A função social das Atividades Notarial e Registral

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Transcrição:

IX Simpósio de Direito Contemporâneo 20, 21 e 22 de maio, em Santa Rosa-RS João Pedro Lamana Paiva A função social das Atividades Notarial e Registral Constituição Federal Art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público. [...] Quem delega as atividades? Delegação Nesse particular, não tenho dúvida em afirmar que é o Poder que exercia a atividade anteriormente, ou seja, o Estado federado, jamais a União, que apenas editará normas gerais. Além disso, estabelece a Constituição da República, no 1º do art. 25, serem reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas pelo texto constitucional. Na grande maioria dos Estados-membros o ato de delegação é outorgado pelo Poder Judiciário (presidente do Tribunal de Justiça), aquele que detém a fiscalização dos atos e realiza o concurso para ingresso e remoção. Em alguns Estados-membros, a exemplo de Minas Gerais, o Poder Delegante é o Executivo, através de ato do Governador. Exercício da Delegação "... É característica essencial da delegação que o delegado não é simples executor material das funções do delegante, mas deve dispor de uma certa margem de autonomia própria, para o exercício das funções a ele transmitidas (U. POTOTSCHNIG, "La delega di funzioni amministrative regionali agli enti locali, in Foro Amministrativo", 1971, III-430, citado por Lafayette Pondé, in "Da Delegação Administrativa", Revista de Direito Público, nº 49-50, p. 17). Lei nº 8.935/94. Art. 28. Os notários e oficiais de registro gozam de independência no exercício de suas atribuições, têm direito à percepção dos emolumentos integrais pelos atos praticados na serventia e só perderão a delegação nas hipóteses previstas em lei. A independência no desempenho das tarefas próprias serve exatamente para assegurar à comunidade a boa prestação, isenta e desvinculada da atividade do governo e de qualquer outro Poder. Fé Pública Lei nº 8.935/94. Art. 3º Notário, ou tabelião, e oficial de registro, ou registrador, são profissionais do direito, dotados de fé pública, a quem é delegado o exercício da atividade notarial e de registro.

Função Social As instituições Notarial e Registral representam uma organização social pré-jurídica, atendendo as necessidades da sociedade em sua estruturação social, patrimonial e econômica. Essas instituições independem das vontades individuais, pois tornaram-se um fenômeno social permanente, ou seja, não vivemos sem elas. Atividade Notarial A ação notarial é eminentemente de profissional público do Direito, não a serviço de uma das partes, mas, sim, do negócio. Age o notário como magistrado, equidistante das partes, cuidando de negócio de Direito Material, sem qualquer conotação de ato administrativo. Atividade Registral Na atividade registral, a autonomia existe no chamado princípio da qualificação, que é privativo do registrador. Em sendo, a qualificação, pessoal, obrigatória, indelegável e responsável, não pode ela ser substituída por ato de outrem. Sobretudo quanto ao Judiciário, compete-lhe somente a função de fiscalização. Não é concorrente. Segurança Jurídica Os notários e registradores estão a serviço de um dos valores supremos do Direito: a segurança jurídica. A melhor forma de retribuírem a confiança delegada é prestarem um serviço público da maior confiabilidade e eficiência porque estão eles exclusivamente a serviço do Direito Material do cidadão, como verdadeira instituição que representa seus serviços. Características das atividades registral e notarial Como se sabe, o Notário é o receptor da vontade das partes, na medida em que atua com imparcialidade, saneando, prevenindo litígios e provando os negócios jurídicos. Já o Registrador atua como se fosse um magistrado, em virtude de que somente a ele cabe exercer o princípio da qualificação do título a ser registrado, admitindo ou não o ingresso do documento no fólio real. De tal forma, nenhuma máquina ou tecnologia o substituirá. Assim, estando o título em ordem, será procedido ao ato, o que gerará publicidade (ficção de conhecimento). Natureza Jurídica das Atividades Notarial e Registral ANTES DE 1988 - Eram considerados Servidores do Foro Extrajudicial, integrantes dos Serviços Auxiliares da Justiça. APÓS 1988 - Constituição Federal (art. 236, regulamentado pela Lei nº 8.935/94) - os serviços são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público.

Finalidade do Sistema Registral Atualmente, o Sistema Registral está recebendo a consideração que sempre mereceu, pelos fins a que se destina: constituir; declarar; modificar; extinguir direitos; gerando publicidade, autenticidade, segurança e eficácia jurídica PASE. Efeitos CONSTITUTIVO - sem o registro o direito não nasce (Ex.: emancipação); COMPROBATÓRIO - o registro prova a existência e a veracidade do ato ao qual se reporta (Ex.: usucapião); PUBLICITÁRIO - o ato registral é acessível ao conhecimento de todos, salvo raras exceções (Ex.: adoção judicial). SISTEMAS DE PUBLICIDADE ESPECÍFICOS: Constitutivo - Ex.: hipoteca (Registro de Imóveis) e associação (Registro Civil de Pessoas Jurídicas); Declarativo - Ex.: usucapião (exceção no Registro de Imóveis) e óbito (REGISTRO CIVIL DE PESSOAS NATURAIS). PRECÁRIOS/RESIDUAIS: quando não há um registro específico-ativo. Ex.: carteira de trabalho (Registro de Títulos e Documentos). SISTEMAS ESPECÍFICOS DE PUBLICIDADE PESSOAS Registro Civil de Pessoas Naturais. Registro Civil de Pessoas Jurídicas e Registro da Atividade Empresarial (a cargo das Juntas Comerciais). NEGÓCIOS Registro de Títulos e Documentos; Tabelionato de Protesto de Títulos (art. 202, III e 397, CC); Registro Público de Empresas Mercantis; Centro de Registro de Veículos Automotores. BENS Registro de Títulos e Documentos (bens móveis); Registro de Imóveis (bens imóveis).

ATO NOTARIAL X ATO REGISTRAL Receptor da vontade (ser imparcial em Conserva o documento; relação às partes); Prova um direito; Saneia o negócio jurídico; Gera publicidade (ficção do conhecimento); Conserva o documento; Integra o ato jurídico; Prova o negócio jurídico; Autentica a data. Autentica a assinatura. SEGURANÇA JURÍDICA DO SISTEMA O Sistema Registral Brasileiro admitiu a presunção RELATIVA (juris tantum) de verdade ao ato registral, o qual, até prova em contrário, atribui eficácia jurídica e validade perante terceiros (art. 252, da Lei 6.015/73 e art. 1.245 e seguintes, do Código Civil).

Razões da existência do Sistema Registral Importa salientar que o SISTEMA REGISTRAL situa-se no âmbito JURÍDICO da MANUTENÇÃO DA ORDEM. Assim, os serviços desta natureza atuam na prevenção de litígios. Este sistema se diferencia da esfera judicial porque esta se presta para RESTABELECER A ORDEM quando atacada ou rompida. Ambos são interdependentes. Existe processo sem registro? O princípio da efetividade do processo se dá de que modo? Ex.: Mandado de Averbação de Exclusão de Sócio, Mandado de Averbação de Penhora de Quotas (art. 1.026 do CC e art. 655, VI, do CPC) etc. NORMALIDADE X CONFLITO Aqui entram os serviços registrais. Através destes serviços são constituídos, modificados, declarados, transferidos e extintos direitos. Aqui aparece o poder estatal para restabelecer a ordem rompida (Poder Judiciário). Também se presta para a criação, modificação, declaração, transferência e extinção de direitos, dependendo dos efeitos da sentença. O DIREITO NÃO ESTÁ SÓ NO PROCESSO Há tantos Direitos, ou até mais, sendo criados, modificados, declarados, transferidos e/ou extintos na esfera extrajudicial do que na judicial. Não se pode visualizar o Direito compreendendo apenas a esfera judicial, o processo (aproximadamente 44 artigos na Constituição Federal). Assim, é imperioso que a Sociedade conheça, também, e com a mesma intensidade, a esfera extrajudicial (1 único artigo na Constituição Federal). O que acontece quando faltam as condições da ação, ou os requisitos da petição inicial, ou os requisitos necessários de cada espécie de recurso? (juízo de admissibilidade - judicial) O que acontece quando faltam os requisitos exigíveis para a realização de um registro? (juízo de admissibilidade extrajudicial princípio da qualificação) *Alguns slides foram extraídos do trabalho de RCPJ do Registrador Dr. Tiago Machado Burtet, de Campinas do Sul-RS. CÓDIGO CIVIL O Sistema Registral no Brasil é de natureza MISTA, podendo ser:

CONSTITUTIVO: cria um direito e gera a ficção de conhecimento para o Brasil e o Mundo. Ex.: compra e venda de imóvel. É constitutivo em relação aos atos de oneração e às transmissões inter vivos. DECLARATIVO: declara o direito. Ex.: nascimento. É declaratório também nas aquisições originárias e causa mortis, bem como nos títulos de divisão, judiciais ou extrajudiciais. LEI N 11.382/2006 CERTIDÃO ACAUTELATÓRIA (CPC, art.615-a): FINALIDADE: noticiar a formação de processo de execução que pode alterar ou modificar o direito de propriedade; AVERBADA NO FÓLIO REAL : matrícula; COMUNICAÇÃO DO ATO AO JUÍZO: em 10 dias. ATOS POSTERIORES A AVERBAÇÃO: presume-se em fraude à execução a alienação ou oneração; Indisponibilidade de Bens Ordem judicial com o objetivo de bloquear a alienação/oneração do imóvel. Medida impositiva que retira o imóvel do mercado. Formas de apresentação do Ofício/Mandado e o prazo no Registro de Imóveis: Balcão e correio: 30 dias Correio Eletrônico do Tribunal de Justiça do RS: 5 dias CNIB Central Nacional de Indisponibilidade de Bens: 3 dias Destaque atual conferido ao Sistema Registral Percebe-se que as legislações deste novo século ressaltam a importância das atividades registrais e notariais e a confiabilidade no critério prudente e técnico do Registrador e do Notário, consagrando sua independência (Lei nº 8.935/94) e sua autonomia funcional, através de Leis como as seguintes: 1. Relacionadas ao direito de família e sucessões Lei 11.441/2007 (separação, divórcio, inventário e partilha extrajudiciais); Lei 11.790/2008 (registro tardio de nascimento); Lei 12.010/2009 (alterações na legislação de adoção); Lei 12.100/2009 (retificações no Registro Civil de Pessoas Naturais); Lei 13.112/2015 (mulher proceder registro de nascimento do filho) 2. Relacionadas à gestão urbanística e ambiental Lei 10.257/2001 (estatuto da cidade); Lei 10.267/2001 (georreferenciamento); Lei 10.931/2004 (retificação, patrimônio de afetação, etc.); Lei 12.651/2011 (novo Código Florestal);

3. Relacionadas à regularização fundiária Lei 11.481/2007 (regularização fundiária em ZEIS); Lei 11.977/2009 (regularização fundiária urbana); Lei 12.424/2011 (ampliação da usucapião administrativo); 4. Relacionadas ao processo de execução e fiscalização financeira: Lei 11.382/2006 (averbação premonitória, da penhora e outros institutos); Lei 12.683/2012 (combate à lavagem de dinheiro via comunicação ao COAF). Essa atividade, ainda depende de regulamentação específica. 5. Relacionadas aos negócios imobiliários: Lei 12.693 (contratos do PMCMV); Lei 12.703/2012, (portabilidade de financiamentos imobiliários), alterada pela Lei nº 12.810/2013; Lei 12.767/2012 (possibilita o protesto de certidão de dívida ativa). Lei 13.097/2015 (Princípio da Concentração) Lei 13.105/2015 (Novo CPC e usucapião extrajudicial, vigorará em 16/3/2016) Conclusão Esses serviços são necessários e indispensáveis para qualquer comunidade, porque uma cidade para existir não pode abrir mão de notários (como receptor da vontade das pessoas através de escrituras públicas/autenticações/reconhecimento de firma/procuração/ata notarial/protesto de títulos...). Bem como dos registradores públicos, pois estes certificam a existência das pessoas naturais, pessoas jurídicas, dos negócios mobiliários e dos bens imóveis, inclusive das transmissões por sucessão. Esta apresentação tem como fundamento o artigo do Des. Décio Antônio Erpen: A atividade notarial e registral: uma organização social pré-jurídica. MUITO OBRIGADO! www.lamanapaiva.com.br