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Transcrição:

Colégio Santa Dorotéia Área de Ciências Humanas Disciplina: História Série: 8 a - Ensino Fundamental Professora: Emmeline História Atividades para Estudos Autônomos Data: 25 / 4 / 2016 Aluno(a): N o : Turma: Estes Estudos Autônomos de História objetivam uma vasta compreensão dos processos que marcaram o Iluminismo. Para realizar estas atividade, você deverá consultar o Capítulo 4 de seu livro, além de anotações no caderno e aulas publicadas no site. QUESTÃO 1 ANALISE o trecho publicado na Enciclopédia, pelo filósofo francês Denis Diderot. Abraços e bons estudos! A autoridade do príncipe é limitada pelas leis da natureza e do Estado. [...] O príncipe não pode, portanto, dispor de seu poder e de seus súditos sem o consentimento da nação e independentemente da escolha estabelecida no contrato de submissão [...]. Autoridade política, Enciclopédia, 1751. A partir da leitura do trecho e considerando outros conhecimentos sobre o assunto, a) IDENTIFIQUE a corrente de pensamento a qual pertenceu Denis Diderot. b) DEFINA o sistema político criticado pelo trecho. Colégio Santa Dorotéia - BH 1

c) EXPLIQUE um dos motivos que mobilizaram Diderot e muitos de seus contemporâneos a se oporem ao sistema político vigente. QUESTÃO 2 Durante o século XVIII, ganhou corpo na Europa o iluminismo, um movimento intelectual que propunha a transformação das relações sociopolíticas que caracterizavam o Antigo Regime. Montesquieu e Rousseau, citados abaixo, são pensadores cujas ideias exemplificam as posições iluministas. Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas, e o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos. MONTESQUIEU, Charles de. O espírito das leis. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1982. p. 187. (Pensamento Político). A primeira, e mais importante consequência decorrente dos princípios até aqui estabelecidos, é que só a vontade geral pode dirigir as forças do Estado de acordo com a finalidade de sua instituição, que é o bem comum, porque, se a oposição dos interesses particulares tornou necessário o estabelecimento das sociedades, foi o acordo desses mesmos interesses que o possibilitou.[...] Somente com base nesse interesse comum é que a sociedade pode ser governada. ROUSSEAU, Jean-Jacques. Os pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 43. a) A partir dos fragmentos textuais acima, IDENTIFIQUE uma característica do Antigo Regime e EXPLIQUE-A. b) EXPLIQUE outras duas características do Antigo Regime às quais se opunha o pensamento iluminista. 2 Colégio Santa Dorotéia - BH

QUESTÃO 3 No apogeu da crítica ao Antigo Regime, o filósofo e escritor francês Denis Diderot (1713-1784) afirmou: Os homens somente serão livres quando o último rei for enforcado nas tripas do último padre. Ao lado de D Alembert, Rousseau, Montesquieu, Voltaire e outros pensadores do seu tempo, Diderot produziu a famosa Enciclopédia, obra em 33 volumes, com 71 818 artigos e 2 885 ilustrações, redigida entre 1750 e 1772. Essa obra integrava um importante movimento filosófico conhecido como iluminismo, que realizou forte crítica às monarquias de então e aos costumes da época, consolidando a modernidade. a) APONTE duas das principais ideias do iluminismo. b) ANALISE a relação entre o pensamento iluminista e o surgimento do despotismo esclarecido, adotado por algumas monarquias europeias. QUESTÃO 4 Na segunda metade do século XVIII, ganha força na França um movimento intelectual conhecido como "enciclopedismo", cujos autores de maior destaque foram os filósofos Denis Diderot e Jean d'alembert. Sobre o "enciclopedismo", EXPLIQUE qual era o objetivo no que concerne ao ideal científico e filosófico do seu tempo e quais foram suas repercussões. Colégio Santa Dorotéia - BH 3

QUESTÃO 5 O liberalismo tornou-se ideologia predominante na sociedade ocidental a partir da segunda metade do século XIX. a) INDIQUE quais direitos naturais que o liberalismo se propõe a garantir. b) EXPLIQUE quais as principais características do liberalismo econômico. c) IDENTIFIQUE quais correntes de pensamento se opuseram ao liberalismo no século XIX. GABARITO: QUESTÃO 1 a) Denis Diderot foi um filósofo iluminista enciclopedista e comungava dos ideais do liberalismo político. b) Diderot criticava o absolutismo monárquico, que é a construção de um Estado centralizador e autoritário na forma de uma monarquia nacional. c) Os pensadores iluministas refletiam em seus escritos a visão de mundo da burguesia, que tinha sua ascensão política e econômica, bem como suas liberdades individuais limitadas pelas características do Antigo Regime (absolutismo monárquico). O aluno poderá citar entre os motivos das críticas feitas pelos iluministas: o poder absoluto dos reis; a divisão da sociedade em estamentos; as relações de servidão feudal; o dirigismo econômico e os monopólios mercantilistas; a intolerância religiosa; a aproximação entre Igreja e Estado por meio do padroado. 4 Colégio Santa Dorotéia - BH

QUESTÃO 2 a) Características do Antigo Regime Identificadas nos Textos. Absolutismo monárquico: concentração dos poderes nas mãos dos reis, a quem cabia fazer as leis (Poder Legislativo), executar as resoluções públicas (Poder Executivo) e julgar os crimes ou as divergências entre os indivíduos (Poder Judiciário). Ideologia do direito divino dos reis: a concepção de que o poder dos reis derivava diretamente de Deus servia de justificava ao poder absolutista dos monarcas. b) O ANTIGO REGIME À LUZ DAS CRÍTICAS DO ILUMINISMO. Ausência de leis que garantissem as liberdades individuais, sendo a vontade do soberano a lei da nação. Sociedade estamental, em que os costumes tornavam quase impossível qualquer mudança de condição social, e a nobreza-clero tinha mais direitos do que os artesãos-camponeses. Manutenção dos privilégios da nobreza, que perdera o poder típico da ordem feudal, mas transformara-se em uma nobreza cortesã, vivendo à sombra do monarca e recebendo privilégios da parte deste. Restrições à participação política da burguesia, classe que emergiu na época final da Idade Média e se consolidara durante a Idade Moderna, mas que continuava alijada do poder. A política econômica do mercantilismo, caracterizada pela grande interferência do Estado na ordem econômica, com vistas a alcançar aquilo que se tinha como fundamental para a prosperidade nacional: a acumulação de metais preciosos e a balança comercial favorável. Manutenção de muitas práticas fiscais (impostos/taxas) do período medieval (corveia, por exemplo), as quais sustentavam o modo de vida da corte e da nobreza cortesã. Profunda relação entre a Igreja e o Estado, restringindo, muitas vezes, a liberdade religiosa e de pensamento. QUESTÃO 3 a) Serão consideradas, positivamente, as citações sobre as principais ideias do iluminismo e suas respectivas características, entre outras citações afins ou correlatas: O iluminismo foi um movimento cultural e filosófico que agitou as elites durante o século XVIII na Europa, que mobilizou a razão no sentido de transformar a sociedade e o pensamento existentes e representou um momento de intenso intercâmbio cultural. A principal ideia era o uso da razão e não da consciência religiosa como instrumento para a emancipação humana. O iluminismo constituiu-se como um conjunto de concepções de grande influência em diversos domínios: político, filosófico, social, econômico e cultural. Outro pressuposto fundamental consistia na defesa da liberdade humana, reivindicando o fim de tudo aquilo que prendesse ou mantivesse os homens na servidão. Ele contestava o absolutismo monárquico que defendia a tese do poder divino dos reais, visto defender a soberania como emanação da vontade da população. Nesse sentido, entendia que o poder deveria ser dividido, que sua autoridade não deveria residir exclusivamente na vontade dos monarcas, daí derivaram todos os esforços da criação dos três poderes tal como propugnou Montesquieu e a reflexão sobre o poder nas mãos dos reis e imperadores, bem como a defesa do constitucionalismo. Além de uma reação ao absolutismo, o iluminismo também representou uma reação contra a influência da Igreja na política e na vida sociocultural. Assim, reivindicava a necessidade de um ensino laico e da liberdade de culto. Para Voltaire, por exemplo, era fundamental a tolerância religiosa a fim de se evitarem as guerras e a perseguição. O peso da Igreja na vida cultural e a censura que esta promovia, a resistência às novas ideias entendidas como perigosas também surgia como um obstáculo a vencer. O próprio nome do movimento, luzes tal como era conhecido na França indica a negação da presença da Igreja como algo medieval, como uma era de obscurantismo e superstição que atravancaram o desenvolvimento humano. Outro desdobramento importante desse ideário foi a defesa da renovação, da produção e da difusão de novos saberes tal como preconizada por Diderot e D Alembert na elaboração d A enciclopédia. Uma outra ideia fundamental presente no iluminismo é a defesa de uma maior igualdade entre os homens, tal como surge nos textos de Rousseau e naquilo que definiu como vontade geral. Este pensador critica a desigualdade existente e reivindica maior participação política dos indivíduos no interior do Estado. Em suma, o iluminismo utilizou a razão para combater a fé e a liberdade para se contrapor ao despotismo, transformando radicalmente o pensamento e as concepções de mundo posteriores. Outro desdobramento nesse sentido foi o desenvolvimento do liberalismo e das doutrinas liberais no século XIX. Elas revelam a reação do iluminismo a várias práticas econômicas existentes no bojo do que se convencionou chamar de mercantilismo. O ideário iluminista foi desenvolvido por diferentes pensadores e suas bases encontram-se em Spinoza (1632-1677), John Locke (1632-1704), Pierre Bayle (1647-1706) e até mesmo em Isaac Newton (1643-1727). O Iluminismo desenvolveu-se entre a segunda metade do século XVIII e o início do século XIX, quando dá lugar a outras correntes de pensamento, doutrinas políticas, econômicas e filosóficas. Um de seus epicentros do iluminismo foi a França, mas também manifestou-se em vários outros países como a Inglaterra, os Estados germânicos, a Itália, a Escócia, os Países Baixos e a Rússia. Sob este conceito iluminismo estão reunidas diversas tradições filosóficas, políticas, econômicas, sociais e até mesmo atitudes religiosas. Pode-se falar mesmo em diferentes expressões do iluminismo diferenciadas pelos países no momento em que surgem e devido ao seu caráter. Assim é possível falar em iluminismo tardio, iluminismo germânico de Kant e Herder, iluminismo católico. Um pressuposto fundamental é entender o iluminismo como uma visão de mundo que prega a necessidade da ação para transformar ou reformar o mundo. Colégio Santa Dorotéia - BH 5

b) Serão consideradas, positivamente, as análises sobre as inter-relações entre o pensamento iluminista e o despotismo esclarecido, que levem em conta aspectos afins ou correlatos: o desenvolvimento do ideário iluminista acabou inspirando e pressionando os monarcas reinantes a adotarem alguns de seus preceitos, tendo surgido alguns personagens que coadjuvaram alguns Estados europeus a implementarem reformas na condução dos aspectos políticos e administrativos. Isto representou uma mudança social e politicamente mais abrangente, que foi denominada como despotismo esclarecido (ou ilustrado, ou ainda absolutismo ilustrado), uma expressão que identifica uma forma de governar característica da Europa continental a partir da segunda metade do século XVIII. Embora o poder dos soberanos não fosse questionado e estes se mantivessem à frente da condução dos assuntos ou negócios dos Estados, foram assumidos ou incorporados determinados princípios reformistas do iluminismo. Ou seja, surgiu uma alteração no princípio que fundamentava o poder real desde a Idade Média, inclusive o direito divino dos reis, sendo adotadas algumas ideias defendidas pelo iluminismo, havendo uma combinação entre estes. Desta forma a autoridade absoluta dos reis foi abrandada por reformas cujos princípios inspiravam-se no pensamento iluminista, conferindo sobrevida ao Antigo Regime. O despotismo esclarecido desenvolveu-se em vários países destacando, sobretudo, providências ou medidas aplicadas à economia, visando superar alguns entraves que a mantinham atrasada e essencialmente agrícola, coadjuvando no desenvolvimento da burguesia junto ao Estado. Os déspotas esclarecidos continuavam implementaram reformas administrativas, políticas, jurídicas e econômicas, bem como incentivaram reformas no ensino e incorporaram uma maior dose de tolerância e de liberdade ao pensamento e a certas práticas. Isto representou a consolidação daquilo que entendemos como a modernidade, que exerceu impulsos sensíveis no processo de modernização na Europa. Do ponto de vista político, o despotismo esclarecido representa uma abertura da monarquia a determinadas pressões sociais, aproximando-se dos intelectuais, da burguesia em expansão e acolhendo, no interior do Estado, segmentos de uma burocracia administrativa, em especial os magistrados, que passam a adquirir cada vez mais importância na condução do governo. Lentamente, agentes patrimoniais deram lugar a funcionários que ingressam na burocracia estatal, cujo exercício profissional encontra-se definido principalmente na retração do princípio da hereditariedade no cargo. Do ponto de vista religioso o despotismo esclarecido não encontrou homogeneidade, embora seja caracterizado pela ampliação da tolerância e pela ênfase sobre a laicização. De qualquer modo, em alguns países caracterizou-se por um espírito secular e, em outros casos, foi demasiado hostil a certas expressões religiosas. Em alguns países o déspota manteve alianças com a religião. Em Portugal, o expoente do despotismo esclarecido foi o marquês de Pombal, ministro do rei D. José I; na Prússia, o rei Frederico II; na Rússia, a representante do despotismo esclarecido foi Catarina II; na Suécia, foi Gustavo III; na Áustria destacaram-se d. Maria Teresa e seu ministro Kaunitz, bem como José II; nos Estados italianos os principais representantes foram o arquiduque Leopoldo de Habsburgo e o grão-duque da Toscana; no Reino de Nápoles, o ministro Bernardo Tanuci; na Espanha, os reis Filipe V, Fernando VI e Carlos III. QUESTÃO 4 O enciclopedismo procurou consagrar o racionalismo em substituição ao pensamento mítico e valorizar a prática científica. Contribuiu para a difusão dos ideiais liberais preconizados pelos principais pensadores do século XVIII, que alicerçaram ideologicamente a Independência dos Estados Unidos, a Revolução Francesa e as lutas de independência na América Latina. QUESTÃO 5 a) Direitos à vida, à liberdade e à igualdade perante a lei. b) Não intervenção do Estado na economia. c) Em termos conservadores, o absolutismo; em termos progressistas, as diversas correntes socialistas, com destaque para o socialismo científico ou marxista. 6 Colégio Santa Dorotéia - BH