Ocorrência de Perda Dentária entre os Usuários da Estratégia de Saúde da Família do Município de Campina Grande - PB

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Transcrição:

PESQUISA Revista Brasileira de Ciências da Saúde Research DOI:10.4034/RBCS.2012.16.02.04 Volume 16 Número 2 Páginas 137-142 2012 ISSN 1415-2177 Ocorrência de Perda Dentária entre os Usuários da Estratégia de Saúde da Família do Município de Campina Grande - PB Occurrence of Tooth Loss Among Users of the Family Health Strategy in Campina Grande - PB VÍVIA FERNANDA DE ALBUQUERQUE CARNEIRO 1 DEBORAH CAVALCANTI VITÓRIO RODRIGUES 1 ANA ISABELLA ARRUDA MEIRA RIBEIRO 2 RENATA DE ANDRADE CARDOSO PINTO ROCHA 2 ALAN BRUNO LIRA DE FARIAS 1 ALESSANDRO LEITE CAVALCANTI 3 RESUMO Objetivo: Avaliar a ocorrência de perda dentária em usuários da Estratégia de Saúde da Família do município de Campina Grande-PB. Material e Métodos: A amostra, do tipo não probabilística, foi composta por 204 usuários das UBSFs, com idade igual ou superior a 18 anos. Utilizou-se como instrumento de coleta de dados um formulário específico, com questões abertas e fechadas, dicotômicas e de múltipla escolha. As variáveis estudadas foram: sexo, idade, perda dentária, tipo de elemento dentário ausente e motivo da perda. O exame bucal foi realizado por um único pesquisador, sob luz natural, no próprio ambiente da UBSF, usando apenas espátulas de madeira descartáveis. Os dados foram analisados através do SPSS (Statistical Package for Social Sciences) versão 13.0, e apresentados por meio da estatística descritiva (distribuições absolutas e percentuais). Resultados: Constatou-se que 87,7% da amostra apresentavam perda dentária, predominando os molares (69,3%). Indivíduos com idade igual ou superior a 56 anos apresentaram o maior percentual de elementos dentários perdidos (53,1%). Os homens apresentaram um maior percentual de perda dentária (34,4%) quando comparados às mulheres. A cárie dentária se constituiu no principal motivo para a exodontia (47,3%). Conclusão: Verificou-se ser elevada a prevalência de edentulismo, acometendo, principalmente, indivíduos do sexo masculino e acima de 56 anos de idade. Os dentes posteriores foram os mais frequentemente perdidos, sendo a cárie dentária a principal causa. DESCRITORES Prevalência. Perda de Dente. Programa Saúde da Família. SUMMARY Objective: To evaluate the occurrence of tooth loss among users of the Family Health Strategy in Campina Grande-PB. Method: The non-probabilistic sample was composed by 204 users of FHUs, aged 18 years or more. Data collection instrument used was a specific form, containing open, closed, multiple choice and dichotomous questions. The variables studied were sex, age, tooth loss, type of missing tooth and reason for losing. The oral examination was performed by a single examiner, under natural light at the FHU environment, using only disposable wooden spatulas. Data were analyzed using the SPSS (Statistical Package for Social Sciences) version 13.0, and presented by means of descriptive statistics (absolute and percentage distributions). Results: 87.7% of the sample was found to present teeth loss, and molars predominated (69.3%). Individuals aged over 56 years had the highest percentage of teeth lost (53.1%). Men had a higher percentage of tooth loss (34.4%) compared to women. Decay was the main reason for tooth extraction (47.3%). Conclusion: Tooth loss prevalence was proven to be high, affecting mainly males and above 56 years of age. Posterior teeth were the most frequently lost, being tooth decays the main cause. DESCRIPTORS Prevalence. Tooth Loss. Family Health Program. 1 2 3 Cirurgião-Dentista, Campina Grande/PB, Brasil Professora Substituta Doutora do Departamento de Odontologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Campina Grande/PB, Brasil Professor Doutor do Departamento de Odontologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Campina Grande/PB, Brasil http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/rbcs

CARNEIRO et al. Acrescente socialização da Odontologia e a emergência de sistemas de grupo, atingindo hoje a parcela da população que há pouco tempo não possuía condições de acesso ao atendimento odontológico, são fatos inegáveis. Porém, mesmo com a melhoria dos indicadores de saúde, verifica-se um descompasso entre o que o SUS preconiza na teoria e o que se observa na prática (CARLOS et al., 2009), pois, o Brasil, mesmo com elevado número de cirurgiõesdentistas, ainda é considerado um país de desdentados (SERRA, HENRIQUES, 2000). O edentulismo perda parcial ou total dos dentes é um dos agravos mais significativos à saúde bucal. A alta proporção de brasileiros com perda total dos elementos dentários, a possibilidade de controle desse agravo e os danosos impactos na vida das pessoas afetadas desafiam a saúde pública a minimizar esse problema (BARBATO et al., 2007). A cárie é a principal causa de perdas dentárias (JOVINO-SILVEIRA et al., 2004), contudo, os traumatismos dos elementos dentais, assim como as doenças periodontais também contribuem para essas perdas, porém em menor grau. Além destes fatores etiológicos, a perda dentária também é decorrente de atitudes dos profissionais da Odontologia (CABRAL, CALDAS JR, CABRAL, 2005) e da população, da acessibilidade e utilização de serviços odontológicos, da modalidade de financiamento do Sistema Único de Saúde e da forma de prestação dos cuidados odontológicos (BARROS, BERTOLDI, 2002), pois os motivos de ordem econômica são comuns como causa primária ou correlata de extrações dentárias (PINTO, 2000). Em 1986, estimava-se que 10% da população brasileira aos 34 anos de idade apresentava ausência total de dentes. Entre 41 e 48 anos de idade, esse problema atingiu, respectivamente, 20 e 30% dos brasileiros. A partir dessa idade, a proporção de edêntulos foi cada vez maior e o colapso da dentição mais intenso, podendo alcançar os 80% aos 70 anos de idade (PINTO, 2003). Dados demográficos têm mostrado expressivo incremento das perdas com a idade (FRAZÃO, ANTUNES, NARVAI, 2003). Resultados do último levantamento epidemiológico nacional (BRASIL, 2010) indicaram que a perda precoce de elementos dentais ainda é grave e o edentulismo se constitui, no Brasil, em um persistente problema de saúde pública. O Programa Saúde da Família (PSF), hoje entendido como estratégia, vem buscando consolidar o modelo de saúde baseado na atenção à família, entendida em seu ambiente físico e social, onde deve ocorrer a elaboração dos planos locais, para o enfrentamento dos determinantes desfavoráveis à saúde (AZEVEDO et al., 2011). Constata-se que o edentulismo reflete uma complexa teia de determinantes que englobam características culturais, o modelo de oferta de serviços e de formação de recursos humanos e as condições de vida e de saúde das populações (RONCALLI, 2006). A severidade do quadro epidemiológico detectado leva à indicação urgente de uma política de saúde planejada, em que os recursos disponíveis sejam usados com a máxima eficácia (SALIBA et al., 1999). Sendo assim, o presente estudo teve por objetivo avaliar a prevalência de perda dentária entre os usuários da Estratégia de Saúde da Família do município de Campina Grande-PB. MATERIAL E MÉTODOS Realizou-se um estudo transversal, com uma abordagem indutiva, procedimentos comparativos, estatísticos e descritivos, com técnica de observação direta. A pesquisa foi realizada em 2008 no município de Campina Grande, localizado no interior do Estado da Paraíba, a 130 km da capital do Estado. A cidade está situada no agreste paraibano, entre o litoral e o sertão, com altitude próxima de 552 m acima do nível do mar, na região oriental do Planalto da Borborema. A área do município abrange 620,6 km² e possui uma população estimada de 371.060 habitantes (densidade demográfica de 612 hab/km²). O estudo foi desenvolvido nos postos de saúde qualificados pelo Ministério da Saúde, situados nos bairros e distribuídos por Distritos Sanitários onde funciona a Estratégia Saúde da Família (ESFs). A amostra do tipo não probabilística foi constituída por 204 usuários adultos, que aguardavam atendimento nas Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSFs) do município de Campina Grande-PB. O instrumento de pesquisa consistiu de um formulário contendo informações referentes ao sexo, a idade, perda dentária, tipo de elemento dentário ausente e motivo da perda. O exame bucal foi realizado por um único pesquisador, sob luz natural, em uma sala no próprio ambiente da UBSF, usando apenas espátulas de madeira descartáveis. Os critérios para considerar um elemento dentário como perdido ou com extração indicada foram seguidos de acordo com o Projeto SB2000 (BRASIL, 2001). Os dados foram analisados através do SPSS (Statistical Package for Social Sciences) versão 13.0, e apresentados por meio da estatística descritiva (distribuições absolutas e percentuais). A pesquisa foi cadastrada no Sistema Nacional de Informação sobre Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos SISNEP (CAAE 0388.0.133.000-07) e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. RESULTADOS Constatou-se que 87,7% dos indivíduos 138 R bras ci Saúde 16(2):137-142, 2012

Ocorrência de Perda Dentária entre os Usuários da Estratégia de Saúde da Família do Município de Campina Grande - PB examinados apresentavam, no mínimo, 1 elemento dentário ausente. Com relação ao elemento dentário, os dentes posteriores foram os mais comumente perdidos, sendo os molares os que apresentaram a maior frequência (69,3%), conforme apresentado na Figura 1. Ao se analisar a perda dentária segundo a faixa etária, observou-se que existiu uma relação linear, isto é, quanto mais idoso é o paciente, maior é o percentual de dentes perdidos, de modo que indivíduos com idade igual ou superior a 56 anos apresentaram o maior percentual de elementos dentários perdidos (Tabela 1). A Figura 2 mostra o percentual de dentes perdidos de acordo com o sexo masculino e feminino. Verifica-se que os homens apresentaram maior percentual de perda dentária (34,4%) quando comparado às mulheres. Figura 1. Distribuição dos elementos dentários perdidos. Tabela 1. Distribuição da amostra segundo a frequência absoluta e percentual de dentes perdidos. Frequência de Dentes Perdidos Faixa etária n (médio) % 18 a 25 anos 8 25,0 26 a 35 anos 11 34,4 36 a 45 anos 10 31,2 46 a 55 anos 11 34,4 56 a 66 anos 17 53,1 Mais de 66 anos 17 53,1 Figura 2. Distribuição da perda dentária segundo o sexo. R bras ci Saúde 16(2):137-142, 2012 139

CARNEIRO et al. Figura 3. Distribuição dos motivos da perda dentária. A maioria dos pacientes relatou que o principal motivo para a realização da extração foi a cárie dentária (47,3%) (Figura 3). Indagados sobre o tipo de serviço no qual a exodontia foi realizada, 54,5% (n=98) afirmou ter utilizado o serviço público, enquanto 45,5% (n=81) relataram o uso do serviço privado. DISCUSSÃO O edentulismo tem suas causas sociais, a exemplo da organização dos serviços de saúde bucal ao longo da história, com uma prática de oferta da assistência cirúrgico-restauradora, pois em várias situações por problemas econômicos, os dentes eram extraídos (FURTADO, FORTE, LEITE, 2011). A alta prevalência de perda dentária verificada neste estudo está de acordo com o descrito na literatura, posto que FERNANDES et al. (1997) e PEREIRA, SILVA, MENEGHIM, (1999) obtiveram uma prevalência de perda dentária de 88,6% e 80,2%, respectivamente. Estes resultados podem ser explicados, sobretudo pela ausência de programas preventivos e curativos efetivos, mostrando que a extração dental ainda continua sendo o tratamento mais empregado como forma de solucionar os problemas que acometem a cavidade oral da população (PEREIRA, SILVA, MENEGHIM, 1999). Segundo SALIBA et al. (1999), evitar a prática de extrações é uma forte prioridade que envolve também a conscientização dos Cirurgiões Dentistas, pois estes são os que a realizam. Quanto ao elemento dentário, os resultados aqui descritos confirmaram os achados reportados por JOVINO-SILVEIRA et al. (2004), no qual os dentes posteriores, principalmente os molares, foram os mais ausentes. A presença de cicatrículas e fissuras inacessíveis à limpeza na superfície oclusal do primeiro molar permanente, somada ao nível socioeconômico e ao tipo de dieta do brasileiro leva à rápida instalação do processo carioso e a consequente perda do elemento dentário (ANDRADE, GUIMARÃES, 1997). Em adultos, é alto o percentual de perda dentária, visto que na faixa de 35-44 anos, 43,1% dos dentes foram extraídos, proporção essa que se torna ainda maior com o avançar da idade (CANGUSSU et al., 2001) e em indivíduos acima de 75 anos a prevalência de edentulismo pode atingir 85,6% (PEREIRA, SILVA, MENEGHIM, 1999). No SB Brasil 2010 este dado foi confirmado, visto que a necessidade de algum tipo de prótese em adultos ocorreu em 68,8% dos casos, sendo que a maioria (41,3%) foi relativa à prótese parcial em um maxilar, no nordeste a necessidade a chegou a 45,6%. Em idosos, de 65 a 74 anos, 23,9% necessitavam de prótese total em pelo menos um maxilar e 15,4% de prótese total dupla, já na região nordeste estes valores nesta mesma faixa etária foram 18,3% e 16,1% respectivamente. Esses números se assemelharam aos encontrados neste estudo, onde se verificou a maior prevalência de edentulismo já a partir da faixa etária acima dos 56 anos. Esses resultados sugerem que a prática da extração dental ainda continua sendo o tratamento mais empregado como forma de solucionar os problemas bucais apresentados pela população senil. O crescimento dessa parcela da população é um fenômeno mundial, sendo acelerado no Brasil, exigindo, portanto, providências específicas nas políticas públicas de assistência ao idoso (NERY, MARCELO, DANTAS, 2010). Quanto à distribuição segundo o sexo, os 140 R bras ci Saúde 16(2):137-142, 2012

Ocorrência de Perda Dentária entre os Usuários da Estratégia de Saúde da Família do Município de Campina Grande - PB resultados se mostraram similares, sendo constatada uma maior frequência de perda dentária entre os homens. Esses achados divergem do reportado na literatura visto que de acordo com BARBATO et al. (2007), as mulheres apresentaram maiores índices de perdas dentárias. Todavia, estudo de base populacional realizado no Sul do Brasil revelou que os índices de cárie dentária são maiores entre as mulheres já a partir da adolescência (PERES et al., 2007), o que pode explicar a diferença em relação às perdas dentárias na vida adulta. Outra hipótese explicativa desta diferença seria a utilização mais frequente dos serviços odontológicos por parte das mulheres, com consequente sobretratamento, resultando na perda precoce do elemento dentário. Quanto aos motivos que levaram o indivíduo a se submeter à extração dentária, estudo realizado por JOVINO-SILVEIRA et al. (2004) nas cidades de Recife/ PE e Maceió/AL, identificou que a razão principal das exodontias em ambos os municípios foi a cárie dentária, com um índice de 70,3% e 63,3%, respectivamente. No presente trabalho, confirmam-se esses achados, tendo em vista que a cárie dentária se constituiu na mais frequente causa da perda dentária (47,3%), ratificando que a mesma ainda permanece como um grave problema de saúde bucal. Logo, o conhecimento das razões das perdas dentárias é de extrema importância, pois pode auxiliar na elaboração de programas que visem à manutenção da dentição natural ao longo de toda a vida. A maioria dos usuários fez uso do serviço público para a realização de exodontias, corroborando com os achados descritos por BARBATO et al. (2007), porém contrapondo-se a CANGUSSU et al. (2001), os quais relataram que 77,8% dos pacientes haviam procurado o serviço privado. O SUS é um agente de grande importância, porém, ainda, com um papel proporcionalmente pequeno. Os próprios dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD/1998, 2003) mostraram que atendimento odontológico se diferencia fortemente do atendimento médico, com uma proporção muito mais alta de atendimentos financiados de próprio bolso, e muito menos pelo SUS (BARROS, BERTOLDI, 2002). Além do mais, existem diferenças em relação à saúde bucal e ao tipo de tratamento recebido entre os usuários dos diferentes serviços de odontologia, pois os usuários dos serviços privados tinham mais chance de receber tratamento restaurador ou preventivo, enquanto os que utilizavam os públicos tinham mais chance de receber tratamento cirúrgico (exodontia) (MATOS et al., 2002). O fato de a cárie dentária continuar como o fator principal das perdas dentárias, demonstra a necessidade de políticas públicas voltadas para a prevenção e promoção de saúde, como por exemplo, a fluoretação das águas, por ser um meio bastante abrangente. Tal fato também pôde indicar que não há uma adequada higiene bucal por parte dos pacientes, que muitas vezes não recebem as devidas orientações. Além disso, é sabido que no Brasil, parte da população vive em estado de extrema miséria, onde a escova dental pode ser objeto de uso coletivo. A cárie dentária é, portanto, um fator bastante abrangente, e que, por sua vez, deve ser combatida nos seus mais diferentes aspectos. Outro ponto bastante relevante neste estudo foi a quantidade de pessoas que afirmaram terem optado pela exodontia por vontade própria. Em geral, o paciente muitas vezes faz a opção pela exodontia a ter que se submeter ao tratamento restaurador, por considerar a solução mais prática e mais econômica. Tal resultado pôde indicar que não está havendo o devido cumprimento do código de ética profissional, pois cabe ao cirurgião-dentista realizar a motivação e a educação em saúde, desenvolvendo assim, seu papel na promoção de saúde. Convém ressaltar que somente a partir de 2003, com a implantação dos Centros de Especialidades Odontológicas, é que a endodontia e a prótese dentária especialidades determinantes no tratamento de dentes gravemente lesionados por cárie e na reabilitação dos danos severos aos elementos dentários ou na substituição nos casos de perdas passaram a fazer parte das opções de tratamento oferecidas à população brasileira pelo serviço público (BARBATO et al., 2007). É cediço que o Brasil é considerado um país de desdentados. Sendo assim, dados sobre as perdas dentárias podem auxiliar na elaboração de programas que visem à manutenção da dentição natural ao longo de toda a vida dos indivíduos. Nesse sentido, é necessário que outros estudos relacionados às perdas dentárias sejam realizados, possibilitando a reorganização do acesso aos serviços de saúde bucal para a população, envolvendo ações preventivas e restauradoras, garantindo saúde para as próximas gerações. Além disso, pelo fato de Campina Grande ser um município considerado como Gestor Pleno do Sistema Municipal e Pólo de saúde para o Estado da Paraíba, novos estudos devem ser realizados com o intuito de avaliar a necessidade da reorientação dos serviços odontológicos, visando reduzir as perdas dentárias através de políticas públicas voltadas para a promoção de saúde bucal e a oferta de melhores serviços à população. CONCLUSÃO Verificou-se ser elevada a prevalência de edentulismo, acometendo, principalmente, indivíduos do sexo masculino e acima de 56 anos de idade. Os dentes posteriores foram os mais frequentemente perdidos, sendo a cárie dentária a principal causa. R bras ci Saúde 16(2):137-142, 2012 141

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