ESCOLA DE ARTE, CIÊNCIA E HUMANIDADES EACH/USP

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Condicionantes do componente indígena do processo de licenciamento ambiental da Usina Hidrelétrica

Transcrição:

ESCOLA DE ARTE, CIÊNCIA E HUMANIDADES EACH/USP Alunos (as): José Mateus P. Rodrigues N USP: 8924245 Laura Beltrami N USP: 8924415 Ludmilla N. N. de Almeida N USP: 8924179 Marina Rainha N USP: 9005231 Max Marques N USP: 8923932 Stela P. Mello N USP: 8924353 Victória Hosana N USP: 8924401 Belo Monte Sociedade, Meio Ambienta e Cidadania Professora: Dra. Sylmara Lopes Francelino Gonçalves Dias Orientadora: Denise Scótolo São Paulo 2014

Contextualização A constante busca por fontes de energia que compense um grande investimento financeiro tem como resultado questões políticas, sociais e ambientais de caráter polêmico, abrangendo o interesse e opiniões de diversos grupos. A construção da Usina do Belo Monte é um episódio que se enquadra neste perfil polêmico, que em quatro anos de obra, já despertou discussões e repercurssões até mesmo no campo judicial. Belo Monte é uma obra prevista para ser entregue parcialmente em Fevereiro de 2015, que terá potência máxima de 11.233MW, mas deverá operar em capacidade média de 4.431MW (41% da capacidade total) e será a terceira maior usina hidrelétrica do mundo, e a maior usina inteiramente brasileira. Localizada na região do Rio Xingu, Pará, a usina terá uma área alagada de 516 km², com uma barragem a 40 km da cidade de Altamira o que dará origem ao Reservatório do Xingu. A partir deste, haverá também um desvio de parte da água para um resevatório intermediário, além de um vertedouro principal localizado na barragem do Sítio Pimental com vazão máxima de 62 mil metros cúbicos por segundo e duas casas de força. Temos a seguir um breve histórico do projeto de obra da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Os estudos sobre o inventário da Bacia Hidrelétrica do Rio Xingu e a viabilidade tanto técnica quanto econômica do Complexo Hidrelétrico Altamira ocorreram entre 1975 e 1980. Devido à uma atitude de protesto da Índia Tuíra em 1989, o projeto foi remodelado para ser aprovado pelos ambientalistas e investigadores estrangeiros em 1994. Mediante a situação da questão ambiental, a partir da década de 2000 houveram diversos processos de avaliação, imposição e suspensão de leis e projetos visando uma obra que cumprisse com condicionantes ambientais, sociais e políticas. Os danos ambientais, o gasto exacerbado, o atraso das obras e questões politicas e sociais são os fatores que tornam a obra tão polêmica e geram discussões sobre esta, sendo que não se sabe ao certo se a maioria dos brasileiros são contra ou a favor. Experiências e Casos Reais

Desde o início das obras até os dias de hoje, a construção Usina de Belo Monte tem causado manifestação da população. Temos como alguns fatos e casos reais por exemplo, a ação de protesto da índia Tuíra, membro da tribo indígena da cidade de Altamira, que esfregou um facão no rosto do atual presidente da Eletrobrás (na época era diretor de engenharia da Eletronorte) José Antônio Muniz Lopes, mostrando e enfatizando a rejeição da obra por parte dos índios. Além da rejeição dos índios, as condicionantes (condições impostas pelos indígenas, população ribeirinha e órgãos ambientais para que a obra possa ter seguimento) a serem cumpridas durante a construção da usina estão sendo ignoradas também, sendo que foram feito documentos assinados pelas empreiteiras, políticos e órgãos ambientais. Algumas das principais condicionantes a serem cumpridas que foram ignoradas referem se à: direito da população ribeirinha e dos índios a terem acesso à toda documentação referente a obra; construção de um novo hospital para os moradores da região; não acumulação de toras de madeiras das árvores cortadas nas áreas a serem inundadas (para não deixá las apodrecerem) respeito de áreas pertencentes aos indígenas que foram invadidas devido á obra Há muitas outras exigências que foram desrespeitadas e que são escondidas da mídia, para que a população não tenha conhecimento, porém estes fatos nos dão melhor noção de toda a polêmica do andamento da obra. Argumentos contrários e favoráveis

A Desvantagens : O descumprimento das condicionantes indígenas e ambientais tem contribuído para potencializar os impactos negativos da implantação do empreendimento sobre as terras indígenas, favorecendo o desmatamento ilegal e supressão das tribos locais. Tanto as autoridades empreendedoras quanto as autoridades ambientais não cumpriram grande parte das obrigações referentes aos direitos indígenas e preservação da área Ambientais: Uma das grandes preocupações com o meio ambiente quanto à construção de uma hidrelétrica é a diminuição de vazão de suas aguas alterando o ciclo natural do rio em que é construída a barragem. Na barragem de Pimentel a vazão das águas em tempos de cheia (dezembro/maio) chegam a 20.000 m³/s e 400 m³/s em tempos de seca (agosto/setembro). Com a finalização da barragem a região passará a ter vazão de 4.000 8.000 m³/s em tempos de cheia e 700 m³/s em tempos de seca. As mudanças do fluxo de vazão alteram o ecossistema local onde espécies de peixes dependem das épocas de cheia do rio para se reproduzirem. O desmatamento da região do Xingu, onde está sendo construída a barragem, já estava sendo alterado no início dos anos 70 com a abertura da rodovia Transamazônica e a partir da construção de Belo Monte o quadro não será alterado, o desmatamento continuará. Sociais: A construção da hidrelétrica gerou grande mudança no cotidiano da população local como o transtorno trânsito, falta de segurança pública, panes energéticas; resultado do aumento do uso de energia criada pela obra e o aumento da população. B Vantagens: A mobilização e a contratação de mão de obra: resultam em um crescimento na procura por serviços, matérias e mercadorias para atender as necessidades da população local e das muitas pessoas atraídas para a região em busca de oportunidades de emprego aumentando as diferentes atividades de trabalho. Empresas também são

atraídas a esse novo polo de oportunidade, gerando um aumento na arrecadação de impostos para os municípios. Geração de energia: a capacidade energética de Belo Monte será de 11.233,1 MW Belo Monte representará 5,5% da energia que o Brasil precisa atualmete. atendendo as necessidade dos serviços públicos nas áreas urbanas e rurais além do uso doméstico e industrial. Valorização da área e da economia local: com a Usina do Belo Monte, a economia local tende a crescer e atender não só a região do Xingu, mas em todo o território brasileiro contribuindo para um maior reconhecimento do Estado, destacando que a usina será a maior em território brasileiro e uma das maiores do mundo. Referências

Programa de Comunicação Indígena UHE Belo Monte, Cartilhas de Licenciamento 1ª Edição, 2011 ISA, Instituto Socioambiental. ``Especial Belo Monte. 2014. Disponível em http://www.socioambiental.org/esp/bm/index.asp. Acessado em 10/05/2014. MPF, Ministério Público Federal.Pará. 2014. Disponível em http://www.prpa.mpf.mp.br/news/2014/belo monte pode parar se nao cumprir condicionan tes de licenca previa Acessado em 28/06/2014 Ministério Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, Licença de Instalação Nº795, 2011 Ministério da Justiça,Termo de Compromissos entre FUNAI e Norte Energia S.A. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis, Licença Prévia Nº 342, 2010 Ministério de Minas e Energia, Contrato de Concessão Nº 01/2010 MME UHE BELO MONTE, 2010 Arte.folha.uol Especiais Belo Monte. 2013. Disponível em http://arte.folha.uol.com.br/especiais/2013/12/16/belo monte/index.html. Acessado e 28/10/14