Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, São Carlos, São Paulo, 2005. AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS - ASTM. Standard Test Method for leaching solid material in a Column: D4874. Apparatus. Philadelphia. 1995. BERTORELLI, A.; HARALYI, N. Geologia do Brasil. In: OLIVEIRA, A. M. S.; BRITO, S. N. A. (Coord.) Geologia de engenharia. São Paulo: Associação Brasileira de Geologia de Engenharia, 1998. 584 p. CETESB COMPANHIA DE TECNOLOGIA EM SANEAMENTO AMBIENTAL. Decisão de diretoria nº 195-2005-E. 2005. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/solo/relatorios/tabela_valores_2005.pdf >. Acesso em 28. junho. 2006. COSTA, P. O. S. Avaliação em laboratório, do transporte de contaminantes no solo do aterro sanitário de Sauípe/Ba. 2002. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil Geotecnia) Departamento de Engenharia Civil, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2002. DANIEL, D. E. Clay liners. In: DANIEL, D. E. Geotechnical pratictice for waste disposal. London: Chapman & Hall, 1993. p. 33-65. FLOSS, M. F. Capacidade de atenuação de cádmio no solo de fundo da lagoa anaeróbia da ETE araucárias. 2008. Dissertação (Mestrado em Engenharia Infraestrutura e Meio Ambiente) Programa de pós-graduação em Engenharia, Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo - RS, 2008. GIRARDELLO, V. et al.. Comparação das técnicas de atenuação natural, bioaumentação e bioventing para avaliar biodegradação de um solo contaminado com biodiesel. In: CONGRESSO REGIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA EM ENGENHARIA E VII FEIRA DE PROTÓTIPOS, 22. 2007, Passo Fundo. Anais... Passo Fundo : UPF, 2007. JESUS, S. C. Difusão de zinco em camada compactada de solo residual de gnaisse. 2004. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa MG, 2004. MONCADA, M. P. H. Estudo em laboratório de características de colapso e transporte de soluto associadas à infiltração de licor cáustico em um solo laterítico. 2004. Dissertação (Programa de pós-graduação em Engenharia Civil) Departamento de Engenharia Civil, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007. NASCENTES, R. Estudo da mobilidade de metais pesados em um solo residual compactado. 2006. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) - Dep. de Engenharia Civil, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2006. OGA, Seizi. Fundamentos de toxicologia. São Paulo: Atheneu, 1996. 515 p. 11

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