Módulo 1 Introdução à Psicologia Positiva A psicologia positiva é um termo amplo que abraça estudos científicos dos temas relacionados a um viver com mais qualidade e maior sentido. Sua característica central é que suas aplicações são todas empiricamente testadas e informadas. É um campo que estuda as experiências positivas, as forças e os traços positivos do caráter, os relacionamentos positivos e as instituições positivas. As licões e aplicações das pesquisas da psicologia positiva são amplas, abrangem, desde adolescentes à idosos, assim como, executivos, estudantes ou trabalhadores. Martim Seligmam A idéia central é a seguinte, você se concentrar unicamente em melhorar suas fraquezas, o melhor que você vai conseguir é acabar com uma fraqueza. Os resultados mais satisfatórios e produtivos vêm quando você também maximizar seus pontos fortes. É importante frisar também, isso porque a psicologia positiva não desconsidera o valor de identificar e tratar as deficiências ou distúrbios. Psicologia com Foco nas Perturbações Por longo tempo a psicologia se concentrou no que havia de errado com os seres humanos, sua abordagem central foi reparar o que estava mal. Após a Segunda Guerra Mundial muita atenção foi dada ao tratamento de patologias psicológicas, como por exemplo, traumas e depressão. Este período foi fundamental para consolidar o legado da psicologia no campo da compreenção e do tratamento das patologias. 1
A maioria das pesquisas e intervenção ao longo do último meio século tiveram como objetivo a resolução de problemas importantes como: ansiedade, depressão, esquizofrenia, suicídio e abuso de drogas. Tal abordagem da psicologia, de acordo com Martim Seligman, é apenas metade do que pode ser a psicologia, ao se concentrar mais sobre na doença mental, negligenciando o foco no estudo da saúde psicológica. Nascimento da Psicologia Positiva "A ciência da psicologia tem sido muito bem sucedida mais no negativo do que no lado positivo, isso nos revelou muito sobre as deficiências do homem, suas doenças, seus perturbações, mas pouco sobre suas potencialidades, suas virtudes e suas aspirações psicológicas alcançáveis. É como se a psicologia tenha voluntariamente se limitado apenas à metade da sua competência legítima, a metade mais escura, mais vil. " Abraham Maslow (1960) No final dos anos 1990, um grupo de psicólogos, liderados por Martin Seligman, então presidente da APA (American Psychological Association), perceberam que a grande maioria dos estudos da psicologia eram focados nas patologias. Eles defenderam a idéia de que os psicólogos deveriam também incluir em seus estudos o ótimo funcionamento do indivíduo, ou seja, a felicidade, a alegria, o lado positivo das pessoas. Foi este grupo de deu início ao movimento denominado Psicologia Positiva. Seligman não foi a primeira pessoa na história da psicologia a falar sobre o foco nos aspectos positivos do viver, nem foi o primeiro a cunhar a expressão "psicologia positiva". Este termo foi primeiramente utilizado por Maslow, em 1954. 2
A Psicologia Positiva estuda o que flui bem com as pessoas, investiga como as pessoas alcançam uma vida mais feliz, com maior satisfação, fluidez e significado. A psicologia não serve somente para tratar doenças, serve também para nutrir as forças e virtudes humanas, a felicidade e a excelência. A Psicologia Positiva não é indiferente ao sofrimento A Psicologia Positiva não defende apenas uma perspectiva positiva de abordagem à vida. Existe uma sabedoria imensa identificar e tratar os problemas e ter consciência suficiente para ver problemas em seus estágios iniciais. Muitas vezes, no entanto, os risco de perda, os contratempos e as preocupações, ocupam a maior parte de nossa atenção. A Psicologia Positiva apenas apresenta a sugestão de que há muito a ser adquirido em expandir o foco, e incluir os pontos fortes e aspectos positivos do viver. Ela propõe não focar apenas nos problemas das pessoas, e sim, buscar compreender a ciência e a anatomia da felicidade, das experiências positivas, do otimismo e do altruísmo. Em vez de focar e lidar com problemas, a psicologia positiva sugere ser mais efetivo olhar para as oportunidades, para os sucessos e os pontos fortes. Vale ressaltar, essa abordagem esta além do olhar o mundo através de um óculos cor-de-rosa, hoje existe um enorme suporte empírico mostrando a eficácia de uma orientação voltada para soluções e para os pontos fortes do viver. A Psicologia positiva não é uma filosofia, ela é uma ciência, e traz consigo, as muitas virtudes da ciência, como por exemplo, possibilidade de replicação, estudos controlados e amostragens representativas. 3
Psicologia Positiva e Auto-Ajuda O que distingue o psicologia positiva das abordagens ou livros de autoajuda está na ênfase na pesquisa empírica e cuidadosa. Em vez de depender da intuição, raciocínio, ou sabedoria popular, os pesquisadores da psicologia positiva são empíricos, olham para o observável, suas teorias são testáveis e fundamentadas na evidência. Representa de certa forma, uma mudança da fé para a evidência. Teoria do Bem Estar - Modelo PERMA O Modelo PERMA foi desenvolvido pelo psicólogo Martin Seligman e amplamente divulgado em seu livro "Florescer". Conhecido como Teoria do Bem Estar, "PERMA" representa os cinco elementos essenciais que devem estar presentes para a experiència de um bem estar efetivo e duradouro. Descritos à seguir: PERMA ( Martim Seligmam ) P Positive Emotions - Emoções positivas E Engagement (or flow) Engajamento, Fluidez R Relationships - Relacionamentos Sociais Positivos M Meaning (and purpose) - Sentido no viver A Accomplishment - Realização, Persistência, Metas. 1. Emoção positiva (P) Experimentar o bem-estar e a felicidade na vida, em geral, envolve a existência de uma emoção positiva. Uma ampla gama de emoções 4
positivas se relacionam com o bem estar, como paz, gratidão, satisfação, prazer, inspiração, esperança, curiosidade ou amor. 2. Fluidez e Engajamento (E) Quando estamos verdadeiramente empenhados em uma situação, projeto ou tarefa, nós experimentamos um estado de fluidez: o tempo parece parar, esquecemos os problemas comuns, nos concentramos intensamente no presente. Quanto mais experimentamos este tipo de concentração, mais provável é que a experiência bem-estar aumente. 3. Relacionamentos positivos (R) Como seres humanos, somos "seres sociais", e dentro deste contexto, os relacionamentos positivos são fundamentais para o nosso bem-estar. Muitas pesquisas já demonstraram, as pessoas com mais relacionamentos significativos e positivos são mais felizes que as demais. Os Relacionamentos realmente importam! 4. Significado ou Sentido de viver (M) O sentido no viver, geralmente vem de servir a uma causa maior que nós mesmos. O encontro de um sentido para o que fazemos pode vir de uma crença, uma religião, uma causa humanidade ou algum objetivo significativo. Qualquer pessoa se beneficia ao encontrar significado e sentido em suas vidas, isso se correlaciona com o bem-estar, a felicidade e o florescimento. 5. Realização (A) Muitos de nós dedicamos esforços para melhorar a nós mesmos de alguma forma, seja procurando dominar uma habilidade ou alcançar um objetivo significativo. Como tal, a realização é uma outra coisa importante e contribui para nosso bem estar e nossa capacidade de florescer. 5
Bibliografia Livros Nacionais 1 - FLORESCER Autor: MARTIM SELIGMAM. Editora Objetiva 2 - PSICOLOGIA POSITIVA : UMA ABORDAGEM CIENTIFICA E PRATICA DAS QUALIDADES HUMANAS (Snyder & Lopez). Editora: ARTMED 3 - A Ciência da Felicidade: Como atingir a felicidade real e duradoura (Sonja Lyubomirsky)Editora: Campus 4 - Aprenda a ser Otimista. Seligman, Martin. Editora Nova Era. ISBN: 857701049X 5 - Felicidade Autentica. Seligman, Martin. Editora Objetiva. 336 páginas. ISBN: 8573025751 Publicações em Inglês 1 - Seligman, M.E.P. (2002). Authentic Happiness: Using the new positive psychology to realise your potential for lasting fulfillment. New York: Free Press. 2 - Maslow, A. (1954). Motivation and personality. New York: Harper. 3 - Rath, T. & Clifton, D. O. (2004). How full is your bucket? Positive strategies for work and life. New York: Gallup Press. 4 - Special Issue of American Psychologist (Vol. 55, Issue 1) on Positive Psychology, January 2000. 5 - Linley, P. A., Joseph, S., Harrington, S., & Wood, A. M. (2006). Positive psychology: Past, present, and (possible) future. Journal of Positive Psychology, 1, 3-16. 6 - Lopez, S. J., & Snyder, C. R. (Eds.). (2011). The Oxford handbook of positive psychology. Oxford University Press. 6