A ESCOLA MUNICIPAL URBANA E OS DESAFIOS DO ATENDIMENTO AOS ALUNOS INDÍGENAS

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Transcrição:

A ESCOLA MUNICIPAL URBANA E OS DESAFIOS DO ATENDIMENTO AOS ALUNOS INDÍGENAS Resumo: Eracilda de Souza Silva 1 Ilma Regina Castro Saramago de Souza 2 (UFGD) Eixo Temático: 1 Esse trabalho é resultado de pesquisa em uma escola municipal na cidade de Dourados/MS. A pesquisa objetivou conhecer e analisar os aspectos didático-metodológicos no processo de ensino e aprendizagem em uma escola municipal urbana que atende, em sua maioria, alunos indígenas. A metodologia tem base na pesquisa qualitativa e o instrumento para a coleta de dados foi observação e a entrevista semiestruturada com a gestão da referida escola. Inicialmente fez-se um levantamento bibliográfico para o conhecimento da história dos indígenas, da sua educação, das leis que garante para eles a educação diferenciada e, posteriormente, foi realizada a pesquisa de campo e a as análises dos dados. Os resultados da pesquisa que a Escola Municipal Urbana, no ano de 2015 atendia 101 alunos com faixa etária entre 06 a 13 anos, sendo 98 alunos indígenas da etnia Guarani, Kaiowá e Terena, e, apenas 03 alunos são não indígenas. Embora a maioria dos alunos atendidos seja indígena não há nenhuma diferenciação no ensino, inclusive as aulas são ministradas em língua portuguesa e o material didático é o mesmo utilizado nas demais escolas municipais de Dourados/MS, o que se constitui em grande desafio para a escola e para os professores, bem como para o desenvolvimento acadêmico do aluno indígena. Palavras-chave: Educação escolar Indígena. Alunos Indígenas. Escolas Urbanas. Introdução O interesse pelo tema deste estudo com alunos indígenas na escola de Dourados/MS se deu a partir do estágio no curso de Pedagogia da Universidade Federal da Grande Dourados. 1 Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal da Grande Dourados (FAED/UFGD). 2 Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal da Grande Dourados (FAED/UFGD).

Na referida escola havia um aluno indígena, do qual nos chamou a atenção, e desde então algumas questões foram levantadas: De que forma a criança indígena é incluída em uma escola não indígena, com língua e cultura tão distintas? Quais as metodologias utilizadas para que a criança indígena tenha melhor aproveitamento na aprendizagem? Qual o índice de evasão entre os alunos indígena em uma escola não indígena? Mediante essas inquietações iniciais, buscou-se como objetivo para essa pesquisa conhecer e analisar os aspectos didático-metodológicos no processo de ensino e aprendizagem em uma escola municipal urbana que atende em sua maioria, alunos indígenas. A metodologia pautou-se na pesquisa bibliográfica tendo como instrumento para a coleta de dados a observação em sala de aula e de entrevista com a gestão da escola. O trabalho está dividido em três subtítulos: O primeiro: Os indígenas Guarani e Kaiowá e a Reserva Francisco Horta Barbosa, descreve resumidamente a cerca do povo Guarani e Kaiowá, bem como a localização da Reserva Francisco Horta Barbosa e seus aspectos sociais. O Segundo subtítulo As conquistas Educacionais a partir das Políticas Públicas aborda as conquistas educacionais dos povos indígenas a partir da Constituição Federal Brasileira de 1988, da Lei de Diretrizes e Bases, Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena, dentre outros. Já o terceiro subtítulo A Escola Municipal Urbana e os desafios de atendimento aos alunos indígenas apresenta a escola pesquisada, bem como discute e analisa os processos didático-metodológicos no processo de ensino e aprendizagem na escola onde foi realizada a pesquisa. Os indígenas Guarani e Kaiowá e a Reserva Francisco Horta Barbosa A Luta dos povos indígenas foi marcada pela colonização, quando em 1500 os espanhóis e os portugueses adentraram nas terras que, mais tarde seria denominada Brasil. Das consequências colonizadoras, destacam-se aqui as histórias dos indígenas Guarani e Kaiowá, quando em 1882, o Governo Federal arrendou o território desta população para a Companhia Matte Laranjeira, fundada por Thomaz Laranjeira atuou na exploração de ervamate tendo como de mão-de-obra os indígenas.

Com a chegada da Companhia Matte Laranjeiras os indígenas foram perdendo gradativamente suas terras e em alguns casos foram confinados pelo governo em espaços geográficos demarcados, desestabilizando-se culturalmente. Na região de Dourados/MS, os indígenas Guarani e Kaiowá foram confinados na Reserva Indígena Francisco Horta Barbosa. Criada em 1917, a Reserva recebeu o seu título definitivo em 1965. Nela estão localizadas duas grandes aldeias: Jaguapiru e Bororó que compreende um espaço de 3.560 hectares. Nesta área demarcada vivem os indígenas das etnias Kaiowá, tradicionalmente predominante na região, Guarani e Terena (TROQUEZ, 2006, p. 33). Conhecida como Reserva Indígena de Dourados, está localizada ao norte da cidade de Dourados/MS, com distância de apenas 5 km de distância do centro da cidade. Por causa da proximidade das aldeias com a cidade, os indígenas têm sofrido todos os tipos de influências possíveis. Embora seja decretada a proibição de venda de bebidas alcoólicas aos indígenas desde a Lei nº 6.00 /73 (artigo 58, III) há um descumprimento da mesma, aumentando visivelmente os números de casos de envolvimento dos indígenas com o alcoolismo. Além disso, as drogas ilícitas têm chegado às aldeias de modo avassalador, gerando violências de todos os tipos e consequentemente, causando mortes, sobretudo, de jovens e adolescentes. Há uma grande preocupação em relação à desigualdade social nas aldeias, pois o espaço em relação ao número de moradores é pequeno dificultando a produção agrícola, ou qualquer outro tipo de produção para a subsistência do povo. Para garantir a sobrevivência de suas famílias, os homens saem das aldeias para trabalhar nos canaviais e muitas mulheres trabalham como domésticas nas casas de famílias na cidade. Aquelas famílias indígenas que não possuem nenhuma fonte de renda saem de suas aldeias para a cidade, a fim de pedirem alimentos nas casas dos não indígenas. Normalmente essa coleta é feita pelas mulheres e pelas crianças. Utilizando o meio de transporte como a carroça ou a bicicleta vagam pela cidade em busca de algo para se alimentarem. O que denota, além da carência linguística e cultural, a carência material do povo. Desta forma, pode se dizer, conforme ensina Hannerz (1997, apud TASSINARI, 2001, p. 63) os indígenas Guarani e Kaiowá da Reserva de Dourados/MS vivem e convivem

permanentemente em trânsito, nas fronteiras culturais, sociais e educacionais, cheios de indistinção, ambiguidades e incertezas. As conquistas Educacionais a partir das Políticas Públicas A escolarização entre os Guarani e Kaiowá em Mato Grosso do Sul deu-se a partir de meados de 1930, por meio da Missão Evangélica Caiuá. Segundo ROSSATO (2002): Até o final da década de 1980 havia escolas funcionando apenas nas oito reservas demarcadas [...], junto aos postos da Missão Evangélica Caiuá e da Missão Alemã Unida, ao lado das reservas, justamente onde a Missão ia instalando seus postos, as quais se mantêm ainda hoje (ROSSATO, 2002, p. 74). A década de 1980, embora apenas oito reservas demarcadas no Mato Grosso do Sul tivessem escolas funcionando sistematicamente, foi um tempo de conquistas para os indígenas quanto à educação escolar. Foi partir desse funcionamento sistemático que os indígenas acentuaram suas reivindicações quanto à escola de qualidade, com respeito as suas diferenças culturais, linguísticas e ao seu modo próprio de aprender. Neste pensamento, Pierucci (1999) questiona acerca da igualdade e da diferença, mostrando a tensão existente nesses dois fenômenos. Somos todos iguais ou somos todos diferentes? Queremos ser iguais ou queremos ser diferentes? Houve um tempo que a resposta se abrigava segura de si no primeiro termo da disjuntiva. Já faz um quarto de século, porém, que a resposta se deslocou. A começar da segunda metade dos anos 70, passamos a nos ver envoltos numa atmosfera cultural e ideológica inteiramente nova, na qual parece generalizar-se, em ritmo acelerado e perturbador, a consciência de que nós, os humanos, somos diferentes de fato [...], mas somos também diferentes de direito (PIERUCCI, 1999, p. 78). Na perspectiva da diferença, em especial nas diferenças de direitos entre indígenas e não indígenas, a Constituição Federal Brasileira de 1988 garante aos indígenas o respeito e a valorização enquanto cidadão brasileiro, cuja organização social, cultural e linguística deve ser respeitada e valorizada. Quanto à educação, o Artigo 210, 2º garante aos indígenas uma educação de qualidade, cujo ensino deve ser prioritariamente na língua materna, além disso, garante que o modo de aprendizagem dos indígenas deve ser respeitado segundo as especificidades de cada grupo. A Lei de Diretrizes e Bases de 1996, além de reafirmar a Constituição Federal Brasileira de 1988 amplia seus artigos a valorização dos indígenas através do ensino da sua história e da contribuição para a formação do povo brasileiro.

Dentre tantas ações políticas, no ano de 1993, o Ministério da Educação e do Desporto (MEC) criou o Comitê de Educação Escolar Indígena formado por pesquisadores, assessores e representantes dos professores indígenas. Este comitê teve como objetivo subsidiar as ações e proporcionar apoio técnico-científico às decisões que envolvem a adoção de normas e procedimentos relacionados com o programa de Educação Escolar Indígena (TROQUEZ, 2012b, p. 71 apud BRASIL, 1993b, p. 10). Neste mesmo ano, O MEC publicou as Diretrizes para a Política Nacional de Educação Escolar Indígena, o qual prescreve dentre outras coisas, a formação específica para os professores indígenas e a produção de material didático, a fim de atender as demandas existentes. A aprovação da Declaração de Direito dos Povos Indígenas pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2007, foi outro marco importante para a educação indígena. Em seu artigo 14 estabelece a autonomia dos povos indígenas em seus processos educativos e o direito a ter acesso a todos os níveis de educação do Estado. Nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena no âmbito da Educação Básica, seu parágrafo único estabelece que: Estas Diretrizes Curriculares Nacionais estão pautadas pelos princípios da igualdade social, da diferença, da especificidade, do bilinguismo e da interculturalidade, fundamentos da Educação Escolar Indígena. Percebe-se que a educação escolar indígena tem ganhado no decorrer dos anos amparos legais e que se ampliam à medida que as demandas e as reivindicações dos indígenas chegam às instâncias governamentais, portanto, ainda é possível verificar que mesmo com todas as garantias prescritas, é possível observar que os alunos indígenas tem buscado a escola não indígena para iniciar e dar continuidade aos seus estudos. A Escola Municipal Urbana e os desafios de atendimento aos alunos indígenas Dentre as escolas que tem recebido alunos indígenas está a que foi denominada nessa pesquisa de Escola Municipal Urbana. A escola iniciou suas atividades no ano de 1947 para atender alunos da 1ª a 4ª série, portanto somente na gestão do Prefeito Antônio Moraes dos Santos, sob o Decreto municipal nº 4251, de 30/05/2007 a instituição passou a pertencer ao município, com oferta para a Educação Básica de ensino, foi constituída em uma unidade escolar mantida pela Prefeitura Municipal de Dourados.

A escola, localizada em perímetro urbano, próximo a Reserva Indígena Francisco Horta Barbosa, possui uma estrutura pequena, composta por 01 cozinha, 01 dispensa, 01 deposito, 01 sala de tecnologia, 01 secretaria, 01 sala de professores 04 banheiros (02 adaptados) e 02 salas. E também, há um pátio gramado para brincadeiras. No período matutino, das 07h00min às 11h00min, em uma das salas são atendidos os alunos do 3º ano e em outra sala os alunos do 4º e 5º anos. No período vespertino, das 13h00min às 17h00min, são atendidos os alunos 1ºano e do 2º ano. A equipe de trabalho é formada por: 01 diretora, 01 coordenadora, 08 professores, 04 estagiários, 01 secretária, 03 merendeiras e 01 segurança noturno, 01 estagiário remunerado. Destes, apenas 02 merendeiras e 01 estagiário são indígenas, os demais funcionários são não indígenas. No ano de 2015 a escola atendia 101 alunos com faixa etária entre 06 a 13 anos. Embora a escola esteja localizada na cidade de Dourados/MS e não na Reserva Indígena, 98 alunos são indígenas da etnia Guarani, Kaiowá e Terena, e, apenas 03 alunos são não indígenas. A partir destes dados pergunta-se: Quantos destes alunos são falantes da língua materna? Quais os motivos destes alunos estarem nesta escola e não nas escolas em sua aldeia? Qual o maior índice de faltas ou evasão escolar? Qual metodologia de ensino dos professores? Quais os materiais e livro didático são utilizados nas aulas? Para a coordenadora da escola existe uma grande dificuldade em identificar o número de alunos falantes da língua materna, pois os mesmos não gostam de ser chamados de índio e, ao serem questionados sobre a sua etnia, se retraem e alguns até mesmo negam serem indígenas. Em casos raros ouve-se, apenas um aluno falar a língua Guarani ou Kaiowá na escola, trata-se do aluno que é sobrinho da merendeira, pois responde o que a sua tia pergunta. Ele utiliza a língua também em sala de aula quando questionado por algum motivo ou ainda para responder a seu professor quando este pede para que se traduza uma palavra isolada. Na concepção da coordenadora da escola, os alunos preferem estudar na escola da cidade, justamente para fugir de sua identidade. Querem aprender a língua portuguesa e distanciar-se da vida difícil que levam. Quanto à aprendizagem dos alunos o relato é de que há uma grande dificuldade para trabalhar com os indígenas e que os professores trabalham de acordo com as suas possibilidades. A gestora complementa afirmando que tudo que os alunos aprendem no

semestre precisa ser recapitulado após as férias, pois sempre esquecem tudo o que aprenderam. Há um grande índice de faltas, e quando questionados os alunos dizem que estavam doentes, sem, portanto, nunca apresentar atestado médico eles inventam doenças, ainda que sejam cobrados a todo o momento sobre a sua presença, inclusive com ameaças de serem encaminhados para o conselho tutelar. A frequência escolar está atrelada ao interesse pelo recebimento da Bolsa Família. Deste modo, quando os alunos chegam à idade da adolescência geralmente abandonam a escola. As faltas, também, são atribuídas à dificuldade que o aluno tem para chegar à escola, em especial em dias de chuvas, pois as estradas da aldeia não são asfaltadas e o barro acumulado os impossibilita de transitar normalmente pelas aldeias. Os professores fazem planejamento semanal, contam com a revisão dos conteúdos juntamente com a coordenadora. Os conteúdos são separados por disciplinas e bimestres. A formação continuada para esses professores ocorre a cada dois meses, realizada na própria instituição, alguns cursos de formação são feitas fora da escola quando é fornecida pela Prefeitura Secretaria Municipal da Educação de Dourados (SEMED). Nenhum professor possui curso de formação especifica na área indígena, esta questão é bastante debatida por todos os professores, pois embora os professores não falem à língua materna relatam que com um curso específico poderiam melhor atender as necessidades dos alunos em sala de aula. Os livros didáticos utilizados na escola, normalmente são aqueles que sobram de outras escolas municipais, desta forma nem todos os alunos recebem o exemplar, assim os professores preferem trabalhar com atividades fotocopiadas. Para os alunos que apresentam maiores dificuldades em sua aprendizagem a escola oferece o reforço escolar no contra turno, além do Projeto Mais Educação 3 Ainda que, o aluno não esteja em nenhuma destas atividades, passa bastante tempo na escola, além do seu tempo de aula, assistindo televisão, pois muitos não têm o aparelho em sua casa. Nesse caso, a escola, que deveria ser um instrumento de acesso a informações e conhecimentos vitais para sua sobrevivência e para sua autodeterminação, conforme ensina Silva (2001, p. 31) tem sido também, um local de entretenimento para as crianças indígenas, que sem opção gastam o seu tempo assistindo programas televisivos. 3 O Programa Mais Educação, instituído pela Portaria Interministerial nº 17/2007 e regulamentado pelo Decreto 7.083/10, constitui-se como estratégia do Ministério da Educação para induzir a ampliação da jornada escolar e a organização curricular na perspectiva da Educação Integral.

Paes (2002) alerta que existem populações que estão completamente capturadas pelos códigos ocidentalizados, portanto embora isso aconteça alguns permanecem fortes na sua tradição, mas outros vivem em situação de fronteira entre os ensinos tradicionais e os ensinos adquiridos com a sociedade não indígena. Há populações totalmente capturadas pelos códigos simbólicos ocidentalizados inclusive pela língua portuguesa (para muitos não são considerados indígenas), algumas, que mantêm fortes suas expressões tradicionais de vida e costumes (muitas vezes erroneamente considerados como índios puros) e outras ainda que vivem na fronteira entre essas duas expressões (PAES, 2002, p. 44). A citação de Paes (2002) reflete a situação dos indígenas Guarani e Kaiowá, em especial dos alunos que estudam na Escola Municipal Urbana, que ao serem capturados pelo ensino da escola não indígena podem estar em sua maioria nas fronteiras educacionais. Embora a escola tenha em sua maioria, alunos indígenas, não demonstrou em nenhum momento ações que busquem atender seus alunos na perspectiva de um diálogo intercultural. O ensino é completamente feito em língua portuguesa e o material didático são os mesmos utilizados pelas escolas não indígenas. Isto é, escrito em língua portuguesa e sem nenhuma especificidade. Fica claro que a escola, ainda que tão próxima a Reserva Indígena, não foi pensada para os indígenas, entretanto, mesmo diante das complexidades tem atendido os alunos indígenas, superando os seus limites e suas possibilidades. Utilizando os livros didáticos que sobram, buscam no recurso do material fotocopiado para suprir as necessidades do aluno. Os professores, ainda que de forma precária, buscam ministrar aulas dinâmicas com formas diferentes de ensino, utilizando-se das rodas de conversa permitem que seus alunos se pronunciem e façam discussões sobre o assunto selecionado. Mesmo que a Escola Municipal Urbana busque estratégias para atender seus alunos, ainda há um número significativo de evasão escolar o que demonstra a necessidade de um trabalho, também, voltado para a necessidade de estar na escola como forma de oportunidade e da importância do aprender e não somente pela obrigatoriedade relacionada às regras do Programa Bolsa Família. Conforme o relato da Diretora da escola é preciso que os pais estejam participativos na vida escolar dos seus filhos, que estejam nas reuniões de pais e que entendam, com a ajuda da escola, a importância da educação para o a preservação da língua e da cultura.

Visto a grande demanda de alunos na instituição percebe-se que há uma necessidade de formação especifica para os professores na área indígena, ou até mesmo a contratação de professores indígenas, já que a maioria dos alunos é indígena. Nesse sentido, outros desafios se apresentam, pois, é necessário que as autoridades educacionais estejam envolvidas, comprometidas, cumprindo o que de fato as garantias das leis proporcionam para os indígenas. Considerações finais As culturas indígenas têm sofrido grandes mudanças desde a colonização. Transformações que envolvem a sua cultura, a sua língua e o seu ambiente territorial. Como forma de proteger os indígenas o SPI criou reservas e os confinou em hectares demarcados. Dentre estes, estão os Guarani e Kaiowá, em especial nas duas grandes aldeias localizadas na cidade de Dourados/MS. A pouca quantidade de terra e a proximidade da aldeia com a cidade, a desigualdade social fica bem marcada, o que resulta dentre outras coisas a violência, em especial entre os jovens e adolescentes, resultando muitas vezes em mortes. Dentre as mudanças existentes no contexto indígenas está à educação. Depois do descaso e do desrespeito de tantos anos com os indígenas, a Constituição Federal Brasileira de 1988, representa para os indígenas com a função de afirmação de suas identidades, suas culturas e sua língua. A Lei de Diretrizes e Bases, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena e outros documentos foram firmados para reafirmar e ampliar as garantias já estabelecidas na Constituição Federal Brasileira de 1988. A Escola Municipal Urbana ao atender em sua maioria a população indígena apresenta uma superação étnica cultural em diversificar as aulas, desenvolver métodos de ensinamentos, planejarem aulas que englobem o contexto geral da realidade e, enfim aproximar os alunos e os professores como uma ponte para, pelo menos, minimizar os obstáculos. Por outro lado, o desafio está em trabalhar vários conteúdos com material didático escasso, produzido em língua portuguesa e sem a diferenciação indígena. Em diminuir o número de evasão escolar e envolver os pais dos alunos mostrando a importância de estudar não somente pelo recebimento da Bolsa Família. Desenvolver projetos de valorização da língua e da cultura Guarani e Kaiowá de maneira que os alunos sintam

orgulho de quem são e sonhem com a possibilidade do que representam e de quem poderão ser. Referências Bibliográficas BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena. Brasília: MEC. CNE/CEB, 2012.. Ministério da Educação e do Desporto. Conselho Nacional de Educação. Parecer nº 14/1999. Brasília, DF: MEC/CNE/CEB, 1999.. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, DF, n. 248, 23 de dez. 1996.. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.. LEI nº 6.001, de 19 de Dezembro de 1973. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Brasília, 1973. SILVA, Aracy Lopes da. A educação indígena entre diálogos interculturais e multidisciplinares: introdução. In: LOPES da SILVA, A.; FERREIRA, M. K. L. (Orgs.) Antropologia, História e Educação: a questão indígena e a escola. São Paulo: Global, 2001. PAES, Maria Helena Rodrigues. A Questão da língua nos atuais Dilemas da escola indígena em aldeias Paresi. Revista Brasileira de Educação. n. 011. Set/Out/Nov/Dez/2002. Tangará da Serra: UNEMAT, 2002. PIERUCCI, Antonio Flavio. Ciladas da diferença. São Paulo: Editora 34, 1999. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Relatório do desenvolvimento humano 2004: liberdade cultural num mundo diversificado. Lisboa: Mensagem, 2004. RODRIGUES, José Carlos. O tabu do corpo. Rio de Janeiro: Dois Pontos, 1986. ROSSATO, Veronice Lovato. Os resultados da escolarização entre os Kaiowá e Guarani em Mato Grosso do Sul Será o Letrão ainda um dos nossos?. 2002. 196 f. Dissertação (Mestrado em Educação) Universidade Católica Dom Bosco, Campo Grande, 2002. TASSINARI, Antonella Maria Imperatriz. Escola Indígena: novos horizontes teóricos, novas fronteiras de educação. São Paulo: Global, 2001. TROQUEZ, Marta Coelho Castro. Professores índios e transformações socioculturais em um cenário multiétnico: a reserva indígena de Dourados (1960-2005). 2006. 189 f. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, 2006., Marta Coelho Castro. Notas sobre a emergência do direito à educação diferenciada para indígenas no contexto mundial (1948-2007). Revista Monções, v.1, n.1, Jan./jun. 2012.