O que é orçamento público?
É a previsão de arrecadação de receitas e a fixação de despesas para um período determinado. É computar, avaliar, calcular a previsão da arrecadação de tributos e o gasto de um ente público para um período específico.
É um espaço de luta política, onde as diferentes forças da sociedade buscam inserir seus interesses.
O orçamento público não gera renda, mas é um instrumento de distribuição de riquezas e bem estar. O orçamento pode ser utilizado para concentrar a renda?
As funções do orçamento público: O orçamento público tem múltiplas funções ou que ampliam o conceito de orçamento público. As principais dimensões do orçamento são: 1) Na sua dimensão política, o orçamento pode ser visto como uma arena de disputa ou um espaço de luta/cooperação entre os vários interesses que gravitam em torno do sistema político. 2) A dimensão de planejamento quando orienta a ação do Estado no longo prazo. 3) A dimensão jurídica se justifica na medida que o orçamento público é lei aprovada pelo Poder Legislativo.
As funções do orçamento público: 4) A dimensão econômica: instrumento de cumprimento das funções econômicas do Estado. a) alocativa; b) distributiva; c) estabilizadora. 5) Na sua dimensão gerencial, o orçamento apóia a boa administração dos recursos e o controle e a avaliação de desempenho da gestão. O controle interno, avalia o cumprimento das metas previstas no planejamento, a execução orçamentária e a eficácia e a eficiência dos resultados da gestão orçamentária. Deve comunicar irregularidades ou ilegalidades ao TCU (CF, art. 74). O controle externo que o Poder Legislativo exerce é de natureza política, mas sujeito à previa apreciação técnico-administrativo do Tribunal de Contas Competente (CF, art. 49, IX). A sociedade também exerce controle popular das contas públicas.
As contas dos Municípios/Estados/União devem ficar disponíveis, durante 60 dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar sua legitimidade (CF, art. 31, 3 ). Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante ao TCU (CF, art. 74, 2 ). A denúncia (com indício) tramita em sigilo e o denunciante não se sujeita a qualquer sanção administrativa, cível ou penal em decorrência da denúncia, salvo se for comprovada má-fé (arts. 53 e 55 da Lei 8.443/92).
Princípios Orçamentários Unidade - Cada esfera de poder (União, Estado e Município) deve possuir apenas um orçamento, fundamentado em uma única política orçamentária e estruturado uniformemente art. 165 da CF e art. 2º da 4.320/64). Universalidade - A lei orçamentária deve incorporar todas as receitas e despesas, ou seja, nenhuma instituição pública deve ficar fora do Orçamento (art. 165 da CF; arts. 2º e 4º da 4320/64). Anualidade - O orçamento deve compreender o período de um exercício financeiro, que corresponde ao ano fiscal (art. 2 da 4.320/64; inciso II do art. 48; art. 165, parágrafo 5, inciso III). Equilíbrio - As receitas e despesas de um período devem ser iguais (art. 7, parágrafo 1º, da 4320/64; art. 167 da CF, incisos II, III e IV). Clareza - O orçamento deve ser suficientemente claro e compreensível para qualquer indivíduo. O orçamento deve compreender o período de um exercício, que corresponde ao ano fiscal (art. 2º da 4.320/64; inciso II do art. 48; art. 165, parágrafo 5º, inciso III).
Princípios orçamentários Publicidade - É obrigação de dar publicidade ao orçamento. A Lei de Responsabilidade Fiscal define prazos para publicação de relatório bimestral resumido da execução orçamentária e de relatório quadrimestral de gestão fiscal (art. 37, CF). Especificação Tem por finalidade a vedação de dotações globais. Ou seja, determina a discriminação da despesa (art. 5 e 15 da Lei 4320/64). Exclusividade Veda que a lei orçamentária contenha dispositivo estranho à fixação de despesas e a previsão de receitas. São exceções a essa regra a autorização para créditos suplementares e as operações de créditos (parágrafo 8 do art. 165 da CF). Princípio participativo No âmbito municipal, a gestão orçamentária participativa incluirá a realização de debates, audiências e consultas públicas sobre as propostas do PPA, da LDO e da LOA, como condição para sua aprovação pela Câmara Municipal (art. 44 do Estatuto das Cidades - Lei N 10.257/2001).
Compreendendo o ciclo orçamentário A CF/88 determina a elaboração do orçamento com base em três leis ordinárias: Plano Plurianual (PPA), a cada 4 anos; Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), anualmente; Lei Orçamentária Anual (LOA).
O ciclo orçamentário tem início com a elaboração da proposta do Plano Plurianual (PPA) pelo poder Executivo. Isso ocorre no primeiro ano de governo (presidente, governador ou prefeito) recém-empossado ou reeleito. Prazos de elaboração e aprovação das leis orçamentárias No governo federal, o chefe do Executivo deve encaminhar o projeto de lei do PPA ao Legislativo até 31 de agosto. A LDO deve ser enviada até 15 de abril e aprovada antes do encerramento da primeirasessão. A LOA é enviada também até 31 de agosto (CF, art. 57, 2 ). A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.
Marcha e calendário da discussão, votação e aprovação do PLOA na União ATÉ 31 DE AGOSTO PRESIDENTE DA REPÚBLICA ENCAMINHA PROJETO DA LOA AO CONGRESSO NACIONAL COMISSÃO MISTA DE PLANOS, ORÇAMENTOS PÚBLICOS E FISCALIZAÇÃO- CMO VOTA O PARECER PRELIMINAR, OS PARECERES SETORIAIS E O PARECER FINAL ATÉ 22 DE DEZEMBRO CONGRESSO NACIONAL DEVOLVE A LOA AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA PARA A SANÇÃO
As alterações do Legislativo têm limites: Não podem aumentar o total de despesas previsto no orçamento; Ao incluir nova despesa ou aumentar despesa já prevista, deve indicar os recursos a serem cancelados de outra programação para cobrir o novo gasto. Ser compatível com as disposições do PPA e da LDO; Respeitar os limites de valor para as emendas individuais; É proibido cancelar despesas com pessoal, benefícios da previdência, transferências constitucionais, juros e amortização da dívida pública.
O papel da sociedade Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante ao TCU (CF, art. 74, 2 ). A denúncia tramita em sigilo e o denunciante não se sujeita a qualquer sanção administrativa, cível ou penal em decorrência da denúncia, salvo se for comprovada má-fe (arts. 53 e 55 da Lei 8.443/92). Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe (CF, art.5, LXXIII). A ação popular constitui um exercício da soberania popular ou democracia direta com a finalidade de fiscalizar, de forma preventiva ou repressiva, a gestão do patrimônio público e a moralidade administrativa.
O papel da sociedade Toda a pessoa (física ou jurídica, nacional ou estrangeira) têm o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos e contra ilegalidade ou abuso de poder (CF, art. 5, XXXIV, a). O direito de petição é uma prerrogativa democrática que tem por finalidade a defesa do interesse público geral e fiscalização dos negócios do Estado. O controle social é também exercido pelos agentes da sociedade civil que participam de audiências, conselhos de direito e de gestão de políticas. A atuação política pode antecipar e gerar resultados muito mais eficazes.