ESTUDO DA POTABILIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO PROVENIENTE DE NASCENTES NO MUNICÍPIO DE IMBUIA-SC

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Palavras-chave:Águas Subterrâneas, Parâmetros Físico-Químicos,Qualidade da Água.

Transcrição:

09 a 11 de dezembro de 2015 Auditório da Universidade UNIT Aracaju - SE ESTUDO DA POTABILIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO PROVENIENTE DE NASCENTES NO MUNICÍPIO DE IMBUIA-SC Angela Rosso 1, Luciano André Deitos Koslowski 2, Eduardo Bello Rodrigues 3 Tatiana Possani 4 1 Fundação Nacional de Saúde-FUNASA, Florianópolis, Brasil, angela.rosso@funasa.gov.br 2 Universidade do Estado de Santa Catarina-UDESC, Ibirama, Brasil, luciano.koslowski@udesc.br 3 Universidade do Estado de Santa Catarina-UDESC, Ibirama, Brasil, eduardo.rodrigues@udesc.br 4 Prefeitura Municipal de Imbuia- PMI, Imbuia, Brasil, tatiana.possani@gmail.com Resumo A água é um recurso natural de valor inestimável. Mais que um insumo indispensável à produção é um recurso estratégico para o desenvolvimento econômico, vital para a manutenção dos ciclos biológicos, geológicos e químicos, além de manter em equilíbrio os ecossistemas. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU, 2010), a cada oito segundos morre uma criança no planeta em decorrência de doenças relacionadas ao consumo de água contaminada, o mesmo estudo revela que cerca de 17 milhões de brasileiros não possuem acesso à água potável. As nascentes de água podem contribuir como solução alternativa para o abastecimento doméstico, por se encontrarem próximas ao consumo e sob o controle do usuário O município de Imbuia situado na região do Alto Vale do Itajaí em Santa Catarina, apresenta nascentes que são utilizadas para usos múltiplos, tanto para o meio rural pois desempenham importante atendimento às demandas de água das populações rurais devido as grandes distâncias dos centros de captação e tratamento das águas bem como ao abastecimento doméstico. Neste estudo foi avaliada a qualidade da água de cinco nascentes de uso comunitário localizadas nos distritos de Nova Alemanha (NA), Alto Rio Engano (RE), Campos das Flores (CF), Alto Garrafão (AG) e SC 428(SC). Os ensaios físico-químicos foram realizados empregando a metodologia preconizada no Wastewater 22 ed e os resultados comparados com a Portaria MS/2914. Foram avaliados os seguintes parâmetros: oxigênio dissolvido,, temperatura, cor aparente, turbidez, fluoreto, ferro, manganês, alumínio, condutividade, amônia, nitrato, nitrito e sólidos dissolvidos totais. Na análise foi observado que as concentrações de alumínio apresentaram valores acima dos valores máximos permitidos (VMP) estabelecido pela portaria MS 2914/2011 (0,20 mg/l), sendo estes detectados nas seguintes concentrações em seus respectivos locais de amostragem: 3,35 mg/l(na), 0,73 mg/l (RE), 5,80 mg/l (CF), 1,00 mg/l (AG) e 1,05 mg/l(sc). Palavras-chave: potabilidade da água, portaria MS 2914/2011, alumínio 1. INTRODUÇÃO O crescimento populacional e as atividades industriais estão diretamente associados à degradação ambiental da biosfera. Presume-se que o ambiente aquático seja o mais prejudicado porque é o sistema que recebe a maioria dos poluentes gerados pelas atividades humanas. A poluição é a alteração de alguma qualidade ambiental a qual a comunidade exposta é incapaz de neutralizar os efeitos negativos, sendo algum tipo de risco identificado. Conforme reportado por Nascimento e Araújo[1], a qualidade da água doce diminuiu acentuadamente nos últimos anos devido a ações antrópicas, principalmente ligadas ao descarte de esgotos, devido à presença de uma diversidade de microrganismos presentes na microbiota intestinal humana, como os membros da família Enterobacteriaceae que apresentam características patogênicas resultando em infecções no organismo humano. O monitoramento constante dos ambientes como uma prática rotineira pelas empresas ou órgãos de fiscalização poderá evitar problemas maiores e 1

irreversíveis. Com está prática possibilitará que se adote medidas rápidas e locais que minimizem os impactos ambientais no caso de ocorrer um derramamento indiscriminado de resíduos tóxicos em um manancial, por exemplo. Todas as formas de vida presentes na Terra são dependentes da água para a sobrevivência, principalmente o ser humano, o qual necessita consumi-la várias vezes ao dia, com isso a preservação dos mananciais e seu uso adequado tornam-se imprescindíveis[2]. A importância da água na manutenção da vida é evidentemente uma preocupação mundial. Embora a água seja um recurso abundante no planeta, cerca de 70% da superfície é composto por água, apenas 4% da água é doce, ou seja, própria para o consumo. A investigação de poluentes é objeto de pesquisa de vários grupos que desejam quantificar as espécies orgânicas e inorgânicas dissolvidas em rios que constituem uma bacia hidrográfica, obtendo dados sobre impacto ambiental e suas relações com atividades econômicas. Os impactos nos recursos hídricos do Brasil são variados e característicos de cada região do Brasil, deve-se em grande parte ao processo de urbanização, aos usos agrícolas e industriais. O grande problema está na disposição inadequada dos resíduos (sólidos e líquidos), ou seja resíduos não tratados que alcançam os mananciais e no consumo excessivo de recursos hídricos, como resultado do constante aumento do volume de água utilizado para as diversas residências e indústrias[4]. Poços de abastecimento são uma opção de captação dos mananciais subterrâneos. Para Vasconcelos[5], estes podem ser divididos em poços escavados, com diâmetro normalmente maior que 50 centímetros e profundidade variável de um até dezenas de metros, e poços tubulares, com revestimento tubular de PVC ou aço, de diâmetro inferior a um metro. Poços tubulares ainda podem ser freáticos, quando captam água de aquíferos livres, ou artesianos, quando captam água de aquíferos confinados. Esse último aquífero pode apresentar pressão interna menor que a pressão atmosférica, e assim não necessita de mecanismos de bombeamento para conduzir a água até a superfície[5]. Nesta pesquisa analisou-se água de poços de abastecimento da cidade de Rodeio, os quais são escavados e tubulares com captação no aquífero freático. 2. OBJETIVO Averiguar as características físico-químico e microbiológicas da água de nascentes consumida pelos moradores do município de Imbuia conforme os padrões de potabilidade para água de consumo humano conforme Portaria de potabilidade 2914/2011 do Ministério da Saúde[6] para assim julgar a necessidade de tratamento da água. 3. MÉTODOS E MATERIAIS A pesquisa teve caráter experimental sendo necessária uma proposta de estudo definida e parâmetros que possam interferir e desta forma controlar os efeitos pertinentes. No presente estudo, a análise da água de poços do município de Imbuia, apresentaram diversas variáveis compostas pelos seguintes parâmetros físico-químicos e microbiológicos indicadores de potabilidade: turbidez,, dureza, sólidos totais dissolvidos, concentração de metais (ferro, manganês e alumínio) e presença de coliformes termotolerantes e Escherichia coli. A metodologia utilizada inclui pesquisa quantitativa ao conduzir análise de parâmetros de qualidade da água para apresentá-los em números e conceitos associados à quantidade de compostos e substâncias químicas. Este método, por meio de técnicas e estatística, analisa informações e as interpreta em números. Realizou-se pesquisa qualitativa voltada à avaliação da qualidade da água coletada ao definir sua potabilidade. Também foram qualitativos os dados referentes a presença de microrganismos patológicos na água subterrânea. A pesquisa qualitativa utiliza técnicas de interpretação e tem como objetivo decodificar componentes complexos em um estudo. Para a determinação da concentração de metais foram coletadas amostras de água em triplicata em frascos de polietileno (250 ml) prélavados com ácido nítrico (10%) por 24 h e rinsados três vezes com água ultrapura. As amostras foram, imediatamente, filtradas em filtros de membrana 0,45 μm, acidificadas com ácido nítrico ( = 2), armazenadas a 4ºC em refrigerador e posteriormente enviadas ao laboratório para a análise. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Conforme apresentado nas Tabelas 1 a 5, os valores das análises físico-químicas empregando a metodologia preconizada no Wastewater 22 ed e os resultados comparados com a Portaria MS 2914/2011. Foram avaliados os seguintes parâmetros: oxigênio dissolvido,, temperatura, cor aparente, turbidez, fluoreto, ferro, manganês, alumínio, condutividade, amônia, nitrato, nitrito e sólidos dissolvidos totais na unidade mg/l dos metais analisados. De acordo com o Plano de Bacia Hidrográfica do Alto Vale do Itajaí nos poços artesianos dos municípios da região, são utilizados preferencialmente por atividades agrícolas, embora o manancial percorra regiões urbanas, percebe-se a presença de, e Cobre em concentrações acima do máximo permitido estabelecido pela legislação. 2

Parâmetros Físico 4500G Eletrométrico 4500-H* Potenciométrico 2120E ColorimetriaTriestímulo 2130B- Nefelométrico 4500 Espectrofotométrico, mg/l Min. 5,0 7,15 -- 6,0 a 9,5 4,32 mgpt-co/l 15 15 NTU 5 5,23 mg/l 1,5 0,17 mg/l 0,3 0,14 mg/l 0,1 0,155 100 125,2 mg/l 1,5 0,023 mg/l 10 5,10 mg/l 1000 59,6 mg/l 0,2 3,35 Tabela 1 - Método analítico dos parâmetros analisados na localidade Nova Alemanha(NA). Parâmetros Físico 4500G Eletrométrico 4500-H* Potenciométrico 2120E ColorimetriaTriestímulo 2130B- Nefelométrico 4500 Espectrofotométrico, mg/l Min. 5,0 8,75 -- 6,0 a 9,5 4,84 mgpt-co/l 15 0,00 NTU 5 0,30 mg/l 1,5 0,10 mg/l 0,3 0,04 mg/l 0,1 0,239 100 85,7 mg/l 1,5 0,022 mg/l 10 3,20 mg/l 1000 33,80 mg/l 0,2 0,75 Tabela 2 - Método analítico dos parâmetros analisados na localidade Alto Rio Engano(RE). 3

Parâmetros Físico Parâmetros Físico 4500G Eletrométrico 4500-H* Potenciométrico 2120E ColorimetriaTriestímulo 2130B- Nefelométrico 4500 Espectrofotométrico, mg/l Min. 5,0 4,27 -- 6,0 a 9,5 5,00 mgpt-co/l 15 0,0 NTU 5 0,11 mg/l 1,5 0,06 mg/l 0,3 0,03 mg/l 0,1 0,079 100 227 mg/l 1,5 <0,015 mg/l 10 7,2 mg/l 1000 107 mg/l 0,2 5,80 Tabela 3 - Método analítico dos parâmetros analisados na localidade Campo das Flores(CF). 4500G Eletrométrico 4500-H* Potenciométrico 2120E ColorimetriaTriestímulo 2130B- Nefelométrico 4500 Espectrofotométrico, mg/l Min. 5,0 4,05 -- 6,0 a 9,5 4,57 mgpt-co/l 15 0,00 NTU 5 1,25 mg/l 1,5 0,20 mg/l 0,3 0,03 mg/l 0,1 0,055 100 52,30 mg/l 1,5 <0,015 mg/l 10 2,40 mg/l 1000 28,50 mg/l 0,2 1,00 Tabela 4 - Método analítico dos parâmetros analisados na localidade Alto Garrafão(AG). 4

Parâmetros Físico 4500G Eletrométrico 4500-H* Potenciométrico 2120E ColorimetriaTriestímulo 2130B- Nefelométrico 4500 Espectrofotométrico, mg/l Min. 5,0 4,47 -- 6,0 a 9,5 5,04 mgpt-co/l 15 0,6 NTU 5 0,17 mg/l 1,5 0,29 mg/l 0,3 0,02 mg/l 0,1 0,041 100 31,3 mg/l 1,5 <0,015 mg/l 10 1,4 mg/l 1000 14,62 mg/l 0,2 1,05 Tabela 5 - Método analítico dos parâmetros analisados na localidade SC 428(SC). Pode ser observado, que devido à presença de parâmetros acima da permitida pelo Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater decorrente de atividades agrícolas, contribuindo com o aumento de espécies químicas dissolvidas. Segundo a legislação do CONAMA 357/05, os valores máximos permitidos para Cobre, e, são respectivamente, 0,009, 0,1 e 0,1 mg.l-1, e nas amostras, tabela 1, apresentaram a média de 0,02 mg/l para o elemento Cobre, 1,44 mg/l para o elemento, e 1,68 mg/l para o elemento, teores consideravelmente superiores para rios de classe 2. A presença de metais pesados nos corpos d'água ocasiona a redução da capacidade de autodepuração natural da água, além de resultar em eliminação seletiva de espécies de moluscos, peixes, crustáceos e outros seres aquáticos. A presença de concentrações elevadas de metais provoca disfunções neurais, podendo causar lesões no sistema nervoso central ou periférico[7]. 5. CONCLUSÕES A qualidade da água dos poços artesianos no município de Imbuia com base nos resultados obtidos neste estudo é relativamente preocupante sendo necessária a realização de um monitoramento, conservação e proteção dos rios da bacia hidrográfica do Alto Vale do Itajaí. Na forma poluída ou contaminada, as águas subterrâneas quando comparadas as superficiais, têm maiores dificuldades de se autodepurarem devido a baixa velocidade de fluxo do aquífero, como também de serem detectadas, geralmente ocorre quando descobre-se algum poço contaminado. No solo, dependendo da sua permeabilidade, o movimento dos poluentes é muito lento, onde, geralmente são lixiviados, pela percolação das águas pluviais ou pela infiltração de efluentes líquidos. Assim que o poluente atinge as águas subterrâneas, há decréscimo da sua concentração com o aumento da distância do fluxo, filtração de sólidos e microorganismos, decomposição microbiano entre outros. 5

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] NASCIMENTO, S, F, V; ARAUJO, F, F, M. 2013. Ocorrência de bactérias patogênicas oportunistas em um reservatório do semiárido do Rio Grande do Norte, Brasil. Revista de Ciências Ambientais-RCA,7(1), 91-104. [2] BITTAR, D. B. Determinação dos Metais Pesados Cd, Cu, Cr e Pb nas águas do rio Uberabinha e proposta de Adsorção por Adsorventes naturais. Uberlândia, 2008. [3] CALLISTO, M.; GONÇALVES Jr., J.F.; MORENO, P. Invertebrados aquáticos como bioindicadores.in: GOULART, E.M.A. (Org.) Navegando o Rio das Velhas das Minas aos Gerais: Proj. Manuelzão.Belo Horizonte: Coopmed, p. 555-567,2005. [4] MACEDO, J.A.B. Águas & Águas. Jorge Antônio Barros de Macêdo Belo Horizonte-MG: CRQ-MG, 2007. [5] VASCONCELOS, Mickaelon Belchior. Poços para captação de águas subterrâneas: revisão de conceitos e proposta de nomenclatura. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS, 18., 2014, Fortaleza. Anais.Belo Horizonte: Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, 2014. p. 1-12. [6] BRASIL. Ministério da Saúde. Procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011. Diário Oficial da União, Brasília, DF. [7] CANDURRA, S. M.; BUTERA, R.; GANDINI, C.; LOCATELLI, C.; TAGLIANI, M.; FASOLA, D.; MANZO, L. Occupational poisoning with psychiatric manifestations. Giornale Italiano di Medicina del Lavoro ed Ergonomia, Pavia, v.22, n.1, p.52-61, 2000. 6