EDUCAÇÃO AMBIENTAL E AMBIENTE NA PERCEPÇÃO DE PROFESSORES DE UMA ESCOLA DO ENSINO MÉDIO INTEGRAL:

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Transcrição:

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E AMBIENTE NA PERCEPÇÃO DE PROFESSORES DE UMA ESCOLA DO ENSINO MÉDIO INTEGRAL: uma reflexão sobre a dimensão ambiental nas práticas escolares ALMEIDA, Danielly Silva Ramos¹; Universidade Estadual da Paraíba. dani.srbio@gmail.com FERREIRA, Michelly Carvalho²; Universidade Estadual da Paraíba. miferreiracarvalho14@gmail.com SOUSA, Claudia Niedes da Silva³; Universidade Estadual da Paraíba. claudianiedes@hotmail.com DIAS, Márcia Adelino da Silva ; Universidade Estadual da Paraíba. adelinomarcia@yahoo.com.br RESUMO: A crise socioambiental atualmente enfrentada pelo mundo é eminentemente uma crise de percepção inadequada. Ela revela o retrato de como a sociedade se comporta, interage, produz e reproduz no meio ambiente. Diante desse contexto, esse trabalho objetivou-se em analisar a Educação Ambiental na percepção dos professores de uma instituição de ensino médio integral da rede pública estadual, visando refletir a dimensão ambiental nas novas propostas de práticas escolares. O trabalho corresponde a uma pesquisa quanti-qualitativa realizada com professores. Aplicaram-se questionários semi-estruturados e perscrutou-se o Projeto Político Educacional do ano letivo de 2015. Constatou-se que a maioria dos docentes pesquisados tem uma visão utilitarista do meio ambiente, destacando a preservação para os recursos fornecidos ao ser humano; há influência da disciplina que lecionam com suas práticas e estas revelam suas percepções; verificou-se que a reestruturação do currículo não favoreceu a inserção da dimensão ambiental na instituição de ensino. É necessário motivar e suscitar mudanças efetivas para a inserção da dimensão ambiental no currículo para que este contribua para a formação de escolas e territórios sustentáveis. PALAVRAS-CHAVES: Percepção ambiental, Professores, Educação Ambiental.

¹ Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática (Biologia) pela Universidade Estadual da Paraíba - UEPB, Campina Grande/PB. Professora de Biologia do Sistema Estadual de Educação da Paraíba. ² Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática (Biologia) pela Universidade Estadual da Paraíba - UEPB, Campina Grande/PB. Professora de Biologia do Sistema Estadual de Educação da Paraíba. ³ Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática (Biologia) pela Universidade Estadual da Paraíba - UEPB, Campina Grande/PB. 4 Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Professora do Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática da Universidade Estadual da Paraíba- UEPB, Campina Grande/PB, Brasil. INTRODUÇÃO A crise socioambiental atualmente enfrentada é eminentemente uma crise de percepção ambiental inadequada, e a Educação Ambiental constitui instrumento de mudança. É resultante da interação do ser humano com o ambiente que se estabelece a partir de uma relação de desrespeito e ignorância com as várias formas de vida. Ela revela o retrato de como a sociedade se comporta, interage, produz e reproduz no meio ambiente. Para Braga e Marcomin (2008), cada indivíduo inserido no ambiente percebe, reage, age e responde diferentemente às ações no e sobre o ambiente. As respostas ou manifestações resultam das percepções, julgamentos e expectativas de cada indivíduo. A percepção ambiental é uma forma de tomada de consciência do ambiente pelo ser humano, sendo assim é importante que o individuo se enxergue como parte do meio para a promoção do cuidado consigo e com o ambiente, dessa forma promover uma EA critica. Segundo Silva (2008), não haverá sustentabilidade na ausência de Educação Ambiental e sem mudanças nos modelos educacionais predominantes na sociedade contemporânea. E como já afirmara Paulo Freire a educação é uma forma de intervenção no mundo (FREIRE, 1984). A Educação Ambiental se constitui em uma forma abrangente de educação, alterando a proposta de educação que conhecemos, visando à participação dos cidadãos nas discussões sobre Educação Ambiental (JARDIM, 2009). Na Educação Ambiental, a percepção do ser humano é estimulada, formando, assim, cidadãos aptos a enfrentar os graves problemas socioambientais e buscando sempre valores éticos, culturais e políticos. Percepção ambiental permite o direcionamento de ações, permitindo a construção de estratégias que poderão atender melhor as deficiências encontradas em cada comunidade. Trabalhar a percepção deve ser o primeiro passo na construção de atividades educativas que

visam à autonomia crítica do cidadão. A percepção é um suporte indispensável para a realização de trabalhos em Educação Ambiental, buscando melhoria com base no modo de vida do indivíduo em seu meio. Para Oliveira et. al. (2009), o processo de Educação Ambiental realizado de maneira dinâmica, criativa e contextualizada, é ferramenta essencial às mudanças de percepção, de pensamento e de ações. Sem a Educação Ambiental não será possível construir ambientes sustentáveis e não se terá uma educação transformadora da realidade, sendo esta um caminho viável para potencializar a dimensão ambiental nas práticas escolares. Diante do exposto, realizou-se uma pesquisa com o objetivo principal de analisar a Educação Ambiental na percepção dos professores de uma instituição de ensino médio integral da rede pública estadual, visando refletir sobre a dimensão ambiental, como propostas de práticas escolares. A percepção dos professores permitiu fazer uma leitura da realidade escolar com relação à dimensão ambiental nas práticas pedagógicas. A compreensão da percepção colabora para indicar lacunas que existem no ensino sobre temáticas ambientais. METODOLOGIA Este estudo foi realizado em uma escola pública estadual, localizada na região semiárida do cariri paraibano, na cidade de Serra Branca- PB. O público alvo desse trabalho foram os professores de diferentes áreas do conhecimento da EEEFM Senador Jose Gaudêncio. Foram utilizados como instrumento de coleta de dados questionários semiestruturados que objetivaram interpretar a percepção ambiental dos educadores e a análise do Projeto Político Educacional (PPE). Conhecer a percepção fica mais próximo, para conceber alguma ação no sentido de romper com percepções inadequadas e com determinados paradigmas. Os questionários semi-estruturados que foram utilizados para conhecer a percepção ambiental de cada professor englobaram questões acerca da concepção de meio ambiente - aspecto conceitual, e práticas escolares projetos ou programas, com intuito de refletir a dimensão ambiental nas novas propostas de práticas escolares do redesenhamento curricular. A pesquisa foi do tipo quanti-qualitativa cuja técnica permite conhecer o comportamento e opinião sobre determinado assunto. Perscrutou-se o Projeto Político

Educacional, para conhecer as práticas escolares e relacioná-las as percepções dos professores. Foram analisados o plano de ação da instituição, os objetivos e as atividades planejadas para o ano letivo de 2015. RESULTADOS E DISCUSSÕES De acordo com Pereira et. al (2013) a percepção compreende a forma de o sujeito perceber o ambiente em que está inserido. A percepção ambiental dos indivíduos contribui para compreender a interação do modo humano com o ambiente através de seus valores, representações, sentimentos e concepções sobre o mundo. A percepção ambiental é o modo como cada indivíduo enxerga o meio ambiente e inter-relaciona-se com ele. De acordo com os resultados do estudo, a percepção ambiental para 57% dos professores (Figura 1) constitui uma visão do ambiente enquanto fornecedor de recurso sendo preciso à preservação. Esse tipo de concepção como salienta Santos et. al (2013) relaciona-se aos benefícios que proporcionam a sociedade e são favoráveis a existência humana e seu crescimento econômico. Esse é um enfoque dualista que separa o homem da natureza, gerando o que Gregori e Araújo (2013) chamaram de ética predatória que vê o mundo como recurso. Figura 1 - Conceito de meio ambiente, na percepção de educadores de uma escola pública estadual de ensino médio integral no município de Serra Branca-PB, dezembro de 2015.

Entre os educadores que participaram da pesquisa, 67% apontaram a Educação Ambiental numa perspectiva naturalista, como processo de ações ambientais voltadas para a preservação e conservação dos elementos naturais (vegetais e animais) (Figura 2). Verificouse que os educadores da escola pública estadual de ensino médio integral - não compreendem o trabalho de Educação Ambiental. Eles percebem esse processo enquanto uma arma de defesa para o meio ambiente no sentido natural. Entende-se como processo de conscientização, não obstante, a Educação Ambiental busca a sensibilização, a emancipação do pensamento para que a partir de um novo olhar, cada ser humano busque novas práticas conscientes, frente aos desafios encontrados. Vale a ressalva do que diz Silva e Leite (2008) sobre a importância de realizar mudanças urgentes na formação desses profissionais, com destaque para a formação continuada em implantação da Educação Ambiental com intuito de capacitá-los na defesa do ambiente, levando em consideração que as percepções dos educadores influenciam o processo de apreensão por parte dos alunos, de acordo com Macedo e Souza (2014). A formação de educadores facilita o desenvolvimento de atividades em Educação Ambiental, e deve transformar o profissional, propondo mudanças de valores, atitudes, elevando o nível de criticidade, autonomia e comprometimento para fomentar uma educação voltada para a sustentabilidade. Figura 2 - Conceito de Educação Ambiental (EA), na percepção de educadores de uma escola pública estadual de ensino médio integral no município de Serra Branca-PB, dezembro de 2015.

Sobre a existência de projetos ou programas de Educação Ambiental na escola, 85% afirmaram haver projetos em Educação Ambiental (Figura 3). Percepção relacionada à prática escolar fragmentada, de acordo com as disciplinas que lecionam de forma isolada. Referindose a apresentações de projetos em eventos como feira de ciências. Para Santos (2013), essa é uma forma inadequada de trabalhar essa temática por descumprir a Política Nacional de Educação Ambiental que institui uma abordagem interdisciplinar e transdisciplinar. Os outros 15% dos educadores afirmaram não ter projetos pelo fato de lecionarem disciplinas da área de exatas, atribuindo à responsabilidade da inserção da Educação Ambiental apenas aos professores da área de ciências, e não estão engajados nos projetos com a temática ambiental, já que são trabalhados de forma fragmentada. Figura 3 - Existência de projetos ou programas de Educação Ambiental, na percepção de educadores de uma escola pública estadual de ensino médio integral no município de Serra Branca-PB, dezembro de 2015. Quando questionados se já desenvolveram algum projeto de Educação Ambiental na escola, identificou-se que 71% dos educadores afirmaram terem desenvolvidos, na mesma vertente relacionada às atividades de cada disciplina que lecionam. Verificou-se um trabalho de forma fragmentada dentro da nova proposta curricular, sem diálogos com as outras áreas do conhecimento, opondo-se aos documentos que constitui a integração curricular como enfrentamento à superação da fragmentação dos saberes e articulação de disciplinas e formas não disciplinares do conhecimento. Verificou-se que a mudança proposta de reestruturação do currículo, não favoreceu a inserção da Educação Ambiental na escola.

Com relação à forma como a dimensão ambiental permeia nas disciplinas que lecionam para 67% (Figura 4) dos educadores, essa temática insere-se através dos conteúdos programáticos, essa percepção reforça a ideia de fragmentação dos saberes, sabendo-se que cada educador tem sua prática pedagógica isolada, não havendo interação entre as áreas do conhecimento e componentes curriculares como se propõe o redesenhamento curricular. Para os demais educadores (33%) não desenvolveram projetos em Educação Ambiental na escola. Figura 4 - Como a dimensão ambiental permeia a disciplina que lecionam na percepção de educadores de uma escola pública estadual de ensino médio integral no município de Serra Branca-PB, dezembro de 2015. Predominantemente entre os educadores (100%) da escola pública estadual de ensino médio integral (Figura 5) percebem a Educação Ambiental (EA) como instrumento de mudança, apesar da inépcia de que essa constitui uma arma de defesa do meio natural. Verificou-se que os educadores não compreendem o trabalho da Educação Ambiental, pois entendem a EA como processo de conscientização, e EA busca a sensibilização para que o ser humano busque novas práticas a partir de um novo olhar que supere os desafios encontrados. É nessa Perspectiva que, Silva e Leite (2008) apontam que além de envolver o ser humano no processo de sensibilização, também haja dinâmica, ludicidade, criatividade e diálogo entre as diversas áreas do conhecimento. A abordagem dinâmica, interdisciplinar e transdisciplinar se tornam inviável diante dos currículos tradicionais, é necessário redesenhá-los.

Figura 5 - Educação Ambiental como instrumento de mudança, na percepção de educadores de uma escola pública estadual de ensino médio integral no município de Serra Branca-PB, dezembro de 2015. É necessária a formação desses profissionais para que possibilite uma educação que amplie a visão sobre as questões ambientais, suas consequências sociais e políticas, no sentido de suscitar mudanças efetiva e motivar a inserção ambiental no currículo para superar a crise socioambiental, que é, sobretudo, uma crise de percepção. Como destaca Thomaz (2006) a EA é um instrumento da educação que caminha para reflexos sobre o meio ambiente e a sociedade, e deve partir da formação de educadores críticos. Com relação ao Projeto Político Educacional (PPE), nesse estudo, optou-se por analisar o PPE da escola por ser ele um documento que deve conter a organização pedagógica, ações e atividades executadas, com intuito de verificar se dentro da proposta de reestruturação do currículo permeia a dimensão ambiental. O Projeto Político Educacional (PPE) constitui o documento norteador das práticas educativas da escola e deve ser construído a partir da realidade da própria escola. Sendo o PPE um documento essencial para cada instituição e deve estar de acordo com a realidade escolar, foi verificado que na sua reorganização, a dimensão ambiental não é contemplada, não considerando o contexto atual da crise ambiental. No plano de ação do mesmo, não há atividades planejadas que esteja inserida a dimensão ambiental, inviabilizando a abordagem ambiental e a ausência no desenvolvimento de um currículo dinâmico e flexível que atenda as demandas da sociedade contemporânea. Há uma discrepância entre a justificativa do PPE com os objetivos que se pretende alcançar, justificando a necessidade de mudança, inovação e reflexão sobre o tipo de indivíduo que se quer formar e do mundo que se quer construir com nossa contribuição, não

havendo objetivos que leve em consideração a um mundo que enfrenta uma crise socioambiental. A falta de preparação tanto na formação inicial quanto na continuada, reflete-se nas práticas pedagógicas centradas no modelo tradicional, ausência da dimensão ambiental, o currículo e a percepção inadequada dos educadores. A temática ambiental não está inserida PPE na proposta de redesenhamento curricular, de modo que não há inovação em práticas escolares de superação e enfrentamento ao tipo de educação tradicional que não atende as necessidades da sustentabilidade. Com a análise do PPE, verificou-se que a proposta de reestruturação do currículo não favoreceu a inserção da EA. Apesar da reorganização escolar, com adesão ensino médio integral e este propor um currículo inovador que atenda as necessidades da escola e da comunidade, percebe-se que a dimensão ambiental não é contemplada, reconhecendo uma visão um tanto fragmentada como os conteúdos, é dessa forma que se comporta o ser humano, pois se vê como parte do meio, resultante da visão fragmentada do ambiente. Não se constatou no plano de ação da instituição, atividades que viabilizem a temática ambiental. A percepção inadequada dos professores justifica a ausência de práticas voltadas para o ambiente e Educação Ambiental, traduzindo-se a ausência no currículo. Observaram-se ações isoladas de alguns professores nas disciplinas que lecionam, porém, são práticas que fragmentam o saber e o conhecimento, reflexo da falta de preparação na formação inicial e continuada em EA, apesar de ser objetivo na nova proposta curricular da escola, oferecer formação continuada, contudo, não foi realizada formações para educadores ambientais. A partir da percepção ambiental dos pesquisados, observou-se que é necessário motivar e suscitar mudanças efetivas para a inserção da dimensão ambiental no currículo, para que este contribua para a formação de escolas sustentáveis, bem como territórios sustentáveis. A ausência da dimensão ambiental no PPE, a proposta de reestruturação curricular realça que ainda predomina a educação tradicional e não de práticas inovadoras que supere e enfrente as necessidades socioambientais rumo à sustentabilidade. É essencial um trabalho contínuo de Educação Ambiental que envolva os educadores e favoreça mudanças e ampliação de percepção para alcançar a sustentabilidade. CONCLUSÕES

Os resultados da apreciação dos docentes da escola pública estadual permitiram verificar que impera a percepção de ambiente como fonte de recursos, constatando-se uma visão utilitarista em favor da existência humana e do crescimento econômico. As percepções envolvem o cotidiano dos professores, sendo importante ter diagnósticos a partir da vivência de cada um para que se propuserem melhorias, com base na realidade do espaço vivido. As ações relacionadas às práticas dos educadores refletem que a percepção ambiental é concernente às disciplinas que lecionam, pois se verificou que, a temática ambiental é abordada nas áreas de ciências, havendo influência da disciplina que lecionam com a atuação de cada professor. Dentro da proposta de reestruturação curricular não houve mudanças, nem tampouco inovações nas práticas escolares quanto à dimensão ambiental, a ausência realça a percepção ambiental inadequada dos educadores. Ressalva-se a importância de mudanças de percepção para o redesenhamento do currículo, e cumprir a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) garantindo a sua abordagem transdisciplinar e interdisciplinar e trabalhar de forma efetiva a Educação Ambiental.

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