Boas Práticas na Fazenda. Controle de Antibióticos

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Transcrição:

Boas Práticas na Fazenda Controle de Antibióticos

MILK SOURCING Identificação: M-1331.302-Q Direção: MSQR DocBR Vigente desde: 01/09/09 BRASIL Referência: MSQ-BR/LG Páginas: 12 Boas Práticas na Fazenda - Controle de Antibióticos Sumário Antibióticos: uso correto é bom para todos... 4 O antibiótico na propriedade leiteira... 4 Antibióticos em vacas leiteiras... 5 O que o leite com resíduos de antibióticos provoca... 5 O que diz a legislação brasileira... 6 Causas da presença de resíduos de antibióticos no leite... 6 O que é período de carência... 7 Boas Práticas na Fazenda - Controle de Antibióticos... 7 Antibióticos na propriedade... 8 Como fazer o controle e os registros... 9 Identificação dos animais tratados... 9 Registros... 9 1) Registro para Medicamentos Indicados para Tratamento dos Animais... 9 2) Registro para Tratamento de Vacas em Lactação...10 3) Registro para Tratamento de Vaca Seca e Durante o Período Seco...11 Importante...11

Antibióticos: uso correto é bom para todos A descoberta da penicilina na década de 20 do século passado e o aprimoramento dos antibióticos trouxeram muitos benefícios à humanidade. Ao combater e controlar infecções, os antibióticos revolucionaram o tratamento de várias doenças, tornando possível a cura de muitas delas, antes consideradas mortais. Como todo medicamento, os antibióticos exigem utilização correta. Se isso não acontecer, uma das consequências é que os microrganismos que os antibióticos deveriam destruir podem se tornar mais fortes caracterizando o que os médicos chamam de resistência microbiana e o antibiótico deixa de fazer efeito. Por causa dessa resistência, os futuros tratamentos contra esses microrganismos serão mais difíceis, feitos com antibióticos mais fortes, mais tóxicos e mais caros. É por isso que os profissionais de saúde consideram que quando alguém não usa corretamente um antibiótico não faz um mal apenas para si; por contribuir para a resistência microbiana, faz mal para toda a comunidade. O antibiótico na propriedade leiteira A pecuária leiteira também se beneficia dessa poderosa arma. Assim, doenças como mastite, metrite, infecções respiratórias e do trato digestivo, entre outras, podem ser tratadas com antibióticos, permitindo que o animal recupere a boa saúde. O uso de antibióticos em animais precisa ser feito com os mesmos cuidados que os antibióticos para o ser humano. Se ele for dado ao animal sem a exata obediência à prescrição do médico-veterinário, também pode contribuir para a resistência microbiana e afetar futuros tratamentos da mesma doença, tornando inclusive necessário recorrer a antibióticos mais caros. Além disso, é importante lembrar que o antibiótico, seja qual for, distribui-se pelo organismo do animal e chega ao leite. O leite com resultado positivo para presença de resíduos de antibióticos não pode ser processado industrialmente e não pode ser consumido. Isso porque afeta o processamento industrial, contribui para a resistência microbiana e pode provocar reações alérgicas nas pessoas. Nesse aspecto, por ser um problema de saúde pública, a legislação brasileira proíbe a venda de leite com resultado positivo de resíduos, pelo produtor e pela indústria. É por isso que o produtor tem que descartar, durante o período prescrito na bula conhecido como período de carência o leite de uma vaca que recebeu antibiótico. 4

O que fazer Use somente a medicação prescrita pelo médico-veterinário. Siga estritamente a via de aplicação recomendada. Efetue o descarte do leite pelo período que determina a bula ou de acordo com a orientação do médico-veterinário. Se tiver alguma dúvida, esclareça com o médicoveterinário. Antibióticos em vacas leiteiras O que não fazer Não reutilize uma receita prescrita anteriormente, mesmo que você ache que o problema é o mesmo. Nunca associe medicamentos sem orientação do médico-veterinário. As misturas podem provocar efeito negativo (um impedir a ação do outro) ou, então, potencializar a ação e, neste caso, o período de descarte torna-se imprevisível. Só o médico-veterinário pode recomendar associações e, neste caso, torna-se responsável por elas. Nunca aceite recomendações de antibióticos de vendedores de produtos, de farmacêuticos ou de outros produtores. Apenas o médico-veterinário pode fazer as prescrições e recomendações. O que o leite com resíduos de antibióticos provoca Efeito negativo no processamento industrial. Por exemplo, os fermentos (culturas lácteas) usados na fabricação de iogurtes e queijos não se desenvolvem na presença de antibiótico, resultando em prejuízo e redução da qualidade desses produtos. Riscos para a saúde do consumidor, já que alguns antibióticos causam reações alérgicas em pessoas sensíveis. Aumento da resistência bacteriana, grave problema de saúde pública. Penalidades para o produtor, em relação ao leite fornecido. Seu relacionamento com a DPA pode ser interrompido definitivamente. Perdas econômicas para a indústria, com a destruição do leite impróprio para consumo. 5

O que diz a legislação brasileira As leis brasileiras reconhecem a importância dos antibióticos, mas proíbem terminantemente a presença desses medicamentos em produtos de origem animal. As informações sobre a proibição estão presentes na Instrução Normativa 42, de 1999, que originou o Plano Nacional de Controle de Resíduos em Produtos de Origem Animal (PNCR). Essa Instrução pode ser lida no portal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) www.agricultura.gov.br. A Instrução Normativa 51, de 2002, também trata da questão de resíduos quando define os critérios para leite cru refrigerado na propriedade rural. Causas da presença de resíduos de antibióticos no leite Na grande maioria das vezes, a presença de resíduos de antibióticos no leite se deve ao seu uso para o tratamento da mastite. Confira a seguir algumas das razões que geram resultados positivos de resíduos no leite. Não observância do período de carência do antibiótico, conforme determinado na bula do medicamento ou de acordo com a orientação do médico-veterinário. Erro ou falta de identificação do animal tratado ou na anotação dos dados de tratamento. Com isso, o leite do animal tratado vai para o tanque de resfriamento. Uso de drogas em dosagens ou esquemas de tratamento diferentes dos que foi prescrito, resultando em um período de carência inadequado. Para evitar esse problema, é indispensável seguir exatamente a prescrição do médico-veterinário. Descarte de leite apenas do quarto (teto) tratado. Lembre-se: quando um quarto é tratado, o leite de todos os quartos deve ser descartado. Vacas que têm partos antecipados e curtos períodos secos. A falha, aqui, é fazer aplicação de antibiótico para tratamento da vaca seca próximo do parto e da volta do animal à produção. Ordenha acidental de vaca em secagem. É importante identificar muito bem a vaca seca e deixá-la separada do rebanho. Se o animal recebeu antibiótico para tratamento da vaca seca, mesmo que ela continue produzindo, seu leite não pode ir para o tanque de resfriamento, devendo ser descartado. Mistura de leite com e sem resíduos. Esse problema é evitado com os registros corretos das vacas que receberam tratamento que devem ser ordenhadas separadamente e com a capacitação constante da mão de obra. 6

O que é período de carência É o tempo, estipulado pelo laboratório fabricante do medicamento, necessário para que não ocorra resultado positivo de resíduos de antibióticos, depois da última aplicação em um tratamento contra infecção (mastite, por exemplo). Esse período varia de produto para produto e de acordo com a via de aplicação (diretamente no teto, ou por meio de injeção muscular ou venosa). É importante saber que, após a aplicação do antibiótico em apenas um teto, pode ocorrer a presença de resíduos de antibiótico no leite de todos os tetos. Isso acontece porque o antibiótico é absorvido pelo sangue e chega aos demais tetos, contaminando todo o leite produzido pela vaca. Antes de tratar uma vaca com antibiótico, leia a bula, veja bem por quanto tempo o leite precisará ser descartado, use o medicamento exatamente na forma prescrita pelo médico-veterinário e esclareça qualquer dúvida com ele. Boas Práticas na Fazenda - Controle de Antibióticos Para colaborar com o produtor parceiro, a DPA lança o módulo de Controle de Antibióticos do Programa Boas Práticas na Fazenda. O módulo baseia-se na avaliação da fazenda quanto ao risco de ocorrência de resíduos no leite e adoção de ações preventivas e corretivas para reduzir esse risco. Com o módulo, todos ganham, pois os procedimentos e processos adotados contribuem para a produção de leite sem risco à saúde dos consumidores. A indústria não tem gastos com a destruição do leite contaminado. O módulo permitirá ao produtor melhorar o uso, controlar e fazer os devidos registros para evitar a presença de resultados positivos de resíduos de antibióticos no leite que fornece. E sempre que precisar, poderá ser orientado pelo supervisor de distrito leiteiro da DPA que atende sua propriedade. As propriedades estarão sujeitas a visitas de verificação que servirão para avaliar o cumprimento dos padrões do módulo e contribuir para a melhora contínua do sistema de manejo utilizado pelo produtor. 7

Cuidados indispensáveis Antibióticos na propriedade Só use medicamentos dentro do prazo de validade e com o registro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Deixe os medicamentos trancados, em lugar seguro, e separados por categorias: por exemplo, antibióticos para vacas em lactação de um lado e para vacas secas de outro (os dois têm formulações diferentes). Identifique sempre e corretamente os animais tratados. Para isso, use algo que possa ser visto à distância (por exemplo, uma fita, marcação com tinta, colar etc.). Treine muito bem a mão de obra para que ela saiba o que essa identificação visual significa e deixe claro: se alguém tiver alguma dúvida, deve procurar se orientar antes de ordenhar um animal com identificação. O leite de uma vaca que recebeu tratamento com antibiótico em hipótese alguma deve se misturar com o leite das demais vacas. A vaca tratada, cujo leite está no período de carência, deve ser ordenhada separadamente, seu leite descartado e o utensílio utilizado na ordenha precisa ser muito bem higienizado para a eliminação total de resíduos de antibióticos. Mantenha registros completos e atualizados envolvendo tratamentos com antibióticos. Esses registros devem ficar à vista de todos. Treine a mão de obra para que todos os funcionários entendam muito bem o que os registros indicam. Exija que seus funcionários realizem antes de toda ordenha os testes para detecção precoce de mastite e desenvolva treinamentos para prevenir essa doença. Mantenha em local de fácil visualização na sala de ordenha os registros dos animais em tratamento, dos quais o leite deve ser descartado. 8

Como fazer o controle e os registros O módulo Controle de Antibióticos do Programa Boas Práticas na Fazenda determina a criação de documentos que servem para controlar e registrar as ações envolvendo o uso de antibióticos na propriedade. Identificação dos animais tratados Os animais que recebem tratamento devem estar marcados e identificados quanto ao: número de brinco e às datas de tratamento e de retorno à ordenha. A marcação deve ser feita com tinta, fita ou de outra forma que permita fácil visualização, até o término do período de carência indicado. Na época das chuvas ou em locais com barro é conveniente utilizar dois métodos de identificação ao mesmo tempo. Os animais tratados devem estar identificados e em lotes separados das vacas sadias durante o período de carência do antibiótico usado. Registros O produtor irá receber, juntamente com este manual, folhas para registros, de três tipos. 1) Registro para Medicamentos Indicados para Tratamento dos Animais Os registros com essas informações devem ser guardados na pasta que acompanha este manual. Registre os medicamentos que devem ser usados na fazenda leiteira para animais com mastite, preenchendo a informação solicitada. Quando forem utilizados outros medicamentos ou tratamentos, complete novamente as informações do registro. Modelo do registro 1 Boas Práticas na Fazenda - Controle de Antibióticos Medicamentos Indicados para Tratamento dos Animais NOME DO PRODUTO (Droga/Nome comercial) TEMPO DE CARÊNCIA (Nº de ordenhas) MODO DE APLICAÇÃO DOSE RECOMENDADA ASSINATURA DO VETERINÁRIO DATA Nome completo do veterinário: CRMV: 9

2) Registro para Tratamento de Vacas em Lactação Os registros, neste caso, devem ficar presos na prancheta que acompanha este manual, e mantidos na sala de ordenha, já que servem para identificar os animais que receberam antibióticos. Depois de completados, os registros também ficam guardados na pasta. Nota: O preenchimento deve ser feito pelo responsável por realizar os tratamentos. Q1 Q2 Q3 Q4 Modelo do registro 2 TETO TRATADO MASTITE (Marque com X) Boas Práticas na Fazenda - Controle de Antibióticos Tratamento de Vacas em Lactação IDENTIFICAÇÃO DO ANIMAL (Nome ou número) Q2 Q4 Q1 Q3 Q2 Q4 Q1 Q3 Q2 Q4 Q1 Q3 Q2 Q4 Q1 Q3 TRATAMENTO DE OUTRA DOENÇA (Qual?) NOME COMERCIAL DO PRODUTO UTILIZADO DATA DO INÍCIO DO TRATAMENTO DATA DO FINAL DO TRATAMENTO PERÍODO DE CARÊNCIA DATA DE LIBERAÇÃO PARA ORDENHA 10

3) Registro para Tratamento de Vaca Seca e Durante o Período Seco Os registros que indicam a utilização de antibióticos na secagem ou após, antes do parto, também deverão ser completados e guardados na pasta que acompanha este manual. Nota: Controle a secagem da vaca ao final do período seco e observe a ocorrência de partos prematuros. Modelo do registro 3 Boas Práticas na Fazenda - Controle de Antibióticos Tratamento de Vaca Seca e Durante o Período Seco IDENTIFICAÇÃO DO ANIMAL (Nome ou número) DATA INÍCIO DO TRATAMENTO DATA FINAL DO TRATAMENTO INDICAÇÃO: SECAGEM OU NOME DA DOENÇA PRODUTO COMERCIAL TEMPO DE CARÊNCIA DATA PROVÁVEL DO PARTO Importante 1) Os registros preenchidos devem ser guardados permanentemente, já que representam a documentação que mostra a adoção das práticas corretas de controle e uso de antibióticos na propriedade. 2) Quando os registros estiverem terminando, o produtor deve solicitar nova quantidade de folhas ao supervisor de distrito leiteiro da DPA que atende a propriedade, ou acessar o site da DPA (www.dpamericas.com.br) e imprimir os registros. 11

Serviço ao Produtor de Leite DPA Av. Anhanguera, 14.841 - Setor Santos Dumont CEP 74463-350 - Goiânia, GO www.dpamericas.com.br/produtor - spl.faleconosco@br.nestle.com