METODOLOGIA CIENTÍFICA

Documentos relacionados
METODOLOGIA CIENTÍFICA

AMOSTRAGEM. É a parte da Teoria Estatística que define os procedimentos para os planejamentos amostrais e as técnicas de estimação utilizadas.

TIPOS DE AMOSTRAGEM Amostragem Probabilística e Não-Probabilística. Amostragem PROBABILÍSTICA: Amostragem Aleatória Simples: VANTAGENS:

Noções de Amostragem. Universidade Estadual de Santa Cruz Gustavo Fragoso

Amostragem. Amostragem. Técnica: possibilita realizar a pesquisa em universos infinitos.

Estatística Aplicada à Gestão

CAPÍTULO 3 POPULAÇÃO E AMOSTRA

Sistema de Informações e Pesquisa de Marketing Aula 12 24/10/17

Tipos de Amostragem. Lucas Santana da Cunha de julho de 2018 Londrina

BIOESTATÍSTICA AULA 4. Anderson Castro Soares de Oliveira Jose Nilton da Cruz. Departamento de Estatística/ICET/UFMT

Técnicas de Amostragem

TIPOS DE AMOSTRAGEM. Lucas Santana da Cunha 26 de julho de Universidade Estadual de Londrina

Amostragem Objetivos - Identificar as situações em que se deve optar pela amostragem e pelo censo. - Compreender e relacionar AMOSTRA e POPULAÇÃO.

Professora Ana Hermínia Andrade. Período

Estatística. Disciplina de Estatística 2012/2 Curso de Administração em Gestão Pública Profª. Ms. Valéria Espíndola Lessa

Unidade VII Amostragem

Bioestatística Aula 4

Elementos de Estatística. Michel H. Montoril Departamento de Estatística - UFJF

Tipos de Amostragem. Lucas Santana da Cunha de julho de 2018 Londrina

27/05/2016. Semiprobabilística. Amostra. Amostra Probabilística. Bioestatística TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM NOÇÕES DE AMOSTRAGEM. Amostra Sistemática

EAE36AM - ESTATÍSTICA APLICADA A EXPERIMENTOS

INTRODUÇÃO

Métodos Estocásticos da Engenharia II

17/07/2017. Semiprobabilística. Amostra. Amostra Probabilística. Estatística. Amostra Não probabilística TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM NOÇÕES DE AMOSTRAGEM

Delineamento, Tipos de Pesquisa, Amostragem. Prof. Alejandro Martins

Seminários Digitais Parte VI. Do universo, da amostra e da delimitação do corpus na pesquisa

Aula 01 Planejamento de uma Pesquisa

01/06/2016. Semiprobabilística. Amostra. Amostra Probabilística. Bioestatística. Amostra Não probabilística TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM

PESQUISA CIENTÍFICA: universo/população, amostra e critério amostral.

Em várias ocasiões há de se proceder à coleta de dados diretamente na origem, isto é, dos sujeitos com quem pretendemos realizar determinado estudo.

DEFININDO AMOSTRA REPRESENTATIVA. POPULAÇÃO: Qualquer tipo de grupo de pessoas, organizações, objetos ou eventos que queremos estudar.

Trabalho de Conclusão de Curso

Estatística Aplicada

5 TORIA ELEMENTAR DA AMOSTRAGEM

Amostragem e Distribuição Amostral. Tipos de amostragem, distribuição amostral de média, proporção e variância

PESQUISA QUANTITATIVA

Estatística: Conceitos e Organização de Dados

P. P. G. em Agricultura de Precisão DPADP0803: Geoestatística (Prof. Dr. Elódio Sebem)

MÉTODOS DE AMOSTRAGEM

AMOSTRAGEM. Importância da Utilização da Amostragem Economia Tempo Operacionalidade

AMOSTRAGEM 1. O QUE É AMOSTRAGEM?

Métodos de Amostragem. Carla Varão Cláudia Batista Vânia Martinho

Aula 01 Planejamento de uma Pesquisa

AMOSTRAGEM EM AUDITORIA

Pesquisa de Opinião Pública Nacional

AULA 4: DISTRIBUIÇÕES DE PROBABILIDADES AMOSTRAIS. Gleici Castro Perdoná

Aula 01 Planejamento de uma pesquisa

Em várias ocasiões há de se proceder à coleta de dados diretamente na origem, isto é, dos sujeitos com quem pretendemos realizar determinado estudo.

SUMÁRIO. Prefácio, xv

I CONSIDERAÇÕES SOBRE CIÊNCIA E PESQUISA CIENTÍFICA,

Aula 8 A coleta de dados na Pesquisa Social

DEFCUL- Metodologia da Investigação I. Amostragem. Maria João Lagarto Nuno Longle Sílvia Dias

Teoria de probabilidade - objetiva descrever e prever as características de populações infinitas

Pesquisa de Opinião Pública Nacional

Pesquisa de Opinião Pública Nacional

Palestra - Matemática Aplicada

amostra é o subconjunto do universo ou da população por meio do qual se estabelecem ou se estimam as características desse universo ou população

Pesquisa de Opinião Pública Nacional

TIPOS DE VARIÁVEIS E AMOSTRAGEM PROBABILÍSTICA

Pesquisa de Opinião Pública Nacional

A PESQUISA. Prof. M.Sc Janine Gomes da Silva, Arq.

Pesquisa de Opinião Pública Nacional

Estatística aplicada a ensaios clínicos

Níveis de Pesquisa. Delineamentos das Pesquisas. Métodos de Pesquisa. Ciência da Computação Sistemas de Informação

Profa. Lidia Rodella UFPE-CAA

Noções de Amostragem

Modulo 3. Principais métodos de pesquisa utilizados na Administração.

1 NOÇÕES DE AMOSTRAGEM

PESQUISA CIENTÍFICA -Aula 4-

A Classificação da Pesquisa

Probabilidade e Estatística (Aula Prática - 23/05/16 e 24/05/16)

Pesquisa de Opinião Pública Nacional

Tipos de variáveis e amostragem

CONTROLE ESTATÍSTICO DE PROCESSOS

Inventário Florestal. Amostragem

METODOLOGIA. Professora: Ana Paula Sato Ferreira Centro de Ensino Superior de Conselheiro Lafaiete

Pesquisa de Opinião Pública Nacional

Texto para a aula de hoje. Novidades. Métodos de Amostragem. Métodos de Amostragem. Estatística I. Estatística I

Pesquisa Educacional

Pesquisar é... 16:54

população alvo selecção de uma amostra

Texto para a aula de hoje. Situação-problema 4. Situação-problema 1. Situação-problema 4. Situação-problema 4. Estatística I. Estatística I

Tipos de estudos e processos de produção de dados (Notas de aula) Idemauro Antonio Rodrigues de Lara

III AMOSTRAGEM E INTERVALO DE CONFIANÇA Conceito de Amostragem AMOSTRA ALEATÓRIA

Amostragem: Planejamento e Processos. Cap. 12 e 13 Introdução a Pesquisa de Marketing Naresh K. Malhotra

Pesquisa de Opinião Pública Nacional

CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA CIENTÍFICA. Prof. Renato Fernandes Universidade Regional do Cariri URCA Curso de Tecnologia da Construção Civil

III - Amostragem. Prof. Herondino

Aula 01 Planejamento de uma pesquisa. Stela Adami Vayego - DEST/UFPR 1

Os usuários selecionados terão de escolher uma das seguintes opções:

Pesquisa de Opinião Pública Nacional

Unidade VII Amostragem

AULA 02 PLANEJAMENTO ESTATÍSTICO

População e Amostra. População: O conjunto de todas as coisas que se pretende estudar. Representada por tudo o que está no interior do desenho.

Técnicas de Amostragem. É o estudo de um pequeno grupo de elementos retirado de uma população que se pretende conhecer.

O que é população? O que é amostra? Curso de Bacharelado em Educação Física e Saúde

Métodos de Amostragem Populações de Animais Silvestres Amostragem

AMOSTRAGEM AIRLANE ALENCAR IME-USP

Metodologia Científica

Transcrição:

METODOLOGIA CIENTÍFICA

Observação Observação Sujeito cognoscente Base Empírica Realidade histórica socialmente vivida ação sensorial & reflexiva raramente há caráter natural nos fenômenos correntes no planeta terra

Observação 1) Na fase exploratória A observação é aplicada para colher informações iniciais sobre alguns aspectos da realidade e sobre o conhecimento científico acumulado Tem por finalidade criar condições para a elaboração do projeto 1 - Observa-se meticulosamente a literatura. 2 - Observa-se preliminarmente o campo.

Observação 2) Na fase de campo A observação é aplicada sistematicamente para colher todas as informações necessárias para o exercício de refutação/afirmação das conjecturas apresentadas pela hipótese Tem por finalidade criar condições para a validação empírica da hipótese

Observação Num sentido restrito Observação é aplicar os sentidos a fim de obter uma determinada informação sobre algum aspecto da realidade Num sentido amplo Observação não se trata apenas de ver, mas de examinar. Não se trata somente de entender, mas de auscultar.

Trata-se também de ler documentos (livros, jornais, impressos diversos) na medida em que esses não somente nos informam dos resultados das observações e pesquisas feitas por outros, mas traduzem a reação dos seus autores. Kaplan (1975) O observador padrão não é o homem que vê e relata o que todos observadores normais vêem e relatam, mas o homem que vê em objetos familiares o que ninguém viu antes.

Obs.: é preciso limitar e definir com precisão o que deseja observar; pois, não é possível observar tudo, ou muitas coisas ao mesmo tempo com o rigor científico necessário. Observação científica A observação científica pode ser: - assistemática - sistemática

Observação assistemática (= ocasional; simples; não estruturada) Quando por razões éticas, morais, legais ou qualquer outras não se pode reproduzir o fenômeno observado. Daí aproveita-se fortuitamente o fenômeno que se apresenta; pois o fenômeno se dá de forma imprevisível, ou quando previsível não se sabe exatamente em que momento. Ex.: estudos de comportamento em situações críticas; estudos sísmicos. - Observação assistemática não-participante

Observação sistemática (= planejada, estruturada, controlada) considera-se: por que observar? para que observar (objetivos)? como observar (metodologia)? o que observar? quem observa? por ser sistemática deve: ser planejada; indicar quais informações que realmente interessam ao estudo; utilizar um instrumento de observação; indicar e limitar a área de observação; evitar ao máximo a apreensão subjetiva dos fato observados; indicar o campo, o tempo e a duração da observação - Observação sistemática participante

Campo de Observação serve para selecionar, limitar e identificar o que vai ser observado; só se define o campo com a definição de um problema que se pretende responder; deve abranger: a população, as circunstâncias, o local; deve ainda ser dividido em partes: unidades de observação.

Unidades de Observação unidade de observação é um modo de classificar conceitos, distinguindo e agrupando mentalmente as variáveis que existem na realidade. são pessoas, grupos, objetos, atividades, instituições e acontecimentos dos quais a pesquisa versa, agrupadas por possuírem características em comum, sendo selecionados de acordo com o planejamento da observação. Obs.: nos estudos epidemiológicos estas unidades podem ser denominadas de variáveis em estudos (dependentes e independentes).

Observação Sistemática pode ser feita de: - modo direto - modo indireto Modo Direto Aplicando-se diretamente os sentidos. Ex.: observar uma patologia em exame clínico com ou sem instrumentos de observação direta; observar o céu com ou sem telescópio.

Modo Indireto Utilizando-se de instrumentos em que, após apontar resultados, há a necessidade de inferências para se concluir o observado.

Modo Indireto Utilizando-se de instrumentos em que, após apontar resultados, há a necessidade de inferências para se concluir o observado. Ex.: observar uma patologia recorrendo-se aos resultados de exames laboratoriais; usar um rádio-telescópio ou um espectrofotômetro de massa e analisar suas leituras; observar indiretamente o céu a partir de imagens registradas em fotos de longa exposição feitas em telescópio.

Obs.: a quantificação desenvolve os instrumentos de observação ao permitir a matematização dos fatos. Assim, a linguagem numérica é mais indicada do que a linguagem verbal em grande parte dos estudos científicos. Observação documental (pesquisa bibliográfica) 1- É a observação dos registros de observação e das experiências que outros já fizeram. 2- A observação documental, enquanto revisão bibliográfica, oferece subsídios e evita redundâncias de estudos, garantindo a originalidade dos estudos (ou da abordagem dos estudos propostos ou em andamento

3- A observação documental, enquanto revisão bibliográfica, oferece subsídios: à escolha da metodologia da pesquisa do estudo que se pretende iniciar; à definição e precisão dos instrumentos; à vinculação e desenvolvimento da teoria implicada com o estudo.

Fichas Bibliográficas São utilizadas na pesquisas. Podem ser de dois tipos: 1- Ficha bibliográfica: faz toda referência da obra. No verso se faz um breve comentário do material, anotando o que interessa nesta obra e/ou explicando por que ela interessa. 2- Ficha de conteúdo (=documental): apresenta citação; resumos; síntese; e/ou breves referências.

Fichas Bibliográficas São utilizadas na pesquisas. Podem ser de dois tipos: 1- Ficha bibliográfica: faz toda referência da obra. No verso se faz um breve comentário do material, anotando o que interessa nesta obra e/ou explicando por que ela interessa. 2- Fichas de conteúdo (=documentais): apresenta citação; resumos; síntese; e/ou breves referências organizadas e classificadas por grupos de assunto.

Exemplo de ficha Ocupações marginais no nordeste paulista Mobilidade social Modelos explicativos PASTORE, José Modelos explicativos da mobilidade social. Desigualdade e mobilidade social. Sp T. A. QUEIROZ, 1979 p. 15-27 Texto - resumo Biblioteca da Faculdade de ciencias sociais - USP

Amostras As amostras são instrumentos para se observar fenômenos muito abrangentes. Em vez de se trabalhar com o universo de todos os eventos (ou indivíduos) de um fenômeno, trabalha-se com parte destes (criando um universo amostral). A sua seleção deve responder às seguintes indagações:

1 quantos indivíduos devem estar na amostra para que ela represente de fato a totalidade de elementos da população 2 como selecionar os indivíduos de maneira que todos os casos da população tenham (preferencialmente) possibilidades iguais de serem representados na amostra.

Métodos de amostragem - O método de amostragem baseia-se em saber se sua amostra de sujeitos é bem representativa da população, a fim de lhe ser possível fazer generalizações. - Para fazer tais inferências, o pesquisador seleciona um método apropriado de amostragem que leva em conta a possibilidade de todos os membros da população fazerem parte de amostra ou, então, apenas alguns membros da população

- Se todos os componentes de tal população tiverem igual oportunidade (probabilidade) de participar da amostra, diz-se que o método usado é da amostragem causal; se este não for o caso fala-se em amostragem não-causal: - Amostras não-probabilísticas (=não-causais) - Amostras probabilísticas (=causais)

Amostras não-probabilísticas baseiam-se no que convém ao pesquisador: acidentais: os indivíduos aparecem até atingir determinado tamanho de amostra. Mesmo que ocorra uma orientação para seleção de indivíduos, a escolha garante a normalidade dos resultados e a possibilidade de generalização para toda a população. Ex.: opinião de taxistas, barbeiros, e de outras pessoas que supostamente refletem a opinião pública geral. por quotas: reproduz a estrutura geral da população. Ex.: 50% homens e 50% mulheres.

intencionais: seleciona-se estrategicamente os indivíduos mais qualificados e significativos para o caso em questão; o que, consequentemente. faz com que o estudo não seja normal e passível de generalização para a toda a população. Ex.: opinião de lideranças comunitárias que supostamente refletem uma opinião mais elaborada e qualificada que a opinião pública geral.

de julgamento (=conveniência): a lógica, o senso comum ou um julgamento equilibrado podem ser usados na seleção de uma amostra que seja representativa de um grupo maior. Ex.: amostra de opiniões veiculadas pelas revistas VEJA, ISTO É para se pesquisar os valores da classe média alta brasileira, uma vez que estas revistas parecem refletir aquilo que a maioria dos brasileiros deste estrato social deseja

Amostras probalísticas - como todos os componentes da população tem igual probabilidade de fazer parte da amostra, então todos os sujeitos devem ser identificados antes da extração da amostra. causal simples: quando se toma como homogêneos os elementos do universo em que se definirá a amostra e aleatoriamente se extrai os indivíduos (usando a Tábua de números aleatórios ou uma regra que garanta a aleatoriedade sem criar viés).

causal estratificada: tal como a amostra por quotas, a população (=universo) é dividida por estratos; mas aqui se garante a igual probabilidade. As sub-amostras reunidas formam a amostra geral. Ex.: sexo (homens/mulheres); idade(7,8,9,10,11,12 anos) por agrupamento: chega-se ao grupo final através de amostragem inicial de feixes maiores. Ex.: para pesquisar a opinião dos usuários dos serviços de saúde, por amostragem simples ou estratificada se define-se pela ordem: os distritos sanitários de um município; as unidades de saúde; as especialidades médicas; os médicos; os pacientes.

Bibliografia LEVIN, Jack Estatísticas aplicada a ciência humanas 2 0 ed., São Paulo, HARBRA, 1987. RUDIO, Franz Victor Introdução ao projeto de pesquisa científica 10 0 ed, Petrópolis, 1985. RUIZ, João Álvaro Metodologia Científica: guia para eficiência nos estudos São Paulo, Atlas, 1979.