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Transcrição:

ECONOMIA DA APOSENTADORIA (ECONOMICS OF RETIREMENT) Prof. Giácomo Balbinotto Neto PPGE/UFRGS A economia da aposentadoria - questões - Como um trabalhador escolhe sua idade de aposentadoria? - Qual é a idade ótima para um indivíduo se aposentar? - Quais os fatores econômicos que determinam os padrões de aposentadoria? 2 A economia da aposentadoria as razões do declínio da taxa de participação dos homens velhos (55-65 anos) 1- aumento nos salários reais e rendimentos; 2- seguro social e pensões privadas; 3- disability benefits; 4- considerações referentes ao ciclo de vida do indivíduo. 3 PROF. GIACOMO BALBINOTTO 1

A economia da aposentadoria - os modelo de decisão 1- Para a maioria dos trabalhadores, a aposentadoria é uma decisão de escolha. Certamente algumas pessoas se tornam doentes para continuar trabalhando ou são forçadas a se aposentar quando chegam a uma determinada idade. Mas a aposentadoria forçada é mais uma exceção do que a regra. Muitos trabalhadores se aposentam antes do que necessitam. 4 A economia da aposentadoria - os modelo de decisão 2- A variável de interesse na questão da aposentadoria não são as horas de trabalho, mas sim os anos de trabalho. A aposentadoria é uma variável discreta de escolha e deve ser pensada em tais termos. 5 A economia da aposentadoria - os modelo de decisão 3- As fatores econômicos têm uma importância fundamental nas decisões de aposentadoria. 4- as decisões de aposentadoria são melhores entendidas dentro de uma estrutura de análise intertemporal (ou do ciclo de vida). 6 PROF. GIACOMO BALBINOTTO 2

Taxa de Participação de Indivíduos entre 55-66 anos de idade em países da OECD 7 Idade de Aposentadoria 8 A economia da aposentadoria por que as pessoas se aposentam? [Gordon & Blinder (1980,p.277-278)] 1- Diminuição na saúde das pessoas idosas pode tornar o trabalho muito mais difícil ou menos remunerativo se os salários declinam como resultado de uma doença; 2- com o avanço da idade, os salários podem ser reduzidos mesmo quando a questão da saúde não é relevante; 3- o sistema de seguridade social estabelece poderosos incentivos que induzem as pessoas a se aposentar mais cedo do que o fariam de outro modo, principalmente a sua progressividade. 9 PROF. GIACOMO BALBINOTTO 3

A economia da aposentadoria por que as pessoas se aposentam? [Gordon & Blinder (1980,p.277-278)] 4- pensões privadas que oferecem incentivos financeiros similares as pensões públicas para a aposentadoria; 5- a medida em que a idade avança, as preferências dos indivíduos podem mudar em favor do lazer ao invés do trabalho, induzindo as pessoas a se aposentarem. 10 A economia da aposentadoria fatos estilizados Lazear (1986) HLE um dos fatos mais marcantes na recente história da força de trabalho tem sido o significativo declínio na participação da força de trabalho dos homens idosos nos EUA. 11 A economia da aposentadoria - definições 1- Aposentado é o indivíduo que está fora da força de trabalho e que tem a intenção de permanecer fora de modo permanente. 2- Um indivíduo é aposentado se ele reduziu suas horas de trabalho substancialmente de uma média de longo prazo ao longo do ciclo da vida e pretende manter estas horas ou abaixo do nível corrente. 3- Aposentado é um indivíduo que recebe parte de sua renda como benefício de uma pensão; 12 PROF. GIACOMO BALBINOTTO 4

A economia da aposentadoria - definições 4 - Aposentado é o indivíduo que aparece em alguma listagem de aposentados de uma firma. 5 - Aposentado é o indivíduo que recebe pagamentos da seguridade social e não derivável de qualquer outro emprego. 6 - A aposentadoria pode ser entendida como o tempo ou o período no qual as pessoas param de trabalhar e começam a coletar ou a receber pensões. 13 A economia da aposentadoria modelos de análise 1- one period work leisure analysis 2- modelos de multiperíodo 14 A economia da aposentadoria modelos de multiperíodo Principais autores: - Mitchels & Fields (1983,1984) - Hemming (1977) 15 PROF. GIACOMO BALBINOTTO 5

A economia da aposentadoria modelos de multiperíodo - O principal problema com os modelos de um período ou com os modelos estáticos é o pressuposto da separabilidade intertemporal. Isto implica que os salários em outros ponto do tempo na vida de trabalho do indivíduo seriam irrelevantes para a tomada de decisão com relação a aposentadoria. 16 A economia da aposentadoria modelos de multiperíodo O problema da aposentadoria pode ser estruturado como um problema de otimização dinâmico no qual o trabalhador busca maximizar a seguinte função: - ρt U = U[L(t); X(t)] e dt -rt s.a X(t) e dt = W(t) e dt + P (t) A aposentadoria é definida como a data T, qual que L(t) = 1 para todo o t T. 17 Mitchell & Fields (1984) The Economics of Retirement Behaviour. Journal of Labor Economics, 2 (1): 84-105 Questão básica colocada pelo modelo neoclássico de aposentadoria qual é a idade ótima para um indivíduo se aposentar? O ponto de partida da análise neoclássica da aposentadoria é o modelo de escolha intertemporal no qual os indivíduos idosos selecionam a idade ótima para se aposentar entre as várias possíveis datas, comparando a utilidade de cada alternativa ao longo de seu ciclo de vida restante ou esperado. 18 PROF. GIACOMO BALBINOTTO 6

Mitchell & Fields (1984) The Economics of Retirement Behaviour. Journal of Labor Economics, 2 (1): 84-105 Embora alguns trabalhadores saiam da força de trabalho por motivo de saúde ou aposentadoria compulsória, uma explicação econômica coloca muito mais ênfase na renda e nas oportunidades de lazer como determinantes dos padrões de aposentadoria. 19 Mitchell & Fields (1984) The Economics of Retirement Behaviour. Journal of Labor Economics, 2 (1): 84-105 O modelo de M&F (1984) devota considerável atenção ao modo como a riqueza pecuniária varia ao longo do ciclo da vida com a data da aposentadoria. M&F (1984) levam em conta, explicitamente o fato de que nem os rendimentos e nem os benefícios das pensões são independentes da data da aposentadoria. 20 Mitchell & Fields (1984) The Economics of Retirement Behaviour. Journal of Labor Economics, 2 (1): 84-105 O modelo de M&F (1984) coloca o problema do ciclo de vida que na realidade é um problema de escolha intertemporal num único período entrando com dois argumentos na função utilidade: o valor presente da renda esperada ao longo da vida e os anos de aposentadoria (que podem ser considerados aqui como anos de lazer). Eles assumem implicitamente o pressuposto da separabilidade e estimam o modelo usando a abordagem da utilidade indireta. 21 PROF. GIACOMO BALBINOTTO 7

(i) é assumido que os trabalhadores não participam na força de trabalho depois que eles se aposentam; (ii) nós assumimos que o indivíduo completou 60 anos r que sua esperança de vida aos 60 anos é de mais 20 anos, isto é: EV (60) = 20; (iii) o indivíduo pode escolher entre se aposentar aos 60 anos e obter os benefícios da seguridade social e/ou pensão privada pelo resto de sua expectativa de vida 20 anos; 22 (iv) para calcularmos a renda ao longo da vida se ele se aposenta aos 60 anos, o trabalhador deve somar os benefícios das pensões recebidas durante os 20 anos de sua aposentadoria. Portanto, o valor presente da renda ao longo do ciclo da vida para um trabalhador que se aposenta aos 60 anos e permanece assim até o fim de sua vida é dado por: 19 PV60 = B60 + B62/(1+r) +... + B80/(1+r) 23 - Se o indivíduo escolhe ficar aposentado por 20 anos, ele será capaz de comprar PV60 de bens de consumo. Se o indivíduo decidir permanecer trabalhando até aos 80 anos (de modo que ele nunca se aposenta), temos que o valor presente de sua renda será igual ao valor presente descontado do fluxo de salários, isto é: 19 PV80 = W60 + W61/(1+r) +... + W80/(1+r) 24 PROF. GIACOMO BALBINOTTO 8

- É assumido que PV80 > PV60 isto é, a renda ao longo do ciclo de vida é maior quando o trabalhador nunca se aposenta. Implicitamente estamos assumindo que o salário de um trabalhador excede a sua pensão, ou seja: Wi > Bi 25 - O trabalhador pode escolher se aposentar em qualquer idade entre 60 e 80 anos. - Calculando o valor presente da renda ao longo do ciclo da vida associado com cada idade de aposentadoria, nós derivamos a linha orçamentária intertemporal FE. A linha intertemporal FE nos diz que o trabalhador deseja consumir mais lazer isto é - desfrutar de uma aposentadoria mais longa, ele terá que abrir mão de alguns bens. 26 Na realidade a linha intertemporal impõe ao indivíduo um dilema entre continuar trabalhando e obter maior renda e se aposentar mais cedo, recebendo menos, mas desfrutando de um maior tempo de lazer na forma de aposentadoria. 27 PROF. GIACOMO BALBINOTTO 9

PV PV80 F O ponto F nós mostra o ponto da restrição orçamentária se ele nunca se aposenta. A reta FE nos mostra o conjunto de situações possíveis que o individuo faz face em termos de lazer e renda. PV60 0 E 20 O ponto E nos mostra a restrição lazer consumo se ele se aposenta aos 60 anos. Anos de aposentadoria 28 O problema que se coloca para o indivíduo é o de escolher a idade ótima para se aposentar, isto é, aquela idade que irá maximizar a sua função de utilidade intertemporal. Max U (C, Y) 29 Consumo PV80 C70 Representação gráfica F P O indivíduo maximiza sua utilidade escolhendo o nível de lazer isto é a idade de sua aposentadoria onde a curva de indiferença é tangente a restrição orçamentária intertemporal FE. E U1 0 PV60 10 20 Anos de aposentadoria 30 PROF. GIACOMO BALBINOTTO 10

Implicações do modelo 1- O efeito de um aumento salarial Um aumento salarial gera tanto um efeito renda como substituição. O trabalhador com um salário elevado tem um grande oportunidade e irá desejar consumir mais lazer, de modo que ele desejará se aposentar mais cedo. Ao mesmo tempo, um aumento salarial torna o preço do lazer mais caro, de modo que o trabalhador desejaria adiar a aposentadoria. 31 Implicações do modelo G F R P Q ES > ER Uo U1 0 E Anos de aposentadoria 32 Implicações do modelo 2 - O efeito de um aumento no valor das pensões Um plano de aposentadoria mais generoso provoca uma rotação na restrição orçamentária ao longo do ponto F de FE para FH. Um aumento dos benefícios das pensões gera tanto um ER como um ES. Contudo, ambos os efeitos trabalham na mesma direção. Assim, um aumento das pensões, aumenta a demanda por lazer dos indivíduos idosos e os induz a se aposentar mais cedo. 33 PROF. GIACOMO BALBINOTTO 11

Implicações do modelo F p q r h u1 Uo 0 10 13 15 E= 20 Anos de aposentadoria 34 - Principais resultados (i) as oportunidades de renda dos trabalhadores velhos diferem, dependendo de quando se aposentam, quem são eles e quais são as regras de seu sistema de pensões; (ii) diferenças nas oportunidade de renda em idades mais avançadas influenciam os padrões de aposentadoria de modo significativo. 35 A economia da aposentadoria Parsons, Donald O. (1980). The Decline in Male Labor Force Participation. Journal of Political Economy, 88 (1): 117-134. Segundo Parsons (1980,p.130), os recentes aumentos na taxa de não participação na força de trabalho dos indivíduos idosos nos EUA pode ser explicada pela generosidade das transferências dos programas de bemestar social, particularmente os programas de seguridade social. 36 PROF. GIACOMO BALBINOTTO 12

A economia da aposentadoria Fields, Gary S. e Mitchell, Olivia S. (1983). Economic Determinants of the Optimal Retirement Age: An Empirical Investigation. Journal of Human Resources, 19(2): 245-262 Conclusões (i) as pessoas mais ricas se aposentam mais cedo; (ii) as pessoas que esperam ganhar mais postergando sua aposentadoria se aposentam mais tarde. 37 A economia da aposentadoria Clark & Anker (1990). Labor Force participation Rates of Older persons: An International Comparison. International Labor Review, 129(2): 255-271 Quando os países foram classificados em função da renda per capita, observou-se uma relação negativa entre a renda nacional per capita e as taxas de participação para os indivíduos idosos. As mudanças nas políticas públicas que estabelecem um aumento na generosidade dos programas de seguridade social reduzem substancialmente a TP dos indivíduos idosos. 38 FIM Prof. Giácomo Balbinotto Neto PPGE/UFRGS PROF. GIACOMO BALBINOTTO 13