a Federal Boletimj Manual de Procedimentos IPI - Arrendamento mercantil ICMS - IPI e Outros 2.1 Arrendamento mercantil financeiro

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Transcrição:

Boletimj Manual de Procedimentos a Federal IPI - Arrendamento mercantil SUMÁRIO 1. Introdução 2. Normas administrativas 3. Fato gerador do IPI 4. Não ocorrência do fato gerador 5. Base de cálculo 6. Arrendamento de bens importados 7. Crédito fiscal 8. Reentrada do produto no estabelecimento do remetente 9. Escrituração em conta especial 10. Considerações sobre o ICMS 11. Considerações sobre o ISS 1. Introdução Ocorre o fato As operações de arrendamento mercantil (leasing) são devido o imposto no momento da gerador do IPI e torna-se definidas no parágrafo único saída de produtos industrializados do do art. 1 o da Lei n o 6.099/1974 estabelecimento industrial ou equiparado como o negócio jurídico a industrial, independentemente da realizado entre pessoa jurídica, finalidade do produto e do título na qualidade de arrendadora, e jurídico da operação pessoa física ou jurídica, na qualidade de arrendatária, e que tenha por objeto o arrendamento de bens adquiridos pela arrendadora, segundo especificações da arrendatária e para uso próprio desta. Neste texto, focalizamos o tratamento fiscal previsto na legislação do IPI para as operações de saídas de produtos a título de arrendamento mercantil (leasing). (Lei n o 6.099/1974, art. 1 o ) 2. Normas administrativas As operações de arrendamento mercantil (leasing) são disciplinadas pela Resolução Bacen n o 2.309/1996 e alterações posteriores, que prevê 2 modalidades de arrendamento mercantil: o financeiro e o operacional. (Resolução Bacen n o 2.309/1996) 2.1 Arrendamento mercantil financeiro Considera-se arrendamento mercantil financeiro a modalidade em que: a) as contraprestações e os demais pagamentos previstos no contrato, devidos pela arrendatária, são normalmente suficientes para que a arrendadora recupere o custo do bem arrendado durante o prazo contratual da operação e, adicionalmente, obtenha o retorno sobre os recursos investidos; b) as despesas de manutenção, assistência técnica e serviços correlatos à operacionalidade do bem arrendado são de responsabilidade da arrendatária; c) o preço para o exercício da opção de compra é livremente pactuado, podendo ser, inclusive, o valor de mercado do bem arrendado. (Resolução Bacen n o 2.309/1996, Anexo, art. 5 o ) 2.2 Arrendamento mercantil operacional Considera-se arrendamento mercantil operacional a modalidade em que: a) as contraprestações a serem pagas pela arrendatária contemplam o custo de arrendamento do bem e dos serviços inerentes à sua colocação à disposição da arrendatária, não podendo o valor total desses pagamentos ultrapassar 75% do custo do bem; Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Out/2011 - Fascículo 41 PR 1

b) as despesas de manutenção, assistência técnica e serviços correlatos à operacionalidade do bem arrendado são de responsabilidade da arrendadora ou da arrendatária; e c) o preço para o exercício da opção de compra é o valor de mercado do bem arrendado; e d) não há previsão de pagamento de valor residual garantido. Nota As operações de arrendamento mercantil operacional são privativas dos bancos múltiplos com carteira de arrendamento mercantil e das sociedades de arrendamento mercantil (Resolução Bacen n o 2.309/1996, Anexo, art. 6 o, 1 o ). (Resolução Bacen n o 2.309/1996, Anexo, art. 6 o, caput, I a IV, 1 o ) 2.3 Contratos de arrendamento Os contratos de arrendamento mercantil devem ser formalizados por instrumento público ou particular e, além de outros requisitos, estabelecer os seguintes prazos mínimos: a) no caso de arrendamento mercantil financeiro: a.1) 2 anos compreendidos entre a data de entrega do bem à arrendatária, consubstanciada em termo de aceitação e recebimento daquele, e a data de vencimento da última contraprestação, quando se tratar de arrendamento de bem com vida útil igual ou inferior a 5 anos; a.2) 3 anos, observada a definição do prazo citada na letra a.1, para o arrendamento de outros bens; b) no caso de arrendamento mercantil operacional: 90 dias. A operação de arrendamento mercantil será considerada como de compra e venda à prestação se a opção de compra for exercida antes de decorridos os prazos indicados nas letras a e b. (Resolução Bacen n o 2.309/1996, Anexo, arts. 7 o, 8 o e 10) 3. Fato gerador do IPI Ocorre o fato gerador do IPI e torna-se devido o imposto no momento da saída de produtos industrializados do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial, independentemente da finalidade do produto e do título jurídico da operação. Dessa forma, o contribuinte que der saída a bem na modalidade de arrendamento mercantil (leasing), quando seja equiparado a industrial (como, por exemplo, o importador de produto do exterior), ou após a realização de qualquer processo industrial, deverá emitir documento fiscal para acobertar a operação, com o destaque do imposto devido. (Regulamento do IPI, aprovado pelo Decreto n o 7.212/2010, art. 35, II, e art. 39) 4. Não ocorrência do fato gerador Nas saídas de bens subsequentes à primeira, nos casos de arrendamento mercantil, não ocorrerá o fato gerador do IPI, exceto na hipótese em que o produto for submetido a nova industrialização. Nesse caso, o imposto incidirá apenas sobre a primeira saída do produto. (RIPI/2010, art. 38, II, a ) 5. Base de cálculo Considera-se valor tributável o preço corrente do produto ou do seu similar no mercado atacadista da praça do remetente na saída do produto do estabelecimento industrial ou equiparado, quando se der a título de arrendamento mercantil. Inexistindo o preço corrente no mercado atacadista, deverá ser utilizado como base de cálculo: a) produto importado - o valor que serviu de base do Imposto de Importação, acrescido do valor desse imposto e dos demais elementos componentes do custo do produto, inclusive a margem de lucro normal; e b) produto nacional - o custo de fabricação, acrescido dos custos financeiros e dos de venda, administração e publicidade, assim como do lucro normal e das demais parcelas que devam ser adicionadas ao preço da operação. (RIPI/2010, art. 192 e art. 196, parágrafo único) 6. Arrendamento de bens importados Nas operações de saída de bens do estabelecimento importador a título de arrendamento mercantil, será considerado como valor tributável do IPI: a) o preço corrente no mercado atacadista da praça onde estiver domiciliado o estabelecimento arrendador; ou b) o valor que serviu de base para cálculo do IPI no desembaraço aduaneiro, quando demonstra- 2 PR Manual de Procedimentos - Out/2011 - Fascículo 41 - Boletim IOB

do comprovadamente que o preço dos produtos importados é igual ou superior ao que seria pago pelo arrendatário se os importasse diretamente. (RIPI/2010, art. 193) 7. Crédito fiscal Os estabelecimentos industriais poderão apropriar o crédito do IPI relativo às entradas de insumos (matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem) quando adquiridos para emprego na industrialização de produtos tributados ou que venham a sair do estabelecimento com isenção ou imunidade (exportação) ou, ainda, que estejam sujeitos à alíquota de 0%. Estão incluídos entre as matérias-primas e os produtos intermediários aqueles que, embora não venham a integrar o novo produto, sejam consumidos durante o processo de industrialização, excetuados os bens que façam parte do Ativo Permanente. Os estabelecimentos importadores também poderão se creditar do IPI pago no desembaraço aduaneiro de mercadoria importada do exterior quando as saídas forem realizadas a título de arrendamento mercantil e tributadas pelo imposto. Notas (1) Por meio do Ato Declaratório Interpretativo SRF n o 5/2006, o Secretário da Receita Federal declarou que: a) o direito ao aproveitamento do crédito do IPI nas aquisições de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem que entraram nos estabelecimentos industriais a partir de 1 o.01.1999 somente se aplica aos produtos aos quais a legislação do IPI garante o direito à manutenção e à utilização dos créditos; e b) não se aplica o direito ao crédito do IPI nas aquisições de matérias- -primas, produtos intermediários e materiais de embalagem utilizados na industrialização de produtos com a notação NT (não tributados) na Tabela de Incidência do IPI (TIPI), amparados por imunidade, exceto os decorrentes de exportação para o exterior, e nas saídas de produtos excluídos do conceito de industrialização pelo art. 5 o do RIPI/2002. (2) O art. 5 o do RIPI/2002 corresponde ao art. 5 o do RIPI/2010. (RIPI/2010, art. 5 o e art. 226, I e V; Lei n o 9.779/1999, art. 11; Instrução Normativa SRF n o 33/1999; Ato Declaratório Interpretativo SRF n o 5/2006) 8. Reentrada do produto no estabelecimento do remetente No caso de arrendamento mercantil, a reentrada do produto no estabelecimento do remetente não confere direito ao crédito do IPI, salvo se o produto tiver sido submetido a nova industrialização e se houver ocorrido nova saída tributada. (RIPI/2010, art. 230) 9. Escrituração em conta especial Os bens objeto de arrendamento mercantil devem ser escriturados em conta especial do Ativo Imobilizado da arrendadora para que não sejam confundidos com outros bens que, embora escriturados no Ativo Imobilizado da empresa, não se destinam a operações de arrendamento mercantil. A arrendadora deve manter registro individualizado que permita a verificação do fator determinante da receita e do tempo efetivo do arrendamento. (Lei n o 6.099/1974, arts. 3 o e 4 o ; Parecer Normativo CST n o 9/1977) 10. Considerações sobre o ICMS O ICMS não incide sobre as operações de arrendamento mercantil, exceto quando ocorrer a venda do bem arrendado ao arrendatário. Contudo, o Convênio ICMS n o 4/1997 autorizou os Estados e o Distrito Federal a concederem isenção do imposto na operação de venda do bem arrendado ao arrendatário, desde que este seja contribuinte do imposto. O citado Convênio ICMS n o 4/1997 também autorizou os Estados e o Distrito Federal a conceder ao estabelecimento arrendatário do bem o crédito do imposto pago por ocasião da aquisição do referido bem pela empresa arrendadora. (Lei Complementar n o 87/1996, art. 3 o, VIII; Convênio ICMS n o 4/1997) 11. Considerações sobre o ISS O item 15.09 da Lista de Serviços anexa à Lei Complementar n o 116/2003 inclui o arrendamento mercantil entre as operações sujeitas exclusivamente ao ISS: 15.09 - Arrendamento mercantil (leasing) de quaisquer bens, inclusive cessão de direitos e obrigações, substituição de garantia, alteração, cancelamento e registro de contrato, e demais serviços relacionados ao arrendamento mercantil (leasing). Dessa forma, a contraprestação paga pelo arrendatário do bem ao arrendador, a título de arrendamento mercantil, está sujeita à incidência do ISS. (Lei Complementar n o 116/2003, art. 1 o, Lista de Serviços, item 15.09) N Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Out/2011 - Fascículo 41 PR 3

a Estadual ICMS/ISS - Operações com programas de computador (softwares) SUMÁRIO 1. Introdução 2. Incidência do imposto sobre programa de computador (software) 3. Base de cálculo do ICMS 4. Alíquotas 5. Modelo do Danfe de venda de software destinado à comercialização 6. Decisão do STJ sobre a incidência dos impostos nas operações com software 7. Aspectos relativos ao ISS 8. Penalidades relativas ao ICMS 1. Introdução A discussão nos tribunais judiciais a respeito da incidência do ICMS ou do ISS nas operações com programas de computador ou softwares não é nova. Segundo o entendimento preponderante dos tribunais superiores, os programas de computação feitos, por empresas, em larga escala e de maneira uniforme, denominados softwares de prateleira, são mercadorias de livre comercialização no mercado, bem como passíveis da incidência do ICMS. Além disso, os programas feitos especialmente para determinados usuários, denominados personalizados, caracterizam verdadeira prestação de serviço sujeita ao ISS, imposto de competência municipal, não sendo os referidos programas tributados pelo ICMS. Assim se pronunciou a Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) no julgamento do Recurso Especial n o 39.797-9/SP, proferido em 15.12.1993. De acordo com a mencionada decisão, a exploração econômica de programas de computador, mediante contratos de licença ou de cessão, está sujeita apenas ao ISS. Ainda, segundo a referida decisão, os programas de computador não se confundem com os seus suportes físicos (hardwares). Logo, não podem ser considerados mercadorias para fins de incidência do ICMS. (STJ, Recurso Especial n o 39.797-9/SP, decisão proferida em 15.12.1993) 2. Incidência do imposto sobre programa de computador (software) Todas as operações de circulação de mercadorias estão sujeitas à incidência do ICMS na forma estabelecida na legislação tributária do Estado do Paraná, ressalvadas as hipóteses de isenção estabelecidas em convênios celebrados e ratificados pelo Poder Executivo ou de suspensão conforme a operação realizada. Para efeito da legislação do imposto estadual, ocorre o fato gerador na saída de mercadoria, a qualquer título, do estabelecimento do contribuinte, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular. Desta forma, a saída ou o fornecimento de programa de computador (software de prateleira) são tributados. (RICMS-PR/2007, arts. 2 o e 5 o, I) 3. Base de cálculo do ICMS A base de cálculo do ICMS nas saídas relativas às operações com programa de computador é o valor da operação. (RICMS-PR/2007, art. 6 o, I) 4. Alíquotas A alíquota aplicada nas operações internas com programa de computador será de 18%. Já em âmbito interestadual, as alíquotas são de: a) 12% para as operações e prestações interestaduais que destinem bens, mercadorias e serviços a contribuintes estabelecidos nos Estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo; b) 7% para as operações e prestações interestaduais que destinem bens, mercadorias e serviços a contribuintes estabelecidos no Distrito Federal e nos demais Estados não relacionados na letra anterior. (RICMS-PR/2007, art. 14, VI, e art. 15) 5. Modelo do Danfe de venda de software destinado à comercialização A seguir, reproduzimos um exemplo do Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica (Danfe) de venda de programa de computador (software) destinado à comercialização para destinatário localizado no Estado do Paraná. 4 PR Manual de Procedimentos - Out/2011 - Fascículo 41 - Boletim IOB

6. Decisão do STJ sobre a incidência dos impostos nas operações com software A tributação nas operações com software foi apreciada mais uma vez pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), desta vez pelos ministros da 2 a Turma, nos autos do Recurso Ordinário n o 5.934/95-RJ, os quais decidiram, por unanimidade de votos, que: Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Out/2011 - Fascículo 41 PR 5

a) os programas de computador, feitos por empresas em larga escala e de maneira uniforme, são mercadorias de livre comercialização no mercado, passíveis de incidência do ICMS; b) os programas elaborados especialmente para certo usuário exprimem verdadeira prestação de serviços, sujeita ao ISS. Para conhecimento, reproduzimos a ementa e o voto do relator da mencionada decisão, divulgados no DJU de 1 o.04.1996. Ementa Mandado de Segurança. Recurso. Tributário. Software. Programas de computador. Tributação pelo ISS ou pelo ICMS. Atividade intelectual ou mercadoria. Distinção. Inviabilidade na via estreita do Mandado de Segurança preventivo. Os programas de computação, feitos por empresas em larga escala e de maneira uniforme, são mercadorias de livre comercialização no mercado, passíveis de incidência do ICMS. Já os programas elaborados especialmente para certo usuário, exprimem verdadeira prestação de serviços, sujeita ao ISS. Cumpre distinguir as situações, para efeito de tributação, aferindo-se a atividade da empresa. Não, porém, através de mandado de segurança, ainda mais de caráter preventivo, obstando qualquer autuação futura. Voto O Senhor Ministro Hélio Mosimann: Como vimos do relatório, insurge-se a empresa recorrente contra a possível cobrança de ICMS sobre a venda de disquetes gravados com programas de computador, batendo- -se pela incidência, in casu, tão-somente do Imposto Sobre Serviços - ISS. Sobre o tema, de modo geral e apreciando caso oriundo do Estado de São Paulo, já se pronunciou este Tribunal, merecendo destaque decisão proferida no julgamento do Resp n o 39.797/SP, relatado pelo Eminente Ministro Garcia Vieira, que assim ementou a espécie, verbis: ICMS - Programas de computador - Não-incidência. A exploração econômica de programas de computador, mediante contratos de licença ou de cessão, está sujeita apenas ao ISS. Referidos programas não se confundem com suportes físicos, não podendo ser considerados mercadorias para fins de incidência do ICMS. Recurso improvido. A legislação de regência - Lei n o 7.646, de 18.12.87 - define o programa de computador como a expressão de um conjunto organizado de instruções em linguagem natural ou codificada, contida em suporte físico de qualquer natureza, de emprego necessário em máquinas automáticas de tratamento da informação, dispositivos, instrumentos ou equipamentos, periféricos, baseados em técnica digital, para fazê-los funcionar de modo e fim determinados - artigo 1 o, parágrafo único. Assim, equiparados foram os sistemas de computação - Programas - com a expressão de uma atividade intelectual, pelo que configurado bem imaterial e não mercadoria (Resp n o 39.457-0/SP, Rel. Min. Gomes de Barros), estabelecendo-se, destarte, a incidência do ISS e não do ICMS. Ocorre, no entanto, que a atividade intelectual existe apenas na fabricação do software, pois no momento em que o usuário opera com estes Programas, ele não está utilizando um serviço, mas sim uma mercadoria, que foi como todas as outras, elaborada partir de idéias, produzidas industrialmente e postas à venda no mercado. Desta forma, certo é que o programador presta serviços ao empresário que produz software e não ao usuário. É bem de ver, outrossim, que há diferenciações entre os programas. Há aquele feito em massa, para ser utilizado por vários usuários indistintamente e nos limites de suas especificações (Windows, OS/2, Word...), como também o feito por encomenda, visando matérias específicas para determinado usuário (programa de estoque de livros oceanográficos...). Assim, os programas de massa (aplicativos), feitos por empresas em larga escala e de maneira uniforme são, a toda evidência, mercadorias de livre comercialização no mercado, logo passíveis de tributação pelo ICMS. Já os programas feitos especialmente para certo usuário exprimem verdadeira prestação de serviços, incidindo, portanto, o Imposto Sobre Serviços - ISS. Esse assunto voltou a ser examinado, novamente, desta vez pelos Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), os quais decidiram, por unanimidade de votos, da mesma forma que o STJ, no sentido de que os programas feitos sob encomenda estão sujeitos à incidência do ISS, enquanto os chamados softwares de prateleira (produzidos em série e comercializados no varejo) constituem mercadorias postas no comércio, sujeitas, portanto, ao ICMS. Trata-se de decisão proferida nos autos do Recurso Extraordinário n o 176.626-3-SP, publicado no DJU de 11.12.1998. Transcrevemos a seguir partes do acórdão: Ementa: I. Recurso extraordinário: prequestionamento mediante embargos de declaração (Súmula 356). A teor da Súmula 356, o que se reputa não prequestionado é o ponto indevidamente omitido pelo acórdão primitivo sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios. Mas se, opostos, o Tribunal a quo se recuse a suprir a omissão, por entendê-la inexistente, nada mais se pode exigir da parte (RE 210.638, Pertence, DJ 19.06.98). II. RE: questão constitucional: âmbito de incidência possível dos impostos previstos na Constituição: ICMS e mercadoria. Sendo a mercadoria o objeto material da norma de competência dos Estados para tributar-lhe a circulação, a controvérsia sobre se determinado bem constitui mercadoria é questão constitucional em que se pode fundar o recurso extraordinário. III. Programa de computador (software): tratamento tributário: distinção necessária. 6 PR Manual de Procedimentos - Out/2011 - Fascículo 41 - Boletim IOB

Não tendo por objeto uma mercadoria, mas um bem incorpóreo, sobre as operações de licenciamento ou cessão do direito de uso de programas de computador - matéria exclusiva da lide -, efetivamente não podem os Estados instituir ICMS: dessa impossibilidade, entretanto, não resulta que, de logo, se esteja também a subtrair do campo constitucional de incidência do ICMS a circulação de cópias ou exemplares dos programas de computador produzidos em série e comercializados no varejo - como a do chamado software de prateleira (off the shelf) - os quais, materializando o corpus mechanicum da criação intelectual do programa, constituem mercadorias postas no comércio. Relatório O Senhor Ministro Sepúlveda Pertence - RE, a, contra acórdão do Tribunal de Justiça de São Paulo que julgou procedente ação declaratória ajuizada pela recorrida, visando ao reconhecimento da não-incidência do ICMS sobre operações de licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computador. [...] Argumentou o Estado (f.314/315): No caso dos programas de computador, há que se fazer certas distinções, a fim de atender às peculiaridades da questão. Com efeito, não se nega que o software seja fruto de uma produção intelectual do programador e que, por isso, optou o legislador pátrio por protegê-lo como se protege o direito autoral. Todavia, o fato de ser o programa de computador protegido pela lei dos direitos autorais não implica no fato de não se poder caracterizá-lo como mercadoria. Quem adquire um livro, por exemplo, não obstante possa ter o domínio sobre o objeto corpóreo que o mesmo representa, não adquire propriedade sobre a obra intelectual nele contida. Da mesma forma o programa de computador: quem adquire o disquete contendo o programa, passa a ter o domínio sobre o disquete e não sobre a obra intelectual que ele contém. Da mesma forma, um programa de computador pode ser reproduzido em escala industrial e vendido no mercado como acontece, por exemplo com os processadores de texto compatíveis com a linha de computadores IBM PC/ XT, tais como o Carta Certa e o Wordstar. Qualquer pessoa pode entrar em uma loja de suprimentos de artigos para informática e adquirir um programa sem que lhe seja prestado qualquer tipo de serviço pelo autor do programa. Há que se destacar que o legislador, quanto tornou os programas de computador passíveis de proteção pela lei de direitos autorais, quis evitar a reprodução e comercialização desautorizados, isto é, a venda de programas piratas. Assim sendo, os programas de computador, uma vez reproduzidos em escala industrial e colocados à venda em lojas, que formam estoques, tornam-se mercadorias circuláveis. As operações de circulação, por sua vez, são fato gerador do ICMS. Voto [...] Passo ao exame do mérito do recurso. Estou, de logo, em que o conceito de mercadoria efetivamente não inclui os bens incorpóreos, como os direitos em geral: mercadoria é bem corpóreo objeto de atos de comércio ou destinado a sê-lo. Ora, no caso, o que se pretende é a declaração de inexistência de relação jurídica de natureza tributária entre a autora e o Estado, relativamente às operações de licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computador : trata- -se, pois, de operações que têm como objeto um direito de uso, bem incorpóreo insuscetível de ser incluído no conceito de mercadoria e, conseqüentemente, de sofrer a incidência do ICMS. [...] De fato. O comerciante que adquire exemplares para revenda, mantendo-os em estoque ou expondo-os em sua loja, não assume a condição de licenciado ou cessionário dos direitos de uso que, em conseqüência, não pode transferir ao comprador: sua posição, aí, é a mesma do vendedor de livros ou de discos, que não negocia com os direitos do autor, mas com o corpus mechanicum de obra intelectual que nele se materializa. Tampouco, a fortiori, a assume o consumidor final, se adquire um exemplar do programa para dar de presente a outra pessoa. E é sobre essa operação que cabe plausivelmente cogitar da incidência do imposto questionado. A distinção é, no entanto, questão estranha ao objeto desta ação declaratória, reduzido ao licenciamento ou cessão do direito de uso de programas de computador, bem incorpóreo sobre o qual, não se cuidando de mercadoria, efetivamente não pode incidir o ICMS; por isso, não conheço do recurso: é o meu voto. 7. Aspectos relativos ao ISS Conforme depreendido das referidas decisões exaradas pelos tribunais superiores, a exploração econômica de programas de computador, mediante contratos de licença ou de cessão, está sujeita apenas ao ISS, de competência dos municípios. Segundo essas decisões, os programas de computador não se confundem com os seus suportes físicos, não podendo ser considerados mercadorias para fins de incidência do ICMS. Em outras palavras, o entendimento corrente dos tribunais é de que a tributação do ICMS relativa ao software por encomenda caracteriza flagrante invasão do Estado na competência tributária do município. Isso porque o Estado não poderia cobrar o imposto sobre a venda de programação feita por encomenda para atender às necessidades específicas de um cliente, quando o que se tem é serviço típico, sujeito, em princípio, à competência tributária dos municípios. Diferente é o caso do software de prateleira que, como o próprio nome sugere, encontra-se à venda em indistintos pontos, servindo a uma gama tão grande de consumidores que chega a ser conhecido como software produto, por ser produzido em série. Assim, resumidamente, observamos que a tributação dos programas de computador deve atender ao citado no tópico 6, letras a e b. Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Out/2011 - Fascículo 41 PR 7

7.1 Lista de serviços O art. 1 o da Lei federal n o 9.609/1998 define programa de computador como a expressão de um conjunto organizado de instruções em linguagem natural ou codificada, contida em suporte físico de qualquer natureza, de emprego necessário em máquinas automáticas de tratamento da informação, dispositivos, instrumentos ou equipamentos periféricos, baseados em técnicas digital ou análoga, para fazê-los funcionar de modo específico e para fins determinados. A lista de serviços anexa à Lei Complementar n o 116/2003 trata, no item 1.04, da elaboração de programas de computador, inclusive de jogos eletrônicos. Assim, após a edição da referida Lei Complementar, as prefeituras encontram-se amparadas para a cobrança do ISS sobre o software, independentemente de ser ou não de prateleira, uma vez que não existe ressalva alguma. (Lei federal n o 9.609/98, art. 1 o ; Lei Complementar n o 116/2003, lista anexa, item 1.04) 7.2 Base de cálculo do ISS A base de cálculo do imposto será o preço do serviço. (Lei Complementar n o 116/2003, art. 7 o ) 7.3 Alíquota do ISS A alíquota máxima aplicada ao serviço de programas de computador, inclusive de jogos eletrônicos, é de 5%. (Lei Complementar n o 116/2003, art. 8 o, II) 8. Penalidades relativas ao ICMS Será considerada em situação irregular toda mercadoria encontrada em poder de qualquer pessoa física ou jurídica sem documentação fiscal. As mercadorias em situação irregular poderão ser apreendidas pela fiscalização e somente serão liberadas depois de regularizadas. O contribuinte do ICMS que deixar de emitir nota fiscal de saída de programa de computador (software) estará, ainda, sujeito à multa de 30% do valor do imposto devido. (RICMS-PR/2007, art. 669, 1 o, VI, a ) N a IOB Setorial Federal Setor alimentício - IPI - Chocolates - Forma de tributação Os chocolates classificados nos códigos 1704.90.10 e 18.06.90.00 (exceto o EX 01) e nas subposições 1806.31 e 1806.32 da Tabela de Incidência do IPI (TIPI), aprovada pelo Decreto n o 6.006/2006, estão sujeitos ao imposto, conforme estabelecido nas Notas Complementares (NC) 17-1 e 18-1. Veja, a seguir, a transcrição dessas notas complementares: NC (17-1) Nos termos do disposto na alínea b do 2 o do art. 1 o da Lei n o 7.798, de 10 de julho de 1989, com suas posteriores alterações, as saídas dos estabelecimentos industriais ou equiparados a industrial dos produtos classificados no Código 1704.90.10, ficam sujeitas ao imposto de nove centavos por quilograma do produto. 8 PR Manual de Procedimentos - Out/2011 - Fascículo 41 - Boletim IOB

NC (18-1) Nos termos do disposto na alínea b do 2 o do art. 1 o da Lei n o 7.798, de 10 de julho de 1989, com suas posteriores alterações, as saídas dos estabelecimentos industriais ou equiparados a industrial dos produtos classificados nas subposições 1806.31, 1806.32 e 1806.90 (exceto Ex - 01 ), acondicionados em embalagens para consumo inferior a dois quilogramas, ficam sujeitas ao imposto de doze centavos por quilograma do produto. Para melhor visualização dessas normas, vejamos a seguinte tabela: NCM Descrição NC (17-1) Tributação 1704.90.10 Chocolate branco R$ 0,09 por kg R$ 0,09 por Kg. NCM Descrição NC (18-1) Tributação 1806.31 - Recheados 1806.31.10 Chocolate R$ 0,12 por kg R$ 0,12 por kg 1806.31.20 Outras preparações R$ 0,12 por kg R$ 0,12 por kg 1806.32 - Não recheados 1806.32.10 Chocolate R$ 0,12 por kg R$ 0,12 por kg 1806.32.20 Outras preparações R$ 0,12 por kg R$ 0,12 por kg 1806.90.00 - Outros R$ 0,12 por kg R$ 0,12 por kg WExemplos a) 1.000 kg de chocolate branco - NCM - 1704.90.10 (x) R$ 0,09 = R$ 90,00 (IPI devido); b) 1.000 kg de chocolate - NCM 1806.32.10 (x) R$ 0,12 = R$ 120,00 (IPI devido). D Acrescente-se que o art. 1 o, 2 o, b, da Lei n o 7.798/1989 dispõe sobre a exclusão ou inclusão de produtos no regime tributário de incidência do IPI, por unidade de produto, nos termos do mencionado diploma legal. (Lei n o 7.798/1989, art. 1 o, 2 o, b ; RIPI/2010, art. 207; TIPI - Decreto n o 6.006/2006, NC 17-1 e NC 18-1) N a IOB Perguntas e Respostas Simples Nacional/DASN - Retificação 1) O contribuinte optante pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições Devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional) que esteja sofrendo fiscalização pode retificar a Declaração Anual do Simples Nacional (DASN)? Sim, desde que a retificação a ser efetuada não vise à redução ou exclusão de tributo. A retificação da DASN com o objetivo de reduzir ou excluir tributo somente será admitida se efetuada por contribuinte optante pelo Simples Nacional antes do início de qualquer procedimento fiscal. (Resolução CGSN n o 10/2007, art. 4 o, 3 o ) IPI/Redução de alíquotas - Refrigerantes e refrescos - Requisitos 2) Quais são os requisitos para a utilização da redução da alíquota prevista para refrigerante, refresco e extrato concentrado para elaboração de refrigerante que contenha suco de fruta ou extrato de sementes de guaraná na sua composição? Para fins de utilização da redução da alíquota do IPI para refrigerante, refresco e extrato concentrado para elaboração de refrigerante que contenha suco de fruta ou extrato de sementes de guaraná em sua composição, devem ser cumpridos os seguintes requisitos: a) a redução fica sujeita à observância exclusiva do disposto nas Notas Complementares (NC) Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Out/2011 - Fascículo 41 PR 9

21-1 e 22-1 da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI), aprovada pelo Decreto n o 6.006/2006; e b) a redução independe de pedido do fabricante e de reconhecimento por parte da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB); c) deve ser observada especificação, expedida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), dos produtos que atendem ao disposto nas mencionadas Notas Complementares; d) o fabricante do produto registrado no Mapa deve solicitar documento que comprove o atendimento ao requisito de quantidade mínima de suco de fruta ou de extrato de guaraná determinada no respectivo padrão de identidade e qualidade, bem como, se for o caso, em sua complementação de padrão. Esta solicitação deve ser encaminhada à fiscalização federal agropecuária da Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento da Unidade da Federação onde o estabelecimento está registrado. O estabelecimento produtor deve manter à disposição da RFB e do Mapa o documento comprobatório de que trata a letra d até que se extinga o direito de constituição do crédito tributário. (Instrução Normativa RFB n o 1.185/2011, arts. 1 o, 2 o e 3 o ) IPI/Bebidas - Selos de controle - Quebra de estoque 3) Poderá ser admitida, pela Receita Federal, a quebra de estoque de selos de controle a que estão sujeitas as bebidas? Sim. Poderá ser admitida quebra no estoque de selos de controle destinados aos produtos sujeitos a este selo, quando decorrente de perda verificada em processo mecânico de selagem, independentemente de apresentação dos espécimes inutilizados, atendidos os limites e condições estabelecidos. O limite máximo de quebra admissível é de 0,5%, calculado sobre a quantidade de selos aplicados nas unidades produzidas no período considerado pela fiscalização, atendidas as peculiaridades de cada caso. No entanto, cabe observar que a quebra informada, ainda que dentro do limite previsto, poderá ser impugnada pela fiscalização, se considerada excessiva. Assim ocorrendo, o Delegado da Delegacia da Receita Federal do Brasil (DRF) ou da Delegacia da Receita Federal de Fiscalização (Defic) de jurisdição do estabelecimento determinará a realização de procedimento de diligência para avaliação da procedência da quebra, mediante exame do processo de aplicação do selo. Se constatada a diferença entre a quebra informada e a que for apurada em procedimento de diligência, será cobrado o imposto sobre as diferenças apuradas, sem prejuízo de sanções e outros encargos exigíveis. (Instrução Normativa SRF n o 504/2005, arts. 48 e 50 a 52) PR/ICMS - NF-e e ECF - Venda para consumidor não contribuinte - Obrigatoriedade 4) No Estado do Paraná o contribuinte que emitir Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), modelo 55, fica também obrigado ao uso do ECF se vender para consumidor não contribuinte do ICMS? Não. Os estabelecimentos que utilizem sistema eletrônico de processamento de dados para emissão de NF-e, modelo 55, a fim de documentar todas as operações ou prestações que realizarem, ficam desobrigados de emitir Cupom Fiscal. (RICMS-PR/2007, art. 349 1 o, e ) PR/ICMS - Cadastro de contribuintes - Produtor rural 5) Um produtor com mais de uma propriedade em municípios diferentes pode ter uma única inscrição como produtor rural? Não. Cada propriedade de um mesmo produtor terá um número distinto de inscrição no Cadastro de Produtores Rurais (CAD/PRO), podendo haver centralização das inscrições somente se as propriedades localizarem-se no mesmo município. (RICMS-PR/2007, art. 128, 1 o e 4 o ; Norma de Procedimento Fiscal CRE n o 36/2010) PR/ICMS - AIDF - Produtor com inscrição baixada - Concessão 6) Pode ser concedida Autorização para a Impressão de Documentos Fiscais (AIDF) a produtor que esteja com a inscrição cancelada por qualquer motivo? Não. Somente será concedida AIDF para o produtor que esteja com a inscrição ativa no Cadastro de Produtores Rurais (CAD/PRO). (Norma de procedimento Fiscal CRE n o 36/2010, item 12.1) 10 PR Manual de Procedimentos - Out/2011 - Fascículo 41 - Boletim IOB