Dor por Lesão
Você conhece alguém que não tem celular ou que, de alguma forma, seja em casa ou no trabalho, que não faça uso de alguma ferramenta multimídia? Provavelmente, não. Também, não é para menos: calcula-se que existam sete bilhões de pessoas hoje no planeta, e nada menos que seis bilhões de celulares. Isso sem falar nos inúmeros gadgets: ipad, iphone, tablet, smartphone e laptop, entre outros. Com tanta tecnologia cada vez mais acessível, é difícil não estar, de alguma forma, inserido na "rede". Mas e a saúde, como fica nesse contexto? Vivemos numa época que é praticamente impossível viver ou trabalhar sem estar conectado a internet o que, obviamente, desencadeará em algum tempo, algum problema de saúde.
Oldack Borges de Barros, presidente da Sociedade Brasileira de Reeducação Postural Global (SBRPG), explica que essas doenças por esforço repetitivo surgiram nos anos 1990 e o início do novo milênio com o advento dos notebooks. Éramos o Homo erectus e agora somos o Homo sentadus, brinca o especialista, sobre a condição atual de sedentarismo da sociedade. Segundo ele, as primeiras doenças a aparecer relacionadas ao uso de dispositivos móveis foram a artrite, a artrose e a fibromialgia (dor crônica em vários pontos do corpo). Sobre a dor generalizada pelo corpo, ele alerta também para o estresse como causa. A LER (lesão por esforço repetitivo) é designada para definir toda e qualquer lesão causada por movimentos repetitivos como digitação, má postura, tocar piano, dirigir, algumas atividades físicas que exijam muito esforço, fazer crochê, entre tantos outros. Manifesta-se principalmente nas formas de tendinites, cotovelo de tenista, dores no punho, incapacidade de segurar objetos e dor aguda nos dedos, punhos e cotovelos.
A LER abrange um grupo de doenças que atinge principalmente os músculos, nervos e tendões, provocando irritações e inflamações em razão da sobrecarga do sistema musculoesquelético. Oldack Borges de Barros conta que, inicialmente, a lesão por esforço repetitivo, ou LER, atingia a faixa etária dos adultos jovens, com cerca de 40 anos. Hoje, há jovens que com 07 anos já desenvolvem o mal. É natural que, por exemplo, uma pessoa com 23 anos que fique o dia todo no PC e passa mais de 30 minutos ininterruptos digitando tenha dores nas articulações. Basta fazer um ano dessa rotina e os sinais virão, exemplifica. Várias são as causas que levam uma pessoa a apresentar LER, entre elas podemos citar: * Repetitividade de movimentos; *Postura inadequada por um longo período de tempo; *Atividades de trabalho que exijam força excessiva com as mãos; *Atividades esportivas que exijam grande esforço dos membros superiores;
*Ritmo intenso de trabalho; *Mobiliário mal projetado e ergonomicamente errado; *Esforço *Trabalho muscular estático; *Choques e impactos; *Executar a mesma tarefa por tempo prolongado; *Pressão mecânica sobre algumas regiões do corpo; *Pressão no ambiente de trabalho; *Cobrança por produtividade; *Má divisão das tarefas. O primeiro sintoma da LER é a dor, seguida depois de outros sintomas como formigamento, dormência, insensibilidade ou falta de força para segurar objetos. Em estágios mais avançados da LER, as inflamações podem se tornar um processo degenerativo que afeta nervos e vasos sanguíneos de maneira prejudicial, podendo causar deformidades como cistos, inchaços, perda de potência, sendo que a dor pode se tornar insuportável e tarefas rotineiras como escovar os dentes e amarrar os sapatos tornamse impraticáveis.
As doenças causadas pelo esforço repetitivo são muitas, dentre elas podemos citar: tendinite, síndrome do túnel do carpo, tenossinovites, bursite, mialgias, síndrome do pronador redondo entre outras. O tratamento para a LER é feito com anti-inflamatórios e uma equipe interdisciplinar que envolve médico, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e acupunturista. Especialistas recomendam a caminhada como um bom aliado ao tratamento, já que essa atividade estimula a liberação de endorfina, responsável pelo alívio da dor e também pelo relaxamento do corpo. A LER não é considerada uma fatalidade e sim um acidente resultante de práticas e hábitos que agridem o corpo, e que podem ser evitadas por meio de algumas ações simples, como: Para pessoas que trabalham com atividades repetitivas, é preciso que a cada 25 minutos se faça uma pausa de 5 minutos para descanso, e a cada hora de trabalho, saia da cadeira e se movimente;
Durante o tempo de pausa faça exercícios de alongamento para manter os tecidos irrigados; Beba água regularmente durante o dia; Mantenha uma postura adequada, com os ombros relaxados, apoiando-se no encosto da cadeira, e os pulsos retos; Mantenha as plantas dos pés totalmente apoiadas no chão; Sente-se de forma que o assento da cadeira e as suas costas formem um ângulo reto; Use uma cadeira que se ajuste à mesa de trabalho, de forma que ela se ajuste a você; Caso trabalhe com computadores, prefira que o monitor fique a altura dos olhos, e a uma distância equivalente à distância do seu braço; Ar condicionado muito forte no ambiente de trabalho afeta a circulação e pode contribuir para a ocorrência de LER;
Barriga para dentro, peito para fora... Descubra a postura certa e a errada na hora de utilizar os dispositivos móveis:
NO SMARTPHONE CERTO 1- Aparelho afastado de si. Dessa forma, os braços ficam estendidos e o pescoço não se curva. 2- Braços apoiados sobre uma mesa para digitar. ERRADO 1- Curvar o pescoço excessivamente para ver a tela do smartphone. 2- Braços e ombros muito flexionados para teclar. 3- Apoiar celular com o ombro. NO TABLET CERTO 1- Aparelho afastado de si. 2- Elevá-lo à altura dos olhos. 3- Utilizar uma mesa para apoiar-se quando for digitar. 4- Manter os braços perpendiculares ao corpo ERRADO 1- Apoiá-lo nas pernas ou sobre uma superfície muito baixa.
2- Curvar o pescoço para visualizar a tela. 3- Coluna curvada, sem apoio. NO DESKTOP CERTO 1- Tela na altura dos olhos. 2- Pernas perpendiculares ao chão e pés totalmente no chão.
3- Sentar-se em uma cadeira com encosto. 4- Braços devem formar um ângulo de 90 com o corpo. ERRADO 1- Usar o aparelho deitado. 2- Abaixar o pescoço para visualizar a tela. 3- Coluna sem apoio, arqueada. 4- Cotovelos flexionados em demasia. 5- Somente a ponta dos pés no chão, ou totalmente elevados. Forma correta de colocar as mãos no teclado ao digitar
Fontes: EM.com.br - Estado de Minas por Shirley Pacellis MORAES, Paula Louredo. "LER"; Brasil Escola. Disponível em. Acesso em 19 de novembro de 2016. Alunos: Giovani Delphino da Silva Isabela Lima Araújo Jéssica Castelo Branco Coqueiro Paulo Roberto Silva