DANÇA E O AUTISMO: UMA VISÃO A PARTIR DO PROJETO DANÇA ESPORTIVA PARA DEFICIENTES (DEPD).

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Transcrição:

DANÇA E O AUTISMO: UMA VISÃO A PARTIR DO PROJETO DANÇA ESPORTIVA PARA DEFICIENTES (DEPD). Meriane Teixeira de Matos 1 Enoly Cristine Frazão da Silva 1 Lionela da Silva Corrêa 1 Esaú da Silva Soares 2 Universidade Federal do Amazonas (UFAM) 1 Centro Universitário do Norte (UNINORTE) 2 Práticas pedagógicas inclusivas Palavras chaves: Autismo, Dança, Inclusão. INTRODUÇÃO O autismo foi definido pela primeira vez por Leo Kanner em 1943 em seu artigo Autistic disturbances of affective contact (distúrbios autísticos do contato afetivo), segundo ele a maior característica de uma criança autista era o isolamento autístico, estando presente desde o início de sua vida. Por volta de 1970 e 1980 essa visão de Kanner foi afastada e o enfoque caracterizou-se como um prejuízo cognitivo, mas em 1990 é retomada a ideia de que eram os prejuízos sociais. Verificou-se também que atinge mais os meninos. (DIEHL, 1995). Segundo o CID-10 o autismo é um transtorno que compromete o desenvolvimento normal, manifestando-se antes dos três anos de idade, atingindo as áreas de interação social, comunicação e comportamento restrito repetitivo, ocorrendo três vezes mais em meninos do que em meninas. A dança é uma das mais antigas manifestações do homem, pois o ser humano necessitou do movimento para sobreviver e evoluir. Ela esteve presente nos mais diversos aspectos da vida humana, sejam para celebração de vitória após combate, cerimônias fúnebres, culto aos deuses, rituais entre outros. Ela se encontra por meio da Arte, Música e a Pintura, de acordo com seu povo e sua cultura (TADRA et al, 2009). O projeto DEPD (Dança esportiva para pessoas com deficiência) é um projeto de extensão da Faculdade de Educação Física e Fisioterapia da Universidade Federal do Amazonas, que surgiu devido as poucas oportunidades de inclusão de pessoas com

deficiência, com o objetivo de desenvolver as potencialidades motoras e expressivas através de sua prática possibilitando à compreensão da estrutura e do funcionamento corporal, o autoconhecimento, a autoestima, a socialização, além do desenvolvimento da consciência e da construção da sua imagem corporal. No DEPD há pessoas com autismo que participam das aulas de dança junto com outras crianças com deficiência intelectual em que estratégias são utilizadas para a participação efetivas dessas crianças nas aulas de dança. OBJETIVO Analisar a participação de crianças autistas nas aulas de dança. MÉTODOS Este estudo possui abordagem qualitativa e caracteriza-se como estudo de caso. Os sujeitos da pesquisa serão três crianças diagnosticadas com autismo, participantes do projeto Dança Esportiva para pessoas com deficiência DEPD. A coleta de dados se deu por meio de observação sistemática, e analise dos diários de campo. As aulas de dança aconteceram uma vez por semana, com duração de uma hora, durante oito semanas. As atividades foram realizadas em uma sala de dança na Faculdade de Educação Física e Fisioterapia (FEFF) da UFAM. O Plano de observação foi: interação com colegas e professores, comunicação, participação nas aulas. RESULTADOS Nas aulas as professoras trabalhavam através de composições coreográficas. Onde no primeiro momento, elas solicitavam a atenção dos alunos e executavam os movimentos. No segundo momento, professores e alunos executavam os movimentos e apenas depois de várias repetições, é que o terceiro momento acontecia, onde apenas os alunos executavam os movimentos. Observou-se uma grande distração por parte dos alunos, assim também, dificuldades de concentração, devido os movimentos estereotipados apresentados por este transtorno nas primeiras aulas, porém com o passar do tempo, o progresso, a evolução e a realização dos movimentos solicitados foram possíveis.

O humor do autista é incerto, tem momentos que ele pode sorrir e outras horas estar triste sem motivo aparente. O olhar também é confuso, tem horas que as crianças dão impressão de não ouvir, não ver e não sentir. A sensibilidade das professoras permitiu que as dificuldades dos alunos fossem supridas através das inúmeras modificações e simplificações de partes da coreografia para que se permitissem aos alunos uma participação integral. Assim também o contato direto professor e aluno, no qual a professora ia com cada aluno e ajudava na sua dificuldade, não demonstrando maior atenção apenas por um aluno ou outro, mas sim deixando todos inclusos e mostrando o valor do grupo para que a coreografia fosse realizada. DISCUSSÃO O comportamento geral observado principalmente no início das observações se assemelha ao que afirma Teixeira (2006), de que o autismo é um transtorno invasivo no desenvolvimento (TID), ele afeta a interação social, retarda a aquisição da linguagem e apresenta comportamentos estereotipados e repetitivos. Este termo TID faz referência a inúmeras condições distintas (autismo, síndrome Asperger e outros) que são transtornos no desenvolvimento mais comuns. Caracterizam uma grande variedade de apresentações clínicas que podem variar tanto no conjunto de sinais e sintomas quanto ao grau de acometimento, sendo reunidas pela semelhança na interrupção precoce de socialização. Este mesmo autor fala a respeitos dos bebês autistas, que ocorre um grande déficit no comportamento, a falta de contato visual e o interesse pela voz humana é indiferente. O contato com os pais não acontece, havendo uma falta de afeto e não apresentam expressão facial quando recebem carinho dos mesmos. Conforme vão crescendo essa indiferença se torna mais evidente tanto relacionado ao contato com os pais, irmãos, parentes e etc. As causas permanecem desconhecidas, mas diversos estudos apontaram para fatores genéticos. Além disso, ainda encontramos também alterações estruturais cerebrais, fatores neurológicos, bioquímicos imunológicos, fatores congênitos, como a rubéola materna, meningite e encefalite poderiam predispor a criança ao autismo. Acometendo o desenvolvimento social, cognitivo e da comunicação (KLIN, 2007). A linguagem permite a criança uma socialização, pois mesmo que ela ainda não fale, as interações sociais fazem com que ela aprenda sobre valores, regras e crenças, sendo assim, passa a conhecer a sua cultura. Segundo Borges e Salomão apud Garton, 1992, quanto mais

cedo a criança se envolve nas relações sociais, mais benefícios obterá a curto ou longo prazo, tendo em vista as experiências e aprendizagens que resultam de tais interações. A dança é capaz de expressar as vontades humanas, mesmo sem dizer uma palavra. Ela pode ser utilizada como ferramenta pedagógica, permitindo uma maior interação entre os autistas e colegas, assim também, a aceitação, valorização e experiência de que todos podem dançar, conscientizando todos de que não necessitamos de um corpo perfeito. Sendo fundamental para nos expressarmos e comunicarmos (MOURA et al, 2012). CONCLUSÕES Durante cada fase da pesquisa foi possível aumentar e compartilhar o conhecimento a respeito do tema abordado, de maneira que a observação a partir dessa ótica possibilitou uma melhor percepção a cerca das potencialidades dos alunos com autismo e melhores maneiras de lidar com os desafios apresentados. A dança além de prazerosa permite a quem pratica uma forma de comunicação, expressão e interação social. Foi possível perceber que houve uma melhora significativa nos alunos e nas relações interpessoais, nas primeiras aulas observadas, os alunos pouco se relacionavam e ficavam mais isolados, com o passar do tempo, eles começaram a estabelecer relações de amizades com seus colegas e professores. Assim também, demonstrar mais afeto e se comunicarem mais, além disso, o prazer de dançar era evidente. Ainda é necessário quebrar muitos paradigmas de que a pessoa com deficiência não pode realizar certas atividades, esse estudo permitiu um olhar positivo e esperançoso de que a inclusão é possível e que mudanças significativas tornam a vida desses indivíduos melhor. REFERÊNCIAS TADRA, D. S. A et al. Linguagem da dança. Curitiba: Ibpex, 2009. TEIXEIRA, G. Transtornos comportamentais na infância e adolescência, Rio de Janeiro: Rubio, 2006.

KLIN, A. Autismo e síndrome de Asperger: uma visão geral. Rev. Bras. Psiquiatria. São Paulo, 2006. Disponível em https://scholar.google.com.br/. Acesso em: 23 fev. 2016. DIEHL, R. M. Jogando com as diferenças: jogos para crianças e jovens com deficiência: em situação de inclusão e em grupos específicos. 2 ed. São Paulo: Phorte, 2008. MOURA, D. R; ARRIECHE, L; SOUSA, A.T.G. Ensaio artístico-clínico com intervenções pedagógicas em dança/movimento para crianças e adolescentes autistas. Comitê Dança em Mediações Educacionais. Pelotas, 2012. em https://scholar.google.com.br/. Acesso em: 25 fev. 2016. VOLP, C. M; DEUTSCH, S; SCHWARTZ, G. M. Por que dançar? Um estudo comparativo. Motriz Volume 1, Número 1, 52-58, junho/1995. BORGES, L.C; SALOMÃO, N. M, R. Aquisição da Linguagem: Considerações da Perspectiva da Interação Social. Psicologia: Reflexão e Crítica, 2003, 16(2), pp. 327-336. http://www.scielo.br/. Acesso em: 05 mar. 2016. GARTON, A. F. Social interaction and the development of language and cognition. Hillsdale, USA: Lawrence Erlbaum, 1992.