Primórdios da Colonização Portuguesa. Módulo 4

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Transcrição:

Primórdios da Colonização Portuguesa Módulo 4

O Período Pré-Colonial (1500 1530) Num primeiro momento não houve para Portugal produtos rentáveis e metais preciosos que o fizessem se dedicar ao Brasil. Por isso, voltou-se para o comércio lucrativo de especiarias orientais. Acumulação de capitais se fazia principalmente por meio da circulação de mercadorias (capitalismo comercial ou acumulação primitiva de capitais).

Portugal declara o Monopólio Régio em 1501; Arrenda a exploração do pau-brasil a um grupo de particulares.

Com a descoberta de um novo caminho para as índias, feita por Vasco da Gama em 1498, Portugal passou a ter o monopólio das especiarias orientais, que antes estavam em posse dos italianos. Portugal tem o controle do Atlântico Sul com o descobrimento do Brasil. Mesmo assim, de início, percebeu-se que as terras descobertas não ofereciam o que mais interessava à economia portuguesa: comércio e metais preciosos. Portugal envia dessa forma, algumas expedições destinadas ao reconhecimento da terra e à manutenção de sua posse.

Expedições Exploradoras: objetivo de explorar geograficamente o território e procurar metais preciosos. 1ª expedição comandada por Gaspar de Lemos em 1501; 2ª expedição comandada por Gonçalo Coelho em 1503. Nessa, trouxe o geógrafo Américo Vespúcio que constatou que o Brasil não era uma ilha. Guarda-costas: tinham por objetivo policiar o litoral e expulsar os contrabandistas franceses. Não surtiu o efeito desejado devido ao tamanho do litoral brasileiro. As duas expedições foram comandadas por Cristóvão Jacques (1516 e 1526).

Pau-brasil Madeira tintorial foi a única riqueza comercial explorada nesta fase. Escambo em que o indígena cortava, armazenava e carregava o produto em troca de quinquilharias. Exploração da mão de obra indígenas, numa relação de valores e economia de mercado. Valor de mercado e valor de uso. Portanto, a atividade econômica foi a extração de pau-brasil, por meio do escambo, através da instalação de feitorias.

Os estrangeiros, principalmente franceses, não reconhecendo os direitos dos portugueses sobre o território, já não aceitaram o Tratado de Tordesilhas (1494), passando a frequentar as costas do litoral brasileiro e contrabandear intensamente o pau-brasil, colocando em risco a posse portuguesa.

O início da Colonização Fatores do interesse de Portugal pelo Brasil: Concorrência de outros Estados Modernos pela exploração de terras no continente americano; Decadência do comércio português com o Oriente; Descoberta de metais preciosos na colônias espanholas que desperta o interesse da Coroa Portuguesa em explorar suas terras; O receio de perder o território, ou parte dele, pelo menos, para os franceses, que já faziam contrabando de pau-brasil; Má administração dos recursos.

D. João III envia ao Brasil a expedição de Martim Afonso de Sousa, com a missão de defender a costa, buscar riquezas e povoar o território. Fundou a primeira vila portuguesa no Brasil, São Vicente. Iniciava-se a colonização portuguesa na América. Martim Afonso percorre o litoral do Maranhão até o Rio do Prata.

A colonização deveria obedecer à falta de recursos para a montagem da empresa colonial e, ao mesmo tempo, extrair o máximo possível.

Incursões, não só de franceses mas de ingleses entravam na disputa pelo território e encontravam na prática do corso e da pirataria expedientes práticos e não onerosos de exploração econômica. Entretanto, principalmente os franceses fizeram incursões na costa brasileira e colocavam em questão o monopólio português da madeira na região.

As Capitanias Hereditárias (1534) Portugal sem recursos próprios para implementação de um sistema administrativo em sua colônia americana. Logo, transfere para a iniciativa particular o ônus da colonização. D. João III dividiu o Brasil em 14 lotes que foram chamados de capitanias e os entregou a 12 pessoas, que seriam os donatários.

O donatário seria a autoridade máxima dentro de sua capitania, tendo inclusive a responsabilidade de desenvolvêla com seus recursos e, com a sua morte, a administração passaria para seus herdeiros. Optou-se pelas capitanias, pois Portugal já tinha a experiência do sistema nas ilhas do Atlântico com relativo sucesso. Além do fato de não ter recursos financeiros para arcar com as despesas na montagem do aparelho administrativo necessário para sustentar a colonização.

Carta de doação e carta foral Eram as ligações jurídico-políticas entre o rei de Portugal e os capitães donatários. Carta de Doação: conferia ao donatário a posse hereditária da terra, não podendo ele vendê-la ou doá-la, a não ser para Portugal. Carta Foral: estabelecia os direitos e deveres dos donatários, relativos à exploração da terra, como, por exemplo, escravizar índios, criar vilas e distribuir sesmarias; Pagar 10% dos lucros sobre todos os produtos da terra, como também o quinto sobre os metais preciosos que fossem encontrados. Regime administrativo descentralizado.

O sistema não alcançou, principalmente do ponto de vista econômico, o sucesso desejado, pois somente as capitanias de São Vicente e Pernambuco prosperaram. Principalmente a de Pernambuco, de Duarte Coelho, que tinha ligações estreitas com a Metrópole e com os capitalistas holandeses. São Vicente, decaiu poucos anos depois, entrando em uma economia de subsistência.

O fracasso desse sistema se deu por alguns motivos: Falta de recursos financeiros de alguns donatários; Ataques indígenas; Dificuldade de comunicação entre as capitanias e Portugal, devido à distância e precariedade dos meios de transporte; Necessidade de um grande investimento para as instalações do engenho, etc., fizeram com que muitos donatários nem viessem ao Brasil, outros faliram completamente ou desapareceram no contato com os índios;

Excessiva descentralização administrativa. Desta maneira, o Estado português interveio na administração colonial, para apoiar a iniciativa particular e dar continuidade ao processo colonizador. Descoberta de ouro pelos espanhóis em Potosí, o que alimenta a esperança de encontrar ouro na parte portuguesa da América. Necessitava-se assim continuar a colonização. Com isso, Portugal estabelece o Governo Geral, centralizando o poder.

Governo Geral Criado (D. João III) para complementar o sistema de capitanias hereditárias, centralizando a administração colonial e coordenando a ação dos donatários, não propriamente o sistema de capitanias. Portugal comprou a capitania da Bahia, localizada num ponto central do litoral da colônia, facilitando a comunicação entre as demais capitanias e a capital. Criado em 1548 com o objetivo de exercer o efetivo controle da colônia, por parte da metrópole, auxiliando os donatários e diminuindo os poderes de outros. Dificuldade dos donatários em gerir as capitanias, fez com que houvesse o estabelecimento de um governo central, o GOVERNO GERAL em Salvador.

Para auxiliá-lo nessas tarefas, foram criados os cargos de ouvidor-mor que cuidava da justiça, de provedor-mor que cuidava da arrecadação dos impostos e de capitão-mor que cuidava da defesa. Dessa forma, o governo geral se tornava autoridade máxima na colônia, representando o rei. Deviam ao donatário obediência e subordinação.

Governadores-Gerais Tomé de Sousa (1549 1553): Trouxe os primeiros jesuítas para o Brasil, entre eles Manuel da Nóbrega. Fundou a primeira cidade na Bahia, Salvador que se tornou a primeira capital do Brasil. Criou o primeiro bispado. Introduziu as primeiras cabeças de gado e incentivou a agricultura doando terras.

Duarte da Costa (1553 1558): marcado pela desorganização político-administrativa. Ocorreram conflitos entre colonos e jesuítas por causa escravidão indígena. Índios se revoltaram contra a escravidão atacando vilas e povoados pelo Brasil. Durante seu governo os franceses ocuparam o Rio de Janeiro, fundando a França Antártica.

Trouxe mais jesuítas para o Brasil, como José de Anchieta. Problemas com o bispo D. Pero Fernandes Sardinha, provocados principalmente pelas críticas do bispo em relação ao comportamento moral de Álvaro Costa, filho de Duarte. Fundação de São Paulo no mesmo ano por Manuel da Nóbrega e José de Anchieta.

Mem de Sá (1558 1572): reorganizou a colônia. Pacificou a relação entre colonos, indígenas e jesuítas. Para combater os franceses, foi fundada a cidade do Rio de Janeiro e Mem de Sá contou com o apoio dos jesuítas, dos índios e do seu sobrinho Estácio de Sá.

1563 Paz de Ipeirog com os índios tamoios que ameaçavam São Paulo e São Vicente, feita por Anchieta e Manuel da Nóbrega. 1573 devido à extensão territorial e ao perigo de invasões estrangeiras, Portugal resolveu dividir a administração colonial: ao norte, com a capital em Salvador; ao sul no Rio de Janeiro. Em 1578, o rei D. Sebastião, não satisfeito com os resultados da experiência, decidiu reunificar a administração, e assim, Salvador retornou à condição de capital da colônia.

O papel da Igreja O esforço de colonização estava também associado à conversão dos povos indígenas à fé cristã. A Igreja Católica perdia fiéis na Europa e buscava a ampliação de seus seguidores no Novo Mundo. Assim, como o processo de constituição do Estado português ocorreu na luta contra os mouros e em defesa do cristianismo católico, o projeto colonial português também se inseria no quadro de expansão da fé cristã dentro dos preceitos do catolicismo.

Dessa forma, a ação missionária também representou a colonização portuguesa no Brasil. A Europa vivia a Reforma, movimento que dividiu a cristandade ocidental em várias igrejas. Havia ainda a Contrarreforma coma ajuda da Companhia de Jesus e dos reis católicos.

As Câmaras Municipais Órgão básico: Conselho de Governo (governador, ouvidormor, provedor-mor e capitão-mor); Câmaras Municipais (Conselhos Municipais) nas cidades: presidida por um juiz e formada por três vereadores, sorteados, (homens-bons), membros da aristocracia rural. Juízes escolhidos pela própria cidade (juízes ordinários) ou eram os chamados juízes de fora, nomeados pela Coroa.

A Política na Colônia Localismo x Centralismo. Localismo: descentralização política representada pelos senhores de terras e escravos; aristocracia rural com interesses regionais divergentes mas com interesses comuns na política e relações de produção. Representados pelas Câmaras Municipais.

Centralismo: visava à unidade política, representado pelos órgãos governamentais portugueses e caracterizados pelo fiscalismo. Representavam essa tendência o Governo Geral ou outro órgão governamental como a Intendência das Minas.

A partir da Restauração Portuguesa em 1640 ocorreu o crescimento das forças centralizadoras, que passaram a expressar o crescente fiscalismo e absolutismo portugueses. Desencontro de interesses entre os colonos e a Coroa Portuguesa. Administração portuguesa: caráter eminentemente fiscalista, incoerente, desordenada, inepta e marcada pela corrupção e superposições de órgão governamentais com confusão das competências.

O estatuto jurídico da Colônia Estatuto idêntico ao da metrópole, ou seja, seguia as Ordenações Reais: conjunto de leis publicadas pelo estado português que possuíam como característica a ação centralizadora e absolutista.