O USO DA IMAGEM NAS AULAS DE HISTÓRIA: AS PINTURAS DO SÉCULO XIX



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Transcrição:

O USO DA IMAGEM NAS AULAS DE HISTÓRIA: AS PINTURAS DO SÉCULO XIX Ricardo Barros Aluno do curso de Pós graduação (mestrado) da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo Sendo as coisas que pensamos invisíveis, nem mesmo quem enxerga pode vê-las [1] A sociedade atual se apresenta bastante influenciada pela mídia. Crianças e adolescentes em idade escolar têm enorme contato com a televisão, com a imprensa escrita e com a Internet. Quando entram na sala de aula, entretanto, pouco dessa linguagem é utilizada pelos professores. Isso gera um aparente conflito entre os estudantes e o sistema formal de educação presente em muitas escolas. Muitos alunos consideram o texto escrito desinteressante e com um pequeno apelo. O trabalho ora apresentado consiste em avaliar se o professor de História do ensino básico, em especial no ensino fundamental, utiliza a imagem no ensino da História. Tento compreender também como se dá essa utilização e apropriação que se faz da imagem na sala de aula. A historiografia tradicional, de influência positivista tinha um apego formal ao documento escrito. Talvez essa tradição, que marcou boa parte da produção historiográfica do século XX, tenha deixado uma herança perversa também nos cursos de formação de professores de história das universidades brasileiras. Como conseqüência, os docentes de história formados há mais de dez anos, que são objeto dessa pesquisa, pouco se utilizam de outras possibilidades que não a fonte escrita. Quando se utilizam do livro didático, não se preocupam em analisar ou desvendar as imagens presentes nos livros. Nosso professor não teve na sua formação cursos ou um aparato teórico que lhes permitisse compreender e desvendar a imagem. Sabemos que o papel das representações na História também é relativamente novo, apesar de sua origem estar ligada à História dos Annales, 1

surgida em 1929 e que contou com historiadores como Marc Bloch e Lucien Febvre. É no interior dos Annales que Roger Chartier desenvolve suas idéias acerca das representações. Para Chartier, as representações são modos pelos quais em diferentes lugares e momentos uma determinada realidade é construída, pensada, dada a ler por diferentes grupos sociais. [2] A partir do conceito de representação, procurarei abordar a utilização da imagem nos cursos de História do ensino fundamental, ciclo 2, ou seja, 5ª a 8ª séries. Para isso, procurarei avaliar qual a noção que o professor tem da imagem. O que é imagem para esse professor que estou analisando? Quais são as diferentes modalidades de imagem? Qual a visão que os professores têm do material iconográfico presente nos livros didáticos ou em imagens comumente utilizadas no ensino de História? A primeira parte da pesquisa consiste em analisar os professores em sua atuação nas escolas e também aplicar um questionário, cujo principal objetivo é conhecer melhor as características da escola a ser pesquisada e o grupo a ser analisado. Descrevo abaixo alguns resultados dessa primeira fase da pesquisa: Parte A Dados socioeconômicos e de formação: 1. Dos professores analisados, dois são do sexo masculino e cinco do sexo feminino. 2. Todos os professores analisados têm mais de dez anos de magistério e também de escola pública. 3. Dos professores analisados dois trabalham apenas para o serviço público estadual e cinco trabalham também em escolas particulares 4. A faixa salarial dos professores analisados está entre quatro a seis salários mínimos. 5. Cinco residem em imóvel próprio e dois em imóvel alugado. 6. Dois são formados por universidades públicas e cinco por cursos particulares. 2

Parte B O conceito de imagem e a utilização da imagem em sala de aula - Quando perguntado se o professor privilegiava algum tipo de material didático para o ensino da História, os professores responderam que não tinham preconceito a nenhum tipo de material didático. Disseram se utilizar tanto do livro didático como também de outros materiais, como textos de jornais, revistas ou até textos acadêmicos apropriados ao público estudantil Quando perguntado o que o Professor entendia por imagem, responderam: As imagens estão presentes no cotidiano. Vivemos numa sociedade midiática, na qual a imagem está presente na vida das pessoas Para esses dois professores a análise da imagem com os alunos consiste em preparar seus alunos para desvendarem as imagens. Entretanto, esses professores não fornecem um conceito de imagem. Citam apenas aspectos qualitativos acerca da imagem. Um dos professores tenta estabelecer o conceito de imagem e nos fornece também uma dimensão política sobre o conceito. Assim: a imagem é o que vejo e codifico com meus conhecimentos para formar idéias e posicionar-me frente ao mundo. Dois professores afirmaram que imagem é aquilo que é visto, observado e são coisas que chamam atenção do aluno Para os dois últimos professores pesquisados, o conceito de imagem pode ser conceitualizado por bases empíricas. Nesse sentido a imagem é algo que sintetiza a realidade e que pode ser, portanto, interpretada. Quando realizei essa fase da pesquisa não havia ainda mostrado aos professores definições de imagem, estratégia que pretendo realizar numa nova fase da pesquisa, me apoiando em textos acadêmicos que abordem o tema. Nesse sentido, um dos textos mais pertinentes sobre o assunto e o que uso como base da pesquisa, é o livro de Martine Joly 1 que analisa o conceito de imagem em todas as suas dimensões, incluindo sua historicidade. Outro texto bastante interessante que me utilizei para fundamentar minhas idéias foi o de Jean Ferres 3

Televisão e Educação, no qual o autor nos chama atenção para o fato da escola não permitir ao aluno interpretar os símbolos da cultura de seu tempo. Por que o aluno não aprende a desvendar as imagens da TV, do cinema, das revistas e dos jornais, visto que pelas pesquisas realizadas nos EUA e na Europa, crianças em idade pré escolar e das séries iniciais, dedicam mais de um terço do tempo que permanecem acordados para assistir televisão. Na Europa, os jovens na mesma faixa escolar, dedicam 25 horas semanais para os programas televisivos. Dentre as perguntas elaboradas constava também uma que versava sobre experiências positivas quanto a utilização da imagem. Nas experiências relatadas pelos professores eles analisam aulas nas quais utilizaram filmes com algum tipo de discussão histórica e reproduções de obras de arte. Nessas respostas apareciam menções às pinturas históricas do século XIX. Como finalização da primeira etapa da pesquisa, perguntei aos professores, se eles acreditavam que obtinham melhor resultado junto aos alunos utilizando-se de imagens ao invés do texto escrito. Quatro dos professores acreditam que tem de haver uma interligação entre a imagem e o texto escrito. Nessas falas, entretanto, aparece a idéia da imagem como adendo, ilustração ou apêndice do texto escrito. Três docentes, todavia, acreditam que a imagem fala por si e, portanto, acreditam que podem ajudar o aluno a tentar desvendar a imagem e analisar quais seus possíveis significados. Para a segunda parte da pesquisa, selecionei imagens que dizem respeito à formação e consolidação do estado nacional brasileiro e que, portanto, são bastante conhecidas e estão presentes em muitos materiais e livros didáticos que abordam o período do Império. Selecionei essas imagens por acreditar que em algum momento da vida profissional do professor, eles devem ter se deparado e se utilizado delas nos seus cursos. Nesse sentido, procurei me ater às pinturas históricas realizadas por dois importantes artistas do período, cujas obras estão relacionadas abaixo: Pedro Américo (1843 1930) O Grito do Ipiranga, O Retrato de Dom Pedro, A Batalha de Avaí e Tiradentes Esquartejado. 4

Victor Meireles (1832 1903) A Primeira Missa no Brasil, A Batalha de Guararapes, Dom Pedro II e Juramento da Princesa Isabel. Nessa segunda fase são apresentadas reproduções das pinturas históricas dos artistas citados e são realizados questionamentos que visam avaliar o conhecimento dos professores sobre as obras, bem como analisar se ele as utiliza e como os questionamentos que estão sendo realizados são os seguintes: - O professor conhece as obras que estão sendo projetadas? - Já trabalhou com seus alunos se utilizando dessa obra? - Em caso positivo, como foi esse trabalho? - Qual a reação do aluno ao trabalho com esse tipo de imagem? - Houve algum tipo de avaliação? - Como se deu o processo de avaliação? - Quais foram seus resultados? A partir dos questionários apresentado aos docentes, pretendo compreender o processo educativo nos cursos de História do ensino fundamental, avaliar como se dá a utilização da imagem e quais as expectativas dos professores em relação ao aprendizado dos alunos. Notas sobre a metodologia de pesquisa As reproduções foram gravas num CD ROM e são mostradas, através de um computador portátil Macintosh G3, levado às escolas dos professores que estão colaborando para esta pesquisa. Escolhi esse tipo de equipamento, pois ele permite uma excelente resolução da imagem e pode ser transportado para qualquer lugar, devido ser bastante compacto. Nessas unidades escolares, entro em contato com a equipe da direção, analiso o Plano de Gestão e o Projeto Pedagógico e estabeleço, de comum acordo, um horário para a entrevista dos professores. Acredito que quatro ou cinco encontros de 60 minutos são suficientes para traçar um perfil profissional do docente, analisar sua prática e avaliar o uso que ele faz da imagem. De maneira geral os professores são bastante acessíveis quando são informados que se trata de uma pesquisa científica relacionada à prática escolar. 5

As entrevistas são gravadas num pequeno gravador de fitas K7 e depois faço a transcrição da fala dos professores. Estudo a possibilidade de utilizar uma câmera de vídeo para registrar os depoimentos, mas ainda não estou convencido da importância desse tipo de equipamento nessa pesquisa. Bibliografia: [1] CHARTIER, Roger. Práticas de leitura. São Paulo: Estação Liberdade, 1996. [2] JOLY, Martine. Introdução à análise da imagem. Campinas: Papirus, 1999, 2ª edição. [3] SARTORI, Giovani. Homo Videns Televisão de pós pensamento. São Paulo: EDUSC, 2001. MICELLI, Paulo. O mito do herói nacional. São Paulo: Contexto, 1988. PESAVENTO, Sandra Jatahy. Em busca de outra história: imaginando o imaginário. In: Revista Brasileira de História. São Paulo: 1995, volume 15, número 29, p 9-27. SALIBA, Elias Tomé. As imagens canônicas e o ensino de História. In: SCHMIDT, Maria Auxiliadora e CAINELLI, Marlene Rosa (org.). III Encontro Perspectivas do Ensino de História. Curitiba: UFPR, 1999. ZAMBONI, Ernesta. Que história é essa? Uma proposta analítica dos livros paradidáticos de História. São Paulo: tese de doutoramento em educação Faculdade de Educação da Universidade de são Paulo 6