PROFISSÃO PROFESSOR: COMO ESTÁ A SAÚDE DOCENTE NA AMÉRICA LATINA



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Transcrição:

PROFISSÃO PROFESSOR: COMO ESTÁ A SAÚDE DOCENTE NA AMÉRICA LATINA Resumo SIQUEIRA 1, Ana Paula de Moraes de PIBIC/PUCPR ana-paula.moraes@hotmail.com ENS 2, Romilda Teodora PUCPR romilda.ens@pucpr.br Eixo Temático: Formação de Professores e Profissionalização Docente Agência Financiadora: Fundação Araucária O presente estudo sobre Profissão professor: como está a saúde docente na América Latina analisa as transformações ocorridas nos últimos anos na educação e como estas afetaram diretamente o trabalho docente, tornando a ação de ser professor competitiva e estressante, o que tem gerado nos professores um sentimento de desgaste de insatisfação, o mal-estar docente. Essa investigação foi realizada por meio de estudo do tipo estado da arte sobre saúde do professor e trabalho docente nos anais da REDESTRADO. Para isso, sistematizaram-se os trabalhos aprovados para apresentação nos seminários VI, VII e VIII da REDESTRADO sobre saúde e trabalho docente. Os dados coletados e sistematizados em REDUCS foram organizados em quadros e tabelas e submetidos à análise de conteúdo. Os resultados das análises dos trabalhos apontam que grande parte dos autores indica que utilizou como tipo de pesquisa a abordagem qualitativa, visando aspectos qualitativos do ambiente do professor, dentre outros. Sobre os tipos de estudos, um dos temas quase silenciado foram estudos voltados à Síndrome de Burnout, uma doença ligada ao estresse profissional, no qual os professores se encontram no topo da lista de mais sujeitos à doença. Sendo assim, pode-se apontar que atualmente a profissão professor não é uma profissão valorizada pela sociedade como era antigamente, sendo um fator a ser considerado para o adoecimento desse profissional que não vê seu esforço recompensado. Desse modo, os fatores que contribuem para o adoecimento físico e psicológico do professor não são restritos a uma única localidade. Eles estão presentes em diversos pontos do país e em outros países da América Latina. Faz-se necessária uma revisão das políticas educacionais que afetam a formação de professores e interferem no cotidiano do trabalho docente para atender às novas exigências do mercado. 1 Graduanda do Curso de Pedagogia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná PUCPR. Bolsista PIBIC 2010/2011- Fundação Araucária; 2011/2012 PUCPR. 2 Professora e Pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Educação e do curso de Pedagogia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Pesquisadora associada da Fundação Carlos Chagas, participando do CIERS-Ed (Centro Internacional em Representações Sociais e Subjetividade Educação). Doutora em Educação: Psicologia da Educação pela PUCSP.

4590 Palavras-chave: Trabalho docente. Saúde docente. Profissão Professor. Políticas. Educacionais. Introdução A investigação sobre Profissão professor: como está a saúde docente na América Latina vincula-se ao projeto de pesquisa Representações Sociais, Trabalho Docente e Políticas de Formação de Professores, aprovado conforme protocolo 2939/2009. Essa pesquisa orienta-se nos pressupostos de que a investigação sobre políticas de formação do professor vem se ampliando, principalmente devido ao redirecionamento dado pela legislação educacional, nesse caso a brasileira, a partir da década de 1990 à formação de professores e à profissão docente. Estudos como os de Veiga e Araújo (1998), Vieira (2002), Sheibe (2002), Oliveira (2004), Sampaio e Marin (2004), Tenti Fanfani (2006, 2007), Ens, Eyng e Gisi (2009) mostram que as reformas da década de 1990 e dos anos 2000 têm repercutido sobre a organização da escola e do trabalho docente, gerando mudanças na profissão docente e nas condições de saúde do professor. No entanto, Louzada e Barros (2008, p. 80) alertam que pesquisas sobre trabalho e saúde docente ainda são muito escassas no Brasil, principalmente as que tratam das pesquisas que relacionam as doenças com o trabalho do docente na escola. Isso é grave, diz o autor, porque cada vez mais professores estão adoecendo sem saber ao certo as causas de seu adoecimento, tendo como consequência a baixa qualidade de vida que a profissão de professor vem mostrando. Rocha e Fernandes (2009, p. 7) indicam que as características mais estressantes de trabalho de um professor estão relacionadas aos aspectos psicológicos, como: Trabalho é repetitivo, com intensa concentração em uma mesma tarefa por um período prolongado, excessiva carga de trabalho, tempo insuficiente para completar tarefas, falta de interesse por parte de colegas de trabalho gerando conflitos entre si, com a família e com os alunos (grifos nossos). Esses aspectos parecem estar relacionados à regulação exercida pela legislação educacional no trabalho docente, apontando que ser professor hoje tem como característica não apenas o ensinar, seu trabalho é exigido para além da sala de aula, pois como indica Oliveira (2009, p. 17) as políticas educativas na atualidade partem da noção de que a escola é espaço de ensino, mas antes de tudo de promoção social. Regulação esta adotada a nível internacional e em toda América latina. A escola, por essa legislação passa a assumir o papel

4591 de salvadora da pátria, pois se espera que ela seja capaz de corrigir desigualdades sociais e econômicas e, assim, tem assumido um caráter assistencial. Os professores frente ao não atingimento dessas metas políticas ficam como que culpabilizados pelos fracassos aferidos por exames externos de desempenho dos alunos. Portanto concorda-se com Nóvoa (1995) que os professores, mesmo sendo polos de referência do pensamento sobre a educação, objeto obrigatório da investigação educativa, fundamentais aos sistemas educativos, além de ser uma das mais antigas ocupações modernas, como apontam Tardif e Lessard (2005, p. 21), não são devidamente valorizados, não recebem formação adequada e não possuem as devidas condições de trabalho. É importante lembrar que o trabalho do professor envolve formação política, manifestação ética, capacitação científica e técnica. Frente a esses fatos, Tardif e Lessard (2005, p. 23) alertam que o estudo da docência entendida como um trabalho continua negligenciado. O presente estudo sobre profissão professor: como está a saúde docente na América Latina focaliza o VI, VII e VIII Seminário da Rede Latino-Americana de Estudos sobre Trabalho Docente REDESTRADO, revelando problemas que o trabalho docente acarreta para a saúde dos professores e, consequentemente, que interfere no processo de profissionalização docente. Com base nos aspectos enumerados, a presente pesquisa estuda o seguinte problema: O que dizem os trabalhos aprovados e publicados nos anais da REDESTRADO sobre condições de saúde do professor e trabalho docente? Trabalho e saúde do professor A pesquisa realizada revela, a partir da análise dos trabalhos apresentados, aspectos que contribuam para uma compreensão das doenças que acometem professores, causando o mal-estar docente, afetando o compromisso político-social do professor com os processos pedagógicos, administrativos da escola e a profissão docente. Constata-se que diversos fatores contribuem para o adoecimento dos professores. As péssimas condições de trabalho que vêm enfrentando como baixos salários, condições inapropriadas em sala de aula, falta de materiais são alguns dos aspectos que têm provocado um desânimo em muitos professores, que de início tentam conviver com os problemas imaginando que com o passar do tempo as condições podem melhorar, o que não ocorre em muitos casos, levando o professor ao adoecimento.

4592 Além disso, a profissão professor não é mais tão reconhecida pela sociedade como antes. Para Lemos (2005, p. 5), o mestre, visto antes como uma figura profissional essencial para a sociedade, é hoje um profissional que luta pela valorização e reconhecimento social do seu trabalho. A falta de respeito por parte de alunos, a violência, que a cada dia que passa vem se tornando mais frequente nas escolas, fazem com que os professores acabem se sentindo acuados e não saibam lidar com essas questões. Tudo isso contribui para o adoecimento do professor, o mal-estar docente, que segundo Esteve (1999) pode ser considerado uma doença social, pela falta de apoio que a sociedade dá aos professores, podendo gerar uma crise de identidade, autodepreciação pessoal e profissional. A intensa carga horária a que muitos professores têm que se submeter em busca de uma renda melhor também produz um esgotamento neles, que além de aulas em sala, participam da rotina da escola, planejam as aulas futuras, participam das reuniões com pais e associações, participam de eventos, entre outros afazeres, o que muitas vezes é repetido em mais de uma escola. Tudo isso, conciliado ainda com as responsabilidades de casa, contribui para esse sentimento de mal-estar docente. Em síntese, buscou-se, por meio das análises e discussões realizadas pelos autores dos trabalhos aprovados, levantar sugestões que subsidiem as políticas de projetos voltados à melhoria das condições docentes. Não se pode deixar de lembrar, como explicam Gatti e Barreto (2009, p. 15) em pesquisa sobre professores, que ao delinearem o cenário da profissão docente no Brasil retomam a tese de Tardif e Lassard (2005) de que o magistério longe de ser uma ocupação secundária, constitui um setor nevrálgico nas sociedades contemporâneas, uma das chaves para entender as suas transformações. Complementam as autoras que essa é uma profissão que não para de crescer, pelo crescimento desmesurado das informações e de suas formas de circulação, possibilitado pelo avanço tecnológico, [...] dos conhecimentos sistematizados [...] que requerem, para seu manejo ou domínio, formação prolongada e de alto nível (p. 15). Metodologia da pesquisa A coleta de dados foi organizada com base em investigação do tipo estado da arte meta pesquisa, por meio da qual se sistematizou o que dizem os trabalhos aprovados para apresentação nos seminários VI, VII e VIII da Rede Latino-Americana de estudos sobre o

4593 trabalho docente REDESTRADO 2006/2008/2010, que fazem parte do eixo Saúde e o Trabalho Docente, tendo como fonte de referência para realizar o levantamento dos dados os Anais disponíveis em <www.redeestrado.com> e o CD-ROM. As pesquisas do tipo estado da arte são descritivas e analíticas e têm, segundo Romanowski e Ens (2006, p. 43), o intuito de realizar um levantamento e uma revisão do conhecimento produzido sobre um tema. Complementam as autoras que os estudos do tipo estado da arte podem trazer uma contribuição importante para as pesquisas em diferentes áreas do conhecimento, consideradas como um ponto de partida essencial para processos de análises qualitativas, identificando temas e autores, as tendências de pesquisas, as abordagens e os tipos de metodologias e instrumentos de coleta de dados mais difundidos, além de apontar as lacunas que possam ainda existir num determinado campo de pesquisa. Como indica Messina (1998, p. 1), [...] um estado da arte é um mapa que nos permite continuar caminhando; um estado da arte é também uma possibilidade de perceber discursos que em um primeiro exame se apresentam como descontínuos ou contraditórios. Em um estado da arte está presente a possibilidade de contribuir com a teoria e prática de uma área do conhecimento. Apesar de recentes, os estudos de pesquisa do tipo estado da arte são uma ferramenta qualificada, pois ao sistematizar os conteúdos pesquisados, possibilita a produção de novos conhecimentos para a realização de novas pesquisas. Para o levantamento dos dados, foram utilizados REDUCS (Quadro 1), sintetizando aspectos como: país, tipo de documento, título do documento, autor, orientador, programa de pós-graduação, data, palavras-chave, identificação da referência bibliográfica do trabalho, descrição, metodologia, conteúdo, conclusão, número de referências bibliográficas utilizadas, identificação de quais as principais referências nacionais e estrangeiras, considerando-se o país de origem do autor do estudo aprovado para apresentação e publicação nos anais do evento. O quadro 2 possibilita uma leitura da proposta dos seminários da REDESTRADO analisados no eixo Saúde e trabalho docente nos encontros em que estão disponibilizados os anais. Na sequência, fez-se um levantamento dos trabalhos disponibilizados nos anais dos encontros e constatou-se um pequeno crescimento a cada seminário, ou seja, no ano de 2006

4594 foram 11 trabalhos, já em 2008 encontraram-se 14 trabalhos, e em 2010, 15 trabalhos foram aprovados referentes ao trabalho e saúde docente. País: Tipo de documento: Título do documento: Autor(a): Orientador(a): ou Coautores Programa Pós-graduação: Data: Palavras-chave: Referência do artigo: Descrição: Metodologia: Conteúdo: Conclusão: Referências: - Nacionais: - Estrangeiras: (Ou Instituição) nacionais e estrangeiras Quadro 1 MODELO DE REDUC Fonte: Brzezinski (2006) REDESTRADO 2006 2008 2010 1 - Políticas educativas na América Latina: consequências sobre a formação e o trabalho docente Eixo 7 Políticas educativas e trabalho docente Eixo 3 Políticas educativas e trabalho docente 2 - Saúde e trabalho docente Eixo 4 - Saúde e trabalho docente Eixo 7 Saúde e trabalho docente 3 Metodologia nas pesquisas sobre trabalho docente Eixo 6 As pesquisas sobre trabalho e profissão docente: debates teóricos e aspectos metodológicos Eixo 9 Debates teóricos e metodológicos nas investigações sobre trabalho docente 4 - Condição docente: profissionalismo e sindicalismo Eixo 1 Trabalho docente: natureza, processos, relações e condições de trabalho Eixo 3 Trabalho docente na educação superior: tensões e novos sentidos Eixo 5 Organização do trabalho e sindicalismo docente Eixo 10 Condição docente e relações de gênero Eixo 6 Organização do trabalho e sindicalismo docente Eixo 1 Natureza, processos e condições do trabalho docente Eixo 2 Regulações da carreira docente Eixo 4 Formação docente: políticas e processos Eixo 5 Os docentes nas políticas de avaliação Eixo 8 Trabalho docente na Universidade Quadro 2 Eixos, objeto de estudo e discussão nos congressos da REDESTRADO, 2006, 2008 e 2010 Fonte: Anais dos Redestrado

4595 O que dizem os trabalhos da REDESTRADO sobre trabalho e saúde do professor A análise dos trabalhos da REDESTRADO possibilitou a noção de o quanto foram importantes os tipos de estudos (Tabela 1) realizados pelos autores, uma vez que, com base em pesquisas bibliográficas e empíricas, buscaram dados no Brasil (Amazonas, Recife, Belo Horizonte, Minas Gerais, Distrito Federal, Vitória da Conquista-BA, Pelotas-RS, Bahia, Guarapuava-PR, Campina Grande-PB, São Paulo, Curitiba-PR, Pernambuco), Peru, México, Guanajuato, Buenos Aires, Cuba, mostrando que as questões relacionadas a trabalho e saúde do professor são similares na América Latina. Tabela 1 Organização dos trabalhos 2006/2008/2010 de acordo com o tipo de estudo TIPO DE ESTUDO 2006 2008 2010 TOTAL Análise Bibliográfica 2 1 1 4 Estudo Descritivo 0 0 1 1 Estudo Teórico 0 0 2 2 Pesquisa Exploratória e Descritiva 0 0 2 2 Análise Comparativa 0 0 2 2 Estado da Arte 0 2 1 3 Estudo Descritivo e Documental 0 1 0 1 Abordagem Qualitativa 3 4 1 8 História de Vida (relatos) 1 0 0 1 Total 6 8 10 24 Não Especificam Tipo de Estudo 4 2 6 12 TOTAL 10 10 16 36 Fonte: Dados organizados pelos autores, com base nas análises dos trabalhos A temática saúde e trabalho docente é muito ampla. Nos trabalhos analisados, observou-se que os estudos (Tabela 2) inicialmente voltaram-se à perda da voz. No entanto, nos seminários seguintes, houve uma redução de trabalhos, sendo que, em 2006, encontram-se 4 trabalhos e em 2010 não foi encontrado nenhum trabalho que tratasse sobre o tema. Mesmo assim, com relação aos demais, é um dos temas mais estudados. Tabela 2 Assuntos mais tratados nos ano 2006/2008/2010 ASSUNTOS MAIS TRATADOS 2006 2008 2010 TOTAL Trabalho e saúde docente 4 5 5 14 Adoecimento e perda da voz 4 2 0 6 Analise da saúde mental dos professores 0 1 1 2 Síndrome de Burnout 0 1 0 1 Mal-estar docente 1 1 4 6 Assédio moral 0 1 0 1 Doenças que acometem os professores 1 2 3 5 Saúde organizacional 0 0 1 1

4596 Estresse docente 0 1 1 2 Fatores que influenciam no aparecimento de doenças 1 1 3 5 Estratégias de fuga devido aos problemas enfrentados 1 0 0 1 TOTAL 12 15 18 44 Fonte: Dados organizados pelos autores, com base nas análises dos trabalhos Um dado quase silenciado que se apresenta é a baixa quantidade de trabalhos que tratam da Síndrome de Burnout. Foi encontrado somente um trabalho em 2008 que aborda especificamente esse tema. A Síndrome de Burnout foi descoberta na década de 70 e está ligada ao estresse profissional, segundo médico cardiologista e professor da PUCPR, José Rocha Faria Neto. Médicos e professores estão no topo da lista dos afetados pela síndrome, que surge do esgotamento físico e psicológico, segundo informações contidas na matéria da Gazeta do Povo de 19 de julho de 2011 (LIMA, 2011, p. 11). A rotina intensa a que muitos dos professores se obriga por melhores condições de salário ou pela realização profissional é um fator prejudicial à saúde, segundo matéria publicada no jornal Gazeta do Povo. Além disso, explica a matéria que um levantamento realizado pelo Inep (2011) mostra que 10% dos professores do Paraná dão aula em três turnos, completando 60 horas semanais no maior Estado da Região Sul, que tem média de 7%. E complementa o autor da matéria é uma rotina muito desgastante, não sobra tempo para que o professor planeje sua aula e sua vida social fica comprometida (LIMA, 2011, p. 11). Um problema tão sério e recorrente como a saúde do professor, como mostram os estudos voltados para essa área de pesquisa, parece requerer das autoridades educacionais maior atenção. Além disso, é fundamental o desenvolvimento de pesquisas que aprofundem e alcancem um nível de compreensão melhor das causas desse mal-estar que vem interferindo na aprendizagem dos alunos, com o intuito de encontrar caminhos e possíveis soluções. Constata-se, também, que diversos fatores contribuem para o adoecimento dos professores. Dentre eles, destacam-se as péssimas condições de trabalho que vêm enfrentando, como baixos salários, condições inapropriadas em sala de aula, falta de materiais, o que provoca desânimo em muitos professores. Observa-se, também, que os professores no início de carreira tentam conviver com os problemas imaginando que com o passar do tempo as condições podem melhorar, o que não ocorre em muitos casos, levando o professor ao adoecimento. A falta de condições de trabalho é sobrecarregada pela falta de respeito por parte dos alunos. Assim, tem-se um dos grandes dilemas do professor, ou seja, como agir para fazer

4597 com que os pais se aproximem do espaço escolar. Outro seria o que fazer frente aos diferentes tipos de violências que a cada dia que passa vêm se tornando mais frequentes nas escolas. Nessas situações, os professores acabam se sentindo acuados e não sabem lidar com essas questões. Tudo isso contribui para o adoecimento do professor, o mal-estar docente, que segundo Esteve (1999) pode ser considerada uma doença social, pela falta de apoio que a sociedade dá aos professores, podendo gerar uma crise de identidade, que leva à autodepreciação pessoal e profissional. Considerações Finais Ao longo dos anos, a concepção de trabalho do professor mudou. O professor, hoje, além de exercer a docência, precisa articular com a família uma forma de a comunidade participar das atividades da escola e arranjar um tempo para se dedicar ao planejamento da aula. Além disso, precisa aprender a conviver diariamente com a violência, os baixos salários e a falta de valorização do trabalho realizado, o que gera um estado de estresse para ele, cuja manifestação se dá pelo adoecimento. A pesquisa fez um estudo do tipo estado da arte, que consiste em uma síntese dos trabalhos aprovados pela REDESTRADO sobre trabalho e saúde docente. A partir dessa pesquisa, pode-se compreender as principais causas que geram o mal-estar docente e, principalmente, os fatores que levam muitos professores a serem indicados por médicos para um período de licença para tratamento de saúde. Há vários relatos nos trabalhos que apontam como um dos principais fatores que contribui para o adoecimento os baixos salários, que fazem com que muitos professores trabalhem três turnos para conseguir uma renda digna para sustentar a família. Essa análise dos trabalhos possibilitou conhecer quais os temas mais trabalhados e com isso saber o que ainda precisa ser mais discutido e produzido, como a Síndrome de Burnout, pois se verificou apenas um trabalho correspondente ao assunto no ano de 2008. Dos trabalhos analisados, constatou-se que as pesquisas em grande parte foram realizadas no Brasil, mas há um número considerável e importante de trabalhos realizados na América Latina, sendo de grande relevância destacar que os problemas que acometem os professores e geram o mal-estar docente não são exclusividade de uma localidade ou de um nível de ensino ou instituição, mas sim um problema que engloba todos, ao qual se deve dar

4598 mais atenção. Assim, é fundamental que as políticas educacionais estejam preparadas para lidar com essas novas questões. Para isso, é preciso compreender a política como eminentemente humana e, como diz Ball (2009), em palestra proferida na UERJ, as políticas são movimento, elas se movem entre determinados contextos e dentro dos próprios contextos, uma vez que elas podem ser ao mesmo tempo regulação e imperativos, agindo nas pessoas ou para mudar as pessoas, mas também tratam de aspectos mais filosóficos, como valores e princípios, bem como deveriam ser resultantes de esforços coletivos a que Ball (2009) denomina de definições criativas sobre um aspecto. No entanto, às vezes, as políticas apresentam proeminência ou prioridade sobre um dos aspectos apontados, o que resulta num movimento entre o local e o global, entre o texto escrito e a prática da política, sem contar que não se pode tratá-la ou analisá-la de forma linear, mas é preciso ter clareza de que o mundo das políticas é complexo, instável, não claro e contraditório. A busca pela efetividade das políticas tem levado a vários questionamentos, como: Qual o papel da escola, hoje? O que realmente espera-se que os professores façam? A escola que temos seria a escola que queremos? Nesse sentido, concorda-se com Oliveira (2009, p. 28) que uma escola pública, [...] que seja ao mesmo tempo justa para os que aprendem e para os que nela ensinam ainda é uma conquista muito distante [...]. Vale ressaltar que se verificou a ausência de trabalhos relacionados à prevenção e às medidas que órgãos competentes devem tomar para assegurar melhores condições de trabalho aos professores que são os pilares de uma sociedade. Ao realizar a pesquisa por meio do estudo estado da arte, conclui-se que ainda há um longo caminho a se percorrer. REFERÊNCIAS BALL, Stephen. The Policy Cycle/policy analysis. Palestra com tradução consecutiva proferida dia 09/11/2009, na UERJ. Promovida pelo Programa de Pós-Graduação em Educação PROPED/UERJ. Disponível em: <http://www.ustream.tv/recorded/2522493>. Acesso em: 10 ago. 2011. BARDIN, Louise. Análise de conteúdo. 4. ed. rev. ampl. Lisboa: Edições, 2009. BRZEZINSKI, Iria (Coord. e Org.). Formação de profissionais da educação (1997-2002). Brasília: Ministério da Educação, INEP, 2006. (Série Estado do Conhecimento). Disponível

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