Curitiba, 11 de junho de 2010. Orientação sobre Plano de Ação e Demonstrativo Sintético Anual de execução físico-financeira do SUAS 1. SUAS WEB O SUAS-Web é um sistema informatizado que o Ministério do Desenvolvimento Social e combate a Fome - MDS utiliza para ordenar e garantir o repasse dos valores de co-financiamento federal das ações continuadas da Assistência Social pelo Fundo Nacional de Assistência Social - FNAS aos Fundos municipais, do Distrito Federal e estaduais. O preenchimento do Plano de Ação anual, que contém o Órgão do Ente Federativo, Órgão Gestor, Conselho, Fundo e a previsão de Atendimento Físico Financeiro e Parecer do Conselho de Assistência Social, dar-se-á no SUAS- Web. O SUAS-Web agiliza os fluxos e simplifica os procedimentos de cadastro das informações de pagamento e de prestação de contas dos recursos federais repassados. A informatização e a simplificação têm como objetivo viabilizar a não interrupção de pagamento em prejuízo dos usuários da Assistência Social. A Norma Operacional Básica do SUAS disciplina a operacionalização da gestão da Política de Assistência Social, conforme a Constituição Federal de 1988, a Lei 8.742/93 - Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS e legislação complementar aplicável nos termos da Política Nacional de Assistência Social- PNAS/2004, sob a égide da construção do Sistema Único da Assistência Social- SUAS, abordando, dentre outras coisas: a divisão de competências e responsabilidades entre as três esferas de governo; os níveis de gestão de cada uma dessas esferas; as instâncias que compõem o processo de gestão e controle dessa política e como elas se relacionam; a nova relação com as entidades e organizações governamentais e não-governamentais; os principais instrumentos de gestão a serem utilizados; e a forma da gestão financeira, que considera os mecanismos de transferência, os critérios de partilha e de
transferência de recursos. A aprovação da NOB SUAS exigiu uma revisão e um aprimoramento do sistema SUAS-Web, utilizado pelos estados, Distrito Federal e municípios. 1.1 DEMONSTRATIVO SINTÉTICO ANUAL DE EXECUÇÃO FÍSICO- FINANCEIRA DO SUAS O Demonstrativo Sintético Anual da Execução Físico-Financeira do SUAS é um instrumento de prestação de contas do co-financiamento federal dos serviços continuados de Assistência Social, no SUAS-Web. É elaborado pelos gestores e submetido à avaliação dos respectivos Conselhos de Assistência Social, que verifica o cumprimento das metas físicas e financeiras do Plano de Ação dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. O Demonstrativo Sintético Anual da Execução Físico-Financeira substitui o antigo Acompanhamento Físico-Financeiro (AF) das ações continuadas da Assistência Social Embora o Demonstrativo Sintético Anual de Execução Físico-Financeira não entre no detalhamento de cada gasto efetuado com o recurso federal repassado, deve ser observado, no que se refere ao que pode ou não ser gasto com o recurso federal, o que está previsto na legislação pertinente em vigor, no que couberem Lei no 8.666/93 e alterações; Lei no 4.320/64; Lei no 10.308/01; Lei Complementar no 101/00, Lei no 8.112/90; Decreto-Lei no 5.452/43; Lei no 10.954/04; Lei no 8.212/91; Decreto-Lei no 2.848/40 Código Penal; Lei no 10.266/01; Lei no 10.524/02; Lei no 10.934/04; Medida Provisória no 2178-36, de 24/03/93; Lei no 10.180/01 e Lei no 10.520/02, entre outras). Conforme orientação da Controladoria Geral da União CGU, os gastos com recurso federal na área da assistência social devem ser basicamente em despesas correntes, tais como: aquisição de materiais de consumo (didático, esportivo, alimentação, limpeza, higiene, vestuário, etc), pagamentos eventuais de serviços de terceiro, como pequenos reparos nas instalações físicas (pintura, reboco, rede elétrica e hidráulica, piso, etc), dentre outros. Proíbe-se a utilização do recurso federal com despesas relativas à aquisição de bens e material permanente, construção ou ampliação de imóveis, além da
utilização dos recursos federais para aluguel de imóvel, pagamento de salários a funcionários públicos, recolhimento de encargos previdenciários, sociais, rescisão de contrato de trabalho, vale - transporte e refeição, passagens e diárias. No gasto do recurso federal, o estado, o município ou o Distrito Federal deve observar a legislação própria (estadual, municipal ou do Distrito Federal) no que for pertinente, inclusive no que se refere aos convênios com entidades de sua rede sócio- assistencial (serviços específicos ou co-gestão das unidades públicas CRAS e CREAS) e na contratação de pessoal temporário. Ressalte-se ainda que o vale-transporte a que se refere a proibição acima é o benefício que o empregador antecipa ao trabalhador para utilização efetiva em despesas de deslocamento residência - trabalho e vice-versa. Não se enquadra na proibição, por exemplo, o valor gasto para deslocamento da equipe do CRAS para atendimento domiciliar ou para deslocamento do usuário, de modo a permitir o seu acesso a um serviço da assistência social. 1.1.1 Fluxo: O Preenchimento do Demonstrativo Sintético Anual de Execução Físico- Financeira, no SUAS WEB, deverá obedecer o seguinte fluxo: do Disponibilização do sistema pelo MDS; Lançamento e validação de informações pelo órgão gestor municipal, Distrito Federal e estadual com autenticação eletrônica; Cadastro e deliberação sobre Parecer de avaliação do Demonstrativo pelo Conselho de Assistência Social competente, com autenticação eletrônica; Aprovação entender necessários. pelo MDS, que poderá, para tanto, requisitar documentos que 1.2 PLANO DE AÇÃO O Plano de Ação é o instrumento que contém a previsão de atendimento físico- financeiro dos repasses de recursos Fundo à Fundo (do Fundo Nacional
de Assistência Social para os Fundos Estaduais ou Municipais de Assistência Social) para os serviços sócio-assistenciais de municípios, estados e do Distrito Federal. Portanto, deve preencher o Plano de Ação os municípios, estados e Distrito Federal que recebem co-financiamento federal para os serviços sócioassistencias das Proteções Básica e/ou Especial. O preenchimento é por meio de ferramenta eletrônica (via internet). Essa ferramenta, ora disponível, oferece maior agilidade e confiabilidade no repasse dos recursos federais, uma vez que o repasse acontece de forma regular e automática, Fundo a Fundo, garantindo a continuidade do atendimento às famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade e risco social e/ou pessoal. É importante ressaltar que os procedimentos previstos neste documento são necessários ao processo de formalização da adesão dos municípios, do Distrito Federal e dos Estados ao Sistema Único da Assistência Social (SUAS), estabelecido na Política Nacional da Assistência Social (PNAS/2004), e reafirmado na Norma Operacional Básica do SUAS - NOB SUAS, aprovada pela Resolução do CNAS No 130, de 15 de julho de 2005. O Plano de Ação consiste no instrumento de gestão que deverá ser preenchido pelos municípios, estados e Distrito Federal no SUAS Web com base no Plano de Assistência Social. No Plano de Ação são abordadas informações referentes às instâncias de gestão, financiamento, controle social, planejamento físico e financeiro e apreciação do Conselho sobre esse Plano. Os municípios contemplados com a expansão dos serviços sócioassistenciais co-financiados pelo Governo Federal, tiveram seus dados de previsão de atendimento físico, previsão de financiamento e o resumo executivo inseridos nessa nova ferramenta. 1.2.1 Fluxo: O preenchimento do Plano de Ação de 2007 no SUAS-Web, deverá obedecer ao seguinte fluxo: I. disponibilização do sistema pelo MDS; II. lançamento e validação de informações pelo órgão gestor municipal, do Distrito Federal e estadual com autenticação eletrônica do envio. Essa
autenticação acontece após a finalização do preenchimento; III. cadastro do parecer de avaliação do Plano de Ação pelo Conselho de Assistência Social competente, com autenticação eletrônica do envio; IV. validação do Plano de Ação pelo MDS. 1.2.2 Preenchimento O preenchimento pelo gestor municipal, estadual ou do Distrito Federal e as informações que compõem o Plano de Ação de 2007, sua validação, bem como sua avaliação pelo Conselho de Assistência Social competente, deverá ocorrer no SUAS-Web e os prazos serão divulgados no portal SUAS no sítio do MDS. 1.2.3 Pagamento Validado o Plano de Ação os recursos do FNAS passaram a ser repassados de modo regular e automático, mensalmente, até o dia 10 (dez) de cada mês. 1.2.4 Preenchimento pelo gestor estadual Os estados serão responsáveis pelo preenchimento do Plano de Ação nas seguintes hipóteses: I. municípios não-habilitados nos níveis de gestão inicial, básica e plena ou com solicitação de desabilitação pendente em decorrência 32wq de omissão de prestação de contas ou outra irregularidade grave; II. serviços de referência regional cujos recursos sejam repassados para o Fundo Estadual de Assistência Social. 3. CONTROLE SOCIAL De acordo com a PNAS, o Controle Social tem sua concepção advinda da
Constituição Federal de 1988, enquanto instrumento de efetivação da participação popular no processo de gestão político - administrativa -financeira e técnico-operativa, com caráter democrático e descentralizado. Os Conselhos têm como principais atribuições a deliberação e a fiscalização da execução da política de assistência social e de seu financiamento, em consonância com as diretrizes propostas pelas Conferências Nacionais, a aprovação dos Planos de Assistência Social, a apreciação e aprovação da proposta orçamentária para a área e do plano de aplicação do fundo, com a definição dos critérios de partilha dos recursos de sua competência, exercidas em cada instância em que estão estabelecidos. Os Conselhos, ainda, normatizam, disciplinam, acompanham, avaliam e fiscalizam os serviços de assistência social, prestados pela rede sócio-assistencial, definindo, em seu âmbito, os padrões de qualidade do atendimento, e estabelecendo os critérios para os repasses de recursos financeiros. É importante ressaltar que as alianças da sociedade civil com a representação governamental são um elemento fundamental para o estabelecimento de consensos, o que aponta para a necessidade de definição de estratégias políticas a serem adotadas no processo de correlação de forças. Vale lembrar ainda que cada conselheiro, eleito em foro próprio para representar um segmento, estará não só representando sua categoria, mas a política como um todo em sua esfera de governo.