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Transcrição:

2 Luqman Arnold, CEO do Abbey e Emilio Botín, Presidente do Grupo Santander Londres 26/07/2004 Apresentação aos analistas da oferta de aquisição do Abbey

3 Carta do Presidente Em 2004, o Santander obteve um lucro líquido operacional de 3,136 bilhões de euros, 20,1% superior ao registrado em 2003 O dividendo total com débito ao exercício que o Conselho propõe à Assembléia Geral atinge 0,3332 euro por ação, o que representa um crescimento de 10% face ao ano anterior. O ano de 2004 foi excelente para o Grupo Santander. Todas as áreas de negócio registraram um progresso positivo e, do ponto de vista estratégico, foi concretizada com sucesso a compra do Abbey, o sexto banco do Reino Unido, colocando o Santander entre os dez maiores bancos do mundo em valorização na Bolsa. O Grupo registrou um lucro líquido operacional de 3,136 bilhões de euros, traduzindo um aumento de 20,1% face ao mesmo período do ano anterior. Este resultado reflete fortes aumentos da atividade comercial. Os créditos cresceram 18% e os recursos de clientes, 13%. Os lucros extraordinários foram canalizados para aposentadorias antecipadas e amortização de fundo de comércio. O dividendo total com débito ao exercício que o Conselho propõe à Assembléia Geral atinge 0,3332 euro por ação, o que representa um crescimento de 10% face ao ano anterior. Os titulares das novas ações do Banco, emitidas em novembro de 2004 em troca pelas ações do Abbey, recebem o terceiro e o quarto dividendo, resultando em uma distribuição total de 250 milhões de euros adicionais. Isto representa um payout de 51,5%. Estamos presentes nos mercados mais dinâmicos da Europa e países latinoamericanos e, em todos eles, nossas perspectivas de crescimento são grandes. Um grande banco europeu Na Europa, somos o primeiro banco, com 5.900 agências em 15 países. Na Espanha, a rede Santander Central Hispano é líder, impulsionada por seu dinamismo e inovação. O Banesto, com um modelo de banco sólido e eficiente, ganha, a cada ano, participação de mercado em termos de crédito face a bancos e caixas de poupança. Somados, a rede Santander e Banesto têm um share de mercado de 17,7% do total de créditos e recursos de bancos e caixas. No segmento de banco privado, o Banif consolida sua liderança com um aumento de 22% no número de clientes-alvo para o ano. Em Portugal, o Santander Totta está cumprindo seus objetivos de rentabilidade graças a seu impulso comercial e a um controle efetivo dos custos. Pela primeira vez, o Santander Totta foi o segundo banco privado de Portugal em lucros. Nos demais países da Europa, continuamos ampliando nosso negócio de banco de varejo, com aquisições na Polônia e Noruega. Já somos a primeira entidade da Europa continental neste segmento em lucros e a terceira em ativos. Contamos com 15 anos de banco de varejo na Europa. Conhecemos bem o mercado e desenvolvemos um modelo de negócio muito rentável e eficiente. Continuaremos crescendo na Europa. Apostamos num continente integrado, aberto ao exterior e competitivo. Tudo isto é fundamental para o futuro

4 Carta do Presidente desenvolvimento de nossas empresas. Um dos grandes desafios da União Européia é conseguir um mercado bancário e financeiro que seja, de fato, único e sem barreiras. A compra do Abbey A compra do Abbey é uma operação de transformação que altera profundamente o posicionamento de nosso Grupo. Coloca-nos num dos mercados mais rentáveis e atraentes do mundo, diversifica nosso risco e nos dá uma dimensão que abrirá novas oportunidades de crescimento. Com o Abbey, agregamos ao Grupo 18 milhões de clientes, 1,6 milhão de acionistas, 24 mil funcionários e uma rede de 730 agências no Reino Unido. O Abbey é uma grande operação - o segundo banco britânico em hipotecas e reconhecimento de marca. Um banco fundamentalmente de varejo, que se encaixa com perfeição em nossa estratégia de banco multilocal com enfoque na banca comercial. Sua evolução recente não reflete seu verdadeiro potencial. Nós estamos convencidos de que, com nosso modelo de negócio, tecnologia e melhores práticas comerciais, o Abbey pode vir a ser um dos melhores bancos do Reino Unido. A compra do Abbey foi possível graças à dimensão e experiência que adquirimos em nosso processo de expansão internacional nos últimos anos, assim como à solidez de nosso modelo de negócio. No entanto, a aliança com o Royal Bank of Scotland foi fundamental. Nossa participação no Conselho do Royal durante 16 anos nos deu um conhecimento muito profundo do mercado britânico. Em conseqüência da compra do Abbey, fomos obrigados a ajustar esta relação, que foi muito rentável e vantajosa para as duas partes. O resultado líquido obtido pela diferença entre os pagamentos efetuados e a liquidez recebida desde 1988 pela nossa participação do Royal atinge os 4,5 bilhões de euros, o que traduz uma rentabilidade anual acumulada (ou TIR) em 16 anos de 23,6%. Forte crescimento nos países latino-americanos 2004 foi um bom ano para os países latino-americanos, tendo registrado um crescimento econômico de 5,8%. Nosso lucro líquido na região foi de 1,595 bilhão de dólares, com fortes aumentos do negócio com clientes. No Brasil, México e Chile, mantivemos um forte impulso comercial. O crédito cresceu, em média, 25% nestes países. Cresceram também os negócios relacionados a cartões, comércio exterior, fundos de investimento e seguros, áreas em que lançamos projetos de caráter regional. A região lançou as bases para um crescimento sustentado e o Grupo Santander está preparado para contribuir com este crescimento, fomentando a bancarização nos principais países. Estamos progredindo na direção do objetivo que nos propusemos no início de 2004, que é duplicar o negócio com clientes e ganhar participação de mercado na banca comercial em três anos. O Brasil está diante da conjuntura econômica mais favorável das últimas décadas, fato que permitirá sua consolidação como o motor do crescimento da região. O Santander Banespa está em uma excelente posição para aproveitar as novas oportunidades que surgem neste mercado. Contribuição crescente dos negócios globais Os negócios globais - banca privada, gerenciamento de ativos e banca de grandes clientes -, mantêm taxas elevadas de crescimento, com uma oferta de produtos e serviços inovadores e de grande valor agregado em todos os mercados em que estamos presentes. Apesar do forte aumento da atividade em todas as áreas, o índice de morosidade do Grupo continuou caindo, registrando 1,05% (incluindo o Abbey). O índice de eficiência registrou também progressos, passando para 47,4%. A eficiência é um pilar de nossa estratégia, fundamental para garantir nossa competitividade. Pujança das ações A operação Abbey demonstrou a solidez das ações do Santander. O Grupo usou suas próprias ações para realizar a maior aquisição internacional da banca européia até a data. No início, as expectativas sobre a aquisição afetaram negativamente nossas cotações. No entanto, o mercado demorou pouco a verificar que com esta aquisição o Santander estava criando valor, e a ação valorizou-se17,7% desde seu mínimo em agosto, até o final do ano. Muitos investidores foram obrigados a reajustar seus portfólios como conseqüência desta operação e venderam ações do Santander. Mas muitos mais compraram. Nossa base de acionistas cresceu e mais que dobrou com a compra do Abbey, passando para 2,7 milhões. Este é um dos pontos fortes e uma caraterística diferenciadora deste Grupo em relação a outros bancos da nossa dimensão. Queremos prosseguir com a política de remunerar nossos acionistas com um dividendo que cresce a cada ano, graças à solidez de nosso balancete e à nossa elevada capacidade de geração de lucros. O Santander fechou o ano de 2004 com uma capitalização em Bolsa de 57,102 bilhões de euros, o que nos coloca entre as 50 maiores empresas do mundo em termos de valor em Bolsa. Governança Corporativa Para o Grupo Santander, a governança corporativa é uma vantagem competitiva e estratégica. A agência independente de classificação de governança corporativa, Deminor Rating, deu-nos a classificação mais elevada atribuída a uma instituição financeira na Europa continental. Isso confirma que o Grupo está à altura das melhores práticas internacionais em questões tão importantes como os direitos dos acionistas, o compromisso com a criação de valor, a transparência e a estrutura e o funcionamento do Conselho de Administração.

Carta do Presidente 5 Temos um Conselho excepcional. Um Conselho unitário e com uma constituição equilibrada, que inclui os melhores administradores executivos e, entre os administradores externos, presidentes de bancos e grandes empresas, assim como empresários de prestígio e sucesso profissional. Em paralelo, alguns de nossos administradores são importantes acionistas do Grupo Santander. Nosso Conselho continuou a promover iniciativas para reforçar os direitos dos acionistas e a transparência, dois pilares básicos da governança corporativa. Na última Assembléia Geral Ordinária de Acionistas foi aprovada a eliminação do limite de 100 ações para participar da Assembléia, assim como a possibilidade de exercer e delegar o voto à distância. Além disso, este ano é publicado pela primeira vez o Relatório da Comissão de Nomeações e Remunerações, que se juntará ao da Comissão de Auditoria e Compliance. Durante o ano, ingressaram no Conselho a Mutua Madrileña Automovilista, representada por Luis Rodríguez Durón e Javier Botín, ambos administradores não-independentes, e Lorde Burns, presidente do Abbey. Por outro lado, em nome do Conselho desejo reconhecer a contribuição das pessoas que deixaram de ser administradores. Jaime Botín, administrador do Banco Santander desde 1960 e, depois, administrador e 1º vice-presidente do Banco Santander Central Hispano, decidiu abandonar o Conselho por razões pessoais. Nestes 44 anos, Jaime Botín desenvolveu um trabalho de enorme importância para o Banco. António Champalimaud faleceu em 8 de maio, após quatro anos em nosso Conselho. José Manuel Arburúra, administrador externo desde 1999, e Juan Abelló, administrador externo desde 2002, demitiram-se por razões pessoais. Sir George Mathewson, presidente do Royal Bank of Scotland, deixou o Conselho após a compra do Abbey, ao final de três anos como administrador. Todos eles contribuíram para nosso Conselho com uma visão de futuro e com um profundo conhecimento do setor financeiro e empresarial. Quero deixar aqui registrado meu agradecimento e o de todo o Conselho por sua contribuição. Responsabilidade Social Corporativa Na Memória de Responsabilidade Social Corporativa são apresentados detalhes sobre nossas ações e nosso compromisso com os acionistas, os clientes, os funcionários, a sociedade em seu conjunto e o ambiente. O investimento total do Grupo em projetos de Responsabilidade Social Corporativa em 2004 foi de 84,4 milhões de euros, 2,7% do lucro líquido operacional. Nossa prioridade, no âmbito da ação social, é o ensino superior. O projeto Santander Universidades é atualmente uma aliança sem precedentes à escala mundial, entre uma empresa e o mundo universitário. Em 2004, aumentamos para 409 o número de convênios de colaboração com universidades na Espanha, em Portugal e nos países latinoamericanos, e para 812 as universidades que integram o Portal Universia. Nova sede corporativa O Grupo inaugurou sua nova sede corporativa, a Cidade Grupo Santander, no município madrilenho de Boadilla del Monte. Foram transferidas 6.500 pessoas dos serviços centrais do Grupo. Esta Cidade é muito mais que uma nova sede: é um reflexo de que somos uma empresa líder, moderna e internacional. O custo da Cidade Grupo Santander, 550 milhões de euros, é financiado com a venda dos diversos edifícios de escritórios antes ocupados pelos serviços centrais do Grupo, em Madri. O futuro O setor financeiro enfrenta muitos desafios resultantes da concorrência, estreitamento das margens, globalização e obrigação de responder às necessidades cada vez mais complexas dos clientes. No Santander, temos tudo o que é necessário para enfrentar estes desafios. Temos um modelo de negócio de sucesso comprovado nos países europeus e latino-americanos, que será também aplicado no Abbey. Os pilares deste modelo são o enfoque na banca comercial, diversificação, eficiência, prudência nos riscos e pujança do balancete. A tudo isso acrescentamos um estilo de gerenciamento flexível que nos permite aproveitar as oportunidades, adaptando-nos facilmente aos países em que operamos, assim como às mudanças e aos novos desafios. Além disso, poucos bancos no mundo têm a presença geográfica do Grupo Santander, com 63 milhões de clientes nos países mais dinâmicos e atraentes da Europa e países latino-americanos, áreas que constituem um mercado potencial de 800 milhões de pessoas. Em todos estes países somos muito mais que um banco. Assumimos um compromisso com as sociedades, contribuindo para a promoção do ensino universitário, além de desenvolver outras ações de âmbito cultural, econômico e educativo. Possuímos um Conselho de Administração com idéias muito claras e orientado para a criação de valor para nossos acionistas. Com a operação Abbey, ele demonstrou novamente a visão, a capacidade de decisão e uma estratégia muito sólida e coerente com nossos valores. Em paralelo, temos a melhor equipe de profissionais. A eles agradeço sua dedicação e seu esforço. Nossa ambição é que as 126 mil pessoas que trabalham no Santander sejam as mais preparadas e motivadas do setor financeiro, com carreiras profissionais de sucesso e um adequado equilíbrio entre as vidas pessoal e laboral. Com tudo isto, o Grupo Santander conseguirá consolidar sua posição nos primeiros lugares da banca mundial para, a partir desta condição, proporcionar uma rentabilidade crescente a nossos acionistas. Emilio Botín Presidente

6 Alfredo Sáenz 2º Vice-Presidente e Administrador Delegado Ignacio Benjumea Secretário-Geral e do Conselho

7 Carta do Administrador Delegado O resultado de 2004 nos coloca diante do melhor exercício da história do Santander Um novo recorde em lucros, o impulso de projetos e a aquisição do Abbey constituem três feitos fundamentais. Em 2004, continuamos no caminho do crescimento iniciado em 2003. O lucro líquido operacional do Grupo aumentou 20,1%, até atingir 3,136 bilhões de euros, o maior valor alcançado pelo Grupo em sua história. Conseguimos isso com um crescimento sólido e de qualidade, pois orientamos a totalidade das maisvalias extraordinárias obtidas para saneamentos extraordinários. O lucro se apóia em itens mais recorrentes da conta de resultados e no bom comportamento das áreas de negócio operacionais. Em todas elas, houve um aumento da margem de exploração. As unidades de varejo na Europa e nos países latino-americanos demonstram uma notável expansão de sua atividade comercial e dos volumes administrados. As áreas globais juntam sua contribuição direta aos resultados do Grupo: uma crescente geração de receitas e comissões cedidas às redes comerciais. Estes crescimentos foram acompanhados de significativas melhorias em termos de eficácia, produtividade, rentabilidade do capital e qualidade do risco. Nesta evolução tiveram um impacto muito positivo as ações desenvolvidas no âmbito do Plano i-06 que, em 2004, foi revisto e adaptado à nova conjuntura e aos requisitos de cada uma das unidades, estabelecendo objetivos ainda mais ambiciosos a médio prazo. Promovemos também projetos tecnológicos e comerciais que nos permitirão continuar melhorando no futuro. No primeiro caso, iniciamos a implantação da plataforma tecnológica Partenón na Rede Santander Central Hispano e avançamos no novo modelo de gerenciamento de tecnologia nos países latino-americanos. No âmbito comercial, desenvolvemos planos locais nos países latino-americanos e conjuntos entre áreas globais e redes comerciais. Os notáveis crescimentos do ano em todas as áreas atestam nossa boa administração. O Grupo Santander ajustou esta evolução favorável do negócio à oferta de aquisição do Abbey. Com esta operação melhoramos nossa posição estratégica global, nossa diversificação de receitas e reduzimos o perfil de risco. Esta compra é um importante desafio para o Grupo, mas também é uma oportunidade formidável que nos oferece grandes expectativas de crescimento para os próximos exercícios. Banca Comercial Europa: mais de 2 bilhões de euros de lucro O lucro líquido operacional da Banca Comercial Europa totalizou 2,129 bilhões de euros, 20,4% acima do obtido em 2003. Este crescimento foi resultado do forte aumento da atividade e de nosso modelo de negócio concentrado no crescimento das receitas com custos reduzidos e com um aperfeiçoamento contínuo de produtividade e eficiência. São três os destaques do ano. O primeiro é que o aumento do lucro se baseia nos resultados mais recorrentes, como demonstra um crescimento da margem de exploração do conjunto da área de 17,7%. O segundo, a consistência e diversificação deste crescimento. As quatro unidades que constituem esta área aumentaram para taxas claramente superiores a 10% em termos de margem de exploração e lucro. E o terceiro, a tendência favorável dos resultados.

8 Carta do Administrador Delegado O último trimestre foi recorde em todas as margens da conta e no lucro líquido operacional. Na Espanha, as duas marcas, Santander Central Hispano e Banesto, aumentaram de forma acentuada seu nível de receitas, o que, somado ao controle de custos, proporcionou crescimentos de 12% e 24%, respectivamente, no lucro líquido operacional conferido ao Grupo. Estes crescimentos assentam-se em um aumento do crédito proporcionado pelo sistema bancário. Sua evolução foi muito favorável em hipotecas e no segmento de empresas, em especial microempresas e PyMEs, segmentos chave para futuros exercícios. Uma conjuntura mais favorável de taxas de juro, que transfira em maior grau os aumentos de saldos para a margem, nossa oferta de produtos inovadores e de alto valor para o cliente e novas melhorias em produtividade e eficiência nos receitas e num novo exercício excelente em termos de custos. Para 2005, voltamos a estar otimistas com um panorama econômico mais favorável. Expansão da atividade e aumento em todas as margens nos países latino-americanos Após vários anos com um crescimento do PIB inferior a seu potencial, 2004 apresentou o maior crescimento da região nos últimos 20 anos. Esta evolução, favorecida pela pujança da economia mundial, permitiu à região melhorar todos os seus indicadores econômicos. O nosso Grupo soube aproveitar as melhores condições da conjuntura. Foram duas as alavancas básicas para conseguir isso: em primeiro lugar, nossa pujança comercial que administramos localmente e que se apóia em uma presença significativa e conhecimento de cada mercado; em segundo lugar, políticas corporativas eficientes (de riscos, auditoria, controle de gerenciamento, tecnologia, compras e recursos executivos), que administramos Aumentamos 37% o investimento de crédito, com o aumento da participação de mercado; e 17% os recursos de clientes, ambos em reais, para elevar o lucro líquido operacional para 850 milhões de dólares, 7% superior ao valor registrado no ano passado. Este aumento ocorre depois de absorvido o impacto dos custos relacionados com programas e planos de desenvolvimento comercial, que aceleraram o crescimento do negócio. As expectativas para 2005 apontam para uma notável redução no ritmo de crescimento dos gastos. Também no México realizamos um grande esforço na atividade comercial. O principal enfoque estratégico de 2004 foi orientado com sucesso para o aumento rentável de share: aumentamos em 2 pontos porcentuais nossa fatia de mercado em créditos e em 2,5 pontos em fundos de investimento. O crescimento nos volumes, a evolução favorável das taxas de juro e o controle de gastos fazem com que a margem de exploração suba 24%, em dólar. No Chile, nosso Grupo se concentrou Nosso plano diretor para três anos, o Plano i-06, deve nos permitir continuar oferecendo uma contribuição crescente de valor para nossos acionistas. permitirão obter novamente bons crescimentos em 2005. O Santander Consumer continuou desenvolvendo em 2004 sua estratégia dupla de crescimento - orgânico e por meio de aquisições seletivas - apresentando um excelente resultado. A produção aumentou 30% no ano, o lucro operacional cresceu 45%, atingindo 359 milhões de euros, os ativos administrados totalizaram 26,8 bilhões de euros, e já estamos presentes em 11 países com mais de 7 milhões de clientes. Em síntese, passamos a ser uma das instituições líderes no financiamento ao consumo na Europa. Em Portugal, o trabalho desenvolvido permitiu que, perante uma conjuntura de crescimento ainda muito moderado, tenhamos aumentado em 15,3% o lucro do conjunto de nossas atividades no país, apoiados no crescimento das globalmente para aproveitar todas as vantagens de um grupo financeiro internacional como o Santander nos diversos mercados locais. Em 2004, continuamos com sucesso o relançamento comercial iniciado em meados de 2003. A notável expansão em créditos e recursos permitiu aumentar as receitas mais básicas (margem de intermediação e comissões) em 25% em dólares - a divisa de gerenciamento da área. Este crescimento permite absorver os menores resultados por operações financeiras e o aumento dos custos e investimentos associados a planos locais e regionais, proporcionando um aumento de 16,5% na margem de exploração. O lucro líquido operacional, 1,595 bilhão de dólares, representa um aumento de 7%. O ano foi fundamental para reforçar nosso negócio com clientes no Brasil. no relançamento do negócio comercial, algo enfraquecido após a fusão de 2003. Aumentamos nossa participação de mercado em créditos e captação, feito notável dada a nossa posição de liderança no país, com um índice de penetração superior a 20%. Todas as margens da conta de resultados e o lucro crescem a taxas superiores a 20%, em dólar. A Argentina concluiu com sucesso a troca da dívida soberana, o que se traduz num passo importante para a normalização do sistema financeiro. Em 2004, o Banco Río teve uma contribuição positiva para os lucros do Grupo. Os demais países em que estamos presentes demonstraram também, de forma genérica, fortes aumentos de volumes e resultados. Esta evolução permitiu ao conjunto de

Carta do Administrador Delegado 9 agências nos países latino-americanos pagar dividendos no valor de 1,107 bilhão de dólares. Áreas Globais Os negócios globais assentaram-se na base sólida de clientes do Grupo para gerar um valor crescente, tanto de forma direta como por meio das comissões resultantes de sua atividade que cedem às redes comerciais. O Gerenciamento de Ativos e a Banca Privada, cuja atividade está orientada fundamentalmente para o mercado de varejo, administra mais de 114 bilhões de euros (sem incluir o Abbey) em fundos de investimento e aposentadorias, após registrar um crescimento de 14% no ano. Este volume, mais a atividade de seguros, gerou 2,1 bilhões de euros em comissões para o total do Grupo. Na Espanha, mantemos uma liderança destacada em fundos de investimento apoiada numa elevada capacidade de inovação, que nos permite conceber produtos de alto valor adaptados às necessidades dos clientes. Ocupamos ainda posições de liderança em planos de aposentadoria individuais e em prêmios de vida individuais. O Banif, melhor banco privado da Espanha segundo a Euromoney, prosseguiu com sua inserção no segmento de clientes alvo. Aumentou em 22% os saldos sob gerenciamento, impulsionando as receitas com uma melhoria de eficiência e uma contribuição para o lucro do Grupo. Nos países latino-americanos, aproveitamos nossa capacidade tecnológica e a experiência da transferência das melhores práticas de uns para outros mercados. O patrimônio total administrado em fundos de investimento e de aposentadoria atinge os 28 bilhões de euros, após crescer 18% no ano, sem o efeito da taxa de câmbio. Paralelamente, mantivemos uma boa evolução em seguros, o que possibilitou um aumento de lucro por parte da Banca Privada Internacional de 48%, em dólar. O lucro líquido operacional da Banca de Grandes Clientes Global cresceu 47% devido ao aumento de receitas com custos estáveis e a menores necessidades de saneamentos. Estamos alterando o enfoque do negócio da área, baseando-o mais em receitas de valor agregado, com menor peso do financiamento básico. A área elevou também sua contribuição indireta para o Grupo, por meio de iniciativas como Santander Global Connect. Abbey Concluída com sucesso a aquisição do Abbey, o Grupo assumiu imediatamente o gerenciamento do novo banco. Nas poucas semanas decorridas até ao final de 2004, destacam-se as seguintes ações e medidas adotadas: a nomeação de uma nova equipe de administração, o desenho e a implementação de uma nova organização com três novas divisões e a inclusão de novos responsáveis; o diagnóstico profundo da situação do negócio por intermédio de várias equipes de trabalho criadas para o efeito e com o apoio de peritos do Grupo; a adoção de importantes medidas de redução de custos; e, também o desenho de um plano de negócio de choque para os primeiros meses de 2005, integrado a um plano mais vasto para o conjunto do exercício. Todas estas ações visam a uma única finalidade: colocar o Abbey no lugar que lhe cabe no mercado bancário britânico no mais curto espaço de tempo possível, devido à dimensão e ao potencial da sua operação. Assim, em primeiro lugar, nossas prioridades para 2005 serão: melhorar a venda e a produtividade comercial; estabilizar a tendência de receitas recorrentes, posicionando o negócio de varejo em situação de crescimento em 2006; e obter uma forte redução da base de custos. Nossa experiência em integrações e na administração de custos, a capacidade de nosso modelo de negócio, nossa plataforma tecnológica e o potencial do Abbey nos permitem acreditar que conseguiremos cumprir os objetivos propostos. Perspectivas A previsão de uma conjuntura macroeconômica favorável, aliado a nosso portfólio de negócio (posicionado em mercados e negócios bancários de elevado dinamismo, como Espanha, Reino Unido e países latino-americanos), apresentam-nos elevadas perspectivas de crescimento. Nos mercados desenvolvidos, nossa tecnologia nos dá vantagens em custos e receitas a médio prazo, enquanto nossa posição nos mercados emergentes nos confere um potencial de crescimento estrutural superior ao restante do setor. Em 2005, a administração do Grupo será focada na melhoria das receitas recorrentes e da eficiência corporativa, no gerenciamento apropriado do risco, em índices adequados de capital e no aumento da qualidade do serviço. Tudo isso suportado por uma tecnologia mais eficiente. Terminaremos a implantação da plataforma Partenón na Rede Santander e continuaremos seu desenvolvimento em Portugal, no Santander Consumer e no Abbey, o que nos permitirá ser muito mais eficientes. Pouparemos custos de manutenção, liberaremos pessoal para funções comerciais e, partindo da idéia de que se trata de uma estrutura construída para o cliente, melhoraremos a eficiência comercial e o serviço prestado. No âmbito comercial, estaremos centrados na manutenção de elevadas taxas de crescimento de nossas bancas de varejo na Europa, no relançamento do Abbey e no desenvolvimento de nossas redes comerciais nos países latino-americanos. Nas áreas globais, em conjunto com seus projetos específicos, faremos seu aprofundamento em colaboração com as redes de varejo para aumentar as receitas de clientes. Para esse fim, contamos com o melhor capital humano e com a capacidade e a determinação necessárias para atingir nossos objetivos ambiciosos. Nosso plano diretor a três anos, o Plano i-06, deve permitir continuar oferecendo uma contribuição crescente de valor para nossos acionistas. Acreditamos que 2005 voltará a ser um excelente ano para o Grupo Santander. Dedicaremos todos os nossos objetivos para que isso se concretize. Alfredo Sáenz 2º Vice-Presidente e Administrador Delegado