DIALOGANDO SOBRE O ESTÁGIO COMO ESPAÇO DE CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE PROFISSIONAL E EXPRESSÃO DO SOFRIMENTO PSÍQUICO

Documentos relacionados
CURSO: PEDAGOGIA EMENTAS º PERÍODO DISCIPLINA: CONTEÚDO E METODOLOGIA DO ENSINO DA ARTE

METODOLOGIA RESULTADOS E DISCUSSÃO

CONTRIBUIÇÕES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA PARA A FORMAÇÃO DOCENTE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

ATENDIMENTO PSICOPEDAGÓGICO PARA UNIVERSITÁRIOS: UMA PORTA PARA O CONHECER

Clínica Psicológica. Apresentação

CURSO: PEDAGOGIA EMENTAS º PERÍODO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CAMPUS DE CAPANEMA CURSO DE LICENCIATURA EM BIOLOGIA

REGULAMENTO DE ESTÁGIOS CURRICULARES

REGULAMENTO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA CAPITULO I - DA NATUREZA E DOS OBJETIVOS

Parecer Criação: RESOLUÇÃO Nº257/CONSEA

REGULAMENTO DOS ESTÁGIOS UNICRUZ - UNIVERSIDADE DE CRUZ ALTA CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA - LICENCIATURA REGULAMENTO DOS ESTÁGIOS CURRICULARES

4 Ano Curso Bacharelado e Licenciatura em Enfermagem

CURSO DE ENFERMAGEM VIVÊNCIA CLÍNICA

PROJETO DE EXTENSÃO ALFABETIZAÇÃO EM FOCO NO PERCURSO FORMATIVO DE ESTUDANTES DO CURSO DE PEDAGOGIA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL SUL-RIO-GRANDENSE CÂMPUS PASSO FUNDO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL. REGULAMENTO GERAL DE ESTÁGIO

CURSO: PEDAGOGIA EMENTAS PERÍODO

REGULAMENTO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO CURSO DE LICENCIATURA EM FÍSICA CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

CURSOS SUPERIORES DE TECNOLOGIA MODALIDADE DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS DE CACOAL-FACIMED Autorizado Portaria Nº 306, de 20 de maio de Regulamento de Estágio Curricular Supervisionado

A Prática Profissional terá carga horária mínima de 400 horas distribuídas como informado

INSTRUÇÃO NORMATIVA N.º 018/2017 DIRETORIA DA UNIDADE ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO

FORMAÇÃO DO PEDAGOGO: VIVÊNCIAS EM AMBIENTES NÃO ESCOLARES NO ESTÁGIO CURRICULAR DO CURSO DE PEDAGOGIA/EAD.

Eixo: 3 - Ciências Agrárias RESUMO

Manual de Orientações aos alunos. Ingressantes do Curso de PSICOLOGIA. Faculdades Integradas do Vale do Ribeira. Unisepe. Curso de Psicologia

Normas de Estágio Curricular Não Obrigatório Remunerado. Instituto de Ciências Humanas, Letras e Artes - ICHLA

FACULDADE EDUCACIONAL ARAUCÁRIA CURSO DE PEDAGOGIA. PORTARIA NORMATIVA 3, de 18 de fevereiro de 2010.

REGULAMENTO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS COLEGIADO DO CURSO DE MATEMÁTICA

1º SEMESTRE DISCIPLINA. História da Educação 80. Formação Docente para a Diversidade 40. Cultura e Literatura Africana e Indígena 40

SÍNTESE PROJETO PEDAGÓGICO

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES

NAPP PROGRAMA DE APOIO PEDAGÓGICO E PSICOLÓGICO

REGULAMENTO DE ESTÁGIO DO CURSO DE LICENCIATURA EM FÍSICA INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ CÂMPUS FOZ DO IGUAÇU CAPÍTULO I DA NATUREZA DOS ESTÁGIOS

DIRETORIA ACADÊMICA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA COORDENAÇÃO DE ENFERMAGEM REGULAMENTO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO DO CURSO DE ENFERMAGEM

R E S O L U Ç Ã O. Esta Resolução entra em vigor nesta data, revogando as disposições contrárias. Itatiba, 23 de maio de 2013.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL SUL-RIO-GRANDENSE CÂMPUS PASSO FUNDO CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA REGULAMENTO GERAL DE ESTÁGIO CAPÍTULO I

EXPECTATIVAS DO ALUNO DE ENFERMAGEM FRENTE À EXPERIÊNCIA NO PROGRAMA DE MONITORIA E INICIAÇÃO CIENTÍFICA

ANEXO A REGULAMENTO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO DO CURSO DE LICENCIATURA CIÊNCIAS BIOLÓGICAS CAPITULO I DA REGULAMENTACAO CAPITULO II

QUADRO DE VAGAS 2017/2 ESTÁGIO CURRICULAR PSICOLOGIA

REGULAMENTO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

SÍNTESE PROJETO PEDAGÓGICO

ESTÁGIO SUPERVISIONADO I-B e II-B REGULAMENTAÇÃO

RELATO DE EXPERIÊNCIA: O ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA NA FORMAÇÃO DOCENTE

Ementas curso de Pedagogia matriz

REGULAMENTO DE ESTÁGIO OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO DO CURSO DE LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

UMA REFLEXÃO SOBRE AS CONCEPÇÕES DE ESTÁGIO CURRICULAR E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O FUTURO LICENCIADO EM CIÊNCIAS AGRÍCOLAS.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS COORDENAÇÃO DO CURSO DE PSICOLOGIA

O FAZER DA PSICOLOGIA DO IFRN: Mitos e Verdades. Apresentação dos profissionais de Psicologia do IFRN

RESOLUÇÃO CONSEPE Nº 59/2017

REGULAMENTO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO PEDAGOGIA // LICENCIATURA

REGULAMENTO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO. Licenciatura EM educação básica intercultural TÍTULO I DA CARACTERIZAÇÃO

RELATO DE OBSERVAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA CELSO RAMOS

A ATUAÇÃO DO COORDENADOR PEDAGÓGICO EM UMA ESCOLA PÚBLICA DE IMPERATRIZ - MA: uma análise das práticas pedagógicas

RESOLUÇÃO. Bragança Paulista, 30 de junho de Gilberto Gonçalves Garcia, OFM Presidente

EXPLICAÇÕES SOBRE ESTRUTURA CURRICULAR E SEUS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS

RESOLUÇÃO Nº 034/ CEPE DE 23 de Agosto de 2006.

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E NATURAIS COLEGIADO DE CURSO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

FACULDADE ALDETE MARIA ALVES Instituição Ituramense de Ensino Superior

RESOLUÇÃO N 43/2009/CONEPE. O CONSELHO DO ENSINO, DA PESQUISA E DA EXTENSÃO da UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE no uso de suas atribuições legais e;

RELATO DE EXPERIÊNCIA NO ESTÁGIO PEDAGÓGICO VOLUNTÁRIO NA DISCIPLINA DE NOVAS TECNOLOGIAS APLICADAS A EDUCAÇÃO

Normas de Estágio Curricular Não Obrigatório Remunerado. Instituto de Ciências Humanas, Letras e Artes - ICHLA. - Curso de Psicologia -

PORTFÓLIO - DO CONCEITO À PRÁTICA UNIVERSITÁRIA: UMA VIVÊNCIA CONSTRUTIVA

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DA SAÚDE HOSPITAL PSIQUIÁTRICO SÃO PEDRO DIREÇÃO DE ENSINO E PESQUISA

SÍNTESE PROJETO PEDAGÓGICO

REGULAMENTO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO CURSOS DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DA UTFPR-DV

Plano de Ensino IDENTIFICAÇÃO

Cód. Disciplina Período Créditos Carga Horária 7 Semanal Mensal 6 24

Universidade Federal do Amapá UNIFAP Pró-Reitoria de Extensão e Ações Comunitárias - PROEAC Departamento de Extensão - DEX

INTERDISCIPLINARIDADE NO TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA

MÁRCIA AJALA ALMEIDA I FÓRUM DAS LICENCIATURAS UFMT 03 e 04 de novembro de 2011

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CONSELHO SUPERIOR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO CÂMARA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO

Plano de Ensino IDENTIFICAÇÃO

MANUAL DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO DA FORMAÇÃO PEDAGÓGICA 30 de agosto de 2017

LUDICIDADE COMO RECURSO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A CONTRIBUIÇÃO DA PSICOLOGIA ESCOLAR NA FORMAÇÃO DOCENTE

RESSIGNIFICAR: PSICOLOGIA E ONCOLOGIA 1. Jacson Fantinelli Dos Santos 2, Flávia Flach 3.

DEPOIMENTOS E REFLEXÕES SOBRE A AÇÃO DOCENTE REALIZADA NOS ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS DO CURSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA PUCPR

MANUAL DE ATIVIDADES COMPLEMENTARES: CURRÍCULO

Sugestões para a melhoria da formação pedagógica nos cursos de licenciatura da UFSCar, extraidas dos respectivos relatórios de auto-avaliação

REGULAMENTO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO

- estabelecer um ambiente de relações interpessoais que possibilitem e potencializem

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE ESTÁGIO

ESTÁGIO SUPERVISIONADO E SUA IMPORTÂNCIA NA FORMAÇÃO DO FUTURO PROFESSOR DE GEOGRAFIA

SÍNTESE PROJETO PEDAGÓGICO

Recôncavo da Bahia (UFRB).

Plano de Ensino IDENTIFICAÇÃO. SEMESTRE ou ANO DA TURMA: 5º semestre

MATRIZ CURRICULAR 4 anos INÍCIO EM

Agrupamento de Escolas de Pinheiro Manual de Supervisão Pedagógica INTRODUÇÃO

QUADRO DE VAGAS 2018/1 ESTÁGIO CURRICULAR PSICOLOGIA

ATRIBUIÇÕES DO ORIENTADOR EDUCACIONAL

REGULAMENTO DOS PROJETOS INTEGRADORES

PLANO DE ENSINO. Curso: Pedagogia. Disciplina: Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem. Carga Horária Semestral: 40 Semestre do Curso: 3 º

FUNDAMENTOS DA SUPERVISÃO ESCOLAR

INSTRUÇÃO NORMATIVA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO CURSO DE LICENCIATURA EM QUIMICA SECÃO I

ESTÁGIO CURRICULAR DO CURSO DE LETRAS

REGULAMENTO DOS ESTÁGIOS CURRICULARES DOS CURSOS DE LICENCIATURA DA FCT/UNESP

1ª Série. 6EDU082 FILOSOFIA E EDUCAÇÃO: ASPECTOS ANTROPOLÓGICOS Introdução à filosofia. Relação entre filosofia e educação: Enfoque antropológico.

LDB Lei de Diretrizes e Bases

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE PEDAGOGIA VIGENTE (2012) 4.7 REGULAMENTO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO CURSO DE PEDAGOGIA UENP/CP CAPITULO I

Transcrição:

DIALOGANDO SOBRE O ESTÁGIO COMO ESPAÇO DE CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE PROFISSIONAL E EXPRESSÃO DO SOFRIMENTO PSÍQUICO Niamey Granhen Brandão da Costa (IFCH/UFPA-CCBS/UNAMA) INTRODUÇÃO A escola é uma das instituições responsáveis pela formação de indivíduos e profissionais e sua existência fundamenta-se, sobretudo, na necessidade de transmitir conhecimentos integradores abrindo possibilidades para novas realizações, sendo também um espaço de aprendizagem e de expressão de sentimentos. Embora ela não seja o único espaço que atua significativamente na formação da identidade pessoal e profissional, não há dúvidas de que a escola é o espaço por excelência onde o indivíduo teria possibilidades de vivenciar de modo intencional e sistemático formas construtivas de interação cognitiva, afetiva e social, adquirindo saberes éticos que lhe propiciem as condições para o exercício profissional. (GUZZO; COSTA; SANT ANA, 2009). Deste modo, tanto o curso de graduação quanto a instituição formadora devem proporcionar um ambiente necessário para que o aluno/estagiário desenvolva suas capacidades profissionais, desde à construção de saberes didático-pedagógicos ao aprendizado dos conteúdos necessários à compreensão do ato pedagógico, a partir da realidade da prática educacional, das relações sociais da profissão e da escola para o pleno exercício da cidadania no desempenho profissional. Segundo Novaes (2006) a identidade profissional deve ser entendida sempre como algo em construção para que possa contribuir efetivamente para a melhoria da qualidade do exercício da profissão, ampliando suas linhas de atuação, num enfoque desenvolvimentista e holístico, que proporcione o intercâmbio interdisciplinar. E neste percurso o surgimento de angústias, dúvidas e sofrimento psíquico pode ser verificado, havendo a necessidade de um espaço onde este possa ser acolhido e trabalhado.

O objetivo deste estudo é relatar uma experiência desenvolvida como supervisora de estágio em Psicologia Escolar/Educacional Ensino Regular I e II, da Universidade Federal do Pará (UFPA), dando ênfase para a relevância do estágio como espaço de reflexão, de construção da identidade profissional e de expressão do sofrimento psíquico, ressaltando a relevância do estágio como um espaço para o desenvolvimento do saber acadêmico e da expressão do sofrimento psíquico vivenciado na articulação teoria e práxis, tornando-se autônomos, criativos, participativos, reflexivos e confiantes nas suas capacidades intelectuais, pessoais e profissionais como cidadãos. METODOLOGIA Este estudo se desenvolveu na Escola de Aplicação da UFPA, instituição pertencente à rede pública de ensino localizada na cidade de Belém, no estado do Pará, vinculada a Universidade Federal do Pará. No entanto, suas instalações localizam-se em área externa ao Campus Universitário. Possui estrutura administrativa própria, que tem como finalidade atuar nos níveis e modalidade de ensino da Educação Básica, visando à produção, sistematização e socialização do conhecimento, por meio do ensino, pesquisa e extensão configurando-se como espaço de formação, inovação pedagógica e campo de estágios para alunos de graduação e profissionais. O grupo de participantes constitui-se de 22 estagiários do curso de Psicologia da UFPA, sendo 10 alunos do Estágio I e 12 do estágio II, no decorrer do ano de 2008. Utilizou-se técnicas de dinâmica de grupo e escuta no decorrer dos encontros de integração. No decorre do estágio foram realizadas supervisões semanais, leituras e discussões de textos, práticas de observação, entrevistas, intervenções e encontros mensais de integração, possibilitando aos estagiários o exercício do manejo teórico, técnico, ético e expressão de seus sentimentos, dificuldades e possibilidades. Estes encontros tinham o objetivo de oportunizar um momento para o estabelecimento de vínculos interpessoais; facilitar a comunicação, a expressão de idéias, sentimentos e implementar um espaço para treinar a coordenação e dinamização de grupos. Foram realizados 08 encontros, sendo 4 no estágio I e 4 no estágio II, cada encontro foi coordenado por 2 estagiários, sendo o primeiro coordenado pela supervisora de estágio. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na escola, campo de desenvolvimento dos estágios supervisionados, verificou-se que os estagiários têm dificuldades em desenvolver habilidades como: direção e controle das

atividades práticas de forma independente e criativa, de criar rotinas em uma ação contínua de controle e acompanhamento, fazer ligação entre conteúdos, objetivos, sujeitos do ensino e da aprendizagem, expressar suas angústias e sofrimento em processo grupal. O que pode ser verificado na tabela abaixo: Principais dificuldades Direção e controle das atividades práticas de forma independente e criativa Criar rotinas em uma ação contínua de controle e acompanhamento Fazer ligação entre conteúdos, objetivos, sujeitos do ensino e da aprendizagem Expressar angústias e sofrimento em processo grupal 8 Nº de estagiários TOTAL 22 6 3 5 Observou-se que apesar do sofrimento psíquico ser inerente a existência humana, os estagiários demonstram dificuldade para expressar suas angústias e sofrimento atribuindo esta expressão a uma possibilidade de fraqueza e comprometimento da construção da identidade profissional. Os encontros de integração possibilitaram aos estagiários um espaço de manejo teórico, técnico, ético, de diagnóstico e análise de situações grupais e expressão de seus sentimentos, dificuldades e possibilidades. Que pode ser ilustrado quando P1 diz que: Participar destes momentos foi importante para minha formação pessoal e profissional, me senti acolhido pelo grupo, pois na escola é tudo muito rápido, o que dificulta a aplicação de nossos conhecimentos ; P2 ressalta que: No estágio fica difícil lidar com os alunos e os professores, pois parece que eles não se interessam pelo trabalho e dificultam nossa atuação ; P3 destaca que: fico com raiva, pois me esforcei para fazer o melhor e parece que a escola e os alunos não estão valorizando, fico frustrado com essa falta de reconhecimento e P4 salienta que: a gente faz tudo, planeja, organiza, prepara o material e na hora só aparecem poucos pais e professores. Dá um sentimento de incapacidade, né!

Ainda que os estagiários não se reconheçam no que falam, ainda que o sofrimento do qual se referem estar vivenciando seja julgado como provocado por um outro, que não também eles próprios; ainda que eles não se vejam implicados na produção desse sofrimento, ressalta-se a necessidade que as pessoas têm de ser ao menos escutadas em seu trabalho. É preciso que um espaço de escuta seja criado na escola, para que os seus profissionais possam, ao serem ouvidos, ouvir a si mesmos. E com isso possam deixar falar um outro sujeito, o sujeito do desejo; do desejo que está "na origem da escolha profissional e na raiz do mal-estar que faz sintoma" (ALMEIDA, 2000, p.48). CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se que o estágio supervisionado possibilita ao estagiário a compreensão da ação como um processo contínuo de reflexão crítica, de reorganização das ações psicológicas e pedagógicas proporcionando ao futuro profissional a construção de saberes e competências amplas e específicas através dos embates da prática pedagógica e do confronto de diferentes aportes teóricos. (MALUF, 2003). Sugere-se que outras pesquisas sejam desenvolvidas vislumbrando o estágio como campo de formação profissional de pesquisadores da própria ação preocupando-se em aproveitar as atividades comuns da instituição educacional e delas extraírem respostas que redimensionem sua práxis com os diversos sistemas da realidade educativa. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Sandra (2000). Sintomas do mal-estar na educação: subjetividade e laço social. In: Anais do II Colóquio do Lugar de Vida / LEPSI, Usp. São Paulo. GUZZO, R S L; COSTA, A S da; SANT ANA, I M. In: ARAÚJO-MARINHO, C M (Org.). Psicologia escolar: novos cenários e contextos, pesquisa, prática e formação. São Paulo: Alínea, 2009. MALUF, M R. Psicologia Escolar: reafirmando uma nova formação e atuação profissional. In: YAMAMOTO, O H; GOUVEA, V V (Orgs.). Construindo a psicologia brasileira: desafios da ciência e prática psicológica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003 NOVAES, M. H. Repensando a Formação e o Exercício Profissional do Psicólogo Escolar na Sociedade Pós-Moderna. In ALMEIDA, S. F. P. (Org.). Psicologia Escolar: ética e competências na formação e atuação profissional. São Paulo. Alínea, 2006.

CONTATO e-mail: ngranhen@yahoo.com.br