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Transcrição:

4 D.C.F.S. DIAS et al. PRÉ-CONDICIONAMENTO DE SEMENTES DE QUIABO: EFEITOS NA QUALIDADE FISIOLÓGICA E NO POTENCIAL DE ARMAZENAMENTO 1 DENISE CUNHA FERNANDES S. DIAS, GILSON PETRÔNIO DA PAIXÃO 3, MARIA APARECIDA NOGUEIRA SEDIYAMA 4 E PAULO ROBERTO CECON 5 RESUMO - Com o objetivo de avaliar os efeitos de tratamentos de condicionamento osmótico e de hidratação-secagem na qualidade fisiológica e no potencial de armazenamento de sementes de quiabo, foi conduzido um trabalho no Laboratório de Sementes da UVF, utilizando-se três lotes de sementes do cultivar Amarelinho AG338, que foram submetidos aos seguintes tratamentos: hidratação por oito e 16 horas em água e condicionamento osmótico a 5 o C, em soluções de PEG 6000 a -0,8MPa e -1,0MPa, por 48 horas. A qualidade fisiológica das sementes foi avaliada logo após o condicionamento e após três, seis e nove meses de armazenamento pelos testes de germinação (primeira contagem e contagem final), envelhecimento acelerado e índice de velocidade de emergência das plântulas. Os tratamentos empregados apresentaram resultados semelhantes não proporcionando benefícios à germinação e à emergência das plântulas. Os tratamentos de condicionamento osmótico foram eficientes em restringir a entrada de água nas sementes de quiabo. Houve redução no vigor das sementes a partir de seis meses de armazenamento. Termos para indexação: Abelmoschus esculentus, sementes, condicionamento osmótico, qualidade fisiológica, armazenamento. PRE-CONDITIONING OF OKRA SEEDS: EFFECTS OVER PHYSIOLOGICAL QUALITY AND STORABILITY ABSTRACT - With the purpose of evaluate the effects of the osmoconditioning and hydrationdehydration treatments on physiological quality and storage potencial of okra seeds, a work was carried out. Three okra seed lots were submitte to the following treatments: hydration in water humid towel for eight and 16 hours, and osmotic conditioning at 5 o C, in PEG 6000 solutions at -0,8MPa and -1,0MPa, during 48 hours. The evaluation was made soon after conditioning and after 3, 6 and 9 months of storage, by the standard germination test (first count and final count), accelerated aging, and speed of emergence index. The treatments showed similar effects. Priming treatments were efficient in restricting seeds water uptake. Seed vigor was decreased starting from the sixth month of storage. Index terms: Abelmoschus esculentus, seeds, priming, physiological quality, storage. INTRODUÇÃO Em culturas de ciclo curto, como as hortaliças, o período de tempo compreendido entre a semeadura e a emergência das plântulas representa uma das fases críticas do ciclo 1 Aceito para publicação em 31.1.99. Prof. Adjunto do Depto. de Fitotecnia - UFV, 36571-000, Viçosa-MG; bolsista do CNPq. 3 Engº. Agrº., M.Sc., Depto. Fitotecnia - UFV. 4 Engª. Agrª., Drª., EPAMIG/CPZM, 36571-000, Viçosa-MG. 5 Prof. Titular do Depto. de Matemática - UFV. das plantas, de modo que a uniformidade e a porcentagem de emergência assumem grande importância na produção e qualidade final do produto. As sementes de quiabo (Abelmoschus esculentus (L.) Moench) apresentam tegumento impermeável à água, o que pode acarretar emergência lenta e irregular, gerando desuniformidade de plântulas no campo, que contribui para elevar o gasto de sementes. Tratamentos realizados antes da semeadura induzindo as sementes a uma emergência rápida e uniforme são desejáveis para espécies olerícolas e, em especial, para as de quiabo. Dentre estes destaca-se o condicionamento osmótico.

PRÉ-CONDICIONAMENTO DE SEMENTES DE QUIABO 5 Nesta técnica, as sementes são embebidas em uma solução osmótica de uma substância quimicamente inerte como o polietileno glicol ou manitol, hidratando-se até entrarem em equilíbrio com o potencial osmótico da solução. Desta forma, as sementes absorvem água até um nível que permita a ativação de eventos metabólicos essenciais à germinação, sem, contudo, ocorrer a emissão da raiz primária (Khan, 1991). De modo geral, o condicionamento osmótico tem se mostrado promissor para aumentar a germinação de sementes de hortaliças (Saracco et al., 1995 e Jett & Welbaum, 1996). Esta técnica também tem se mostrado benéfica para semeaduras feitas sob condições de estresse (Corbineau et al., 1994 e Jaap et al., 1996). Especificamente com sementes de quiabo, Passam & Polyzou (1997) observaram que o osmocondicionamento aumentou a germinação de apenas uma das variedades estudadas mostrando-se menos efetivo que os tratamentos de imersão em água quente e de escarificação ácida. Outro tratamento usado para se obter embebição controlada é a hidratação-secagem, que consiste na pré-embebição das sementes em água sem a presença de soluto. Neste caso, a quantidade de água absorvida pela semente é controlada pelo período de tempo em que ela permanece em contato com o substrato umedecido (Khan, 1991). Estudos têm indicado que tal tratamento pode melhorar a qualidade das sementes de várias olerícolas (Gu et al., 1993; Peñaloza & Eira, 1993 e Chiu et al., 1995). De modo geral, poucos trabalhos têm envolvido comparações entre métodos de condicionamento. Neste sentido, Murray et al. (1993) verificaram que a hidratação-secagem foi mais eficiente que o priming para acelerar a germinação de sementes de beterraba, o que também foi observado por Fujikura et al. (1993) em sementes de couve-flor. Considerando que as sementes de quiabo apresentam dureza do tegumento que contribui para uma emergência desuniforme, este trabalho teve como objetivo verificar os efeitos de tratamentos de condicionamento osmótico e de hidratação-secagem na qualidade fisiológica e no potencial de armazenamento. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi conduzido no Laboratório de Sementes do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa, de junho de 1996 a abril de 1997. Utilizaram-se três lotes de sementes de quiabo Amarelinho AG 338, com grau de umidade inicial em torno de 11%. Além da testemunha não condicionada, amostras de 50 gramas de sementes, de cada lote, foram submetidas aos seguintes tratamentos: condicionamento osmótico - as sementes foram distribuídas em camada única ao fundo de caixas gerbox contendo 30ml de solução de PEG 6000 com potenciais ajustados a -0,8MPa e a -1,0MPa, de acordo com a equação de Michel & Kaufmann (1973). As caixas foram mantidas a 5ºC, por 48 horas, período este estabelecido após testes preliminares e que não permitiu a emissão da raiz primária. Após esse período, as sementes foram lavadas com água, colocadas para secar em ambiente natural até atingirem o grau de umidade inicial, determinado em estufa a 105ºC por 4 horas (Brasil, 199); hidratação-secagem - as sementes foram colocadas sobre quatro folhas de papel toalha, umedecido com quantidade de água equivalente a três vezes o peso do substrato seco e cobertas com duas folhas de papel umedecidas na mesma proporção, dentro de caixas gerbox, as quais foram colocadas em estufa BOD a 5ºC, por oito e 16 horas. Após cada período, as sementes foram colocadas para secar em laboratório, até atingirem o grau de umidade inicial. Para cada lote foram traçadas curvas de embebição - utilizando-se 40 sementes distribuídas em caixas gerbox, contendo ao fundo duas folhas de papel toalha umedecidas com 30ml de água ou com PEG 6000 a -0,8MPa e a -1,0MPa, que foram mantidas em BOD a 5ºC. O grau de umidade das sementes, após 0,, 4, 6, 8, 10, 1 e 6 horas de embebição, foi determinado pelo método da estufa a 105 ± 3ºC/4 horas (Brasil, 199). As sementes de cada tratamento foram submetidas a testes para avaliação da qualidade, logo após o condicionamento e após 3, 6 e 9 meses de armazenamento, em sacos de papel e em ambiente natural; germinação - realizado a 5ºC, com quatro subamostras de 50 sementes e com avaliações aos quatro e nove dias, seguindo-se a metodologia descrita em Brasil (199); primeira contagem de germinação - realizada juntamente com o teste anterior e consistiu da porcentagem média de plântulas normais obtidas aos quatro dias; índice de velocidade de emergência - foram semeadas cinco subamostras de 40 sementes em caixas plásticas contendo areia esterilizada e umedecida com quantidade de água equivalente a 60% da capacidade de campo. Diariamente, durante 10 dias, procedeu-se à contagem das plântulas emergidas, sendo calculado o índice de velocidade de emergência utilizando-se a fórmula citada por Nakagawa (1994); envelhecimento acelerado - adotou-se a metodologia proposta pela AOSA (1983), com as sementes distribuídas sobre bandeja de tela de alumínio fixada no interior de um gerbox adaptado, contendo 40ml de água. Os gerbox tampados foram mantidos em BOD a 4ºC, por 48 horas e após este período, quatro subamostras de 50 sementes foram colocadas para germi-

6 D.C.F.S. DIAS et al. nar conforme método descrito acima, avaliando-se no quarto dia após a semeadura. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, em esquema fatorial 5 x 3 x 4, sendo cinco tratamentos, três lotes de sementes e quatro períodos de armaze-namento, com quatro repetições. Os dados foram submetidos a testes de normalidade, A 60 que indicaram não ser necessário a transformação em arco Y 50 ** 7,7390+ 3,001 seno. Os dados foram submetidos à análise de variância e para 40 30 a comparação entre as médias foi utilizado o teste de Tukey, a 5% 0 de probabilidade. Grau de umidade (%) 10 da raiz primária. Braccini (1996), também verificou uma melhor ilustração do padrão trifásico nas curvas de embebição de sementes de soja em água, ao passo que em PEG 6000 houve uma tendência de manter constante o grau de umidade das sementes. Água -0,8 MPa -1,0 MPa ˆ ** = X 0,051 X R = 0,96 ** Y = 9,705+ 1,3960 X 0,019 X R ** ** 3 Y = 11,344+ 1,917 X 0,070 X + 0,0018 X R = 0,99 = 0,95 RESULTADOS E DISCUSSÃO 0 0 4 6 8 10 1 14 16 18 0 4 6 Na Figura observa-se que o padrão de embebição das sementes de quiabo, tanto em água como em PEG 6000, foi diferente para os três lotes. Verifica-se que tanto a velocidade de embebição quanto o grau de umidade atingido foi menor para as sementes condicionadas em PEG a -0,8MPa e -1,0 MPa, demonstrando a eficiência desses tratamentos em restringir a absorção de água pelas sementes. Em contato com a solução de PEG, o conteúdo de água das sementes entra em equilíbrio com o potencial osmótico da solução, impedindo o avanço do processo de germinação. Verifica-se que as curvas obtidas para o lote estão mais próximas ao padrão trifásico estabelecido por Bewley & Black (1994), caracterizado por uma fase inicial de absorção rápida de água, seguida por uma fase estacionária, finalizando com um novo aumento na absorção que coincide com a emissão B 60 Grau de umidade (%) C Grau de umidade (%) 50 40 30 0 10 0 60 50 40 30 0 10 0 ** ** 3 Y = 9,9498+ 6,8074 X 0,3416 X + 0,0057 X R = 0,97 ** Y = 10,790+ 3,13 X 0,0699 X R ** Y = 10,580+,608 X 0,0517 X R = 0,97 = 0,98 0 4 6 8 10 1 14 16 18 0 4 6 ˆ Y = 7,174+ 3,076X 0,055X R = 0,94 ˆ 3 Y = 1,660 0,6708X + 0,44X 0,0067X R ˆ Y = 9,849 + 1,89X 0,0037X R = 0,95 = 0,98 0 4 6 8 10 1 14 16 18 0 4 6 Períodos de embebição (horas) FIG. 1. Curvas de embebição em água e polietileno glicol (PEG 6000), a -0,8 e -1,0MPa das sementes de quiabo dos lotes 1 (A), (B) e 3 (C).

PRÉ-CONDICIONAMENTO DE SEMENTES DE QUIABO 7 TABELA 1. Médias, em porcentagem de plântulas normais, de germinação das sementes de quiabo Amarelinho AG 338, após embebição em PEG 6000, em água e sem tratamento de embebição, em Tratamentos Lote 1 Lote Lote 3... Mês zero... PEG -0,8MPa 90,0Aa 97,5Aa 97,5Aa PEG -1,0MPa 90,5B a 98,5Aa 98,0Aa Embebição em água por 8h 89,0Ba 98,0Aa 96,5Aa Embebição em água por 16h 87,0B a 95,5Aa 99,5Aa Testemunha 88,0Ba 97,5Aa 95,0Aa... 3 meses... PEG -0,8MPa 93,0Aa 94,0Aa 94,0Aa PEG -1,0MPa 87,5B a 94,0Aa 97,5Aa Embebição em água por 8h 95,5Aa 98,5Aa 95,5Aa Embebição em água por 16h 93,0Aa 98,5Aa 98,5Aa Testemunha 90,5Aa 97,0Aa 96,0Aa... 6 meses... PEG -0,8MPa 76,5B c 85,5A c 9,0Aa PEG -1,0MPa 84,0B b c 95,0Aa b 94,0Aa Embebição em água por 8h 91,0Ba b 88,5B b c 96,5Aa Embebição em água por 16h 93,0Aa 98,5Aa 96,0Aa Testemunha 90,0Aa b 96,5Aa b 97,0Aa... 9 meses... PEG -0,8MPa 80,0C a 88,0B b 98,0Aa PEG -1,0MPa 78,0B a b 94,0Aa b 99,0Aa Embebição em água por 8h 64,0B c 93,0Aa b 97,0Aa Embebição em água por 16h 70,0B b c 99,0Aa 98,0Aa Testemunha 64,0B c 98,0Aa 95,0Aa CV (%) 5,04 Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5%. Os resultados do teste de germinação encontram-se nas Tabelas 1 e. Observa-se que não houve diferenças significativas entre os lotes e os tratamentos até os três meses de armazenamento. Efeitos benéficos dos tratamentos em relação à testemunha só foram observados após nove meses de armazenamento, para as sementes do lote 1 osmocondicionadas com PEG. Nesta época, verifica-se que o lote 1 foi inferior aos lotes e 3 em todos os tratamentos. Pelos resultados obtidos na primeira contagem de germinação (Tabelas 3 e 4) observa-se que, de modo geral, nos quatro períodos de armazenamento, as sementes do lote 1 apresentaram desempenho inferior as dos lotes e 3 em quase todos os tratamentos. O uso de PEG prejudicou a germinação das sementes dos lotes 1 e, conforme mostram os resultados obtidos após seis meses de armazenamento, sendo o tratamento a -0,8MPa inferior a testemunha. Entretanto, após nove meses de armazenamento, foram observados efeitos benéficos deste tratamento para as sementes do lote 1, que TABELA. Médias, em porcentagem de plântulas normais, de germinação das sementes de quiabo Amarelinho AG 338, após embebição em PEG 6000, em água e sem tratamento de embebição, em Tratamentos Tempo de armazenamento (mês) zero 3 6 9... Lote 1... PEG -0,8MPa 90,0A 93,0A 76,5B 80,0B PEG -1,0MPa 90,5A 87,5A 84,0 AB 78,0B Embebição em água por 8h 89,0A 95,5A 91,0A 64,0B Embebição em água por 16h 87,0A 93,0A 93,0A 70,0B Testemunha 88,0A 90,5A 90,0A 64,0B... Lote... PEG -0,8MPa 97,5A 94,0AB 85,5C 88,0BC PEG -1,0MPa 98,5A 94,0A 95,0 A 94,0A Embebição em água por 8h 98,0A 98,5A 88,5B 93,0AB Embebição em água por 16h 95,5A 98,5A 98,5A 99,0A Testemunha 96,5A 97,0A 96,5A 98,0A... Lote 3... PEG -0,8MPa 97,5A 94,5A 9,0A 98,0A PEG -1,0MPa 98,0A 97,5A 94,0 A 99,5A Embebição em água por 8h 96,5A 95,5A 96,5A 97,0A Embebição em água por 16h 99,5A 98,5A 96,0A 98,0A Testemunha 95,0A 96,0A 97,0A 95,0A CV (%) 5,04 Médias seguidas pela mesma letra na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5%. apresentaram qualidade fisiológica inferior a dos lotes e 3. De acordo com Nascimento (1998), a eficiência do condicionamento osmótico depende, dentre outros fatores, da qualidade inicial da semente. Lotes de sementes com alta qualidade fisiológica não respondem ao priming o que foi verificado para os lotes e 3. Para as sementes do lote, os tratamentos não promoveram benefícios à qualidade das sementes até os nove meses de armazenamento, quando a embebição em água por 16 horas superou a testemunha. Murray et al. (1993) verificaram que a embebição de sementes de beterraba em água por 4 horas seguida por secagem foi mais eficiente em aumentar a germinação que o uso de PEG 8000. A velocidade com que a água penetra nos tecidos das sementes apresenta um papel decisivo no sucesso da germinação. Quando a semente é colocada em contato com água pura, a embebição é muito rápida, podendo ocorrer danos às mesmas (Powell & Matthews, 1979). Braccini (1996), verificou efeito prejudicial da rápida hidratação em água pura, e observou melhor desempenho para as sementes de soja embebidas em PEG. No presente trabalho, não se verificou efeito prejudicial da embebição direta em água por oito e 16 ho-

8 D.C.F.S. DIAS et al. TABELA 3. Médias, em porcentagem de plântulas normais, na primeira contagem do teste de germinação das sementes de quiabo Amarelinho AG 338, após embebição em PEG 6000, em água e sem tratamento de embebição, em Tratamentos Lote 1 Lote Lote 3... Mês zero... PEG -0,8MPa 68,5Ba 85,0A a 88,0A a PEG -1,0MPa 70,0Ba 83,0A a 91,5A a Embebição em água por 8h 67,0Ba 89,5A a 86,4A a Embebição em água por 16h 65,5Ba 9,0A a 95,0A a Testemunha 67,0Ba 89,0A a 88,5A a... 3 meses... PEG -0,8MPa 75,0Ba 88,5A a 89,0A a PEG -1,0MPa 71,0Ba 84,0A a 90,5A a Embebição em água por 8h 73,5Ba 91,0A a 81,0ABa Embebição em água por 16h 73,5Ba 95,0A a 93,0A a Testemunha 67,5Ba 94,5A a 89,0A a... 6 meses... PEG -0,8MPa 67,5Ba 73,0AB c 85,0A a PEG -1,0MPa 7,5Ba 87,5A a b 85,0A a Embebição em água por 8h 81,0Aa 81,5A b c 9,0A a Embebição em água por 16h 81,0Ba 98,0A a 96,0A a Testemunha 79,5Ba 96,5A a 97,0A a... 9 meses... PEG -0,8MPa 60,0Ba 71,0B c 88,0A a PEG -1,0MPa 55,0Ba 87,0A a b 99,0A a Embebição em água por 8h 38,0B b 88,0A a b 95,0A a Embebição em água por 16h 8,0B b 96,0A a 94,0A a Testemunha 36,0B b 81,0A b c 88,0A a CV (%) 9,17 Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5%. TABELA 4. Médias, em porcentagem de plântulas normais, na primeira contagem do teste de germinação das sementes de quiabo Amarelinho AG 338, após embebição em PEG 6000, em água e sem tratamento de embebição, em quatro épocas de armazenamento Tratamentos Tempo de armazenamento (mês) zero 3 6 9... Lote 1... PEG -0,8MPa 68,5AB 75,0A 67,5AB 60,0B PEG -1,0MPa 70,0A 71,0A 7,5A 55,0B Embebição em água por 8h 67,0B 73,5AB 81,0A 38,0C Embebição em água por 16h 65,5B 7,5AB 81,0A 8,0C Testemunha 67,0A 67,5A 79,5A 36,0B... Lote... PEG -0,8MPa 83,0AB 88,5A 73,0B 71,0B PEG -1,0MPa 83,0A 84,0A 87,5A 87,0A Embebição em água por 8h 89,5A 91,0A 81,5A 88,0A Embebição em água por 16h 9,0A 95,0A 98,0A 96,0A Testemunha 89,0AB 94,5A 96,5A 80,0B... Lote 3... PEG -0,8MPa 88,0A 89,0A 85,0A 85,0A PEG -1,0MPa 91,5A 90,5A 89,0A 99,0A Embebição em água por 8h 86,5AB 81,0B 9,0AB 95,0A Embebição em água por 16h 95,0A 93,5A 96,0A 94,0A Testemunha 88,5A 89,0A 97,0A 88,0A CV (%) 9,17 Médias seguidas da mesma letra na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5%. ras. Nada et al. (1994) afirmam que sementes de quiabo têm como característica a embebição lenta. Os resultados obtidos no teste de envelhecimento acelerado indicam menor vigor para as sementes do lote 1 já no início do armazenamento (Tabelas 5 e 6). Não houve diferenças entre os tratamentos para as sementes do lote 1, aos nove meses, para as do lote, aos zero e seis meses, e para as do lote 3, aos seis e nove meses de armazenamento. De um modo geral, efeitos benéficos do pré-condicionamento só foram observados para as sementes de menor vigor (lote 1) logo no início do armazenamento e após três meses. Para o lote, o tratamento de embebição em água por oito horas mostrou-se superior à testemunha apenas aos nove meses de armazenamento. Nestas avaliações, o vigor das sementes embebidas em água por 16 horas foi superior ao da testemunha. Entretanto, nas avaliações feitas a partir do sexto mês de armazenamento, os efeitos benéficos deste tratamento não foram detectados. Nota-se que, aos nove meses de armazenamento, as sementes de todos os tratamentos tiveram sua qualidade fisiológica reduzida (Tabela 6). De acordo com a Tabela 7, observa-se que as sementes dos lotes e 3 apresentaram maior índice de velocidade de emergência que as do lote 1, nas A velocidade de germinação é um dos conceitos mais antigos de vigor de sementes (AOSA, 1983). Brocklehurst et al. (1984) observaram aumento na velocidade de emergência de sementes de alho porró após o condicionamento osmótico não tendo verificado, entretanto, efeito na emergência final. No presente trabalho, não houve efeito significativo dos tratamentos na porcentagem final de emergência das plântulas, de modo que só foram apresentados os resultados de velocidade de emergência (Tabela 7 e 8). No tempo de armazenamento zero, os tratamentos empregados não contribuíram para a melhoria da velocidade de emergência das sementes do lote 1. Para o lote, a embebição em água por oito horas mostrou-se benéfica enquanto que para o lote 3, maiores índices foram obtidos com o condicionamento em PEG -1,0MPa e em água por 16 horas. O uso de PEG -1,0MPa aumentou a velocidade de emergência das sementes dos lotes e 3, conforme verificado após três me-

PRÉ-CONDICIONAMENTO DE SEMENTES DE QUIABO 9 TABELA 5. Médias, em porcentagem de plântulas normais, obtidas no teste de envelhecimento acelerado de sementes de quiabo Amarelinho AG 338, após embebição em PEG 6000, em água e sem tratamento de embebição, em Tratamentos Lote 1 Lote Lote 3... Mês zero... PEG -0,8MPa 46,0B c 83,0Aa 83,0Aa b PEG -1,0MPa 50,0B b c 80,0 Aa 74,5A b Embebição em água por 8h 6,5Ba b 90,0Aa 91,0Aa Embebição em água por 16h 65,5Ba 90,5Aa 91,5Aa Testemunha 50,0B b c 90,5Aa 91,5Aa... 3 meses... PEG -0,8MPa 55,5Ca b 71,5B b 87,0Aa PEG -1,0MPa 57,0Ca b 85,5Aa b 70,0B b Embebição em água por 8h 49,0Ba b 87,5Aa 91,5Aa Embebição em água por 16h 6,0Ba 9,5Aa 88,5Aa Testemunha 43,0B b 86,0Aa b 91,0Aa... 6 meses... PEG -0,8MPa 67,5Ba 8,0Aa 88,0Aa PEG -1,0MPa 55,0Ba b 85,5Aa 85,5Aa Embebição em água por 8h 48,0C b 8,5Ba 96,0Aa Embebição em água por 16h 66,5Ba 89,5Aa 96,0Aa Testemunha 55,0Ba b 85,0Aa 96,0Aa... 9 meses... PEG -0,8MPa 30,0Ca 46,0B c 67,0Aa PEG -1,0MPa 3,0Ba 56,0A b c 56,0Aa Embebição em água por 8h 17,0Ca 77,0Aa 59,0Ba Embebição em água por 16h 1,0Ba 58,0A b c 59,0Aa Testemunha 17,0Ba 61,0A b 64,0Aa CV (%) 11,11 Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5%. ses de armazenamento (Tabela 7). Observando-se o comportamento dos três lotes durante o armazenamento (Tabela 8), verifica-se que, de modo geral, a velocidade de emergência diminuiu em todos os tratamentos após nove meses de armazenamento. Uma análise geral dos resultados indica que não houve coerência para os efeitos dos tratamentos nos três lotes estudados. Para as sementes dos lotes e 3, que apresentaram qualidade fisiológica superior as do lote 1, os tratamentos, de modo geral, não contribuíram de maneira efetiva para a melhoria do desempenho destes lotes. Já para as sementes do lote 1, de qualidade inferior, o teste de envelhecimento acelerado indicou que a embebição em água por 16 horas mostrou-se benéfica aumentando o vigor em relação à testemunha, até os três meses de armazenamento. Por outro lado, após nove meses de armazenamento, observou-se aumento na porcentagem de germinação das sementes deste lote tratadas com PEG a -0,8MPa. TABELA 6. Médias, em porcentagem de plântulas normais, obtidas no teste de envelhecimento acelerado de sementes de quiabo Amarelinho AG 338, após embebição em PEG 6000, em água e sem tratamento de embebição, em Tratamentos Tempo de armazenamento (mês) zero 3 6 9... Lote 1... PEG -0,8MPa 46,0B 55,5AB 67,5A 30,0C PEG -1,0MPa 50,0A 56,5A 55,0A 3,0B Embebição em água por 8h 6,5A 49,0A 48,0B 17,0C Embebição em água por 16h 65,5A 6,0A 66,5A 1,0B Testemunha 50,0A 43,0A 55,0A 17,0B... Lote... PEG -0,8MPa 83,0A 71,5A 8,0A 46,0B PEG -1,0MPa 80,0A 85,5A 85,5A 56,0B Embebição em água por 8h 90,0A 87,5A 8,5A 76,0A Embebição em água por 16h 90,5A 9,5A 89,5A 58,0B Testemunha 90,5A 86,0A 85,0A 61,0B... Lote 3... PEG -0,8MPa 83,0A 87,0A 88,0A 67,0B PEG -1,0MPa 74,5AB 70,0B C 85,5A 56,0C Embebição em água por 8h 91,0A 91,5A 96,0A 59,0B Embebição em água por 16h 91,5A 88,5A 96,0A 59,0B Testemunha 91,5A 91,0A 96,0A 64,0B CV (%) 11,11 Médias seguidas da mesma letra na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5%. Em sementes de quiabo são necessários até 30 dias para que a germinação se complete, período esse considerado demasiadamente longo, justificando o emprego de técnicas que acelerem a germinação. Os resultados obtidos para os três lotes mostraram que as sementes que não receberam tratamento, de modo geral, não diferiram significativamente daquelas que foram condicionadas em água ou em PEG. CONCLUSÕES! O pré-condicionamento das sementes de quiabo não proporcionou benefícios à germinação e à emergência das plântulas, sendo que os tratamentos de hidratação-secagem e de condicionamento osmótico apresentaram resultados semelhantes;! o condicionamento osmótico nos potenciais -0,8MPa e - 1,0MPa foi eficiente em restringir a germinação de sementes de quiabo;! houve redução no vigor das sementes a partir de seis meses de armazenamento.

30 D.C.F.S. DIAS et al. TABELA 7. Médias dos valores do índice de velocidade de emergência das sementes de quiabo Amarelinho AG 338, após embebição em PEG 6000, em água e sem tratamento de embebição, nas Tratamentos Lote 1 Lote Lote 3... Mês zero... PEG -0,8MPa 8,80Aa 10,07A a b 9,3Aa b PEG -1,0MPa 8,41B a b 9,8A b b 10,0Aa Embebição em água por 8h 7,13C a b 11,0A a 9,03Ba b Embebição em água por 16h 6,75B b 9,75A a b 9,97Aa Testemunha 7,44B a b 10,85A a b 7,96B b... 3 meses... PEG -0,8MPa 7,66B a 9,15A a b 9,9Aa PEG -1,0MPa 8,04B a 10,5A a 10,37Aa Embebição em água por 8h 6,87B a 8,64A b 7,75ABb Embebição em água por 16h 6,37B a 9,18A a b 9,05Aa b Testemunha 6,76Aa 7,77A b 7,88A b... 6 meses... PEG -0,8MPa 7,09B a 8,79A a 9,10Aa PEG -1,0MPa 5,80B a 8,98A a 8,90Aa Embebição em água por 8h 7,34B a 9,97A a 9,15Aa Embebição em água por 16h 7,1B a 9,35A a 10,08Aa Testemunha 7,6B a 10,0A a 9,04Aa... 9 Meses... PEG -0,8MPa 5,47B a 7,05ABa 7,45Aa PEG -1,0MPa 5,50B a 6,88ABa 7,71Aa Embebição em água por 8h 4,90B a 7,07A a 7,07Aa Embebição em água por 16h 5,17B a 6,9A a 7,31Aa Testemunha 4,75B a 7,00A a 6,99Aa CV (%) 1,46 Médias seguidas de pelo menos uma mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5%. REFERÊNCIAS AOSA - ASSOCIATION OF OFFICIAL SEED ANALYSTS. Seed vigor testing handbook. East Lansing, 1983. 88p. (Contribuition, 3). BEWLEY, J.D. & BLACK, M. Seeds: physiology of development and germination. New York: Plenum Press, 1994. 445p. BRACCINI, A.L. Relação entre potencial hídrico, condicionamento osmótico e qualidade fisiológica de sementes de soja (Glycine max (L.) Merrill). Viçosa: UFV, 1996. 135p. (Tese Doutorado). BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de sementes. Brasília: SNAD/DNDV/CLAV, 199. 365p. BROCKLEHURST, P.A.; DEARMAN, J.A. & DREW, R.L.K. Effects pf osmotic priming on seed germination and seedling growth in leek. Sci. Hortic., Amsterdam, v.4, n., p.01-10, 1984. CORBINEAU, F.; PICARD, M.A.; COME, D.; BABIK, I. & RUMPEL, J. Germinability of leek seeds and its improvement by osmopriming. Acta Horticulturae, Wageningen, n.371, p.45-5, 1994. TABELA 8. Valores médios do índice de velocidade de emergência das sementes de quiabo Amarelinho AG 338, após embebição em PEG 6000, em água e sem tratamento de embebição, em Tratamentos Tempo de armazenamento (mês) zero 3 6 9... Lote 1... PEG -0,8MPa 8,80A 7,66AB 7,09B C 5,47 C PEG -1,0MPa 8,41A 8,04A 5,80B 5,50 B Embebição em água por 8h 7,13A 6,87A 7,34A 4,90 B Embebição em água por 16h 6,75AB 6,37AB 7,1A 5,17 B Testemunha 7,44A 6,76A 7,6A 4,75 B... Lote... PEG -0,8MPa 10,07 A 9,15A 8,79A 7,05 B PEG -1,0MPa 9,8A 10,5A 8,98A 6,88 B Embebição em água por 8h 11,0A 8,64B C 9,97AB 7,074C Embebição em água por 16h 9,75A 9,18A 9,35A 6,9 B Testemunha 10,85A 7,77B 10,0A 7,00 B... Lote 3... PEG -0,8MPa 9,3A 9,9A 9,10A 7,45 B PEG -1,0MPa 10,0 A 10,37A 8,90AB 7,71 B Embebição em água por 8h 9,03A 7,75AB 9,15A 7,71 B Embebição em água por 16h 9,97A 9,05A 10,08A 7,31 B Testemunha 7,96AB 7,88AB 9,04A 6,99 B CV (%) 1,46 Médias seguidas da mesma letra na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5%. CHIU, K.Y.; WANG, C.S. & SUNG, J.M. Lipid peroxidation and peroxide-scavenging enzymes associated with accelerated aging and hydration of watermelon seeds differing in ploid. Physiol. Plant., Copenhagen, v.94, n.3, p.441-446, 1995. FUJIKURA, Y.; KRAAK, H.L.; BASRA, A.S.; KARSSEN, C.M.; COME, D. & BORBINEAU, F. Comparison of the effects on germination of osmopriming and hydropriming in cauliflower seeds. Plant Physiol. and Biochem., New York, v.3, n.4, p.101-105, 1993. GU, J.T.; KONG, X.H. & CHEN, H. Hydration-dehydration treatment for pre- and post-aging Lycopersicon esculentum Mill. seeds: physiological and biochemical changes. Acta Phytophysiologica Sinica, Beijing, v.19, n.1, p.131-136, 1993. JAAP, G.V.P.; STEVEN, P.C.G.; KRAAK, H.L. & JAN, H.W.B. Effects of pre-storage hydration treatments on germination performance, moisture content, DNA synthesis amd controlled deterioration tolerance of tomato (Lycopersicon esculentum Mill.) seeds. Seed Sci. Res., Wallingford, v.6, n.1, p.57-63, 1996. JETT, L.W. & WELBAUM, G.E. Changes in brocolli (Brassica oleracea L.) seed weight, viability, and vigour during development and following drying and priming. Seed Sci. & Technol., Zürich, v.4, n.1, p.17-137, 1996. KHAN, A.A. Preplant physiological seed conditioning. Hort. Rev., Edinburgh, v.31, n., p.131-181, 1991. MICHEL, B.E. & KAUFMANN, M.R. The osmotic potencial of polyethylene glicol 6000. Plant Physiol., Lancaster, v.51, n.5, p.914-916, 1973.

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