COLÉGIO XIX DE MARÇO excelência em educação
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- Igor Pacheco Câmara
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1 COLÉGIO XIX DE MARÇO excelência em educação 2ª PROVA PARCIAL DE LITERATURA Aluno(a): Nº Ano: 1º Turma: Data: 11/06/2011 Nota: Professora: Regiane Valor da Prova: 40 pontos Assinatura do responsável: Orientações gerais: 1) Número de questões desta prova: 12 2) Valor das questões: Abertas (4): 6,0 pontos cada. Fechadas (8): 2,0 pontos cada. 3) Provas feitas a lápis ou com uso de corretivo não têm direito à revisão. 4) Aluno que usar de meio ilícito na realização desta prova terá nota zerada e conceituação comprometida. 5) Tópicos desta prova: - Cancioneiro geral; - Mito da caverna; - Camões; - Contos de machado de Assis ( A cartomante, Uns braços, O alienista, Conto de escola) 1ª. Questão: Sobre a poesia palaciana, assinale a alternativa falsa: a) É mais espontânea que a poesia trovadoresca, pela superação da influência provençal, pela ausência de normas para a composição poética e pelo retorno à medida velha. b) A poesia, que no trovadorismo era canto, separa-se da música, passando a ser fala. Destina-se à leitura individual ou à recitação, sem o apoio de instrumentos musicais. c) A diversidade métrica da poesia trovadoresca foi praticamente reduzida a duas medidas: os versos de 7 sílabas métricas (redondilhas menores). d) A utilização sistemática dos versos redondilhas denominou-se medida velha, por oposição à medida nova, denominação que recebemos os versos decassílabos, trazidos da Itália por Sá de Miranda, em e) A poesia palaciana foi compilada em 1516, por Garcia de Resende, no Cancioneiro Geral, antologia que reúne 880 composições, de 286 autores, dos quais 29 escreviam em castelhano. Abrange a produção poética dos reinados de D. Afonso V, de D. João II e de D. Manuel I O Venturoso. 2ª. Questão: (FUVEST-SP) "Quando da bela vista e doce riso, tomando estão meus olhos mantimento,1 tão enlevado sinto o pensamento que me faz ver na terra o Paraíso. Tanto do bem humano estou diviso, 2 que qualquer outro bem julgo por vento; assi, que em caso tal, segundo sento, 3 assaz de pouco faz quem perde o siso. Em vos louvar, Senhora, não me fundo, 4 porque quem vossas cousas claro sente, sentirá que não pode merecê-las. Que de tanta estranheza sois ao mundo, que não é d'estranhar, Dama excelente, que quem vos fez, fizesse Céu e estrelas." (Camões) Notas: 1 Tomando mantimento - tomando consciência. 2 Estou diviso - estou separado, apartado. 3 Sento - sinto. 4 Não me fundo - não me empenho. 2ª P.P. / Literatura/ Regiane /1º / pág : 1
2 Com base no soneto acima: a) Caracterize brevemente a concepção de mulher que este soneto apresenta. b) Aponte duas características desse soneto que o filiam ao Classicismo, explicando-as sucintamente. 3ª Questão: (UFV) Sobre a narrativa machadiana A Cartomante, apenas NÃO se pode afirmar que: a) a personagem Rita, ao concluir que havia muita coisa misteriosa e verdadeira neste mundo, traduz vulgarmente a sentença de Hamlet, o famoso herói shakespeareano: há mais coisa no céu e na terra do que sonha a nossa vã filosofia. b) o desfecho de A Cartomante é trágico e seus personagens, Vilela, Camilo e Rita, formam o típico triângulo amoroso de grande parte das obras do período realista. c) a personagem Rita mostra-se descrente em relação às premonições da cartomante, opondo-se ao comportamento de Camilo, extremamente supersticioso e obcecado por bruxarias. d) a ironia machadiana reflete-se, sobretudo, nos momentos finais do texto, pelo contraste entre as profecias otimistas da cartomante e o destino cruel dos amantes Rita e Camilo. e) a narrativa A Cartomante retrata uma situação de adultério e confirma a tendência realista para destruir e ridicularizar o casamento romântico. 4ª Questão: A obra de Fernão Lopes tem um caráter: a) Puramente científico, pelo tratamento documental da matéria histórica; b) Essencialmente estético pelo predomínio do elemento ficcional; c) Basicamente histórico, pela fidelidade à documentação e pela objetividade da linguagem científica; d) Histórico-literário, aproximando-se do moderno romance histórico, pela fusão do real com o imaginário. e) Histórico-literário, pela seriedade da pesquisa histórica, pelas qualidades do estilo e pelo tratamento literário, que reveste a narrativa histórica de um tom épico e compõe cenas de grande realismo plástico, além do domínio da técnica dramática de composição. 5ª Questão: Leia a seguinte passagem do "Conto de escola", de Machado de Assis. (...) E lá fora, no céu azul, por cima do morro, o mesmo eterno papagaio, guinando a um lado e outro, como se me chamasse a ir ter com ele. Imaginei-me ali, com os livros e a pedra embaixo da mangueira, e a pratinha no bolso das calças, que eu não daria a ninguém, nem que me serrassem; guardá-la-ia em casa, dizendo a mamãe que a tinha achado na rua. Para que me não fugisse, ia-a apalpando, roçando-lhe os dedos pelo cunho, quase lendo pelo tacto a inscrição, com uma grande vontade de espiá-la. (Machado de Assis, "Várias histórias. Obra completa", v. II. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1979, p ). 2ª P.P. / Literatura/ Regiane /1º / pág : 2
3 a) Como o narrador personagem conseguiu a pratinha que estava em seu bolso? b) Qual o destino final da pratinha? c) Nessa passagem, há uma oposição entre o espaço da rua ("Lá fora, no céu azul") e o espaço em que acontece a ação, oposição que também comparece no início e no final do conto. Em que medida tal oposição contribui para caracterizar a personagem que narra? 6ª Questão: Chamava-se Raimundo este pequeno, e era mole, aplicado, inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas em reter aquilo que a outros levava apenas trinta ou cinquenta minutos; vencia com o tempo o que não podia fazer logo com o cérebro. Reunia a isso um grande medo ao pai. Era uma criança fina, pálida, cara doente; raramente estava alegre. Entrava na escola depois do pai e retirava-se antes. O mestre era mais severo com ele do que conosco. (Machado de Assis, "Conto de Escola") Quanto aos processos de composição do texto, podemos dizer que, no trecho transcrito, estão presentes os seguintes elementos: a)narração em terceira pessoa, com predominância da descrição física e psicológica da personagem. b)narração em primeira pessoa, com predominância da descrição psicológica. c)apenas a caracterização física e psicológica, acrescida da descrição do que a personagem faz, pensa e sente. d)descrição da personagem com interferência da dissertação reflexiva do autor, o que constitui uma digressão muito comum em Machado de Assis. e)narração em terceira pessoa, descrição e dissertação reflexiva. 7ª Questão: Com base em nosso estudo, responda: a) O que é medida velha? b)o que é medida nova? 2ª P.P. / Literatura/ Regiane /1º / pág : 3
4 c) O que é redondilho maior? d) O que é redondilho menor? 8ª Questão: (UNIFESP-SP) UNS BRAÇOS Havia cinco semanas que ali morava, e a vida era sempre a mesma, sair de manhã com o Borges, andar por audiências e cartórios, correndo, levando papéis ao selo, ao distribuidor, aos escrivães, aos oficiais de justiça. Voltava à tarde, jantava e recolhia-se ao quarto, até a hora da ceia; ceava e ia dormir. (...) Cinco semanas de solidão, de trabalho sem gosto, longe da mãe e das irmãs; cinco semanas de silêncio, porque ele só falava uma ou outra vez na rua; em casa, nada. Deixe estar, pensou ele um dia fujo daqui e não volto mais. Não foi; sentiu-se agarrado e acorrentado pelos braços de D. Severina. Nunca vira outros tão bonitos e tão frescos. A educação que tivera não lhe permitira encará-los logo abertamente, parece até que a princípio afastava os olhos, vexado. Encarou-os pouco a pouco, ao ver que eles não tinham outras mangas, e assim os foi descobrindo, mirando e amando. No fim de três semanas eram eles, moralmente falando, as suas tendas de repouso. Agüentava toda a trabalheira de fora, toda a melancolia da solidão e do silêncio, toda a grosseria do patrão, pela única paga de ver, três vezes por dia, o famoso par de braços. Naquele dia, enquanto a noite ia caindo e Inácio estirava-se na rede (não tinha ali outra cama), D. Severina, na sala da frente, recapitulava o episódio do jantar e, pela primeira vez, desconfiou alguma cousa. Rejeitou a ideia logo, uma criança! Mas há ideias que são da família das moscas teimosas: por mais que a gente as sacuda, elas tornam e pousam. Criança? Tinha quinze anos; e ela advertiu que entre o nariz e a boca do rapaz havia um princípio de rascunho de buço. Que admira que começasse a amar? E não era ela bonita? Esta outra ideia não foi rejeitada, antes afagada e beijada. E recordou então os modos dele, os esquecimentos, as distrações, e mais um incidente, e mais outro, tudo eram sintomas, e concluiu que sim. No discurso indireto livre, há uma mistura das falas do narrador e da personagem, de tal modo que se torna difícil precisar os limites da fala de um e de outro. Esse tipo de discurso ocorre em: a)"no fim de três semanas eram eles, moralmente falando, as suas tendas de repouso." b)"voltava à tarde, jantava e recolhia-se ao quarto, até a hora da ceia; ceava e ia dormir." c)"deixe estar, pensou ele um dia fujo daqui e não volto mais." d)"que admira que começasse a amar? E não era ela bonita?" e)"nunca vira outros tão bonitos e tão frescos." Texto para as questões 9 e 10 A aflição do egrégio Simão Bacamarte é definida pelos cronistas itaguaienses como uma das mais medonhas tempestades morais que têm desabado sobre o homem. Mas as tempestades só aterram os fracos; os fortes enrijam-se contra elas e fitam o trovão. Vinte minutos depois alumiou-se a fisionomia do alienista de uma suave claridade. "Sim, há de ser isso", pensou ele. Isso é isto. Simão Bacamarte achou em si os característicos do perfeito equilíbrio mental e moral; pareceu-lhe que possuía a sagacidade, a paciência, a perseverança, a tolerância, a veracidade, o vigor moral, a lealdade, todas as qualidades enfim que podem formar um acabado mentecapto. Duvidou logo, é certo, e chegou mesmo a concluir que era ilusão; mas sendo homem prudente, resolveu convocar um conselho de amigos, a quem interrogou com franqueza. A opinião foi afirmativa. Nenhum defeito? Nenhum, disse em coro a assembléia. 2ª P.P. / Literatura/ Regiane /1º / pág : 4
5 Nenhum vício? Nada. Tudo perfeito? Tudo. Não, impossível, bradou o alienista. Digo que não sinto em mim essa superioridade que acabo de ver definir com tanta magnificência. A simpatia é que vos faz falar. Estudo-me e nada acho que justifique os excessos da vossa bondade. A assembléia insistiu; o alienista resistiu; finalmente o padre Lopes explicou tudo com este conceito digno de um observador: Sabe a razão por que não vê as suas elevadas qualidades, que aliás todos nós admiramos? É porque tem ainda uma qualidade que realça as outras: - a modéstia. Era decisivo. Simão Bacamarte curvou a cabeça, juntamente alegre e triste, e ainda mais alegre do que triste. Ato contínuo, recolheu-se à Casa Verde. Em vão a mulher e os amigos lhe disseram que ficasse, que estava perfeitamente são e equilibrado: nem rogos nem sugestões nem lágrimas o detiveram um só instante. A questão é científica, dizia ele; trata-se de uma doutrina nova, cujo primeiro exemplo sou eu. Reúno em mim mesmo a teoria e a prática. ASSIS, Machado de. O alienista. 9ª Questão: Simão Bacamarte se recolhe à Casa Verde: a) para alcançar uma cura milagrosa. b) por reunir em si a ciência e a loucura. c) porque ameaçava a segurança pública. d) posto que desconfiava das opiniões alheias. e) pois contaminaria as pessoas com sua loucura. 10ª Questão: Assinale V ou F, conforme sejam verdadeiras ou falsas as afirmações. ( ) A compreensão do que é perfeito equilíbrio é a mesma para Simão Bacamarte (linha 6) e para a mulher e os amigos. ( ) As reações de Simão Bacamarte, nas passagens "alumiou-se a fisionomia do alienista de uma suave claridade" e "curvou a cabeça mais alegre do que triste" têm como causa, respectivamente, a descoberta e a confirmação do que ele buscava. ( ) A doutrina nova é resultado de uma pesquisa, na qual sujeito e objeto são o próprio Simão Bacamarte. A seqüência correta é: a) F - V - V. b) F - V - F. c) F - F - V. d) V - F - F. e) V - F - V. 11ª Questão: MENINA DOS OLHOS VERDES Mote alheio Menina dos olhos verdes, Por que me não vedes? Voltas Eles verdes são, E têm por usança Na cor, esperança E nas obras, não. Vossa condição Não é d olhos verdes Porque me não vedes. costume 2ª P.P. / Literatura/ Regiane /1º / pág : 5
6 Isenções a molhos 1 Que eles dizem terdes, Não são d olhos verdes, Nem de verdes olhos. Sirvo de giolhos, E vós não me credes, Porque me não vedes. (...) (Camões) joelhos 1 Isenção a molhos: indiferença em demasia. Com base no poema acima, a) Qual a medida dos versos das estrofes que compõem as voltas? b) Faça a escansão da primeira estrofe, de modo a comprovar a resposta dada à questão anterior. c) Extraia do texto a expressão que remete à postura cavalheiresca de submissão do homem à sua amada. 12ª Questão: De acordo com as ideias de Platão, é correto concluir que a)o conhecimento pode ser verdadeiro ou falso; a opinião, por ser algo pessoal, não pode ser avaliada como verdadeira ou falsa. b)o mundo sensível o mundo apreendido por nossos sentidos é o único verdadeiro, pois é o único que podemos ver. c)tanto a luz da fogueira, no interior da caverna, como a luz do Sol podem tornar cegos os homens que buscam conhecimento. d)investigar o que conhecemos e de que modo conhecemos é também uma forma de busca de conhecimento. e)o mundo das ideias o mundo inteligível se associa ao universo religioso e aos mitos. 2ª P.P. / Literatura/ Regiane /1º / pág : 6
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