1

Documentos relacionados
COBERTURAS VACINAIS: IMPORTÂNCIA

Trabalho Final Atividades Integradoras IV. Aline dos Santos Novaes Martins

ENFERMAGEM IMUNIZAÇÃO. Calendário Vacinal Parte 24. Profª. Tatiane da Silva Campos

Análise dos casos de meningites em residentes do município do Rio de Janeiro, 2014.

Boletim Informativo do PNI Vacinação contra HPV

SALA DE SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA EM SAÚDE DOS IMIGRANTES

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO ARBOVIROSES Nº 001/2017

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE COQUELUCHE NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY

Panorama da Atenção Básica no Estado da Bahia. Salvador, Julho de 2018

Vigilância e vacinas 2018

INFORME TÉCNICO DOENÇA MENINGOCÓCICA

Vacinas do Calendário de Imunização do Estado de São Paulo 2011 Vaccines included in the Immunization Schedule for the State of São Paulo 2011

ENFERMAGEM IMUNIZAÇÃO. Política Nacional de Imunização Parte 2. Profª. Tatiane da Silva Campos

COMPARAÇÃO SOBRE A INCIDÊNCIA E A LETALIDADE DE MENINGITE BACTERIANA E VIRAL NA FAIXA ETÁRIA PEDIÁTRICA NO ESTADO DE MATO GROSSO:

ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE SAÚDE DA COMUNIDADE. Etapas. Delimitação 11/4/2012. Diagnóstico de Saúde da Comunidade. Informações Gerais sobre a Área

CAPÍTULO 1 PLANO DE AVALIAÇÃO 2005

Método epidemiológico aplicado à avaliação de intervenções (ênfase em vacinas)

INFORME EPIDEMIOLÓGICO 002/2017

Título do Trabalho: Autores: Instituição: Introdução

Prefeitura do Município de Bauru Secretaria Municipal de Saúde

MENINGITE E DOENÇA MENINGOCÓCICA. Profa. Maria Lucia Penna Disciplina de Epidemiologia IV

Influenza Campanha de vacinação no estado de São Paulo Influenza Vaccination campaign in the State of São Paulo 2016

PROGRAMA DE QUALIFICAÇÃO DAS AÇÕES DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE PQA -VS

AVALIAÇÃO SITUACIONAL DA IMUNIZAÇÃO EM CRIANÇAS DO MUNICÍPIO DO SALTO DO JACUÍ-RS

INFORME EPIDEMIOLÓGICO 001/2019

CALENDÁRIO VACINAL Superintendência de Vigilância em Saúde Gerência de Imunizações e Rede de Frio

ANEXO I PLANO DE AVALIAÇÃO REGIÃO CENTRO

METAS PACTUADAS DOS INDICADORES DE PACTUAÇÃO TRIPARTITE E BIPARTITE PARA O ANO DE 2017

Imunização. Prof. Hygor Elias. Calendário Vacinal da Criança

MONITORAMENTO RÁPIDO DE COBERTURA (MRC) PÓS CAMPANHA DE MULTIVACINAÇÃO

Ministério da Saúde Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção Básica Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição

RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL UFSM NOVEMBRO- 2012

Desafios, gargalos e perspectivas em vacinas e vacinações no Brasil

PORTARIA Nº 1.520, DE 30 DE MAIO DE 2018

UFPE-CAV CURSO DE SAÚDE COLETIVA

Índice dos Boletins Epidemiológicos de Porto Alegre de 1996 a 2017

Nota Informativa nº001/2017

Brasil vai incluir meninos na vacinação contra HPV

Coberturas vacinais e homogeneidade, crianças menores de 1 ano e com 1 ano de idade, Estado de São Paulo,

SBP - Calendário ideal para a Criança SBP lança Calendário de Vacinação 2008

Análise de custo-efetividade regional da vacinação universal infantil contra hepatite A no Brasil

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PEDRO DA ALDEIA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE. Criança

6. DOENÇAS INFECCIOSAS

Vigilância e vacinas 2019

MINISTÉRIO DA SAÚDE SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA COORDENAÇÃO GERAL DA POLÍTICA DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO

Apresentações do evento GGP 2013

Programa Nacional de Vacinação (PNV) Avaliação 2013

Prestação de Contas 1º trimestre Indicadores de Saúde


REVISÃO VACINAS 15/02/2013

Programa de Hepatites Virais do Ministério da Saúde

Vigilância das Doenças Preveníveis por Imunização Vacinação do Profissional de Saúde

Coqueluche em lactentes jovens um antigo problema de saúde pública, ainda presente

Vacinação em prematuros, crianças e adolescentes

Linha de Cuidado da Pessoa Idosa

Meningite: O que você PRECISA SABER

Calendário. ideal para Adolecentes

UTILIZAÇÃO DAS DIFERENTES VACINAS PNEUMOCÓCICAS CONJUGADAS

I Dados epidemiológicos e de cobertura vacinal

COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA

2.ª ACTUALIZAÇÃO ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DE SAÚDE DO CENTRO, IP. Ministério da Saúde. PROGRAMA VACINAÇÃO - Projecto A excelência na vacinação

461 ANOS DE SÃO PAULO

ES3CCB - Resultados dos exames do 12º ano de escolaridade Como interpretar os resultados dos exames do 12º ano 3

Informe Epidemiológico Influenza

VACINAÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Mortality trends due to tuberculosis in Brazil,

ENFERMAGEM IMUNIZAÇÃO. Calendário Vacinal Parte 25. Profª. Tatiane da Silva Campos

FEBRE AMARELA MONITORAMENTO - BRASIL 2017/2018

Vacinação na Saúde do Trabalhador Portuário

16/4/2010 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE

(043A) F383s '

COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA

A transferência de tecnologia em vacinas para laboratórios públicos

Carla A. S Domingues. Coordenadora Geral do Programa Nacional de Imunizações

NOTA TÉCNICA. Vigilância da Influenza ALERTA PARA A OCORRÊNCIA DA INFLUENZA E ORIENTAÇÃO PARA INTENSIFICAÇÃO DAS AÇÕES DE CONTROLE E PREVENÇÃO

ESTADO DE MINAS GERAIS SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS

Painel de Indicadores Estratégicos de Vigilância em Saúde

Informe Epidemiológico Influenza

Informe Epidemiológico Influenza

Programa de Qualificação das Ações de Vigilância em Saúde (PQAVS)

EXPANSÃO DO ATENDIMENTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL E A EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃO INFANTIL NO CONTEXTO DO FUNDEB

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO LEPTOSPIROSE Nº 001/2018

séries Informação e análise

Vacinação contra HPV e Controle do câncer de colo do útero no SUS Claudio Pompeiano Noronha


Informe Epidemiológico Influenza

INFORMÁTICA DA SAÚDE PÚBLICA E INFRAESTRUTURA DA INFORMAÇÃO DA SAÚDE. Ana Luiza Behrens Heloize Zanon

UERGS Administração de Sistemas e Serviços de Saúde Introdução ao Método Epidemiológico

Informe Técnico. Assunto: Informe sobre a situação do sarampo e ações desenvolvidas - Brasil, 2013.

Atualmente, cerca de 5% de todos os cânceres do homem e 10% dos da. mulher são causados pelo HPV, que atinge mais de 630 milhões de pessoas

DOENÇA MENINGOCÓCICA

Resultados Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza

A VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DA TUBERCULOSE E O PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA

ENFERMAGEM IMUNIZAÇÃO. Política Nacional de Imunização Parte 3. Profª. Tatiane da Silva Campos

TÍTULO: COBERTURA VACINAL DA MENINGOCÓCICA C CONJUGADA NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ENTRE 2011 E 2016

FONTES DE DADOS EM MORBIDADE

COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA

Transcrição:

Análise dos diferenciais de cobertura vacinal anti-hib e incidência de meningite por haemophilus influenzae B no Município do Rio de Janeiro 1998 a 21 1. Coordenação de Epidemiologia e Gerência do Programa de Imunizações Introdução Na cidade do Rio de Janeiro, a vacina anti-hemófilos influenza b foi introduzida no calendário básico de vacinação, a partir de julho de 1999, para crianças menores de 23 meses. Em 21, a faixa etária para vacinação foi ampliada para menores de 5 anos. Metodologia Os dados de cobertura vacinal foram levantados a partir do Sistema de Informações do Programa de Imunizações (SI-API), com dados de incidência do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) e base populacional a partir de estimativas calculadas pelo Instituto Pereira Passos, da Secretaria Municipal de Urbanismo. Resultado Observamos que no número total de casos da doença, para os menores de 1 ano, houve um decréscimo acentuado no período de 1998 a 21, sendo inquestionável o impacto da vacinação, a partir de 1999. Notamos, no entanto, que determinadas APs com altas coberturas vacinais, ainda mantêm taxas de incidência elevadas em 2 e 21, como a AP 2.2, cuja taxa de incidência daquele ano não reflete o aumento da cobertura vacinal, que, em 1999, ano de implantação da vacina, era de 71% e em 2 eleva-se para 199%. Na AP 3.2, observa-se um aumento na taxa de incidência de 1999 para 2, que passa de 14/1 mil para 28/1 mil. Entretanto a cobertura vacinal também sofre incremento, passando de 47% para 16%. Temos ainda a AP 4. com a taxa de incidência em 2 mais elevada que as observadas nos anos de 1998 e 1999 e com cobertura acima de 95%, no ano de 2. Observamos também para a AP 5.2, as coberturas de 2 e 21 acima de 1 %, com a taxa de incidência mantida nestes mesmos anos, embora com queda em relação ao ano de 99, quando a cobertura vacinal era inadequada 1 mlemos@pcrj.rj.gov.br

(Abaixo de 95%). Este padrão também ocorre na AP 5.3, onde a taxa de incidência aumenta no ano 2 em relação a 1998 mesmo com cobertura vacinal acima de 1 %. CONSIDERAÇÕES Concluímos que coberturas vacinais por AP não refletem, de forma efetiva, a significativa queda na taxa de incidência da doença em todo o MRJ. Apesar do incremento das coberturas vacinais, a partir de 2, verificamos que algumas APs ainda demonstram discreta queda nas taxas de incidência na faixa etária avaliada. Inferimos que a diferença nos resultados desses indicadores pode estar ocorrendo por alguns fatores, dentre eles, a área de residência da população menor de 1 ano nem sempre corresponde à área de escolha para a vacinação. Em contrapartida, todo caso notificado é registrado em sua área de residência, ou seja, a taxa de incidência está vinculada à AP de residência, o que não ocorre na apuração dos dados de cobertura vacinal. Isso justifica as APs, que apesar da cobertura elevada, ainda mantêm taxa de incidência sem alterações importantes, pois o instrumento de coleta de dados de população vacinada não permite diferenciação entre residentes e não residentes, ocasionando uma cobertura alta pela inclusão, de certa forma, da população residente em outras APs ou até mesmo de outros municípios. O deslocamento da população de sua AP para outra pode ocorrer, em algumas áreas, onde os serviços de saúde funcionam como pólos de captação, concentrando atividades e atraindo de modo diferenciado a clientela; e ainda por aspectos como facilidade de acesso, oferta de serviços e local de trabalho dos responsáveis. Assim, apontamos para a necessidade prioritária da modificação do formulário de apuração de doses aplicadas, a fim de permitir o registro da área de residência dos vacinados, além de distinguir os de outros municípios. Paralelamente, realização de inquéritos vacinais a fim de corrigir possíveis erros na avaliação de cobertura vacinal.

Mapa da Cidade do Rio de Janeiro com divisões por Área de Planejamento (AP). Fonte: GVE/COE/SSC/SMS-RJ Taxa de Incidência de Meningite por Hemófilos no período de 1994 a 21 Município do RJ 5 4 3 2 1 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2 21 Incidencia 36,5 33,5 32,5 34,3 46,5 15,8 12,2 6,1

Cobertura Vacinal em menores de 1 ano de idade por AP. Município do Rio de Janeiro 1999 e 2 25 Cobertura Vacinal (%) 2 15 1 5 AP1.AP2.1AP2.2AP3.1AP3.2AP3.3AP4.AP5.1 AP5.2AP5.3 1999 34 51 71 26 47 34 23 21 41 28 2 142 148 199 113 16 121 99 84 131 113 Menores de 1 ano na AP 1.. Município do RJ - 1999 a 21 16 14 12 1 8 6 4 2 1998 1999 2 21 Cobertura 51 148 112 Incidencia 23,8 26,1.

Menores de 1 ano na AP 2.1Municipio do RJ - 1999 a 21 16 14 12 1 8 6 4 2 1998 1999 2 21 Cobertura 51 148 125 Incidencia 16,1 17,7 Menores de 1 ano na A.P. 3.1 Município do RJ - 1999 a 21 12 1 8 6 4 2 1998 1999 2 21 Cobertura 26 113 88 Incidencia 6 14,9

Menores de 1 ano na A.P. 3.3 Município do RJ - 1999 a 21 14 12 1 8 6 4 2 1998 1999 2 21 Cobertura 34 121 11 Incidencia 76,5 21,3 7,1 Menores de 1 ano na A.P. 5.1 Município do RJ - 1999 a 21 1 8 6 4 2 1998 1999 2 21 Cobertura 21 84 75 Incidencia 9,1 9,6

Menores de 1 ano na A.P. 5.3 Município do RJ - 1999 a 21 12 1 8 6 4 2 1998 1999 2 21 Cobertura 28 113 15 Incidencia 28,5 33,9 16,9 Menores de 1 ano na A.P. 2.2. Município do RJ - 1999 a 25 2 15 1 5 1998 1999 2 21 Cobertura 71 199 154 Incidencia 42,4 29,2 29,2

Cobertura da Vacina Anti-Hib e Taxa de incidência de Meningite por Hemófilos em Menores de 1 ano na A.P. 3.2 Município do RJ - 1999 a 2 15 1 5 1998 1999 2 21 Cobertura 47 16 116 Incidencia 53,8 14 28 14 Menores de 1 ano na A.P. 4. Município do RJ - 1999 a 21 12 1 8 6 4 2 1998 1999 2 21 Cobertura 23 99 8 Incidencia 27,3 22,9 34,3 11,4

Menores de 1 ano na A.P. 5.2 Município do RJ - 1999 a 21 14 12 1 8 6 4 2 1998 1999 2 21 Cobertura 41 131 113 Incidencia 86,1 21,2 1,6 1,6