Esboço do Manual de Formação Revisão da Despesa Pública do Sector Ambiental. Moçambique PEER - Manual de Formação. S e t e m b r o de

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Transcrição:

Esboço do Manual de Formação Revisão da Despesa Pública do Sector Ambiental Moçambique PEER - Manual de Formação S e t e m b r o de 2 0 1 1 1

Índice 1 INTRODUÇÃO 5 2 O QUE É UMA PEER? 6 3 PREPARATIVOS PARA A REALIZAÇÃO DE UMA PEER 15 4 REALIZAÇÃO DE UMA PEER 19 5 ANÁLISE DE UM EXEMPLO DA PEER DE BASE 21 6 ANEXOS 40 ANEXOS Anexo 1 Lista de Instituições e Ministérios que Trabalham com o Ambiente Anexo 2 Principais Políticas, Leis e Tratados no Sector Ambiental em 2011 Anexo 3 Termos de Referência da PEER de Base em 2011 2

Lista de Tabelas e Figuras Tabela 1 Códigos internacionais do orçamento do sector ambiental... 20 Figura 1 Diagrama de Hierarquia dos Instrumentos de Planificação em Moçambique... 8 3

ABREVIATURAS Note-se que muitas abreviaturas estão relacionadas com as expressões em português; é por essa razão que poderá parecer que as abreviaturas não correspondem à definição. CFMP CDS COFOG CONDES DNAC DNTF DPCA FUNAB IIA IIP MF MIC MICOA MINAG MINED MIREM MISAU MITUR MDN MOPH MOZPESCA MPD MTC PARP PARPA PEER PER PES REO SISTAFE SPFFB Cenário Fiscal de Médio Prazo Centro de Desenvolvimento Sustentável Classificação das Funções do Governo (Padrão da ONU) Conselho Nacional para o Desenvolvimento Sustentável Direcção Nacional das Áreas de Conservação Direcção Nacional de Terras e Florestas Direcção Provincial para a Coordenação Ambiental Fundo do Ambiente Instituto Nacional de Investigação Agronómica Instituto Nacional de Investigação Pesqueira Ministério das Finanças Ministério da Indústria e Comércio Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental Ministério da Agricultura Ministério da Educação e Cultura Ministério dos Recursos Minerais Ministério da Saúde Ministério do Turismo Ministério da Defesa Nacional Ministério das Obras Públicas Ministério das Pescas Ministério da Planificação e Desenvolvimento Ministério dos Transportes e Comunicações Plano de Acção para a Redução da Pobreza Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta Revisão da Despesa Pública do Sector Ambiental Revisão da Despesa Pública Plano Económico e Social Relatório de Execução Orçamental Sistema de Administração Financeira do Estado Serviços Províncias de Florestas e Fauna Bravia 4

1 Introdução 1.1 Antecedentes Este é um manual de formação que identifica como realizar uma Revisão da Despesa Pública do Sector Ambiental (Public Environmental Expenditure Review PEER). 1.2 Utilizadores do Manual O presente manual foi preparado para ser usado em primeiro lugar pelo Ministério das Finanças (MF), Ministério da Planificação e Desenvolvimento (MPD) e Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA), embora trate de questões que serão úteis para os pontos focais do ambiente dos outros ministérios e agências activas neste sector. 1.3 Base do Manual O manual recorre à experiência colhida entre Março e Junho de 2011, durante a análise efectuada para a PEER de base em Moçambique referente ao período do Plano e Orçamento de 2005-2010. O manual também se baseia nas melhores práticas internacionais sobre a gestão financeira em geral e noutros Manuais de PEER, tais como o Manual de Formação de PEER do Ruanda em particular. O relatório de PEER de base sobre Moçambique relativo ao período 2005-2010 é leitura obrigatória juntamente com este manual. 1.4 Descrição Detalhada do Manual Secção 2: O que é uma PEER? Esta secção define o que é uma PEER, o seu contexto legal e institucional em Moçambique e explica os objectivos gerais deste tipo de revisões. Secção 3: Preparativos para a Realização de uma PEER Esta secção apresenta uma lista dos passos importantes que devem ser dados antes da realização de uma PEER e identifica os desafios comuns enfrentados para que possam ser evitados e/ou ultrapassados durante a PEER. Secção 4: Realização de uma PEER Esta secção identifica os passos genéricos a serem dados durante uma PEER. Secção 5: Análise de um Exemplo da PEER de Base O capítulo final apresenta tarefas detalhadas para a fase de análise da PEER, recorrendo a exemplos contidos na PEER de base. 5

2 O que é uma PEER? 2.1 Revisão da Despesa Pública do Sector Ambiental (PEER) Uma Revisão da Despesa Pública do Sector Ambiental (Public Environmental Expenditure Review - PEER) é um tipo de Revisão da Despesa Pública (Public Expenditure Review PER) cujo enfoque incide especificamente na despesa do governo no sector ambiental. Uma PEER pode focalizar no nível nacional ou sub-nacional e pode incluir todas as instituições de orçamento que estão envolvidas em actividades no sector ambiental ou uma selecção delas. Existem três questões principais de que uma PEER trata: 1. Alocação de despesas aos programas ambientais a. Custo das prioridades das políticas ambientais conforme descrito nos planos estratégicos do governo e comparação com o valor orçamentado a ser gasto no sector b. Identificação de programas ambientais não prioritários que podem ser eliminados para abrir espaço para programas ambientais de grande prioridade c. Identificação de possíveis inconsistências em termos de políticas nas dotações orçamentais utilizando comparações internacionais, analisando alocações sub-nacionais e examinando as tendências ao longo do tempo d. Identificação da possibilidade de aumentar o orçamento para os programas ambientais revendo as fontes de receitas geradas internamente 2. Gestão da despesa em programas ambientais a. Análise da fundamentação estratégica dos programas b. Comparação da alocação para projectos de capital versus despesas correntes do sector c. Análise do valor orçamentado para o sector ambiental versus valor gasto no sector (execução orçamental) d. Análise da eficácia dos programas ambientais e. Análise da eficiência e da qualidade dos programas ambientais (custo-benefício) 3. Questões institucionais que podem ter impacto na capacidade do governo de realizar actividades no sector a. Revisão dos canais de comunicação entre as instituições envolvidas no sector b. Análise da gestão orçamental c. Análise dos incentivos e capacidades institucionais e a nível do pessoal 6

2.2 Objectivos de uma PEER A missão global de uma revisão da despesa pública no sector ambiental é informar o governo sobre como pode alocar e gerir recursos públicos para o sector ambiental de uma forma mais eficiente e eficaz. Para realizar esta missão geral, as PEER normalmente têm um ou mais objectivos específicos. Uma revisão da experiência internacional nesta área sugere que existem pelo menos seis objectivos genéricos no sector ambiental: 1. Definir uma linha de base e um quadro para a análise da despesa do sector ambiental 2. Avaliar a eficácia da despesa do sector ambiental e os custos da degradação do meio ambiente 3. Determinar as necessidades de recursos para o futuro no sector ambiental e rever as tendências de financiamento 4. Preparar e responder às reformas das políticas no sector ambiental 5. Controlar a despesa do sector ambiental de modo a garantir que chegue até aos beneficiários pretendidos 6. Avaliar e apreciar qual foi o impacto do abrandamento económico interno ou internacional na despesa do sector ambiental. Estes objectivos não se excluem mutuamente e dependerão das prioridades em termos de políticas e da disponibilidade de recursos. Caixa 1 Perguntas Chave a Serem Respondidas por uma PEER 1. Que instituições do governo prestam serviços públicos no sector ambiental? 2. Quanto dinheiro o governo tem para gastar? Qual a proveniência do financiamento (interno, externo, impostos, licenças)? Qual é o potencial de aumentar o envelope de financiamento do governo? 3. Em que é que o governo gastou os seus recursos no passado? Que serviços são eficazes em termos de custos e quais não são? 4. Quem são os principais beneficiários da despesa do governo? Por exemplo, são mulheres ou homens? Rurais ou urbanos? Ricos ou pobres? Os benefícios são distribuídos equitativamente? Os beneficiários têm acesso igual aos serviços? Os desfavorecidos são atendidos pelos programas existentes? 5. Os serviços prestados resultaram na melhoria das condições de vida? 6. Até que ponto é eficaz o actual quadro e processo do plano e orçamento? Estão intimamente ligados? As prioridades de planificação estão reflectidas no orçamento? 7. Qual é a capacidade de a função pública executar os seus orçamentos e que melhorias devem ser registadas em termos de formação e quadro institucional? 8. Alguma despesa pública no sector ambiental pode ser transferida para o sector privado? 7

2.3 Contexto Institucional e de Políticas de uma PEER Porque os resultados de uma PEER devem facultar informação ao governo para melhorar a forma como gere os recursos do sector ambiental de modo a satisfazer os seus objectivos, é importante entender o contexto em que uma PEER se baseia. O processo do plano e orçamento é explicado de uma forma útil na Figura 1. Existem três instrumentos de planificação para uso do governo: o Plano de Acção de Redução da Pobreza (actualmente conhecido por PARP), o Cenário Fiscal de Médio Prazo (CFMP) e o Plano Económico Social (PES). Estes estão inseridos em cada programa quinquenal do governo, conhecido por PQG. O orçamento anual é preparado ao mesmo tempo que o PES para o ano financeiro que começa em Janeiro. Figura 1 Diagrama da Hierarquia dos Instrumentos de Planificação em Moçambique PQG 5 anos PARPA 5 anos CFMP 3 anos PES e Orçamento Anual Existem vários intervenientes importantes no sector ambiental. As quatro instituições principais no governo que orientam todo o processo geral de coordenação das políticas, planificação e gestão financeira são as seguintes: 1. Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA) O MICOA é a instituição do governo com a responsabilidade geral de coordenar as actividades do sector ambiental. O MICOA não é uma agência de implementação, mas antes organiza a intervenção através das direcções nacionais temáticas. 8

2. Conselho Nacional para o Desenvolvimento Sustentável (CONDES) O CONDES é o órgão consultivo do Conselho de Ministros para as questões ambientais, subordinado ao Gabinete do Primeiro Ministro. É composto por Ministros e Vice-ministros de sectores relevantes e é presidido pelo Ministro do Ambiente. O seu mandato é promover o diálogo sobre questões ambientais e monitorizar a implementação das políticas. 3. Ministério da Planificação e Desenvolvimento (MPD) O MPD é a entidade que é responsável, em última instância, pela formulação, monitoria e avaliação dos principais instrumentos de planificação em Moçambique, tais como o PARP e o cenário fiscal de médio prazo (CFMP). Define directivas para os órgãos do Estado, incluindo o governo, na utilização prática destes instrumentos, incluindo a sua actualização contínua. A acrescentar ao seu papel geral nos ciclos e processos de planificação, o MPD possui uma unidade que lida com as questões transversais, que também incluem o ambiente. 4. Ministério das Finanças (MF) O MF é responsável pela afectação de recursos, elaboração do orçamento, gestão financeira e prestação de contas em todo o ciclo de planificação. Os principais instrumentos de gestão financeira em uso são o Orçamento do Estado (OE) e o Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE), incluindo o e-sistafe. Além das quatro principais instituições encarregues de fiscalizar as actividades no sector ambiental, existem vários outros intervenientes chave que se inserem numa de várias categorias: 1. Ministérios de Tutela Os ministérios de tutela do sector ambiental compreendem os departamentos do governo que lidam directamente com as principais componentes ambientais. A lista a seguir não é exaustiva, mas pode ser subdividida numa de três categorias: a) Os que dependem directamente dos recursos naturais como fonte principal de matéria-prima (insumos): Ministério da Agricultura (MINAG) Ministério das Pescas (MOZPESCA) Ministério das Obras Públicas e Habitação (MOPH) Ministério dos Recursos Minerais (MIREM) b) Os ministérios cujos resultados dependem, em grande medida, do fornecimento de serviços ambientais: Ministério da Energia (MINEN) Ministério do Turismo (MITUR) Ministério da Saúde (MISAU) 9

c) Outros ministérios activos no sector: Ministério da Educação (MINED) Ministério da Defesa Nacional (MND) Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC) Ministério da Indústria e Comércio (MIC) Todos os ministérios acima mencionados terão um ponto focal dedicado ao sector ambiental que é responsável pela melhoria da coordenação e harmonização entre os órgãos do governo. 2. Direcções Técnicas Estão aqui incluídas a Direcção Nacional das Áreas de Conservação (DNAC), que faz parte do Ministério do Turismo (MITUR), e a Direcção Nacional de Terras e Florestas (DNTF). 3. Instituições de Pesquisa e Investigação Existem várias instituições de pesquisa e investigação subordinadas a vários ministérios, tais como o Instituto Nacional de Investigação Agronómica (IIA), no MINAG, e o Instituto Nacional de Investigação Pesqueira (IIP), no MOZPESCA. 4. Sociedade Civil e ONG Existem inúmeras ONG que operam no sector ambiental em Moçambique. 5. Parceiros de Desenvolvimento Moçambique possui vários parceiros de desenvolvimento que apoiam a gestão ambiental; alguns focalizam no desenvolvimento de políticas e capacitação, outros na intervenção directa no terreno. Também inclui órgãos de assistência técnica internacionais, tais como a Iniciativa Conjunta Pobreza e Meio Ambiente do PNUD/UNEP. É igualmente importante entender e analisar a forma como estas instituições e intervenientes chave se envolvem no diálogo de políticas e coordenam as suas actividades. Também será necessário que a equipa de revisão tome nota do vasto leque de obrigações internas e internacionais do país relativas ao ambiente, bem como os objectivos estratégicos do país no sector ambiental (vide o Anexo 2) para garantir que a despesa pública seja devidamente alinhada com as prioridades nacionais. 10

2.4 Definição de despesa do sector ambiental Antes de se poder realizar uma PEER, é essencial que se tenha uma compreensão clara do que constitui a despesa do sector ambiental. Caixa 2 Definição de Ambiente em Moçambique A Lei do Ambiente de Moçambique de 1997 define o termo ambiente como o meio em que os seres humanos e outros vivem e interagem entre si e com o próprio meio, nomeadamente: 1. Ar, luz, terra e água; 2. Ecossistemas, biodiversidade e relações ecológicas; 3. Toda a matéria orgânica e inorgânica; 4. Todas as condições socioculturais e económicas que afectam a vida das comunidades 1 Existem inúmeras definições de despesa do sector ambiental a nível internacional (vide a caixa 3), mas a PEER de base realizada em 2011 determinou uma definição específica para Moçambique: Itens de despesas que têm um impacto directo e indirecto no ambiente natural ou construído. Isto inclui despesas referentes à gestão ambiental mas também despesas relacionadas com a protecção e controlo de actividades humanas que podem afectar o ambiente A despesa do sector ambiental em Moçambique irá incluir, no mínimo, a despesa dentro das seguintes categorias e qualquer outra despesa do sector ambiental que se enquadre na descrição acima. Terra e recursos semelhantes Recursos hidrológicos e associados Oceano, costa e ilhas Biodiversidade (espécies e áreas protegidas) Desenvolvimento urbano Urbanização e planeamento Ambiente saudável Poluição do ar Dinâmica e estrutura da população Doenças endémicas e cuidados médicos Água e saneamento De acordo com a definição acima mencionada, a despesa do sector ambiental encontra-se dentro de um grande número de verbas orçamentais 1 Lei do Ambiente, Artigo 1 11

das instituições e numa grande variedade de sectores, tais como a agricultura, comércio, educação, energia, pescas, turismo, saúde, indústria, mineração, obras públicas e transportes e comunicações. Consultar a Secção 2.3 e o Anexo 1 que contêm uma lista de Ministérios e Instituições que prestavam serviços ambientais na altura da realização da PEER de base. Caixa 3 Definições Globais de Despesa do Sector Ambiental Existem várias definições de despesa do sector ambiental ou foram propostas por organizações internacionais credíveis, tais como: Banco Mundial (2003, Swanson e Lundethors) As despesas efectuadas por instituições públicas destinadas a determinadas actividades viradas directamente para a prevenção, redução e eliminação da poluição ou de qualquer outra degradação do ambiente resultante da actividade humana, bem como as actividades de gestão dos recursos naturais não destinadas à exploração ou produção de recursos". Organização da Cooperação e Desenvolvimento Económico...despesa de redução e controlo da poluição, mais a protecção da biodiversidade e da paisagem, pesquisa e desenvolvimento em ambiente Sistema de Contabilidade Ambiental e Económica Integrada (System of Integrated Environmental and Economic Accounting - SEEA)...os que reduzem ou eliminam a pressão sobre o ambiente e que pretendem fazer um uso mais eficiente dos recursos naturais Classificação das Funções do Governo das Nações Unidas (COFOG) Gestão de resíduos; gestão de águas residuais; redução da poluição; protecção da biodiversidade e da paisagem; pesquisa e desenvolvimento da protecção ambiental; outros serviços de protecção ambiental Classificação das Actividades e Despesas de Protecção Ambiental (Classification of Environmental Protection Activities and Expenditures -CEPA) Protecção do ar ambiente e do clima; gestão de águas residuais; gestão de resíduos; protecção e remediação do solo, da água subterrânea e da água de superfície; redução de ruídos e vibração (excluindo a protecção no local de trabalho); protecção da biodiversidade e da paisagem; protecção contra a radiação (excluindo a segurança externa); pesquisa de desenvolvimento; outras actividades de protecção ambiental. 12

2.5 Definição de receita do sector ambiental Depois da definição de despesa do sector ambiental é importante entender as fontes de receita do sector ambiental. Existem três fontes amplas de financiamento para o sector ambiental em Moçambique: 1. Financiamento não reservado, alocado através do processo de negociação do orçamento resultante da receita normal do Estado (ou seja, receitas fiscais) e apoio geral ao orçamento prestado pelos parceiros de desenvolvimento; 2. Receita reservada gerada a partir de actividades de gestão ambiental; e 3. Financiamento reservado disponibilizado pelos parceiros de desenvolvimento. A equipa que prepara a PEER deve proceder à revisão da lista de multas e taxas no relatório de base e compará-la com o orçamento do Estado relativamente ao período em revisão: Lista de Base de fontes de receita do sector ambiental não fiscais Aluguer (taxa) da Terra Imposto de Superfície Actividade de Mineração Imposto sobre a Produção Actividades de Mineração Taxas e Multas do Fundo Nacional do Ambiente Taxas de Licenciamento da Pesca Taxa de Uso da Terra Taxa para o Fundo de Fomento Pesqueiro Taxa de exploração de carvão e lenha SPFFB Taxa de Caça SPFFB Taxa de Caça DNTF Taxas de Abate SPP Taxa Anual de Uso da Terra Taxa de Extracção da Madeira SPFFB Taxa de Inscrição para pedido de Concessão Mineira Taxa de Emissão de Título de Concessão Mineira Taxa de Penalização por Apresentação Fora do Prazo do Pedido de Prorrogação de Concessão Mineira Taxa de Prorrogação de uma Concessão Mineira Madeira Certificada SPA Multas relacionadas com o Uso e Aproveitamento da Terra SPGC Taxas e Multas do Instituto Nacional dos Petróleos Multas de Actividades de Mineração 60% Receitas das Áreas de Conservação para Fins Turísticos Lista de Base de fontes de receita do sector ambiental tributadas Licença de Pesca 13

Imposto sobre a Produção de Petróleo Imposto sobre a Produção Mineral Imposto de Superfície A equipa deve também prestar particular atenção ao financiamento destinado ao Fundo do Ambiente (FUNAB), uma instituição do sector público sob a tutela do Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA). 14

3 Preparação para a Realização de uma PEER As PEER são intensivas em termos de tempo e de recursos. Consequentemente, o Governo deve procurar razoavelmente realizar uma PEER 2 abrangente ao fim de 4-5 anos, prevendo ou em resposta às grandes mudanças de políticas (tais como em preparação do plano estratégico nacional que se seguirá ao PARP) ou desastres ambientais. Em virtude de a PEER ser realizada de forma tão esporádica, o governo deve preparar-se cuidadosamente com a devida antecedência. Além disso, uma PEER útil só é possível com uma planificação bem pensada. 3.1 Definir Metas O primeiro passo ao preparar a realização de uma PEER é definir os seus objectivos específicos (vide a Secção 2.2). Esta acção irá determinar o âmbito da PEER, bem como as questões que procurará abordar. 3.2 Prever Desafios Comuns Nesta fase, é importante identificar potenciais desafios para que possam ser evitados e/ou ultrapassados. Com base na experiência internacional no sector, os desafios mais comuns enfrentados durante a elaboração de uma PEER incluem (mas não se limitam) os seguintes: Dados em Falta ou Contraditórios Os dados contidos nos relatórios, por vezes até da mesma instituição, podem ser contraditórios. Tal pode ser explicado pelo facto de os elementos que produziram esses relatórios terem sido diferentes. É aconselhável que a equipa de revisão levante esta questão durante as entrevistas e que procure esclarecimento. Noutros casos, a equipa de revisão pode constatar que alguns dados estão em falta ou desactualizados; nesse caso, a equipa deve identificar fontes de informação alternativas ou incluir a inadequação dos dados como uma questão importante nos resultados da PEER. Reformas As reformas de políticas, sistemas legais e institucionais mudam as responsabilidades, mandatos, actividades, orçamentos etc. Se estas não forem plenamente compreendidas, a PEER pode ser manchada por afirmações fora do contexto. É aconselhável que as mudanças ou reformas que possam ter tido lugar no período em revisão sejam tomadas em consideração. 2 Este manual de procedimentos diz respeito a PEER abrangentes. Em condições normais, uma PEER não abrangente deve ser realizada uma vez por ano para complementar o relatório de execução orçamental. Vide o Anexo 4 que contém mais informação. 15

Fusão e transferências de códigos do orçamento Este é um dos desafios da PEER. O ideal seria que a equipa de revisão controlasse os valores referentes à despesa do sector ambiental para apurar se está a aumentar, se está estagnada ou a reduzir. Quando os códigos do orçamento são fundidos, o controlo torna-se problemático. Para identificar as mudanças acima mencionadas, a equipa de revisão deve ler simultaneamente o código e o seu título desde o início do ano da revisão e segui-lo nos anos subsequentes. Caso se constate uma discrepância, então a equipa de revisão pode procurar clarificação. Comparações entre os países Muitos PEER fazem comparações entre os países. No entanto, não existe nenhuma norma ou rácio que seja óptimo para as alocações de despesas nos vários países. As diferenças existentes nos preços relativos, estado da infra-estrutura, papéis dos sectores público e privado, etc., dificultam uma comparação significativa desses rácios. Por isso, seria ilusório basear as avaliações das despesas apenas nessas comparações. Dados da ajuda A equipa de revisão pode encontrar inconsistências entre os dados da ajuda indicados no orçamento do governo e os dados contidos no sistema de relatórios da ajuda do governo (ODAMoz), ou nos dados sobre os desembolsos dos próprios doadores. Além disso, a equipa de revisão terá de distinguir entre a ajuda incluída no orçamento, que é a despesa financiada pelos doadores e que é encaminhada através dos sistemas de gestão de finanças públicas do Governo, e a ajuda não incluída no orçamento, que é executada pelos parceiros de desenvolvimento fora do âmbito do governo. Para compensar a provável inconsistência dos dados, a equipa de revisão deve citar com clareza as fontes dos dados sobre a ajuda que foram utilizadas e apresentar uma opinião informada sobre a fonte mais fiável. Inconsistências nos planos estratégicos do governo O quadro de planeamento estratégico do governo (vide a Secção 2.3 e a Figura 1) é a base do processo de orçamentação anual, embora nem sempre os planos sejam detalhados de forma consistente nos sectores para que a equipa de revisão possa identificar as actividades estratégicas contidas nas verbas orçamentais. Será importante que a equipa de revisão tome nota dos pontos fracos em termos de consistência entre os planos estratégicos e o orçamento. 3.3 Elaborar Termos de Referência Para que se possa focar as atenções da equipa que realiza a PEER de modo a garantir que o relatório seja útil, devem ser elaborados Termos de Referência (TdR) explícitos. O processo de elaboração de TdR deve envolver uma consulta exaustiva entre os intervenientes no sector e constitui um passo importante para que o cliente possa esclarecer as suas expectativas. 16

A seguir são apresentados elementos de TdR para uma PEER (consultar também os TdR referentes à PEER de base contidos no Anexo 3): Antecedentes Esta secção dos TdR deve mencionar o contexto em que a PEER deve ser realizada; a motivação para a sua realização; o período que deve abranger, o sector ou subsectores que deve avaliar. Deve também destacar o cliente que a solicita. Meta e objectivo da PEER O objectivo real da PEER dependerá dos requisitos actuais do país e poderá ser diferente em relação as PEER subsequentes. Para atingir o objectivo de avaliar a afectação e gestão dos recursos públicos atribuídos ao sector ambiental entre 2005 e 2009, a PEER de base realizada em 2011 teve as seguintes tarefas específicas: Analisar a afectação e desembolso de fundos e receitas (fontes geográficas e temáticas, internas e externas) ao sector ambiental e quaisquer tendências dignas de nota comparativamente a outros sectores; Estabelecer a eficácia do processo do orçamento, assim como avaliar as instituições envolvidas na sua gestão (MICOA, suas agências afiliadas e outras agências / órgãos / sectores estratégicos do Governo em termos de integração ambiental); Distribuir as despesas do sector ambiental por tipo de actividade; Comentar sobre as partes que compõem a despesa (orçamentos correntes e de desenvolvimento) e sobre a sua eficiência e eficácia e as razões de qualquer variação entre a despesa prevista e a sua execução; Efectuar uma avaliação da adequação da despesa até à data e prevista para o futuro próximo, estabelecendo a sua consistência com as prioridades do sector e as prioridades da Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável e do PARPA II, Plano Estratégico do Sector Ambiental; Analisar a capacidade de o sector executar o orçamento solicitado; Comparar as estratégias e os programas previstos para o sector no futuro com os recursos que provavelmente serão disponibilizados; Avaliar a contribuição da geração de receitas a nível central, sectorial e provincial do sector ambiental; Capacitar as instituições nacionais relevantes para efectuar a PEER com regularidade. Âmbito da PEER É importante definir o âmbito ou os limites da PEER nos TdR. Por outras palavras, é importante clarificar as expectativas do estudo. Este aspecto é particularmente importante para o sector ambiental porque é uma questão transversal e depende da coordenação de inúmeros intervenientes e políticas. O âmbito da PEER deve estar directamente ligado ao objectivo do estudo e cria parâmetros com vista a garantir que as questões prementes relacionadas com as políticas sejam tratadas e que nada seja omitido pela 17

equipa. O âmbito da PEER deve ser multi-dimensional e esclarecer o nível de detalhe exigido sobre os seguintes assuntos: 1. Despesa do sector ambiental (vide a Secção 2.3). Esta foi definida durante a PEER de base. No futuro, o enfoque das PEER pode incidir na definição mais ampla já criada ou num aspecto específico de despesa do sector ambiental, dependendo do objectivo específico da revisão. 2. Receita do sector ambiental (vide a Secção 2.4). 3. Instituições e intervenientes abrangidos pela PEER (vide a Secção 2.5) 4. O âmbito de trabalho deve referir o período de tempo em revisão. Por exemplo, se a meta da PEER é informar o plano estratégico nacional seguinte, então a PEER deve analisar as dotações orçamentais, bem como a eficácia e eficiência da despesa durante o actual PARP, 2011-2015. 5. O âmbito de trabalho deve referir-se igualmente a outras áreas de interesse, tais como as capacidades do pessoal, incentivos institucionais, observância da receita fiscal e não fiscal do sector ambiental, coordenação entre os sectores, a sociedade civil e os parceiros de desenvolvimento, etc. 6. Normalmente, o âmbito de trabalho também detalha as expectativas de uma estratégia de comunicações para que os resultados do relatório sejam adequadamente disseminados. Metodologia Os TdR devem incluir igualmente a metodologia a ser usada e uma lista das instituições estratégicas a serem consultadas. Estas instituições devem constar na lista porque podem ser repositórios de certos dados e informação e possuir experiência e lições que podem informar a PEER. A razão de apresentar a metodologia é influenciar directa e indirectamente a qualidade do relatório a ser produzido. Para entender a metodologia de uma PEER, favor consultar a Secção 4. A metodologia irá, em geral, apresentar uma estrutura proposta para o relatório com vista a centrar os esforços da equipa. Identificação de fontes de dados Os TdR devem incluir informação sobre as fontes de dados mais credíveis e actualizadas. Entregáveis No fim da PEER, a equipa de revisão terá que prestar contas sobre a utilização do tempo e dos recursos que lhe foram atribuídos. Normalmente, os TdR especificam o resultado ou os entregáveis, bem como a altura em que devem ser submetidos. Dependendo dos detalhes solicitados, o cliente pode definir padrões detalhados dos resultados ou entregáveis. 18

4 Realização de uma PEER As fases de uma PEER serão determinadas pelos objectivos específicos que a mesma pretende atingir e serão ditadas claramente pelos TdR da revisão (vide a Secção 3.3). A seguir é apresentada uma lista instrutiva dos principais passos dados durante a PEER de base realizada em 2011. Este deverá constituir um ponto de partida útil ao realizar a PEER seguinte. 4.1 Etapa 1 Revisão do Desempenho Macroeconómico Analisar o desempenho macroeconómico do país durante o período a que a PEER se refere, enfatizando em particular o progresso do país na realização dos objectivos de sustentabilidade ambiental a nível nacional e mundial (por exemplo, o ODM 7). A análise macroeconómica procura entender o crescimento económico do país (em moeda local e em termos per capita) durante o período em revisão para se entender o cenário económico. Esta secção deve também analisar o nível de assistência externa, os factores chave do crescimento e a distribuição da pobreza e do mercado de trabalho. 4.2 Etapa 2 Revisão do Quadro Institucional Tipicamente, a segunda etapa serve para a equipa de revisão realizar uma avaliação meticulosa do quadro institucional no sector. A informação indicativa contida neste manual (vide a Secção 2.3) deve constituir um ponto de partida para a análise da equipa de revisão. Contudo, é importante que a equipa de revisão identifique as diferenças existentes no quadro institucional das PEER anteriores. Nesta fase, a equipa de revisão deve também capturar os principais elementos dos planos estratégicos do governo relativos ao sector ambiental e considerar as questões ambientais críticas que o país enfrenta (gestão ambiental, degradação do solo, calamidades naturais e mudanças climáticas, poluição, assentamentos não planificados, abastecimento de água e gestão de resíduos. Durante esta revisão institucional, a equipa deve também analisar o quadro legal e institucional com base na PEER. 4.3 Etapa 3 Operacionalização do Âmbito da PEER É nesta fase que a equipa de revisão deve operacionalizar o âmbito definido nos TdR (vide a secção 3.3). Por outras palavras, a equipa deve criar definições funcionais de despesa do sector ambiental e receita do sector ambiental com base nos parâmetros definidos nos TdR e à luz das definições durante a PEER de base (vide a Secção 2.4 e 2.5). Este processo deve também analisar os processos do plano e orçamento em Moçambique 19

e anotar quaisquer mudanças fundamentais ocorridas desde a última PEER, em particular para a classificação do orçamento. Durante as PEER seguintes, as equipas de revisão devem ser capazes de identificar a despesa do governo utilizando os códigos do orçamento consistentes com o COFOG contidos na Tabela 1. Tabela 1 Códigos Internacionais do Orçamento do Sector Ambiental Código Designação 05 PROTECÇÃO AMBIENTAL 05.1 GESTÃO DE RESÍDUOS 05.11 05.111 05.2 GESTÃO DE ÁGUAS RESIDUAIS 05.21 05.211 05.3 REDUÇÃO DA POLUIÇÃO 05.31 05.311 05.4 PROTECÇÃO DA BIODIVERSIDADE E DA PAISAGEM 05.41 05.411 05.5 PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM PROTECÇÃO AMBIENTAL 05.51 05.511 05.6 PROTECÇÃO AMBIENTAL 05.61 05.611 Fonte: http://unstats.un.org/unsd/cr/registry/regcst.asp?cl=4 4.4 Etapa 4 Clarificação da Metodologia da Revisão Assim que a equipa de revisão tiver operacionalizado o âmbito da revisão em conformidade com as directivas contidas nos TdR, a equipa deve elaborar a metodologia indicativa apresentada nos TdR. A metodologia determinada pela equipa deve considerar questões não abrangidas nas Etapas 1, 2 e 3, tais como questões ligadas à qualidade e disponibilidade de dados, inconsistências entre planos estratégicos, reforma concomitante das finanças públicas, etc. 4.5 Etapa 5 Avaliação da Despesa Pública do Sector Ambiental Nesta fase, a equipa de revisão deve seguir a metodologia adoptada durante a Etapa 4. A avaliação da despesa pública do sector ambiental (e portanto a metodologia) será ditada pelos TdR, e especificamente pelos objectivos da revisão. Consultar a Secção 5, que contém uma revisão das etapas da análise realizada durante a PEER de base. 20

5 Exemplo de Análise da PEER de Base Consultar o Capítulo 8 da PEER de Base para acompanhar as tarefas desta secção. Tarefa 1: Análise da Despesa Total das Instituições Ambientais Agregadas como % do PIB Etapas Etapa 1: Identificar as agências ambientais centrais e todas as subagências relevantes Etapa 2: Identificar as despesas correntes Etapa 3: Identificar o investimento interno e o externo Etapa 4: (1)+(2)=despesa total e calcular esta como uma percentagem do PIB Exemplos: MICOA i) Fundo do Ambiente (FUNAB); ii) Direcções Provinciais de Coordenação Ambiental (DPCA); iii) Centros de Desenvolvimento Sustentável (CDS); etc. Salário do pessoal Bens e serviços Construção de edifícios financiada por fontes internas / nacionais Construção de edifícios financiada por fontes externas, ex. doadores Thousands MZN 400,000 350,000 300,000 250,000 200,000 150,000 100,000 50,000 External Investment Expenditure Internal Investment Expenditure Current Expenditure Total Expenditure as a Percentage of GDP As % GDP 0.20% 0.16% 0.12% 0.08% 0.04% 0 2005 2006 2007 2008 2009 2010 0.00% Perguntas para a avaliação: O que vos diz o gráfico. A despesa está a aumentar, a reduzir, é constante ou está a flutuar? Quais poderão ser as causas deste padrão? 21

Tarefa 2: Análise da Despesa por Classificação Económica Etapas Exemplos Etapa 1: Decomposição da despesa por classificação económica para as despesas correntes Custos do pessoal Etapa 2: Avaliar as despesas correntes por classificação económica em comparação com o total das despesas correntes Etapa 3: Decomposição da despesa por classificação económica para a despesa de capital Custos do pessoal Etapa 4: Avaliar as despesas correntes por classificação económica em comparação com o total das despesas correntes Bens e serviços Bens e serviços Outros Construção Transferências Maquinaria Direitos aduaneiros Perguntas para a avaliação: O que vos diz cada gráfico? O que está a acontecer com as despesas correntes por classificação? Por exemplo, os custos do pessoal estão a aumentar, a reduzir, são constantes ou estão a flutuar? Quais poderão ser as causas deste padrão? Do mesmo modo, qual é a maior quota da despesa de investimento no sector ambiental? Por exemplo, a despesa na construção/ edificações está a aumentar, a reduzir, é constante ou está a flutuar? Quais poderão ser as causas deste padrão? 22

Tarefa 3: Análise da Despesa das Agências Ambientais Centrais Etapas Etapa 1: Avaliar o total da despesa corrente de cada agência ambiental (1) Etapa 2: Avaliar o total da despesa de capital de cada agência ambiental (2) Etapa 3: (1)+(2)=total da despesa por agência ambiental Exemplos Salário do pessoal Bens e serviços Construção de edifícios financiada por fontes internas / nacionais Construção de edifícios financiada por fontes externas, ex. doadores 0.45% 0.40% 0.35% 0.30% IMPFA CEPAM 0.25% CDS 0.20% DPCAs 0.15% 0.10% FUNAB 0.05% MICOA 0.00% 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Perguntas para a avaliação: O que vos diz o gráfico? Que agência gasta a maior parte dos recursos? Esta tendência é estável? Qual foi o impacto das agências recentemente criadas (ou dissolvidas) ou de uma mudança nas políticas na distribuição da despesa? 23

Tarefa 4: Análise da Despesa das Maiores Agências Ambientais Etapas Etapa 1: Identificar as agências ambientais mais importantes para uma análise detalhada Etapa 2: Identificar as despesas correntes Etapa 3: Identificar o investimento interno e externo Etapa 4: (1)+(2)=total da despesa e calcular este valor também como uma percentagem do PIB Exemplos MICOA Salário do pessoal Bens e serviços Construção de edifícios financiada por fontes internas / nacionais Construção de edifícios financiada por fontes externas, ex. doadores Thousands MZN 180,000 External Investment Expenditure 160,000 Internal Investment Expenditure Current Expenditure 140,000 Total Expenditure as a Percentage of GDP 120,000 100,000 80,000 60,000 40,000 As % GDP 0.20% 0.16% 0.12% 0.08% 0.04% 20,000 0 2005 2006 2007 2008 2009 2010 0.00% Perguntas para a avaliação: O que vos diz o gráfico? A despesa está a aumentar, a reduzir, é constante ou está a flutuar frequentemente? Quais podem ser as razões deste padrão? 24

Tarefa 5: Análise da Despesa por Província Etapas Etapa 1: Identificar as fontes dos dados da despesa provincial Etapa 2: Identificar as despesas correntes de cada província Etapa 3: Identificar o investimento interno e externo Etapa 4: (1)+(2)=total da despesa por província Exemplos O MICOA possui dados desagregados por província Salário do pessoal Bens e serviços Construção de edifícios financiada por fontes internas / nacionais Thousand MNZ 30,000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Construção de edifícios financiada por fontes externas, ex. doadores 25,000 20,000 15,000 10,000 5,000 0 Niassa Cabo D Nampula Zambezia Tete Manica Sofala I'bane Gaza Maputo Perguntas para avaliação: O que vos diz o gráfico? A despesa está a aumentar /reduzir mais rapidamente em certas províncias? Quais podem ser as razões dos diferentes níveis de despesa? 25

Tarefa 6: Análise das Taxas de Execução das Agências Ambientais Centrais Etapas Etapa 1: Identificar as taxas de execução das despesas correntes nas agências ambientais centrais Etapa 2: Identificar as taxas de execução do investimento interno e externo Etapa 3: Gráfico (1) e (2) para comparar as taxas de execução no sector ambiental por tipo de despesa Etapa 4: Decompor as taxas de execução das despesas correntes (1) por agências e comparar Exemplos A taxa de execução refere-se ao valor monetário gasto comparativamente ao valor monetário orçamentado Perguntas para a avaliação: O que vos diz cada gráfico? As taxas de execução são constantes em todos os tipos de despesas? As taxas estão a aumentar, a reduzir, são constantes ou estão a flutuar? Que agências executam mais ou menos do que o orçamento que lhes foi alocado? As agências mais recentes têm problemas em executar o seu orçamento? O desempenho está a melhorar? Quais podem ser as causas das tendências na execução orçamental? 26

Tarefa 7: Análise das Taxas de Execução por Província Etapas Etapa 1: Identificar as taxas de execução das despesas correntes de cada província Etapa 2: Identificar as taxas de execução do investimento interno e externo de cada província Etapa 3: Gráfico (1) e (2) para comparar as taxas de execução nas províncias Exemplos Taxas de execução da despesa corrente das DPCA e CDS em cada província Taxas de execução do investimento interno e externo das DPCA e CDS em cada província 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Média Total da Despesa 37% 109% 72% 90% 81% 92% 80% Despesa Corrente 76% 95% 97% 104% 94% 94% 93% DPCA 73% 85% 91% 99% 101% 105% 92% Niassa 77% 73% 99% 97% 91% 122% 93% Cabo D 47% 68% 67% 100% 115% 91% 81% Nampula 83% 95% 91% 116% 111% 112% 102% Zambézia 67% 79% 91% 109% 102% 103% 92% Tete 74% 72% 65% 83% 81% 113% 81% Manica 75% 109% 129% 90% 97% 101% 100% Sofala 93% 98% 100% 97% 107% 95% 99% I'bane 76% 84% 90% 116% 127% 105% 100% Gaza 56% 67% 69% 77% 78% 96% 74% Maputo 82% 110% 110% 105% 106% 107% 103% CDS 25% 80% 86% 106% 100% 95% 82% Gaza 11% 59% 71% 121% 121% 93% 79% Manica 7% 84% 93% 98% 97% 95% 79% Nampula 56% 96% 95% 100% 83% 97% 88% Despesa de Investimento Interno 63% 88% 64% 76% 70% 94% 76% DPCA - - 126% 74% 82% 71% 88% Niassa - - - - - 51% 51% Cabo D - - - 67% 90% 40% 66% Nampula - - 90% 90% 145% 88% 103% Zambézia - - 59% 66% 102% 88% 79% Tete - - 119% 90% 98% 90% 99% Manica - - 15% 90% 0% 89% 48% Sofala - - 2% 90% 24% 62% 44% I'bane - - - 45% 71% 82% 66% Gaza - - 471% 91% 114% 34% 177% Maputo - - - 40% 90% 90% 73% CDS 36% 80% 33% 30% 72% 76% 54% Gaza 1% 65% 0% 0% 87% 57% 35% Manica 16% 74% 0% 0% 0% 90% 30% Nampula 90% 100% 100% 90% 129% 82% 98% 27

Perguntas para a avaliação: o que vos diz este gráfico? As taxas de execução são constantes nas províncias? Que províncias executam mais ou menos do que o orçamento que lhes foi alocado e porquê? Como se compara a execução do orçamento provincial no sector ambiental com o das agências nacionais? O desempenho está a melhorar? Quais podem ser as causas das tendências percebidas? 28

Tarefa 8: Comparação das Alocações das Despesas com as Prioridades Nacionais (Alocação Nacional vs Plano Nacional - exemplo) Etapas Etapa 1: Identificar as prioridades nacionais para o sector ambiental Etapa 2: Decompor a despesa por actividade utilizando os códigos do orçamento do ambiente Etapa 3: Comparar as despesas com as prioridades nacionais Exemplos O PARPA II identificou as grandes prioridades nacionais: (i) saneamento; (ii) ordenamento territorial; (iii) prevenção da degradação dos solos; (iv) gestão dos recursos naturais, incluindo o controlo das queimadas; (v) aspectos de carácter legal e institucional, isto é, educação ambiental, observância da lei e capacitação; (vi) redução da poluição do ar, poluições das águas e dos solos e (vii) prevenção e redução das calamidades naturais 2008 2009 2010 TOTAL (Milhões MZN) 487.6 400.8 766.7 Como percentagem do Total 05111 Gestão de Resíduos 0% 0% 0% 05211 Gestão das Águas Residuais 42% 11% 2% 05311 Redução da Poluição 0% 0% 0% 05411 Protecção da Biodiversidade e Paisagem 2% 1% 50% 05511 Pesquisa e Desenvolvimento da Protecção Ambiental 6% 22% 6% 05611 Protecção Ambiental 50% 66% 42% Existe uma enorme tendência de alocar recursos à protecção ambiental (50% em média), mas não existem projectos codificados como Gestão de Resíduos ou Redução da Poluição. Perguntas para a avaliação: O que vos diz a tabela? A despesa nacional está alinhada com as prioridades nacionais? Em caso negativo, porquê? Os códigos do orçamento estão a ser usados correctamente e de forma constante? As estratégias nacionais para o sector estão expressas em termos que tornem a comparação directa? Os processos de orçamentação em Moçambique ainda são de natureza incremental, conforme a PEER de base e um estudo anterior realizado em 2008 e incorrectamente ligados às actividades e programas previstos para um determinado ano? 29

Niassa Cabo Delgado Nampula Zambezia Tete Manica Sofala Inhambane Gaza Provincia Maputo Cidade de Maputo Urban Rural National Poverty Incidence Inequality (Gini) Tarefa 8 (cont.): Comparação das Alocações das Despesas com as Prioridades Nacionais (exemplo de Alocação Provincial) Etapas Etapa 1: Identificar a incidência da pobreza por província Etapa 2: Comparar com a alocação por províncias (vide a Tarefa 5) Exemplos 100.0 90.0 80.0 70.0 60.0 50.0 40.0 30.0 20.0 10.0 0.0 1996-97 2002-03 2008-09 2008-09 0.60 0.50 0.40 0.30 0.20 0.10 0.00 Thousand MNZ 30,000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 25,000 20,000 15,000 10,000 5,000 0 Niassa Cabo D Nampula Zambezia Tete Manica Sofala I'bane Gaza Maputo Perguntas para a avaliação: O que vos diz a comparação? As alocações provinciais reflectem os indicadores de pobreza e desigualdade? Existem outras explicações para as alocações diferentes por províncias? As alocações provinciais reflectem as prioridades nacionais? 30

Tarefa 9: Análise dos Projectos sem Código Ambiental nas Outras Agências Etapas Exemplos Etapa 1: Usando a definição de despesa do sector ambiental, identificar a despesa noutras agências Instituto Nacional de Gestão das Calamidades Ministério da Agricultura Ministério dos Recursos Minerais Ministério da Energia Etapa 2: Avaliar projectos sem código ambiental como uma percentagem do total e como uma percentagem do total do orçamento nacional 2008 2009 2010 TOTAL (Milhões MZN) 257.9 506.3 393.6 Como percentagem do Total Instituto Nacional de Gestão de Calamidades Naturais 33% 57% 38% Agricultura 67% 40% 57% Ministério da Agricultura 59% 28% 48% Direcções Provinciais 7% 11% 8% Recursos Minerais 1% 1% 5% Ministério do Recursos Minerais 1% 1% 5% Direcções Provinciais 0% 0% 0% Ministério da Energia 0% 2% 0% Como percentagem do Total do Orçamento do Estado TOTAL 0,4% 0,6% 0,4% Instituto Nacional de Gestão de Calamidades Naturais 0,1% 0,3% 0,2% Agricultura 0,2% 0,2% 0,2% Ministério da Agricultura 0,2% 0,2% 0,2% Direcções Provinciais 0,0% 0,1% 0,0% Recursos Minerais 0,0% 0,0% 0,0% Ministério dos Recursos Minerais 0,0% 0,0% 0,0% Direcções Provinciais 0,0% 0,0% 0,0% Ministério da Energia 0,0% 0,0% 0,0% Como percentagem do PIB TOTAL 0,1% 0,2% 0,1% 31

Perguntas para a avaliação: O que vos diz o gráfico? A despesa está a aumentar, a reduzir, é constante ou está a flutuar? Como se compara esta despesa não codificada com a despesa codificada (consultar as Tarefas 1, 3 e 4) 32

Tarefa 10: Análise do Financiamento Externo Incluído no Orçamento por Classificação do Projecto Etapas Etapa 1: Usando a base de dados da ajuda da ODAMoz, identificar as despesas externas incluídas no orçamento por classificação do projecto e divididas como percentagem do total do financiamento externo incluído no orçamento do sector ambiental Etapa 2: Avaliar as despesas externas em termos de alinhamento com as prioridades nacionais e em comparação com as despesas nacionais (vide a Tarefa 8) Exemplos 2008 2009 2010* 115 PROJECTOS INCLUÍDOS NO ORÇAMENTO (USD) 120.591.0 66 96.030.95 0 67.752. 501 Protecção Ambiental Geral (28 Projectos) 1,4% 2,3% 1,6% Saúde Geral (1 Projecto) 0,0% 0,0% 0,0% Água e Saneamento (25 Projectos) 33,1% 42,7% 41,2% Governo e Sociedade Civil (5 Projectos) 1,9% 1,7% 1,1% Transportes (6 Projectos) 21,7% 5,1% 8,2% Energia (6 Projectos) 12,2% 26,6% 16,4% Agricultura, Florestas e Pescas (18 Projectos) 13,4% 9,8% 18,6% Recursos Minerais, Petróleos e Gás (3 Projectos) 1,3% 0,1% 0,0% Políticas Comerciais e do Turismo (2 Projectos) 3,0% 2,0% 0,0% Gestão do Desenvolvimento Urbano e Rural (18 Proj.) 10,8% 8,3% 9,9% Alívio Material / Alívio à Reconstrução e Prevenção de Desastres (3 Projectos) 1,2% 1,4% 3,0% 2008 2009 2010 TOTAL (Milhões MZN) 487.6 400.8 766.7 Como percentagem do Total 05111 Gestão de Resíduos 0% 0% 0% 05211 Gestão das Águas Residuais 42% 11% 2% 05311 Redução da Poluição 0% 0% 0% 05411 Protecção da Biodiversidade e Paisagem 2% 1% 50% 05511 Pesquisa e Desenvolvimento da Protecção Ambiental 6% 22% 6% 05611 Protecção Ambiental 50% 66% 42% Perguntas para a avaliação: O que vos dizem estes gráficos? A ajuda externa favorece alguns sectores ambientais em detrimento de outros? A ajuda externa está alinhada com as prioridades nacionais? A ajuda externa é canalizada às mesmas actividades que as despesas nacionais? 33

Tarefa 11: Análise do Financiamento Externo Incluído no Orçamento por Doador Etapas Etapa 1: Avaliar o financiamento externo incluído no orçamento por doadores multilaterais Etapa 2: Avaliar o financiamento externo incluído no orçamento por doadores bilaterais Exemplos 2007 2008 2009 2010* Financiamentos Multilaterais como % do Total de Multilaterais Multilaterais BAD 22% 33% 26% 49% CE 13% 10% 26% 20% FAO 1% 1% 2% 6% MCC 0% 0% 0% 24% PNUD 1% 0% 0% 0% UNHABITAT 0% 0% 0% 1% BANCO MUNDIAL * 63% 55% 46% 0% Financiamentos Bilaterais como percentagem do Total de Bilaterais ALEMANHA 8% 8% 5% 7% BÉLGICA 0% 0% 5% 6% CANADÁ 0% 0% 2% 0% DINAMARCA 9% 14% 24% 6% ESPANHA 7% 7% 5% 2% GB 7% 4% 1% 0% ITÁLIA 8% 3% 0% 33% JAPÃO 0% 0% 0% 0% FINLÂNDIA 0% 0% 0% 28% FRANÇA 11% 9% 17% 16% PAÍSES BAIXOS 0% 0% 0% 0% PORTUGAL 0% 0% 0% 0% SUÉCIA 0% 5% 12% 2% SUÍÇA 31% 34% 22% 27% Perguntas para a avaliação: O que vos dizem os gráficos? O financiamento externo está a aumentar, a reduzir, é constante ou está a flutuar? Quais são os maiores doadores do sector? Quantos doadores estão activamente a prestar apoio incluído no orçamento ao governo? 34

Tarefa 12: Análise do Financiamento Externo não Incluído no Orçamento e Total do Financiamento Externo Etapas Etapa 1: Também usando a base de dados ODAMoz, identificar o financiamento externo não incluído no orçamento Etapa 2: Adicionar (1) ao financiamento incluído no orçamento (vide a Tarefa 10) para calcular o total do financiamento externo no sector ambiental Exemplos A ajuda não incluída no orçamento é a assistência que não recorre aos sistemas de aprovisionamento do governo 2007 2008 2009 2010* Total Total (Milhões USD) 116.0 140.8 128.8 85.7 471.3 Incluído no orçamento 94.7 120.6 96.0 67.8 379.1 Não incluído no orçamento 21.3 20.2 32.8 18.0 92.1 Como percentagem do total Incluído no orçamento 82% 86% 75% 79% 80% Não incluído no orçamento 18% 14% 25% 21% 20% Como percentagem do total do Orçamento do Estado Total 4% 5% 4% 3% 4% Incluído no orçamento 3% 4% 3% 2% 3% Não incluído no orçamento 1% 1% 1% 1% 1% Como percentagem do PIB Total 1,3% 1,5% 1,3% 0,9% 1,3% Incluído no orçamento 1,1% 1,3% 1,0% 0,7% 1,0% Não incluído no orçamento 0,2% 0,2% 0,3% 0,2% 0,2% Perguntas para a avaliação: O que vos diz o gráfico? A ajuda externa (em termos nominais como uma percentagem do PIB e como uma percentagem do Orçamento do Estado) está a aumentar, a reduzir, é constante ou está a flutuar? 35

Tarefa 13: Análise do Total da Despesa do Sector Ambiental Etapas Etapa 1: Adicionar a despesa do sector ambiental das principais agências nacionais, despesa do sector ambiental nacional codificada e não codificada e despesa do sector ambiental financiada externamente Etapa 2: Avaliar a despesa do sector ambiental geral do país Exemplos Consultar as Tarefas 1, 3, 4, 9 e 12. Certificar-se que não se está a duplicar a contagem nesta etapa. Rever as fontes da despesa e certificar-se que não constam em mais do que uma linha. Por exemplo, não incluir os projectos incluídos no orçamento financiados pelo SISTAFE no total referente ao financiamento incluído no orçamento, pois haveria uma duplicação da contagem no número agregado. Milhões MZN 2007 3 2008 2009 2010 4 Total da Despesa do Sector Ambiental 2.975.5 3.871.1 3.863.0 3.097.1 Como percentagem do Total do Orçamento 4,2% 5,6% 4,3% 3,1% Como percentagem do PIB 1,4% 1,6% 1,5% 1,0% MICOA 191.5 281.7 285.2 354.3 Projectos do SISTAFE 966.9 952.0 1.221.9 Com Código Ambiental 221.3 109.6 61.6 Sem Código Ambiental 745.6 842.5 1.160.3 Com Financiamento Externo 2.784.0 2.622.5 2.625.7 1.520.8 Incluído no orçamento 2.273.9 2.108.2 1.715.7 946.2 Não incluído no orçamento 510.1 514.3 910.0 574.6 Perguntas para a avaliação: Quais são as tendências gerais da despesa no sector ambiental? Está a aumentar, a reduzir, é constante ou está a flutuar? As fontes de despesa estão a mudar muito de um ano para outro? Quais são as causas da tendência geral? 36

Tarefa 14: Análise da Receita do Sector Ambiental por Classificação Etapas Etapa 1: Utilizando a definição de receita do sector ambiental, adicionar as fontes da receita do sector ambiental por classificação Etapa 2: Avaliar a receita do sector ambiental por fonte Exemplos Receita directa do sector ambiental Receita das Terras Receita das Pescas e Caça Embora não esteja aqui incluída, também existe a receita das minas, da madeira e carvão e do petróleo. A metodologia da PEER de base excluiu a receita fiscal. (Milhares MZN) 2008 2009 2010 Total das Taxas e Multas 169.795 368.460 510.543 Receitas Directas do Sector Ambiental 9.000 10.992 26.624 Taxas e Multas do Fundo Nacional do Ambiente 9.000 8.662 23.291 Receitas das Áreas de Conservação para Fins Turísticos -- -- 630 Taxas de Abate - SPP -- 2.330 2.703 Receitas de Terras 11.077 29.791 30.176 Renda (Taxa) sobre a Terra -- -- 4.829 Taxa de Uso da Terra 11.077 27.800 21.908 Taxa Anual de Uso da Terra -- 1.385 2.343 Multas pelo Uso e Aproveitamento da Terra - SPGC -- 606 1.097 Receitas das Pescas e Caça 149.718 113.049 218.096 Taxas do Fundo de Desenvolvimento Pesqueiro -- -- 92.678 Licença de Pescas 119.159 85.333 98.001 Taxa da Licença de Pescas 30.560 24.573 22.900 Taxa de Caça SPFFB -- 1.643 1.518 Taxa de Caça DNTF -- 1.500 3.000 Perguntas para a avaliação: Quais são as principais fontes da receita do sector ambiental? A receita está a aumentar, a reduzir, é constante ou está a flutuar? Quais podem ser as causas das tendências percebidas? 37

Tarefa 15: Análise da Receita do Sector Ambiental para Cada Classificação (exemplo da Receita das Pescas) Etapas Etapa 1: Adicionar as diferentes fontes de receitas provenientes das licenças, taxas, multas e fundos de compensação internacional (tais como a UE) para as actividades pesqueiras Avaliar a proporção de taxas arrecadadas de fontes internas (frota nacional) vs as taxas provenientes da inspecção e compensação internacional Exemplo s Descrição 2005 2006 2007 2008 2009 Licença de pesca industrial 93.095 87.848 82.356 47.078 57.152 Licença de pesca semi-industrial 18.379 18.530 15.316 11.609 8.379 Licença de pesca artesanal 1.351 1.052 1.269 1.222 709 Licença de pesca recreativa 368 464 866 3.161 799 Cobrança tardia 2.824 3.268 4.465 2.678 43.078 Frota Nacional 116.017 111.162 104.272 65.748 110.117 Direitos de exploração (licenças de 35.690 44.514 55.102 39.924 37.453 sintonizador) Sub-Total (Licenças de Pesca) 151.707 155.677 159.374 105.672 147.570 Taxas de fiscalização das pescas 6.273 5.256 7.471 6.000 7.720 Saldo anterior (taxas de fiscalização) - - - - 463 Multas 1.862 2.800 1.327 212 1.827 Fundo de Compensação (U. Europeia) 105.723 160.281 224.795 56.262 28.130 Total 265.566 324.015 392.967 168.146 183.420 Perguntas para a avaliação: Quais são as fontes de receita no sector? A receita está a aumentar, a reduzir, é constante ou está a flutuar? As fontes de receita n sector são sustentáveis? 38

Tarefa 16: Análise das Receitas Transferidas para as Comunidades Locais Etapas Etapa 1: Identificar o número de comunidades que recebem pagamentos do fundo comunitário em cada província Etapa 2: Identificar o valor total dos pagamentos efectuados a cada comunidade Etapa 3: Informação do gráfico de (1) e (2) Exemplos De acordo com dados da DNTF, 11 comunidades receberam pagamento do fundo comunitário em Maputo em 2009 As 11 comunidades que receberam pagamentos em Maputo em 2009 receberam MT0,1 milhão. Província Maputo Gaza Inhambane Comunidades Beneficiárias 2006 2007 2008 2009 2010 Total # de Comunidades 12 16 19 11 0 58 Milhões MT 0.2 0.1 0.2 0.1 0.0 0.6 # de Comunidades 33 26 2 4 1 66 Milhões MT 0.8 0.4 0.2 0.1 0.1 1.6 # de Comunidades 23 28 18 0 34 103 Milhões MT 0.7 1.6 0.7 0.0 0.9 4.0 Sofala # de Comunidades 1 10 13 10 26 60 Milhões MT 0.2 4.5 2.7 1.0 6.6 15.0 Manica # de Comunidades 20 18 12 0 9 59 Milhões MT 1.8 1.6 1.2 0.0 0.7 5.2 Tete (*) # de Comunidades 22 22 21 8 0 73 Milhões MT 1.1 1.1 2.2 0.7 0.0 5.1 Perguntas para a avaliação: que províncias estão a receber a maior parcela do fundo comunitário e porquê? As receitas transferidas para as comunidades locais estão a aumentar, a reduzir, são constantes ou estão a flutuar? Quais são as causas da tendência? Todas as comunidades elegíveis estão a receber fundos? O governo está a cumprir a sua obrigação de transferir 20% das receitas provenientes da exploração dos recursos florestais e da fauna bravia e também do turismo? 39

6 ANEXOS Anexos 1 Lista de Instituições e Ministérios que Trabalham com o Ambiente Ministérios e Instituições Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA) Direcção de Planificação e Estudos Fundo do Ambiente (FUNAB) Conselho Nacional de Desenvolvimento Sustentável (CONDES) Direcção Nacional de Promoção Ambiental (DNPA) Direcção Nacional de Planeamento e Ordenamento Territorial (DNAPOT) Direcção Nacional de Gestão Ambiental (DNGA) Direcção Nacional de Avaliação do Impacto Ambiental (DNAIA) Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS) Direcção de Controlo da Poluição Direcção Provincial de Coordenação da Acção Ambiental (DPCOA) Ministério das Finanças (MF) Ministério da Planificação e Desenvolvimento (MPD) Ministério da Agricultura (MINAG) Direcção Nacional de Terras e Florestas Direcção Provincial da Agricultura (DPAG) Ministério do Turismo (MITUR) Direcção Nacional das Áreas de Conservação (DNAC) Direcção Provincial do Turismo (DPTUR) Departamento de Regulação e Controlo Ministério dos Recursos Minerais (MIREM) Ministério de Energia (MINEN) Ministério das Pescas Ministério das Obras Públicas (MOPH) Saneamento Direcção Nacional de Águas Saneamento Direcção Provincial das Obras Públicas (DPOPH) Saneamento Ministério da Ciência e Tecnologia e do Ensino Superior Ministério da Saúde, Direcção Nacional de Saúde Pública (DNSP) 40

Anexo 2 Principais Políticas, Leis e Tratados no Sector do Ambiente em 2011 O plano estratégico do MICOA para 2005-2015 define a missão e a visão para o sector ambiental nos seguintes termos: Coordenar a implementação da Estratégia Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável de Moçambique visando reduzir a pobreza absoluta, promover o uso sustentável dos recursos naturais, a melhoria da qualidade do meio ambiente, o crescimento económico e a equidade social. A visão do sector ambiental é Liderar o país na promoção de um ambiental saudável, conseguir uma qualidade de vida elevada e um desenvolvimento social, ambiental e económico equilibrado. Tal será conseguido através das seguintes acções: Uso sustentável de recursos naturais renováveis e não renováveis Desenho e implementação de políticas de desenvolvimento sustentável e respectiva legislação Sustentabilidade no processo de tomada de decisões relativo à gestão e uso dos recursos naturais Aplicação de princípios ambientais em actividades, projectos e programas de trabalho sectoriais Melhoria da qualidade ambiental através da adopção da eco-eficiência, redução da poluição, requalificação urbana e melhoramento industrial, bem como um planeamento e demarcação territoriais adequados Redução das assimetrias na integração das questões de género nas políticas de desenvolvimento Estabelecimento, manutenção e desenvolvimento da cooperação com instituições congéneres a nível regional e internacional. Legislação Constituição A constituição moçambicana explica o significado do ambiente para os seus cidadãos e constitui um instrumento importante para a protecção do ambiente. O Artigo 90 e o Artigo 117 da Constituição definem o dever do Estado de proteger o ambiente e o direito dos cidadãos ao ambiente. Além disso, o Artigo 45 coloca a responsabilidade pela promoção e defesa do ambiente nas mãos dos cidadãos. Lei do Ambiente Lei Nº. 20/97 de 1 de Outubro A lei do ambiente, aprovada em 1997, define as fundações do quadro de políticas e institucional para a gestão ambiental. A lei define o âmbito, os agentes e as ferramentas para a gestão ambiental e modo a se conseguir um desenvolvimento sustentável. Lei de florestas e fauna bravia Lei Nº 10/99 de 7 de Julho A lei de florestas e fauna bravia foi publicada em 1999 com o objectivo de proteger, preservar e desenvolver o uso sustentável dos recursos florestais e de 41

fauna bravia para o benefício económico, social e ecológico (Artigo 4). A lei não toma em consideração o equilíbrio ecológico, a biodiversidade, a preservação e a conservação das componentes ambientais nem as mudanças climáticas. Lei da água Lei Nº. 16/91 de 3 de Agosto A lei da água sublinha a importância da água na satisfação das diferentes necessidades das pessoas, bem como a importância de se criarem mecanismos para a sua distribuição de modo a que esteja disponível para todos sem prejudicar as necessidades dos outros. Lei do Uso da Terra Lei Nº. 19/2007 de 18 de Julho A lei do uso da terra define os direitos à terra e o quadro legal do uso da terra. Também constitui a base do ordenamento territorial. Lei e Regulamento sobre a Avaliação do Impacto Ambiental (AIA) Decreto Nº 45/2004 A Lei da Avaliação do Impacto Ambiental define os requisitos para a realização da AIA para os projectos com impacto ambiental e estabelece as responsabilidades do MICOA em relação a este aspecto. Lei do Ordenamento Territorial Lei nº 17/2007 Lei Resolução nº 18/2007 Política O projecto de lei sobre o Ordenamento Territorial pretende fortalecer a base legal do ordenamento espacial, abarcando todas as áreas do país, incluindo as áreas de assentamento informal. Políticas PARP (PARPA III) 2011-2014 O último plano de acção de redução da pobreza, PARP, reconhece a ligação directa entre o ambiente e a produção e produtividade nos sectores da agricultura e pescas. Designa o ambiente como um sector transversal e prioriza a melhoria da gestão sustentável dos recursos naturais (terra, água, pescas e florestas): Promover a gestão produtiva e sustentável dos recursos naturais e do ambiente Promover a qualidade ambiental, bem como as políticas e estratégias para a mitigação e adaptação às mudanças climáticas Promover a educação ambiental e sensibilizar as comunidades em relação à importância de preservar o ambiente Criar condições para a gestão dos resíduos sólidos urbanos e limpeza do ambiente. 42

Política nacional do ambiente Resolução Nº 5/95, 3 de Agosto A política nacional do ambiente foi aprovada em 1995 com o objectivo de garantir o desenvolvimento sustentável do país, considerando as suas condições específicas, através de um compromisso realístico e aceitável entre o progresso socioeconómico e a protecção ambiental. Política agrícola e estratégias de implementação Resolução Nº 11/95, 31 de Outubro O objectivo da política agrícola de 1995 é definido como sendo "desenvolver a actividade agrícola de modo a obter a segurança alimentar através da produção diversificada de bens de consumo, abastecimento à indústria nacional e para exportação com base no uso sustentável dos recursos naturais e garantia da equidade social. As estratégias de implementação sublinham a necessidade de um uso sustentável dos recursos. Política e estratégia de desenvolvimento das florestas e fauna bravia (PEDFFB) Resolução Nº. 8/97, 1 de Abril A política e estratégia de desenvolvimento das florestas e fauna bravia foi introduzida em 1997 com o objectivo de "proteger, preservar, desenvolver e utilizar, de maneira racional e sustentável, os recursos florestais e de fauna bravia para o benefício económico, social e ecológico da geração presente e futura de moçambicanos. A PEDFFB está sob a responsabilidade de dois ministérios: Ministério da Agricultura e Ministério do Turismo. Política nacional de águas Resolução Nº 46/2007 de 21 de Agosto Em 2007, a nova política nacional de águas definiu como objectivo disponibilizar água "em quantidade e qualidade adequadas para as gerações presentes e futuras, para o desenvolvimento sustentável, a redução da pobreza, a promoção do bem-estar e da paz e a mitigação dos efeitos negativos das cheias e das secas. Política e estratégia do sector de energia Resolução Nº 5/98, 3 de Março - Política Resolução Nº. 24/2000 de 3 de Outubro - Estratégia Os objectivos da política de energia de 1998 incluem a garantia do fornecimento fiável de energia ao mais baixo custo possível; o aumento da disponibilidade de energia a partir de fontes não renováveis; a promoção de tecnologias de energias renováveis Política de gestão das calamidades Resolução Nº 18/99 de 10 de Junho Esta política de gestão das calamidades concentra-se na sua prevenção e especifica a contribuição para a conservação e preservação do ambiente como um dos seus objectivos. A implementação da política de gestão das calamidades é da responsabilidade do Instituto Nacional de Gestão das Calamidades (INGC). Política e estratégia de desenvolvimento da meteorologia Resolução Nº 7/96, 2 de Abril - Política 43

Resolução Nº 43/2006, de 26 de Dezembro Estratégia A formulação da política da meteorologia expandiu a rede meteorológica de modo a proporcionar ao país avisos prévios sobre condições climáticas adversas extremas. O objectivo da estratégia é minimizar o impacto das calamidades naturais e outros factores climáticos no desenvolvimento de Moçambique. O Ministério dos Transportes e Comunicações, através do Instituto Nacional de Meteorologia, é responsável pela sua implementação. Política nacional do planeamento do uso da terra Resolução Nº. 18/2007 de 30 de Maio A política nacional do planeamento do uso da terra pretende melhorar a integração das ferramentas de uso da terra no desenvolvimento e planificação económica das unidades territoriais político-administrativas a todos os níveis visando um melhor uso económico e social dos recursos, dependendo da sua localização, do seu relacionamento com a infra-estrutura existente ou a ser criada, da actual ocupação da terra e de factores de natureza espacial e ambiental. Programa Nacional de Gestão Ambiental (PNGA) 1996-2006 O PNGA é o quadro de políticas que orienta o trabalho do MICOA. O programa tem como tarefa garantir a sustentabilidade a longo prazo do desenvolvimento social e económico e identifica áreas prioritárias para a gestão sustentável do desenvolvimento, nomeadamente a silvicultura, agricultura, minas, pescas e turismo. Identifica três áreas de enfoque que carecem de intervenção, nomeadamente recursos naturais, zonas costeiras e zonas urbanas. Plano Estratégico do Sector Ambiental 2005-2015 O Plano Estratégico do Sector Ambiental é o sucessor do PNGA e identifica as principais áreas prioritárias como sendo as seguintes: Água e saneamento nas zonas urbanas Melhoramento das zonas peri-urbanas Erosão e degradação do solo nas zonas costeiras Gestão dos recursos naturais Desenvolvimento legal e institucional Poluição da água e dos solos Calamidades naturais Estratégia Ambiental de Desenvolvimento Sustentável 2007-2017 (EADS) A EADS é uma estratégia a médio prazo que proporciona uma visão comum para todos os diferentes intervenientes do sector ambiental no seu objectivo comum de desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza. Ela define os seus objectivos dentro de quatro grupos principais: protecção e gestão dos recursos naturais, planeamento urbano, poluição do ar e população. Tratados e Protocolos Moçambique é signatário de uma série de protocolos e tratados no sector ambiental: Convenção Africana sobre a Conservação da Natureza e Recursos Naturais 44

Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (Protocolo de Kyoto) Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies de Flora e Fauna Bravias em Perigo Convenção das Nações Unidas sobre a Diversidade Biológica Declaração das Nações Unidas sobre os Assentamentos Humanos Declaração do Milénio Plano de Acção para o Desenvolvimento Sustentável Tratado das Áreas de Conservação Transfronteiriças Convenção de Viena para a Protecção do Ozono Protocolo de Montreal sobre as Substâncias que Destroem o Ozono Convenção das Nações Unidas sobre a Lei do Mar Convenção para a Gestão do Desenvolvimento e Protecção Costeira e Marinha da África Oriental Convenção da Basileia (comércio transfronteiriço de resíduos perigosos) Convenção de Bamako sobre a proibição da importação de resíduos perigosos para África. Convenção de RAMSAR sobre zonas húmidas Convenção de Nairobi sobre a Protecção, Gestão e Desenvolvimento do Ambiente Marinho e Costeiro da Região da África Oriental 45

Anexo 4: Realização de uma Revisão da Despesa Pública não Abrangente Em qualquer exercício orçamental, pode ser realizada uma Revisão da Despesa Pública não abrangente por um sector específico obedecendo às seguintes etapas: Etapa 1 Total do orçamento solicitado vs. total do orçamento atribuído Total do orçamento desembolsado vs. total do orçamento atribuído Etapa 2 Etapa 3 Etapa 4 Total da despesa contraída vs. despesa programada Total da despesa de capital vs. despesa de capital orçamentada Total da despesa corrente vs. despesa corrente orçamentada Total da taxa de execução referente ao orçamento de capital e corrente 46