Implantação de um Projeto Metroviário e sua Complexidade

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Transcrição:

A Contribuição dos Trilhos para a Mobilidade Implantação de um Projeto Metroviário e sua Complexidade Eng. Peter L. Alouche Consultor A Contribuição dos Trilhos para a Mobilidade 11 a 14 de setembro São Paulo - Brasil

Projeto com multiplicidade dos atores e agentes envolvidos A cidade e a população em geral A população diretamente desapropriados, etc.) afetada (lindeiros, comércio, imóveis, O poder público (governos e acionistas) e Os agentes de financiamento Fabricantes e construtores Eventual concessionário e Agentes da regulamentação Os outros modos de transporte Os usuários usuários, eventuais

Projeto amplo por sua dimensão e vida útil Diversidade na vida útil de seus ativos Ativos com vida longa (>100 anos) Túneis, Viadutos, Estações, Oficinas, Depósitos Ativos com vida média Trens, Trilhos, Subestações(<50 anos) Sistema de sinalização e centro de controle (<30 anos) Ativos com vida curta (<10 anos) Computadores, Bilhetagem Espraiado por largas extensões urbanas Interfere radicalmente na vida da população lindeira Re-estruturadorestruturador da cidade Necessita desapropriações

Determinação da oferta em função da demanda a médio e longo prazo (Pesquisas Origem- Destino) Escolha do traçado mais adequado Estudos urbanísticos Estudos geológicos e topográficos Análise da evolução do setor imobiliário Interferências no meio ambiente Localização das estações e seu tamanho Terminais de integração Projeto múltiplo na sua definição

Projeto complexo no seu financiamento Custos de implantação e construção muito altos, difíceis de serem arcados por uma cidade Custo das desapropriações Custo da infraestrutura (túneis, via e estações) Custo do material rodante e equipamentos fixos Custos Operacionais (Operação, manutenção, renovação) Análise dos altos riscos envolvidos (financeiros e técnicos) Cálculo da Taxa de retorno Fixação da Tarifa que dificilmente consegue cobrir os custos operacionais e de construção Tarifa social, Subsídios

Modelo de financiamento difícil de montar Definir quem paga a construção do Metrô (Poder público? PPP? ) Dificuldade na montagem de modelos de Parceria público-privado Modelo tipo PPP da Linha 4 Modelo tipo Concessão da Linha 6 Exige uma Engenharia financeira que analise custos, riscos, retorno do capital Como financiar o Metrô com os ganhos nas externalidades Valorização imobiliária do corredor Redução no Congestionamento do trânsito Redução em consumo de petróleo Redução na Contaminação ambiental e doenças conseqüentes Redução nos acidentes de trânsito e conseqüências O Projeto exige uma Engenharia Financeira que contemple as externalidades nas diversas alternativas

Projeto sofisticado na implantação Métodos construtivos complexos Exigindo uma engenharia de alto nível Obstáculos urbanísticos Topografia, geologia, lençol d água Custo dos diferentes métodos Necessidade de um Pátio de manutenção Remoção de interferências (em superfície e subterrâneas) Durante as obras Construção de canteiro Interferência no trânsito e no caminho dos pedestres Interferência no comércio e nas atividades de entorno

Projeto rígido nas suas Normas e aspectos de segurança Regulamentos do transporte Segurança e qualidade de serviço Acessibilidade para pessoas com dificuldades de locomoção Regulamentos ambientais Regulamentos de segurança operacional e pública Normas nacionais e internacionais para obras, serviços e equipamentos Testes de fábrica, de campo e integrados Treinamento da população

Equipamentos específicos e de tecnologia avançada Material rodante Sinalização e controle dos trens Suprimento de energia e subestações Rede de contato (Rede aérea e terceiro trilho) Equipamentos eletro mecânicos de estação e tuneis Trilhos e aparelhos de mudança de via Centro de Controle e Telecomunicações Centros de segurança Sistema de Detecção de incêndio Sistema de arrecadação

Avanços Tecnológicos nos Sistemas e Equipamentos Material rodante Informatização da informação aos usuários e para o operador na cabine com imagens on-line auto-diagnóstico e gravação de eventos Nova tração AC e nova tecnologia de frenagem com tecnologia de detecção de patinagem Portas elétricas, Rodas resilientes e anel antiruído Sinalização e controle dos trens CBTC Telecomunicações com transmissão digital Fibra ótica redundante - transmissão de vídeo e VoIP Sistema de monitoramento visual no CCO, salas de controle das estações Cada funcionário operativo e de manutenção com Palmtop Centro de Segurança com câmeras de vídeo especiais Suprimento de energia e subestações Simulação para otimização do dimensionamento, Regeneração e Recuperação de energia Rede de contato Catenária rígida Portas de Plataformas Estação Inteligente

Projeto difícil na sua Operação Qualidade do Serviço exigida (Disponibilidade, Segurança, Confiabilidade, Conforto) Demanda variável, com picos acentuados Interferências operacionais (internos e externos ao sistema) Comportamento dos usuários imprevisível Vandalismo e invasão da via Impacto operacional em condições climáticas variáveis Pessoal operacional distribuído difícil de supervisionar Gestão de incidentes (com agentes internos e externos) Gestão de catástrofe Decisões rápidas têm que ser tomadas instantaneamente à distância e localmente

Projeto minucioso na sua manutenção Ativos espalhados, difíceis de alcançar e manter Oficinas centrais e Postos de trabalho ao longo da linha Equipamentos diversos e especializados com vida útil muito diversa A diversidade dos componentes com evolução constante Manutenção preventiva e corretiva Manutenção durante e fora das horas operacionais Incidentes de origem externa (Emergências, greves e Interrupções)

Novas Tecnologias nos Metrôs Novos Modos Monotrilhos Automação - Condução Driverless e UTO Quanto mais elevado o grau de automação de um metrô maiores são as exigências de projeto e maiores os riscos Sistema de Sinalização por CBTC Automação e Informática se introduzindo atividades (obras, operação, manutenção) Portas de Plataforma cada vez mais em todas as

Propriedades Ligadas à Garantia Operacional (R) Reliability Confiabilidade : Corresponde à continuidade do serviço (A) Availability Disponibilidade : Aptidão do sistema a estar apto a fornecer o serviço para o qual foi concebido (M) Maintainability Manutibilidade : Aptidão do sistema a ser mantido em condição operacional (S) Safety Segurança : garantia contra acidentes operacionais (I) Immunity Imunidade : Resistência do sistema às agressões externas Essas Propriedades (RAMSI) exigem: Boa Engenharia de Projeto Boa especificação de Equipamentos Boa implantação dos Sistemas Testes rígidos tanto dos equipamentos como testes integrados Boa Manutenção com disponibilidade de peças de reposição Boa logística de reparo

CONCLUSÕES Um projeto de metrô exige Um estudo apurado do corredor, da demanda, do traçado, da localização das estações, do meio ambiente Uma discussão exaustiva com a população e os meios técnicos Um Projeto básico bem estruturado, debatido com análise de diversas alternativas de traçado, de métodos construtivos, de tecnologia e de custos Um Engenharia financeira sólida Um Projeto executivo bem elaborado com uma boa especificação de Equipamentos e Sistemas Um planejamento e uma supervisão da implantação muito rigorosa Testes rígidos tanto dos equipamentos como testes integrados Uma operação com uma boa gestão das ocorrências Boa Manutenção com disponibilidade de peças de reposição Boa logística para restabelecimento de serviços e reparo

Em Suma Tecnologia complexa exige Para um Projeto de Metrô (ou VLT ou Monotrilho) ter sucesso, é preciso seguir um caminho seguro com um procedimento sólido A População precisa ser envolvida com informação e debates desde o início As equipes Operação e Manutenção precisam participar do Projeto desde seu início A População precisa ser treinada antes da abertura da linha Tecnologia complexa requer Fé, Competência, Equipe e muito Trabalho O Futuro? Com os PPP (Parceria Público Privada) e MIP (Manifestação de Interesse Privado) quem fará o Projeto? As concessionárias? As Empreiteiras? Estão preparadas para isso?

MUITO OBRIGADO A TODOS... Peter L. Alouche peter.alouche@uol.com.br