TÍTULO: BIOESTIMULANTES APLICADOS VIA FOLIAR EM CAFEEIROS COFFEA ARABICA EM PRODUÇÃO EM MINAS GERAIS CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA SUBÁREA: CIÊNCIAS AGRÁRIAS INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ AUTOR(ES): WATUS CLEIGSON ALVES DA COSTA ORIENTADOR(ES): PAULO JOSÉ DA SILVA LEITE COLABORADOR(ES): CAPAL, FERNANDA REGIANE DA SILVA, PRODUQUÍMICA INDÚSTRIA E COMÉRCIO, RAFAEL TADEU DE ASSIS, RENATO FONSECA DE PAIVA, TIAGO DE OLIVEIRA TAVARES
RESUMO Produtos a base de extratos de algas mostram-se em crescente avanço de utilização, estes podem ser encontrados enriquecidos com hormônios ou com precursores hormonais, nutrientes e aminoácidos. A ideia da utilização destes produtos é fornecer as plantas condições maiores de resistência a estresses possíveis durante todo o ciclo. A cultura do café por ser perene, passa por diversas fases não favoráveis durante o ano, principalmente falta de chuvas e altas temperaturas. Foram avaliados dois tipos de fertilizante a base de algas presente no mercado, visando observar possíveis benefícios na cultura do café. Palavras chave: Bioestimulante, Hormônios, Algas, Café INTRODUÇÃO Os extratos de algas marinhas são bioativos cientificamente confirmados pelos estudos americanos, mesmo apresentando baixas concentrações de nutrientes e hormônios, estes auxiliam na translocação de seiva e nos processos de diferenciação celular, portanto espera-se que tais produtos possam auxiliar tanto na floração e frutificação do cafeeiro quanto no desenvolvimento vegetativo tanto aéreo, quanto radicular. A utilização de adubação de solo, nutrição foliar adequada e controle fitossanitário teoricamente garantiriam um resultado desejável, porém se houver condições adversas, tais produtos podem com suas propriedades amenizar, ou evitar prejuízos fisiológicos nas plantas (CROUCH E VAN STADEN, 1993). Esses efeitos são devidos, principalmente, ao fortalecimento da estrutura da planta, certamente o aumento de produtividade na cafeicultura vem atrelado a diversos fatores como os já citados a cima. Muitos dos compostos químicos, diversos de extratos de algas marinhas e seus modos de ação permanecem desconhecidos, é plausível que estes componentes apresentam efeitos sinérgicos de atividades, porém para cada cultura deve-se ter bem definido suas doses, modos e épocas de aplicação para que possam se inserir no mercado (KOYAMA et al., 2012). Dessa forma trabalhos visando encontrar respostas aos diferentes produtos devem ser realizados para suprir esta demanda. METODOLOGIA
O experimento foi implantado, no campo experimental do Centro Universitário Planalto de Araxá, localizada em Araxá-MG, com Latitude: 19 34 43,16 S Longitude: 46 57 18,35 W e altitude média de 993 metros. A área do experimento de campo apresenta tipo de solo Latossolo Vermelho Distroférrico. A adubação química foi realizada conforme a análise química do solo e o histórico da área. A cultivar é Catuaí Vermelho IAC 144 com espaçamento de 2,0 x 0,50 com população de 10.000 plantas ha -1. A área total da parcela foi de 10 plantas, sendo as 4 centrais consideradas úteis. Utilizou-se delineamento experimental em blocos casualizados com cinco tratamentos e quatro repetições. Foram realizadas quatro aplicações foliares a cada 35 dias, foi utilizado como tratamento 1 a testemunha com tratos convencionais, tratamento 2 tratos convencionais e 500ml de Acadian ha -1, tratamento 3 tratos convencionais 500ml de Acadian e 115ml de aditivos do Ever ha -1, tratamento 4 tratos convencionais 500ml de Improver ha -1, e no tratamento 5 tratos convencionais 500ml de Improver e 115ml de aditivos do Ever ha -1. Avaliou-se altura de planta, diâmetro de caule próximo ao solo, numero de ramos plagiotrópicos primários, e no primeiro ramo plagiotrópico de um lado da planta, seu comprimento, número de nós e número de folhas. Os dados obtidos foram submetidos à análise da variância pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO Conforme a tabela1, após 6 meses observou-se que o Improver (T4) apresentou maior altura de planta e o Acadian (T2) menor altura de planta, esse produto pode, em função da sua composição, concentração e proporção das substâncias, incrementar o crescimento e desenvolvimento vegetal estimulando a divisão celular, diferenciação e alongamento das células, podendo também, aumentar a absorção e a utilização de água e dos nutrientes pelas plantas (CASTRO; VIEIRA, 2001), porém em 6 meses de tratamento não foram suficientes para expressar diferenças em no diâmetro de caule, comprimento do primeiro ramo, no número de nós do mesmo, e também não apresentou diferença no numero de folhas. A aplicação de Acadian (T2) somente não trouxeram benefícios biométricos para a cultura no período estudado porem, quando utilizados com o Aditivos do Ever (T3) propiciou um maior numero de ramos por planta, em relação a aplicação do Acadian apenas,
de acordo com Castro e Vieira (2001), a mistura de dois ou mais reguladores vegetais ou de reguladores vegetais com outras substâncias de natureza bioquímica, o mesmos se potencializam aumentando o efeito fisiológico. E vale lembrar que a testemunha (T1) teve as devidos cuidados sanitários e nutricionais, e que a adição de Acadian (T2), Acadian mais Ever (T3), Improver (T4), Improver mais Ever (T5), para os parâmetros avaliados não trouxeram melhorias significativas em relação ao tratamento padrão (T1). Tabela1 Altura de planta, Diâmetro de Caule, Numero de ramos, Comprimento do primeiro ramo, Numero de nós no primeiro ramo, Numero de folhas no primeiro ramo, avaliados em 6 meses. Diâmetro Comp. 1º N de N de Altura da N de Tratamentos de Caule Ramo Nós 1º Folhas 1º Planta (cm) Ramos (mm) (cm) ramo ramo T1= Testemunha 30,8 ab 0,63 a 16,1 ab 11,6 a 8,9 a 8,7 a T2= Acadian 24,0 b 0,40 a 14,0 b 8,3 a 9,6 a 10,6 a T3= Acadian +Aditivos do Ever 31,0 ab 0,55 a 17,8 a 9,5 a 11,3 a 10,6 a T4= Improver 33,1 a 0,60 a 16,2 ab 17,6 a 9,9 a 10,0 a T5= Improver +Aditivos do Ever 27,5 ab 0,65 a 15,4 ab 10,1 a 9,8 a 9,2 a CV Tukey (%) 13,73 35,03 10,46 41,14 29,44 45,86 Médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey. Apesar de alguns estudos utilizando os bioestimulantes a base de algas em diferentes culturas, os resultados obtidos até agora têm sido controversos, sendo necessárias, portanto, novas pesquisas para melhor avaliação dos efeitos destes produtos na agricultura, uma vez que seu uso tem sido propagado em várias regiões do mundo (VASCONCELOS, 2006) CONCLUSÃO Aplicação destes bioestimulantes em plantas de cafeeiros em formação apresentou comportamento variável entre os parâmetros analisados, é possível que a longo prazo os incrimentos encontrados possam resultar de forma acumulativa incrimento em produtividade, porém, é necessário mais tempo de estudos para verificar e consolidar a eficiência dos bioestimulantes estudados.
REFERÊNCIAS CASTRO, P.R.C; VIEIRA, E.L. APLICAÇÃO DE REGULADORES VEGETAIS NA AGRICULTURA TROPICAL. Guaíba: Agropecuária, 2001. 132p. CROUCH, I.J; VAN STADEN, J. EFFECT OF SEAWEED CONCENTRATE FROMECKLONIA MAXIMA (OSBECK) PAPENFUSS ON MELOIDOGYNE INCOGNITAINFESTATION ON TOMATO. 1993. Journal of Applied Phycology 5: 37 43. Disponível em:< http://link.springer.com/article/10.1007%2fbf02182420> VASCONCELOS, A. C. F. (2006). USO DE BIOESTIMULANTES NAS CULTURAS DE MILHO E DE SOJA. Tese de Doutorado, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-27022007-161744/> KOYAMA, R; BETTONI, M. M; RODER, C; ASSIS, A. M; ROBERTO, S. R; MÓGOR, A. F. EXTRATO DA ALGA Ascophyllum nodosum (L.) LE JOLIS NO DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO E NA PRODUÇÃO DO TOMATEIRO. Belém-PA. Revista Ciências Agrarias. Vol 55, n. 4, p. 282-287, out./dez. 2012