Amanda Duarte. Luana Freitas. Raiane Moreira. Victória Galter

Documentos relacionados
CONSIDERAÇÕES SOBRE PL 6.787/2016: UMA ANÁLISE INSTITUCIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO. Ronado Curado Fleury Procurador-Geral do Trabalho

Relações de Trabalho (Marlene Melo, Antônio Carvalho Neto e José Francisco Siqueira Neto)

O Estado neoliberal e os direitos humanos: A ofensiva contra os direitos sociais e fortalecimento do sistema penal punitivo

TRABALHO E SISTEMAS DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

O desmonte de direitos trabalhistas e sociais em tempo de neoliberalismo. José Dari Krein Cesit/IE/UNICAMP

Campanha. Info-Segurança nº3. julho Promoção da Saude. nos Locais de Trabalho ISSN e Seguranca

produção no Brasil 3. Panorama da formalização nas MPE s 4. Políticas públicas de formalização para o segmento dos micro e pequenos empreendimentos

AS TRANSFORMAÇÕES DO TRABALHO NA SOCIEDADE INFORMACIONAL

Congresso de Fundação da Força Sindical do Distrito Federal Mercado de trabalho e negociação coletiva no DF

A EVOLUÇÃO DO EMPREGO NO PERÍODO DA LEGISLATURA

Políticas salariais em tempos de crise 2010/11

Audiência Pública: A precarização do trabalho do operador de telemarketing no Brasil.

Homem Trabalho Processo de Hominização. Transformação da Natureza. Produz. Produz o próprio homem

FLEXIBILIDADE LABORAL E AFINS. Síntese

Benedito Silva Neto Disciplina de Teorias e experiências comparadas de desenvolvimento Universidade Federal da Fronteira Sul campus Cerro Largo

UMA EUROPA MAIS JUSTA PARA OS TRABALHADORES PROGRAMA DA CES PARA AS ELEIÇÕES EUROPEIAS DE 2019 EUROPEAN TRADE UNION CONFEDERATION

RESOLUÇÃO DO SECRETARIADO NACIONAL

Qualidade de Vida no Trabalho e Meio Ambiente na Indústria Química Nilton Freitas

Marx e as Relações de Trabalho

A DISTRIBUIÇÃO FUNCIONAL DA RENDA E A ECONOMIA SOLIDÁRIA 1

Imperialismo. Estudo dos Capítulos 9 e 10 da obra Economia Política: uma introdução Crítica para o Curso de Economia Política

Eixo Temático: Política Social e Trabalho

A Agenda do Trabalho Decente no Brasil e a I CNETD

HISTORICIDADE DO MEIO 3 MEIO TÉCNICO-CIENTÍFICO-INFORMACIONAL

EFEITOS DA CRISE ECONÔMICA NA SITUAÇÃO DO TRABALHADOR DA CONSTRUÇÃO EM SÃO PAULO

REFLEXÕES A PARTIR DO FILME DOIS DIAS, UMA NOITE. Prof. Dr. Radamés Rogério Universidade Estadual do Piauí

O PROCESSO DE PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO DOS TÉCNICOS ADMINISTRATIVOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU)

Efeitos econômicos e sociais da crise no Brasil

CONSIDERAÇÕES SOBRE PLC 38/2017: UMA ANÁLISE INSTITUCIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO. Ronado Curado Fleury Procurador-Geral do Trabalho

XVII Fórum Presença ANAMT 2018

Supporting the Transition from Education to Employment of Youth at Risk. IO1 - Task 1: Current situation investigation Report in Portuguese

Alguns Dados sobre o Trabalho Intermitente no Reino Unido Marcelo Zero. 3. Contudo, os dados mostram uma realidade bem diferente.

EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO

TEMA 3 TRABALHO DESIGUAL? NOVAS FORMAS DE DESIGUALDADE E A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Controvérsias sobre reformas trabalhistas. José Pastore Universidade de São Paulo

JOSÉ DARI KREIN. "A Reforma Trabalhista: precarização do trabalho e comprometimento das fontes de financiamento da seguridade social"

A inserção do negro no mercado de trabalho no Distrito Federal

A SOCIEDADE SALARIAL EM CRISE: A NOVA QUESTÃO SOCIAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ESCOLA DE DIREITO, TURISMO E MUSEOLOGIA DEPARTAMENTO DE DIREITO

Desenvolvimento Capitalista e Questão Social. Profa. Roseli Albuquerque

Condições laborais dos emigrantes e imigrantes

Ementa. Conteúdo Programático. Eduardo Joukhadar. Apresentação. Bibliografia Básica. Printed with FinePrint - purchase at

Fluxos migratórios e estrutura da. população. IFMG - Campus Betim Professor Diego Alves de Oliveira Disciplina de Geografia - 3º Ano 2016

CIP - Europa Laboral em Síntese

Os impactos socioeconômicos da ampliação dos direitos das trabalhadoras e trabalhadores doméstios. Brasília. Maio/2011

ORÇAMENTO DO ESTADO 2018

PROPOSTA DE LEI N.º 9/XIII REDUZ O HORÁRIO DE TRABALHO PARA AS 35 HORAS SEMANAIS

ORÇAMENTO DO ESTADO 2018

09/08/2013. Educação e Trabalho como práticas sociais. Eixo III - EDUCAÇÃO, TRABALHO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: Trabalho

Análise sobre o impacto da Reforma nos trabalhadores. - Maio de D I E E S E / Rede Bancários

Subsistência do critério da atividade-fim do tomador de serviço para declarar a licitude ou ilicitude da terceirização

Mais e melhores empregos nos serviços de apoio domiciliário

O que curou o Sick man of Europe? - Agenda 2010 e as medidas Hartz!?

É a base do desenvolvimento econômico mundial. Ocorre quando há transformação em algum bem, acabado ou semiacabado;

Melhoria no mercado de trabalho não garantiu igualdade de condições às mulheres

O CAPITALISMO ESTÁ EM CRISE?

Sendo esta a minha primeira intervenção neste plenário, não poderia deixar de cumprimentar de forma

MERCADO ÚNICO DE SERVIÇOS. Paulo Simões Diretor de Serviços do Comércio, Serviços e Restauração Direção-Geral das Atividades Económicas

PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO

O mundo do trabalho ontem e hoje

INCENTIVOS FISCAIS PARA AS NOVAS TECNOLOGIAS JOZÉLIA NOGUEIRA

Nível de Atividade e Expectativas da Indústria Fluminense

A CRISE DO CAPITAL E A PRECARIZAÇÃO ESTRUTURAL DO TRABALHO

A reforma da previdência e a vida das mulheres

SALÁRIO MÍNIMO REGIONAL DO RS

Da Modernidade à Modernização. Prof. Benedito Silva Neto Teorias e experiências comparadas de desenvolvimento PPGDPP/UFFS

Professor Ronaldo Costa Barbosa

Concepção de Educação e Trabalho

TRABALHADORES EDUCANDO TRABALHADORES PARA O SOCIALISMO

Sobre esta apresentação

GRÁFICO 1 PRODUTIVIDADE DO TRABALHO NO PERÍODO E PRODUTIVIDADE MULTIFACTORIAL NO PERIODO

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E INDUSTRIALIZAÇÃO

PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 744/XIII

PROVA 1º BIMESTRE (2011) Correção das Questões

RESOLUÇÃO UGT REIVINDICA DIMENSÃO SOCIAL NO PROGRAMA DE GOVERNO

DIREITO DO TRABALHO. Noção de trabalho Formas e modelos de organização do trabalho Atualidades e perspectivas

Jeferson Oliveira Gomes 1 Lidiane Sousa Trindade 2 Aline Farias Fialho 3

A Agenda do Trabalho Decente no Brasil e a I CNETD

MULHERES TRABALHADORAS EM LUTA MERCADO DE TRABALHO: AVANÇOS E PERMANÊNCIAS BRASÍLIA, 4 DE JULHO DE 2016

SETOR DE ATIVIDADES, TAMANHO E LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA. Movimento, dinâmica, emergência e inovação influenciam? Toda empresa funciona numa rede

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar. Projeto de Lei n.º 215/XIII/1.ª

DIREITO DO TRABALHO NOÇÕES INTRODUTÓRIAS

Planos de Saúde. Unimed CNU Salvador e Região Metropolitana. Plantão de Vendas

Excelência em Auditoria e Consultoria

1ª Revolução Industrial

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar. Projeto de Lei n.º 608/XIII/3.ª. Exposição de Motivos

Reforma da Previdência prejudica mais as mulheres e beneficia os bancos

Atualização Trabalhista e Previdenciária

Observatório Pedagógico. Carlos Farinha Rodrigues

Transformações recentes no mundo do trabalho

Construção Civil Conceitos Gerais

Desenvolvimento Econômico com Oferta Ilimitada de Mão de Obra: O Modelo de Lewis (1954)

ASSISTENTE SOCIAL E SUAS CONDIÇÕES DE TRABALHO NO CAMPO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Mais de 50 propostas para tornar. As empresas mais competitivas A economia mais produtiva O País mais atrativo

2.6 Relações de Trabalho

Interfaces da Questão Social, Gênero e Oncologia

A reforma trabalhista e os servidores públicos. Cacau Pereira

Participação nos Lucros? Mas de onde vem o lucro?

MERCADO DE TRABALHO MEDICO E O MODELO ECONÔMICO VIGENTE POR Dr. JOSÉ ERIVALDER G. DE OLIVEIRA

Ricardo Antunes Giovanni Alves(1999, 2004) Lúcia Bruno (1996) Frigotto (2001) Sujeitos da EJA/Goiânia-GO (2008)

Transcrição:

Amanda Duarte Luana Freitas Raiane Moreira Victória Galter

O TRABALHO ATÍPICO E A PRECARIEDADE COMO ELEMENTO ESTRATÉGICO DETERMINANTE DO CAPITAL NO PARADIGMA PÓS-FORDISTA Nesse último decênio, vem sendo evidenciada a figura do trabalhador precarizado, enquanto marginal e suporte da produção. A indústria vem se transformando, os equipamentos, criados para melhorar a produtividade do trabalho nos processos repetitivos, vêm, na verdade, aumentando ritmos e os encargos dos trabalhadores, sem responder com iguais incrementos de salários reais ou correspondentes reduções das jornadas de trabalho.

1. A REESTRUTURAÇÃO DA EMPRESA E DO MODELO PRODUTIVO NA DENOMINADA ERA PÓS-FORDISTA Nos encontramos em um período de transição, o período da produção do consumo maciço de sistemas de produção ao da distribuição flexível. As mudanças de culturas, de esquemas intelectuais e de convicções políticas estão também vinculadas aos processos econômicos-produtivos e seus respectivos desenvolvimentos sociopolíticos e econômicos. Modificam-se, assim, continuamente os padrões de vida a partir das relações de conflito entre capital e trabalho.

2. FLEXIBILIZAÇÃO E MAL-ESTAR DO TRABALHO A nova organização capitalista do trabalho é caracterizada cada vez mais pela precariedade, pela flexibilização e desregulamentação, de maneira sem precedentes para os assalariados. É o mal-estar do trabalho, o medo de perder seu próprio posto, de não mais poder ter uma vida social e de viver apenas do trabalho e para o trabalho, com a angústia vinculada à consciência de um avanço tecnológico que não resolve as necessidades sociais. A flexibilização é considerada como uma das alternativas para combater o desemprego. Mas o que é flexibilização?

3. A LEGISLAÇÃO ATUAL NA ITÁLIA Nesse contexto, torna-se necessário analisar as recentes leis italianas em matéria de trabalho. Pela lei nº 196, de 24 de junho de 1997, (conhecida como Pacote Treu, a qual estabelece as normas em relação à promoção e à ocupação), foram inseridas as novas formas de contratação, tais como o trabalho temporário (denominado interino),as bolsas de estudo de trabalho, os estágios de aprendizado, que mudaram a característica dos estágios anteriores, o trabalho part time (de meio período), os trabalhos socialmente úteis e a formação profissional.

4. A SITUAÇÃO ATUAL DO MERCADO DE TRABALHO: EMPURRANDO PARA A PRECARIEDADE O TRABALHO ATÍPICO No trabalho atípico, são incluídas todas as prestações de serviços, porém de forma diferente da padrão, ou seja, do trabalho efetivo que possui garantias formais e contratuais, por tempo indeterminado e full-time (tempo total. O TRABALHO AUTÔNOMO (No texto se destaca que os Trabalhadores autônomos são qualificados como colaboradores ). Tratase na maioria dos casos ex-trabalhadores efetivos, que foram despedidos, que agora exerce suas atividades de forma precária, sem garantias trabalhistas, e ao trabalho por empreitada. Por trás da ILUSÃO do trabalho autônomo, de auto-empresário, de liberdade econômica e social, existe sempre uma nova de trabalho subordinado, sem normas trabalhistas, sem quaisquer garantias sociais, até pela inexistência de cobertura de seguros (de saúde, acidente, aposentadoria e outras mais).

Provoca-se dessa maneira, desemprego generalizado, de forma evidente ou camuflado, precariedade do trabalho, negociações das garantis sociais e das regras elementares do direito, em um território que se transforma em empresa social, porque é lugar de experimentação e declaração das compatibilidades da empresa. Os trabalhadores empreitados são frequentemente, jovens, pelo que informa o Ministério do Trabalho, sendo que 30,7% têm menos de 25 anos e 30,8% têm idade entre 25 e 29 anos. Todas essas novas formas de trabalho não vêm acompanhadas de novos recursos e de novos investimentos produtivos que diminuam os níveis de desemprego, nem de uma nova política de bem-estar que seja capaz de assegurar garantias adequadas aos trabalhadores prestadores de serviços precários e que se encontram em uma situação de extrema dificuldade e de incerteza. O trabalho por empreitada não é difundida apenas entre as grandes empresas, mas também nas de pequenas e média dimensão. De acordo com Vasapollo (2005), sem dúvida, a Itália encontra-se com maior índices de ocupação por trabalhadores temporários, em relação ao outros países da Europa.

Tabela 9. e 10. (p.47)

5. GOVERNO BERLUSCONI: ESTAMOS CONSTRUINDO UM PAÍS COM NÍVEIS MAIS ALTO DE FLEXIBILIZAÇÃO DO TRABALHO... E DE PRECARIEDADE E AUSÊNCIA DE DIREITOS Nos últimos anos a ocupação e a estabilidade da relação de trabalho continuam a ser o problema principal da Itália, convertida no país mais flexível da Europa. O que aconteceu foi que essa disciplina rígida foi substituída pela flexibilização da empresa, que se desenvolve de maneira desordenada, eliminando os custos com o trabalho e as garantias trabalhistas. A sociedade atual, está focada na desigualdade social, deve-se garantir mais fortemente a vigência dos seguros sociais mais importantes, como saúde, a aposentadoria, o crédito social garantido etc. O pós-fordismo, ao contrário, está provocando o fracasso do Estado social e dos salários, recriando formas de trabalho servil, semelhantes a época da escravidão e, com frequência, determinadas sob descriminação étnicas. E para o trabalhador atípico os riscos são maiores (acidentes de trabalho, enfermidades), pois, eles não recebem proteção de maneira suficiente.

POBREZA TÍPICA... DE TRABALHO ATÍPICO...DE A precariedade é um processo geral, um processo que condiciona a existência de toda a força de trabalho pósfordista. O processo de precarização do trabalho, essa experiência de incerteza comum no trabalho vivo pós- fordista, foi estabelecido por etapas, mudanças, passagens cruciais. Primeiramente, as etapas das intervenções legislativas que vêm provocando, pouco a pouco, o fracasso da edificação de todas as garantias conquistadas pelo trabalhador fordista e vêm introduzindo, de fato, a possibilidade de fazer uso da força de trabalho em um regime de flexibilização

Entre os anos de 1995 a 2001, a União Européia mesmo que tenha diminuído o percentual de pessoas com risco de completa de pobreza (passando de 17% para 15%), continua, em todo o modo, com mais de 55 milhões de pessoas ameaçadas. Entre elas, os jovens e os menores estão na categoria de maior risco, porque também muito influi a evasão escolar (na Itália, o índice de evasão escolar é de 29%, contra a média européia de 18,5%)

CONCLUSÕES A queda do modelo de democracia nos Estados Unidos. Pela primeira vez a crise do trabalho ameaça, além dos desempregados, os trabalhadores empregados. O modelo produtivo capitalista se caracteriza pelo desaparecimento da estabilidade do trabalho e da segurança econômica. Diferença entre as maneiras fordistas e a pós-fordista de trabalhar: a composição, a forma e a amaneira de organizar a força de trabalho. Enquanto no sistema fordista era necessária uma força de trabalho especializada e acostumada ao trabalho sempre igual, no sistema pós fordista existe uma solicitação de força de trabalho com um alto grau de adaptabilidade às mudanças de ritmo, de função e que esteja em compasso com o mercado.

A fragmentação do trabalho modificou a velha concepção da empresa fordista e reduziu a existência do trabalho assalariado, surgem assim as prestações de serviço, com aumento de jornadas atípicas. A diminuição dos postos de trabalho efetivo leva não apenas a uma maior precariedade, mas também à afirmação de atividades que não mais dependem da organização empresarial clássica. O desemprego acompanha a precarização do trabalho, o empresário faz da jornada de trabalho um elemento de exploração salarial, jovens e mulheres são mais atingidos, ampliação da tecnologia reduz os postos de trabalho que significa ampliação da mais-valia, monopolizada pelos lucros financeiros e que não são redistribuídos as fator trabalho.