COLÉGIO XIX DE MARÇO excelência em educação 2ª PROVA SUBSTITUTIVA DE LITERATURA

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Transcrição:

COLÉGIO XIX DE MARÇO excelência em educação 2ª PROVA SUBSTITUTIVA DE LITERATURA Aluno(a): Nº Ano: 1º Turma: Data: / /2012 Nota: Professor(a): Regiane Ferreira Valor da Prova: 40 pontos Orientações gerais: 1) Número de questões desta prova: 12 2) Valor das questões: Abertas (4): 6,0 pontos cada. Fechadas (8): 2,0 pontos cada. 3) Provas feitas a lápis ou com uso de corretivo não têm direito à revisão. 4) Aluno que usar de meio ilícito na realização desta prova terá nota zerada e conceituação comprometida. 5) Tópicos desta prova: : *Livro Contos De Machado de Assis *Camões ( Lírica e Os Lusíadas) TEXTO PARA A QUESTÃO 1 No dia seguinte, estando na repartição, recebeu Camilo este bilhete de Vilela: "Vem já, já, à nossa casa; preciso falar-te sem demora." Era mais de meio-dia. Camilo saiu logo; na rua, advertiu que teria sido mais natural chamá-lo ao escritório; por que em casa? Tudo indicava matéria especial, e a letra, fosse realidade ou ilusão, afigurou-se-lhe trêmula. Ele combinou todas essas cousas com a notícia da véspera. Vem já, já, à nossa casa; preciso falar-te sem demora, repetia ele com os olhos no papel. Imaginariamente, viu a ponta da orelha de um drama [...] De caminho, lembrou-se de ir a casa; podia achar algum recado de Rita, que lhe explicasse tudo. Não achou nada, nem ninguém. Voltou à rua, e a idéia de estarem descobertos parecia-lhe cada vez mais verossímil; era natural uma denúncia anônima, até da própria pessoa que o ameaçara antes; podia ser que Vilela conhecesse agora tudo. [...] Camilo ia andando inquieto e nervoso. Não relia o bilhete, mas as palavras estavam decoradas, diante dos olhos, fixas, ou então, o que era ainda pior, eram-lhe murmuradas ao ouvido, com a própria voz de Vilela. "Vem já, já, à nossa casa; preciso falar-te sem demora." Ditas assim, pela voz do outro, tinham um tom de mistério e ameaça. Vem, já, já, para quê? [...] (Machado de Assis, "A Cartomante") 1ª QUESTÃO: Com base no trecho acima e na leitura integral do conto A cartomante, responda: A) O protagonista sente-se angustiado e medroso, diante de uma situação inesperada e desagradável, a ponto de ver nela "a ponta da orelha de um drama". A que drama se refere Camilo? Transcreva passagens que comprovem sua resposta. B) Que frase repetida várias vezes indica sua preocupação? 2ª Prova Substitutiva/Literatura/Regiane/1º ano/pág:1

TEXTO PARA AS QUESTÕES 2 E 3 Mas um velho, de aspeito venerando (aparência) Que ficava nas praias, entre a gente, Postos em nós os olhos, meneando Três vezes a cabeça, descontente, A voz pesada um pouco alevantando, Que nós no mar ouvimos claramente, C'um saber só de experiências feito, Tais palavras tirou do experto peito: experiente Ó glória de mandar, ó vã cobiça Desta vaidade, a quem chamamos Fama! Ó fraudulento gosto, que se atiça C'uma aura popular, que honra se chama! Que castigo tamanho e que justiça Fazes no peito vão que muito te ama! Que mortes, que perigos, que tormentas, Que crueldades neles exp'rimentas! 2ª QUESTÃO: A descrição que se faz do Velho do Restelo: A) utiliza-se de um conjunto de clichês na caracterização pejorativa dos idosos. B) vale-se de elementos que indicam tratar-se de uma personagem excluída de seu meio social. C) usa elementos que não têm relação com as atitudes da personagem. D) ajuda a tornar convincentes as ideias da personagem. E) emprega adjetivos que o igualam a Vasco da Gama e seus navegantes. 3ª QUESTÃO: De acordo com o texto: A) o Velho do Restelo estava na companhia do narrador e demais navegantes. B) o Velho, de "aspeito venerando", era uma pessoa fútil, pois se preocupava com aparências. C) o episódio se passa no momento em que os navegantes e o Velho ainda estão na praia, prestes a embarcar. D) o Velho do Restelo acha que quem ama sofre muitos castigos e tormentas. E) a "honra", no sentido presente no texto, corresponde a um desejo frívolo, sem valor, cujo estímulo é a aprovação popular. LEIA O TRECHO PARA AS QUESTÕES 4 E 5 E através dos anos, por meio de outros amores,mais efetivos e longos, nenhuma sensação achou igual à daquele domingo na Rua da Lapa, quando ele tinha quinze anos. (Machado de Assis, "Uns Braços") 4ª QUESTÃO: Na tarde de domingo a que se refere o texto, ocorreram fatos ligados aos dois protagonistas do conto "Uns Braços", mas que cada um deles em parte ignora. Que fatos são esses? a) As angústias e os desejos frustrados de Inácio. b) As desconfianças de Borges e seus planos de mandar Inácio embora. c) O sonho de Inácio e o beijo de D. Severina. d) Os olhares furtivos de Inácio e as apreensões de D. Severina. e) A decisão de D. Severina de fugir com Inácio e o plano deste para matar Borges. 2ª Prova Substitutiva/Literatura/Regiane/1º ano/pág:2

5ª. QUESTÃO: No trecho transcrito, ocorre zeugma, ou seja, um termo foi suprimido por ser desnecessária a sua repetição. Que termo é esse? a) Idade. b) Igual. c) Ele. d) Sensação. e) Amores. 6ª Questão: Com base no nosso estudo, explique: A) Medida velha B) Medida nova C) Duas características da lírica de Camões TEXTO PARA A QUESTÃO 7 UNS BRAÇOS Havia cinco semanas que ali morava, e a vida era sempre a mesma, sair de manhã com o Borges, andar por audiências e cartórios, correndo, levando papéis ao selo, ao distribuidor, aos escrivães, aos oficiais de justiça. Voltava à tarde, jantava e recolhia-se ao quarto, até a hora da ceia; ceava e ia dormir. (...) Cinco semanas de solidão, de trabalho sem gosto, longe da mãe e das irmãs; cinco semanas de silêncio, porque ele só falava uma ou outra vez na rua; em casa, nada. Deixe estar, pensou ele um dia fujo daqui e não volto mais. Não foi; sentiu-se agarrado e acorrentado pelos braços de D. Severina. Nunca vira outros tão bonitos e tão frescos. A educação que tivera não lhe permitira encará-los logo abertamente, parece até que a princípio afastava os olhos, vexado. Encarou-os pouco a pouco, ao ver que eles não tinham outras mangas, e assim os foi descobrindo, mirando e amando. No fim de três semanas eram eles, moralmente falando, as suas tendas de repouso. Agüentava toda a trabalheira de fora, toda a melancolia da solidão e do silêncio, toda a grosseria do patrão, pela única paga de ver, três vezes por dia, o famoso par de braços. Naquele dia, enquanto a noite ia caindo e Inácio estirava-se na rede (não tinha ali outra cama), D. Severina, na sala da frente, recapitulava o episódio do jantar e, pela primeira vez, desconfiou alguma cousa. Rejeitou a ideia logo, uma criança! Mas há ideias que são da família das moscas teimosas: por mais que a gente as sacuda, elas tornam e pousam. Criança? Tinha quinze anos; e ela advertiu que entre o nariz e a boca do rapaz havia um princípio de rascunho de buço. Que admira que começasse a amar? E não era ela bonita? Esta outra ideia não foi rejeitada, antes afagada e beijada. E recordou então os modos dele, os esquecimentos, as distrações, e mais um incidente, e mais outro, tudo eram sintomas, e concluiu que sim. 7ª QUESTÃO- (UNIFESP-SP): Analise as duas ocorrências: "...uma criança!" "Criança?" 2ª Prova Substitutiva/Literatura/Regiane/1º ano/pág:3

Essas duas passagens mostram que: A) tanto os sentimentos de D. Severina como a sua razão lhe mostravam que Inácio era ainda muito jovem para se dar às questões do amor. B) havia duas vozes na consciência de D. Severina: uma lhe proibia o desejo; outra o mostrava como possibilidade. C) D. Severina via Inácio como uma criança apenas, o que a perturbava muito, por sentir-se atraída por ele. D) D. Severina rejeitava qualquer possibilidade de uma relação com Inácio, já que não nutria nenhum sentimento pelo rapaz. E) havia um embate entre a consciência e a educação de D. Severina, o qual a impedia de aceitar o amor do rapaz. TEXTO PARA A QUESTÃO 8 No mar, tanta tormenta e tanto dano, Tantas vezes a morte apercebida; Na terra, tanta guerra, tanto engano. Tanta necessidade aborrecida! Onde pode acolher-se um fraco humano, Onde terá segura a curta vida, Que não se arme e se indigne o Céu sereno Contra um bicho da terra tão pequeno? (Os Lusíadas) 8ª QUESTÃO: Nesta estrofe, Camões: A) exalta a coragem dos homens que enfrentam os perigos do mar e da terra. B) considera quanto o homem deve confiar na Providência divina, que o ampara nos riscos e adversidades. C) lamenta a condição humana ante os perigos, sofrimentos e incertezas da vida. D) propõe uma explicação a respeito do destino do homem. E) classifica o homem como um bicho da terra, dada a sua agressividade. TEXTO PARA A QUESTÃO 9 "Quando da bela vista e doce riso, tomando estão meus olhos mantimento,1 tão enlevado sinto o pensamento que me faz ver na terra o Paraíso. Tanto do bem humano estou diviso,2 que qualquer outro bem julgo por vento; assi, que em caso tal, segundo sento,3 assaz de pouco faz quem perde o siso. Em vos louvar, Senhora, não me fundo,4 porque quem vossas cousas claro sente, sentirá que não pode merecê-las. Que de tanta estranheza sois ao mundo, que não é d'estranhar, Dama excelente, que quem vos fez, fizesse Céu e estrelas." (Camões) 2ª Prova Substitutiva/Literatura/Regiane/1º ano/pág:4

VOCABULÁRIO: 1 Tomando mantimento - tomando consciência. 2 Estou diviso - estou separado, apartado. 3 Sento - sinto. 4 Não me fundo - não me empenho. 9ª QUESTÃO: Com base no soneto acima: A) Caracterize brevemente a concepção de mulher que este soneto apresenta. B) Aponte duas características desse soneto que o filiam ao Classicismo, explicando-as sucintamente. TEXTO PARA AS QUESTÕES 10 E 11 A aflição do egrégio Simão Bacamarte é definida pelos cronistas itaguaienses como uma das mais medonhas tempestades morais que têm desabado sobre o homem. Mas as tempestades só aterram os fracos; os fortes enrijam-se contra elas e fitam o trovão. Vinte minutos depois alumiou-se a fisionomia do alienista de uma suave claridade. "Sim, há de ser isso", pensou ele. Isso é isto. Simão Bacamarte achou em si os característicos do perfeito equilíbrio mental e moral; pareceu-lhe que possuía a sagacidade, a paciência, a perseverança, a tolerância, a veracidade, o vigor moral, a lealdade, todas as qualidades enfim que podem formar um acabado mentecapto. Duvidou logo, é certo, e chegou mesmo a concluir que era ilusão; mas sendo homem prudente, resolveu convocar um conselho de amigos, a quem interrogou com franqueza. A opinião foi afirmativa. Nenhum defeito? Nenhum, disse em coro a assembléia. Nenhum vício? Nada. Tudo perfeito? Tudo. Não, impossível, bradou o alienista. Digo que não sinto em mim essa superioridade que acabo de ver definir com tanta magnificência. A simpatia é que vos faz falar. Estudo-me e nada acho que justifique os excessos da vossa bondade. A assembléia insistiu; o alienista resistiu; finalmente o padre Lopes explicou tudo com este conceito digno de um observador: Sabe a razão por que não vê as suas elevadas qualidades, que aliás todos nós admiramos? É porque tem ainda uma qualidade que realça as outras: - a modéstia. Era decisivo. Simão Bacamarte curvou a cabeça, juntamente alegre e triste, e ainda mais alegre do que triste. Ato contínuo, recolheu-se à Casa Verde. Em vão a mulher e os amigos lhe disseram que ficasse, que estava perfeitamente são e equilibrado: nem rogos nem sugestões nem lágrimas o detiveram um só instante. A questão é científica, dizia ele; trata-se de uma doutrina nova, cujo primeiro exemplo sou eu. Reúno em mim mesmo a teoria e a prática. (O Alienista, Machado de Assis) 10ª QUESTÃO: Simão Bacamarte se recolhe à Casa Verde: A) para alcançar uma cura milagrosa. B) por reunir em si a ciência e a loucura. 2ª Prova Substitutiva/Literatura/Regiane/1º ano/pág:5

C) porque ameaçava a segurança pública. D) posto que desconfiava das opiniões alheias. E) pois contaminaria as pessoas com sua loucura. 11ª. QUESTÃO: Assinale V ou F, conforme sejam verdadeiras ou falsas as afirmações. ( ) A compreensão do que é perfeito equilíbrio é a mesma para Simão Bacamarte e para a mulher e os amigos. ( ) As reações de Simão Bacamarte, nas passagens "alumiou-se a fisionomia do alienista de uma suave claridade" e "curvou a cabeça mais alegre do que triste" têm como causa, respectivamente, a descoberta e a confirmação do que ele buscava. ( ) A doutrina nova é resultado de uma pesquisa, na qual sujeito e objeto são o próprio Simão Bacamarte. A seqüência correta é: a) F - V - V. b) F - V - F. c) F - F - V. d) V - F - F. e) V - F - V. 12ª QUESTÃO: Leia a seguinte passagem do "Conto de escola", de Machado de Assis. (...) E lá fora, no céu azul, por cima do morro, o mesmo eterno papagaio, guinando a um lado e outro, como se me chamasse a ir ter com ele. Imaginei-me ali, com os livros e a pedra embaixo da mangueira, e a pratinha no bolso das calças, que eu não daria a ninguém, nem que me serrassem; guardá-la-ia em casa, dizendo a mamãe que a tinha achado na rua. Para que me não fugisse, ia-a apalpando, roçando-lhe os dedos pelo cunho, quase lendo pelo tacto a inscrição, com uma grande vontade de espiá-la. A) Como o narrador personagem conseguiu a pratinha que estava em seu bolso? B) Qual o destino final da pratinha? 2ª Prova Substitutiva/Literatura/Regiane/1º ano/pág:6