REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE PROJECTO MANEIO SUSTENTADO DE RECURSOS FLORESTAIS NA ZAMBÉZIA E INHAMBANE

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Transcrição:

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E DESENVOLVIMENTO RURAL DIRECÇÃO PROVINCIAL DA ZAMBÉZIA SERVIÇOS PROVÍNCIAIS DE FLORESTAS E FAUNA BRAVIA PROJECTO MANEIO SUSTENTADO DE RECURSOS FLORESTAIS NA ZAMBÉZIA E INHAMBANE RELATÓRIO DA CAMPANHA DE COMBATE ÀS QUEIMADAS DESCONTROLADAS NA PROVÍNCIA DA ZAMBÉZIA 2002 JUNHO DE 2003

SUMÁRIO As queimadas descontroladas constituem uma das causas principais de degradação das florestas na província da Zambézia. Em 2002 foram registados 20 541 queimadas em toda província. Face a situação que prevalece na Zambézia o SPFFBZ/PMSR e parceiros vêm desencadeando acções como, treinamento técnicos e extensionistas, capacitação, motivação e sensibilização das comunidades. Os SPFFBZ/PMSR produziu materiais de facilitação de mensagens para campanha como cartazes, Spot Rádio e música com rítimo tradicional que esteve no ar durante os meses de Agosto, Setembro e Outubro. As actividades de combate às queimadas descontroladas tiveram mais incidências na Reserva florestais de Derre e Reserva especial de caça de Gilé. Distritos de Morrumbala, Pebane, Namarroi, Ilé e Lugela foram seriamente afectados pelas queimadas 2002. Comparativamente com o ano 2001, há um aumento de queimadas explosivo em 2002. Para preparação da campanha 2003, vários encontros foram realizados com parceiros, governo local e comunidade. Tinha por objectivo encontrar alternativas para melhorar a estratégia de intervenção dos sectores garantir maior participação do governo e comunidade em geral. 1

ABBREAVIATURAS ACODEMADE ACOMAO DNFFB DPA DPCAA INCAJU MICOA MINED MISAU PMSR RFD SPA SPER SPFFB SPP Associação Comunitária de Defesa e Saneamento do Meio Ambiente do Derre Associação dos Camponeses Ovaha wa Muluku wa Atxu Ohaua, Mulevala, Ile Direcção Nacional de Floresta e Fauna Bravia Direcção Provincial da Agricultura Direcção Provincial de Coordenação para Acção Ambiental Instituto Nacional de Cajú Ministério para Coordenação Ambiental Ministério de Educação Ministério da Saúde Projecto Maneio Sustentado de Recursos Reserva florestal de Derre Serviços Províncias da Agricultura Serviços Provinciais Extensão Rural Serviços Províncias de Floresta e Fauna Bravia Serviços Províncias de Pecuária 2

ÍNDICE Conteúdo pág. Sumário 1 Abreviaturas 2 Índice 3 1. Introdução 4 2. Situação das queimadas descontroladas na província da Zambézia em 2002 5 3. Acções realizadas nas áreas pilotos 8 4. Resultados alcançados 10 5. Recomendações para a campanha de 2003 11 Referências 16 ANEXOS 3

1. INTRODUÇÃO Estima-se entre 6 a 10 milhões de hectares de florestas são queimadas anualmente em Moçambique, e entre 9 a 15 milhões de hectares de outras áreas (DNFFB, 2002). Geralmente cerca de 90 das queimadas são resultados das actividades humanas e as restantes 10 são geradas por causas naturais e desconhecidas (Saket, 1999). A agricultura e a caça são as actividades que estão mais associadas às queimadas descontroladas nas zonas rurais (SPFFBZ/PMSR, 2002). As queimadas descontroladas constituem uma das causas principais de degradação das florestas. Estima-se entre 10 a 15 anos o ciclo natural de frequência das queimadas para criar condições naturais favoráveis para o desenvolvimento das formações florestais de miombo (MIOMBO-network), porém este ciclo está sendo alterado pelas actividades humanas. As grandes áreas são derrubadas pela actividade do homem no seu dia a dia onde o uso de fogo tem sido o elemento chave para essas praticas com efeitos directo sobre solo, vegetação, recurso hídricos, etc. A alteração da composição química, compactação, erosão dos solos, extinção de espécies valiosas de flora e fauna, aquecimento global são algumas das consequências originadas por práticas inapropriadas do uso fogo. As queimadas, quando devidamente controladas, são utilizadas como uma ferramenta de maneio de ecosistemas. Para além das consequências mencionadas, as queimadas descontroladas originam perdas económicas para a província e em geral para as comunidades em particular (SPFFBZ/PMSR, 2002). A província da Zambézia é mais populosa do país com 3,23 milhões de habitantes. Possui uma extensão superficial de 104 000 km 2 de, onde cerca de 30 a 35 são florestas. Anualmente a província é uma das mais afectadas pelas queimadas. Queimadas antecipadas (no início da época seca) são descritas como menos prejudiciais comparadas às que ocorrem no fim da época seca quando há muito material combustível seco para alimentar a combustão. Os períodos mais críticos na Zambézia são os meses de Agosto, Setembro e Outubro, dependentes de distribuição temporal das chuvas durante o ano. No ano de 2002 em atenção à dimensão do problema o Projecto Maneio Sustentável de Recursos (SPFFBZ/PMSR) conjuntamente com a Visão Mundial, MOVIMONDO, SP Extensão Rural, DPCAA, SPCZ, ACOMAO e ACODEMADE, formou um grupo de trabalho e preparou um plano provincial de prevenção e controle de queimadas florestais com vista adquirir algumas experiências no âmbito piloto. Com este plano, PMSR/SPFFBZ desenvolveu actividades de sensibilização e motivação das comunidades na reserva florestal do Derre, distribuiu cartazes e panfletos como meios de informação a nível provincial. O plano tinha por objectivo estabelecer bases que possam favorecer positivamente mudança de atitudes, mentalidade e comportamentos em relação à prática e uso das queimadas nas comunidades. A campanha de combate a queimada foi já implementada pelas comunidades rurais apoiadas pela Administração do Governo local, autoridades tradicionais, Sector privado, ONGs e Organizações camponesas. Além da experiência recolhida durante a fase experimental servirá de base para definição de programas de acções específicas dos vários intervenientes nas próximas campanha. Esta 4

estratégia considerará os fundamentos da política e estratégia de desenvolvimento do sector florestal estabelecida no programa do governo. 2. SITUAÇÃO DAS QUEIMADAS DESCONTROLADAS NA PROVINCIA DA ZAMBÉZIA EM 2002 Metodologia de recolha de informação DNFFB tem um sistema de captação de informação sobre a ocorrência de queimadas que irá alimentar o sistema de monitoria no futuro (curto, ou a médio prazo).o sistema está a funcionar desde Julho do ano 2002 e dispõe de dados desde Julho 2001. O sistema detecta as queimadas maiores de 100 ha diariamente e são registadas num sistema de informação geográfica. A informação é recolhida pelo sensor MODIS a bordo dos satélites terra e água. Os dados são geridos pela universidade de Maryland, e no marco da rede regional de pesquisa da SAFNet são disponibilizados para a DNFFB (DNFFB/UIF, 2002) Vantagens e desvantagens do método de recolha de informação O sistema para além de fornecer dados referente ao número e a posição dos fogos activos, permite em adição com os dados nacionais de GIS dos ecossistemas e vegetação identificar as áreas mais afectadas pelo fogo. Para além de fornecer informação referentes as áreas afectadas e identificar os ecossistemas sensíveis, o método apresenta vantagens de fornecer dados que permite fazer uma inferência sobre a evolução da situação de redução ou aumento dos números de queimadas por ano. Umas das grandes limitações deste método é que o sistema não fornece informação sobre as áreas queimadas inferior a 1 km X 1 km (100 ha), o que significa que um incêndio detectado possui maior probabilidade de ser uma queimada descontrolada. O registo de queimadas ocorrido na província ou no país por ano pode ser muito superior o que actualmente alcançado. Os incêndios são detectados a partir de uma temperatura mínima de 300 graus Celsius. Por isso em áreas de cultivo mais dificilmente regista-se as queimadas dada a remoção frequente do material combustível. As observações directas de campo são mais simples e concretas. Contudo, como as as áreas afectadas pelas queimadas são muito maiores e consequentemente precisa de mais tempo de medição, pessoal e meios torna o processo de colecta informação mais complexo. O SPFFBZ/PMSR para além dos registos das observações de campo, também possui uma base de dado que permite fazer monitoria das queimadas na província. 5

Registo de Queimadas por Províncias e cobertura vegetal (DNFFB/UIF, 2002) Dados básicos 2002 Registou-se 58393 queimadas para todo o país. Outubro foi o mês que registou mais queimadas, 41129 (70,4 ). A província com mais queimadas foi Zambézia, 20541 (35,2 ), seguida de Niassa, Tete, Nampula e Manica. Queimadas por província e mês Agosto Setembro Outubro Total Maputo 50 332 179 561 Gaza 112 1030 1148 2290 Inhambane 9 296 749 1054 Manica 228 1680 3350 5258 Sofala 146 1355 2944 4445 Tete 490 2075 3228 5793 Zambézia 224 2516 17801 20541 Nampula 216 1524 3865 5605 Cabo Delgado 966 1362 1216 3544 Niassa 674 1979 6649 9302 TOTAL 3115 14149 41129 58393 A cobertura que registou mais queimadas foi a floresta aberta, 24159 (41,4 ), seguido do matagal 10640 (18,2) e as pradarias arborizadas 10239 (17,5 ). Queimadas por cobertura Agosto Setembro Outubro Total Floresta aberta 1099 5688 17372 24159 Pradaria arborizada 765 2581 6893 10239 Floresta densa 30 220 1187 1437 Pradaria 161 956 1648 2765 Agricultura 306 1693 5324 7323 Matagal 737 2945 6958 10640 Outros 17 66 1747 1830 TOTAL 3115 14149 41129 58393 6

Registo de queimadas na Província da Zambézia em 2001 e 2002 Dados básicos, 2002 (Anexos 1,3) Registou-se 20541 queimadas em toda a província. Outubro foi o mês que registou mais queimadas, 17801 (86,7 ) Os distritos com mais queimadas foram Pebane (2717, 13 ), Morrumbala (2313, 11 ), Mocuba, Gilé, Milange, Lugela, Maganja da Costa, Ilé, Alto Molocué e Gurué. Os distritos seriamente afectados pelas queimadas entre Agosto e Outubro são Morrumbala seguido de Pebane, Namarroi, Ilé, Lugela, Mocuba, Alto Molocué, Gilé e Maganja da Costa. Queimadas por distrito e mês Distritos Agosto Setembro Outubro Total Área, km2 Queimadas/100km² Morrumbala 48 520 1745 2313 7668 30 Pebane 24 247 2446 2717 10087 27 Namarroi 1 5 819 825 3087 27 Ile 5 83 1365 1453 5640 26 Lugela 0 122 1421 1543 6110 25 Mocuba 13 313 1633 1959 8733 22 Alto Molocué 3 30 1389 1422 6434 22 Gilé 24 206 1651 1881 9526 20 Maganja da Costa 0 148 1356 1504 7644 20 Milange 17 208 1536 1761 9860 18 Gurué 18 65 925 1008 5688 18 Namacurra 2 65 218 285 2041 14 Nicoadala 13 64 361 438 3525 12 Chinde 13 211 307 531 4351 12 Mopeia 42 224 612 878 12823 7 Inhassunge 1 4 16 21 670 3 Quelimane 0 1 1 2 123 2 TOTAL 224 2516 17801 104010 Dados básicos, 2001 Agosto Setembro Outubro TOTAL Província da Zambézia 392 769 337 1498 A frequência de ocorrência de queimadas na província da Zambézia aumentou explosivamente de 2001 para 2002. A reserva florestal do Derre (área piloto) e reserva especial de caça apresentaram maiores números de queimadas em 2002 (Anexo 2). 7

A média de ocorrência de queimadas no distrito de Morrumbala foi de 30 fogos activos por 100 km² (Dados básicos 2002). Especificamente, na área de intervenção do SPFFBZ/PMSR, Reserva Florestal do Derre ocorreram 22 fogos activos/100 km², isto é, houve reduação de queimadas. Nos distritos de Pebane e Gilé, onde se situa a Reserva de caça especial de Gilé, registou-se 27 e 20 fogos activos/100 km² respectivamente. A situação geral é inversa dentro da Reserva de caça especial do Gilé onde se registou 30 fogos activos/100 Km2, o que permite considerar que houve maior ocorrência de queimadas. Registo de queimadas na Reserva florestal do Derre e Reserva especial de caça do Gilé por mês durante 2001 e 2002 Área de acção Agosto Setembro Outubro N:oTotal /100 km² Registo 2001 RFD 4 6 4 14 1 RCG 16 39 5 60 2 Registo 2002 RFD 3 33 318 354 22 RCG 0 109 736 845 30 RFD-Reserva Florestal do Derre (158247 ha), RCG-Reserva de caça especial do Gilé (283796 ha) 3. ACÇÕES REALIZADAS NAS ÁREAS PILOTOS O SPFFBZ/PMSR efectuo um inquérito de avaliação nas oito (8) comunidades principais dentro e fora da reserva florestal do Derre em Abril 2002. O inquérito realizado foi concebido com objectivo de aumentar informação geral sobre o nível de percepção dos problemas das queimadas e, para se conhecer como a comunicação sobre a abordagem das queimadas florestais é estabelecida dentro dos diferentes grupos sociais existente na comunidade. A informação do inquérito ajudou a definir mecanismos de intervenção como a seguir indica: 1. Preparação de material de campanha e elaboração de plano de treinamento de activistas comunitários e grupos de teatros. 2. Envolvimento directo das comunidades locais e outros parceiros em todas as fases da campanha. 3. Identificar e encontrar possíveis interesses de participação das comunidades locais no maneio de fogo. 4. Avaliação dos resultados da campanha como informação adicional básica a ser usada na monitoria via satélite para técnicas de mapeamento e quantificação das áreas queimadas. Foram realizados encontros de coordenação com instituições como o DPCAA, Cruz Vermelha de Moçambique, MINED, MISAU, Visão Mundial (OVATA), MOVIMONDO, SPA, SPER, SPP, sector privado e artistas locais entre os meses de Março, Abril e Maio de 2002. Os encontros tinham por objectivo identificar acções concretas entre vários intervenientes para campanha de combate de queimadas descontroladas. SPFFBZ/PMSR assumiu o papel de coordenador da campanha e definiu 8

um plano de acção para combate de queimadas descontroladas nas áreas pilotos juntos com parceiros, a Visão Mundial, MOVIMONDO, SPER e outros parceiros. SPFFBZ/PMSR formou 36 activistas comunitários e um grupo teatral Uamba em Morrumbala para actividades de sensibilização e palestras nas comunidades. Foram capacitados e treinados 21 técnicos e extensionistas da Visão Mundial (OVATA) e estradas, MOVIMUNDO, SPER e SPFFBZ em técnicas de prevenção e controle de queimadas (Anexos 4,5). Esta actividade tinha por finalidade de treinar pequenas brigadas comunitárias e garantir assistência de campo. A ORAM formou 5 agentes comunitários em cada comunidade principal da RFD e, tinham como tarefas principais divulgação da lei de terra e regulamento de Floresta e Fauna Bravia decreto 12/2002 de 6 de Julho sobre práticas e uso de queimadas (Lei de Floresta: artigo 40 e regulamento: artigo 106). A campanha foi lançada oficialmente à 15 de Junho no Posto Administrativo do Derre juntos com participação do governo, comunidade local e parceiros (Anexo 6). Para este evento, SPFFBZ/PMSR produziu 1000 cartazes e panfletos com textos para facilitar a divulgação de mensagem. O material foi distribuído a todos parceiros e aos SPFFB de Sofala, Manica e Tete. A MOVIMONDO financiou a produção de um jingle musical com rítmo tradicional em português, chuabo e loló. Produziu-se também, um spot radial que esteve no ar durante 3 meses com objectivo de educar os camponeses sobre as maiores consequências das queimadas. O SPER editou mensalmente 150 exemplares de um boletim Anamalima com mensagens para prevenção e controle de queimadas. Distribuição de cartazes produzidos pelo SPFFBZ/PMSR aos parceiros e outros intervenientes Instituição Número ACODEMADE/Activistas Comunitários 285 Visão Mundial (OVATA) 240 MOVIMONDO 200 SPFFB, Manica, Sofala, Tete SPCZ 47 38 SPER 36 Projecto FAO/Nampula, Manica, Sofala 28 Fiscais de SPFFBZ 24 Artistas Locais, Casa da Cultura 14 SPCAA 12 ACOMAO 12 Empresas Privadas 8 Outros 56 Foram realizados 683 encontros de sensibilização e palestras nos diferentes regulados do posto administrativo do Derre pelos activistas. Destes encontros, 19 (3 ) receberam 9

supervisão directa do SPFFB/PMSR. Cada activista recebeu supervisão do campo pelo menos duas vezes e todos estes encontros foram realizados em combinação com o grupo teatral, que sempre assegurou a boa participação pela alta qualidade do grupo. Cerca de 15800 pessoas (criança, jovem e adultos), dos quais 9600 homens e 6200 mulheres participaram nos encontros programados. A intervenção da Visão Mundial concentrou-se em Morrumbala, onde treinaram mais um grupo de crianças para performar uma peça de teatro sobre as queimadas descontroladas. Também nos outros distritos (Milange, Lugela, Mopeia, Namarroi, Gilé, Alto Molocué, Gurué) foram enviadas mensagens de divulgação para grupos de camponeses com 4000 pessoas envolvidas aproximadamente pelo extensionistas. MOVIMONDO realizou o trabalho no âmbito da reserva de caça de Gilé, onde se treinou 60 fiscais comunitários que tomar acção contra as queimadas descontroladas. Na reserva de caça de Gilé apoiouse-se um extensionista comunitário e um grupo de teatro na área de divulgação e sensibilização das comunidades locais. 4. RESULTADOS ALCANÇADOS Nesta fase ainda é bastante difícil fazer conclusões seguras sobre o efeito da campanha de prevenção e controle de queimadas baseando nos mapas apresentados e dados actualmente registados. No terreno existem algumas demonstrações das iniciativas das comunidades (caso de Nhanzaza na RFD) mostram evidência que já tomaram acção seriamente para evitar os problemas causado pelas queimadas descontroladas. Estas comunidades conseguiram também criar uma rede de controlo para os viajantes e os madeireiros. Das observações de campo realizadas se pode ver camponeses que conhecem a necessidade de uso de técnicas de abertura de aceiros em comparação aos anos anteriores, isto é, se considera que as mensagens chegam extensivamente bem as comunidades, onde as queimadas descontroladas são preocupações das populações. As actividades da campanha foram muito intensivas no âmbito do Derre, porque praticamente três intervenientes (PMSR, Visão Mundial e ORAM) trabalharam com uma ligação ao mesmo tema. Este facto asse gura que os bons resultados podem ser alcançados com trabalhos de visão de longo prazo. As actividades da campanha no Derre custaram para SPFFBZ/PMSR 23000 Meticais por pessoa ou 2900 Meticais por hectare. Principais constrangimentos A falta de meios de transporte (bicicletas) para os activistas não permitiu realização de alguns encontros programados principalmente em áreas distantes. Ausência de credencias e crachás que identificassem os activistas nas comunidades, diminuiu a credibilidade do seu papel Ausência de coordenação entre os grupos de activistas e autoridade tradicional reduziu a participação massiva das pessoas nas palestras 10

Total dependência dos grupos de trabalhos e teatro dos meios do SPFFBZ/PMSR para realização das actividades da campanha Ausência de uma equipa técnica efectiva no campo afectou o grau de desempenho desejado das actividades programado Pouca clareza do papel dos líderes comunitários como elemento chave na coordenação dos trabalhos de sensibilização das comunidades e outras actividades no seu regulado. Ausência de um comité provincial para o assunto de combate as queimadas descontrolada. 5. RECOMENDAÇÕES PARA A CAMPANHA DE 2003 No âmbito de monitoria do desempenho das actividades do SPFFB/PMSR na campanha de prevenção e controle de queimadas, foram realizados inquéritos aos activistas comunitários do Derre, ONGs (Visão Mundial e MOVIMONDO), fiscais dos SPFFBZ. O inquérito tinham por objectivo avaliar o desempenho das actividades efectuadas, identificar mecanismo apropriada para melhorar a estratégia actualmente usada em associação com o processo de divulgação de mensagens, identificar alternativas para melhorar a participação das comunidades, maior envolvimento do sector (SPFFBZ) através de participação dos fiscais no uso do instrumento legal e a sociedade civil em geral. Neste contexto, foi realizado um seminário para os líderes comunitários e governo local com finalidade de estabelecer medidas administrativas locais. Fiscais dos SPFFBZ O SPFFBZ funciona actualmente com 30 fiscais formados e treinados em diferentes postos do trabalho. Possui actualmente 2 brigadas móveis e postos fixos distribuídos pelos distritos de Maganja de Costa, Pebane, Gilé, Morrumbala, Mocuba, Nicoadala e Quelimane. Dos inquéritos realizados apenas 5fiscais responderam, o que indica fraca participação dos fiscais na avaliação do processo. No entanto, como é sabido, o papel do fiscal é bastante importante e diversificado. Contudo, os inquéritos adquiridos permitiram dar uma imagem parcial como melhorar a estratégia desencadeada pelos serviços. Segundo pode-se observar os fiscais tiveram um papel pouco relevante em termos de participação na prevenção e controle das queimadas. As respostas mostram que os fiscais podem exercer o papel de sensibilizador, realizar palestras e mobilizar as comunidades a fazer o uso e praticar queimadas controladas e planificadas. Nesta sequência, foram identificados alguns elementos que constituem factores limitantes para participação dos fiscais nomeadamente: 1. Programas de fiscalização (ex: brigadas moveis e postos fixos) não conjugam com o programa de controle de queimadas durante as suas missões. 2. Falta de recursos financeiros (rubrica) de apoio aos fiscais no controle de queimadas, e matérias de informação e divulgação alocados aos fiscais e 11

formação dos fiscais em material específica sobre prevenção e controle de queimadas. 3. Falta de pessoal e de meios alocados especificamente para o programa de prevenção e controle de queimadas. Para melhorar a acções de prevenção e controle de queimadas foram levantadas as seguintes recomendações: Promover debates e capacitação dos técnicos Afectação de pessoal e meio em áreas de grandes risco de ocorrência de queimadas para supervisionar as brigadas de controlo a ser estabelecidas e activistas que trabalham na divulgação de mensagens Aplicação da lei sub pena de responsabilidade civil, administrativa e criminal nos termos da lei Introdução de material de disciplina escolar em assunto que dizem respeito a conservação do meio ambiente com relevância no controle de queimadas e seu impacto. Activistas comunitários do Derre Várias recomendações foram levantadas pelos activistas, como forma de melhorar e garantir maior efectividade das actividades de sensibilização e motivação das comunidades: Deve-se alocar meios de transporte permanente aos activistas (bicicletas) para facilitar a sua deslocação para áreas muito distantes Introdução de Crachás e credenciais para o reconhecimento e identificação dos activistas Deve-se estabelecer um subsídio de deslocação aos activistas em benefício das actividades que realiza como incentivo ou estímulos Supervisão permanente dos SPFFB para monitorar e dar seguimento as actividade de sensibilização e melhorar a atitude do activista durante o trabalho e planificação dos encontros com os membros da comunidade e líderes comunitário Oficialização dos fiscais ajuramentado actualmente a funcionar na reserva (decreto 12/2002 regulamento) Duma forma ampla considera-se que o trabalho realizado por este grupo teve grande abrangência dentro da reserva florestal de Derre e outras áreas do posto administrativo. Este resultado foi notável pela comunicação actualmente existente sobre o assunto de prevenção e controle de queimadas na região e pelo número de pessoas envolvidas nas campanhas de sensibilização e encontro planificados (relatórios mensais/pmsr 2002). 12

ONGs As ONGs desempenham um papel importante do ponto de vista estratégico para implementação das actividades de sensibilização das comunidades no controle de queimadas. Para avaliação das actividades realizadas por algumas das ONGs (Visão Mundial e MOVIMONDO) e como forma melhorar a sua intervenção foi realizado um encontro onde foram tomadas as seguinte recomendações: Capacitar e treinar mais técnicos das organizações envolvidas e outras redes de extensão em técnicas de prevenção e controle de queimadas Formar, equipar e treinar brigadas (grupos) de controlo de queimadas e abertura de quebra-fogo nas áreas de acção das organizações com a respectiva monitoria Criação e divulgação de regulamentos locais Produção de matérias didácticos a serem distribuídos nas escolas Mobilizar a fiscalização comunitária com conhecimento e mecanismos de incentivos apropriados (decreto 12/2002 de 6 Julho) Promoção de programa pilotos de repovoamento de pequenas espécies (cubais, por ex.) como medida de tentar suster a tendência de efectivação de queimadas para caça de ratazanas. Um estudo preliminar com as comunidades devia ser realizado Incentivar a implementação de pequenos projectos nas comunidades (apicultura, por ex.) como forma de educar-las para preservação do meio ambiente, obrigando-as a estabelecer mecanismos locais de controlo de queimadas. Estes programas podiam ser promovidos com o envolvimento de ONGS operando nas comunidades e deve sempre passar por um envolvimento comunitário activo. Lideres tradicionais, Governo local e Comunidade (Seminário, 24.9.2002) O PMSR conduziu a realização de um seminário conjuntamente com activistas e ONGs (Visão Mundial e MOVIMONDO) na sede do posto administrativo de Derre. O seminário teve o objectivo de; a) encontrar medidas administrativas locais para minimizar a ocorrência de queimadas descontroladas, b) melhorar a coordenação de trabalho entre os diferentes grupos e envolvimento dos outros parceiros na comunidade. O encontro contou com participação de 100 pessoas entre elas líderes comunitários, membro da comunidade e governo local. Foram feitas recomendações, definindo-se o papel de cada grupo como a seguir se indica: 13

Lideres tradicionais Envolver os líderes tradicionais na coordenação das actividades dos grupos a serem estabelecidos Estabelecer equipas de vigilância nas áreas de jurisdição Criação de comitê de líderes locais com encontros regulares informar sobre a organização da campanha em relação as comunidades coordenado pelo chefe do posto administrativo Governo local Incentivar a participação das comunidades através de encontros regulares para explicar normas, deveres e obrigações Motivar os líderes tradicionais a promover encontros de sensibilização juntos de activistas e outras organizações Dar explicações as comunidades sobre as medidas administrativas e legais Participar nas campanhas de sensibilização e divulgação de mensagens e coordenação das actividades a ser implementadas dentro da estratégia de controle de queimadas Comunidades locais Sempre que possível a comunidade deve ser consultada para selecção de alguns membros que farão parte dos grupos de vigia e controle na zona, apoiados pelos líderes tradicionais A comunidade deve ser interlocutora dos grupos de vigilância e controle, autoridade local e activista, denunciando casos de ilegalidade relacionados com práticas de queimadas pelos membros da comunidade Colaboração com outros sectores O MICOA lançou estratégia nacional de prevenção e controle de queimadas em Agosto de 2002. Os SPFFB precisam assumir e desenvolver formas de colaboração directa e implementação das actividades da campanha 2003. Um comité deve ser criado e chamado pelo menos uma vez por cada mês. Estabelecer programas de cooperação com os departamentos de Agricultura e Extensão Rural para procurar algumas opções para a prática de corte-queima e o fomento alternativa para diminuir a caça que facilita a redução de queimadas descontroladas. Queimadas descontroladas são perigosas para saúde, por isso, o sector de saúde deve ser necessariamente envolvido. Por exemplo, em Derre 40-45 pacientes por 14

mês chegaram ao posto de saúde para consultas de problemas respiratórios entre Setembro e Outubro de 2002. Cerca de 200 pacientes padeciam de malária no mesmo período e 10 com queimaduras de pele. Especialmente em Derre, os curandeiros tradicionais são conhecidos e, é considerados como grupos de interesse na protecção das florestas contra as queimadas, protecção das plantas medicinais facilmente encontradas. 15

REFERÊNCIAS DNFFB, 2002. Estratégia Nacional de Prevenção e Controle de Queimadas Florestais em Moçambique. Draft. DNFFB, Maputo. Abril 2002. 14 p. DNFFB/UIF, 2003. Nota Informativa. DNFFB, Maputo. MADER, 2002. Regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia. Outubro de 2002. Maputo. 54 p. Miombo Network. 2002. Web Site. Saket, 1999. Mozambique Fire Situation. International Forest Fire News 25/2001. IFFN n 25. SPFFBZ/PMSR, 2002. Percepção e comunicação das comunidades sobre os recursos naturais relacionados às queimadas descontroladas no Posto Administrativo de Derre. 32 p. 16

ANEXOS Anexo 1. Queimadas registadas entre meses de Agosto, Setembro e Outubro. Anexo 2. Queimadas registadas na Reserva Florestal de Derre e Reserva de Caça de Gilé durante Agosto, Setembro e Outubro de 2002. Anexo 3. Queimadas durante o mês de Setembro de 2002. Relação da intensidade do fogo com vegetação florestal. Anexo 4. Treinamento de instrutores de prevenção das queimadas em Chuabo Dembe. Exercício do grupo para preparar os planos operativos de protecção. Anexo 5. Ferramentas essências no controle das queimadas e preparação do aceiro. Ane xo 6. Grupo do teatro Uamba durante lançamento da Campanha Provincial de combate as queimadas as queimadas descontroladas. 17

Anexo 1

Anexo 2 N 0 10 20 30 40 50 60 Kilometers 0 10 20 30 40 50 60 Kilometros

Anexo 3

Anexo 4

Anexo 5

Anexo 6