ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: A CONSOLIDAÇÃO DE SUA IMPORTANCIA NO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA.

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Transcrição:

ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: A CONSOLIDAÇÃO DE SUA IMPORTANCIA NO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA. CARDOSO 1, Andreza Lima; SILVEIRA 2, Thaís Fioravante; TIMM 3,Marcella Simões; VENTURINI 4, Larissa; HENGEL 5, Rosana Huppes; WEILLER 6, Teresinha Heck. RESUMO Este trabalho tem como objetivo relatar a atuação do enfermeiro na Estratégia de Saúde Família (ESF) a partir de estágios de vivências. Trata-se de relatos de experiência a partir de aulas práticas supervisionadas em uma ESF e da participação do VER-SUS (Vivencias e estágios na realidade do sistema único de saúde).através disso, foi possível observar a importância do enfermeiro na ESF, bem como seu papel na consolidação dos princípios que regem o SUS e a ESF. A enfermagem já é protagonista de várias ações de saúde, porém na ESF sua atuação é diferenciada pois esta se torna mais ativa nos processos socias que determinam os processos de saúde e doença de uma comunidade. Descritores: ESF; Vivências; Enfermeiro. ABSTRACT This project aims at reporting the nurses' performance in the Family Health Strategy (FHS) from real experiences. It concerns experience reports from supervised practice classes in a FHS and the engagement in the program VER-SUS (Experiences and 1 Acadêmica do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria(UFSM). Membro do Grupo de Pesquisa Gestão e Atenção em Saúde Coletiva 2 Acadêmica do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria(UFSM). Membro do Grupo de Pesquisa Gestão e Atenção em Saúde Coletiva 3 Acadêmica do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria. Bolsista do Programa de Educação Tutorial Enfermagem(PET- Enfermagem). 4 Acadêmica do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria. Bolsista do Programa de Educação Tutorial Enfermagem(PET- Enfermagem). 5 Enfermeira. Residente em Enfermagem do Programa De Residência Multiprofissional Integrada da UFSM. 6 Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora adjunta da UFSM e do PPGEnf/UFSM. Tutora de Campo do Programa de Residência Multiprofissional Integrada da UFSM. 1

internships in the reality of SUS - unified health system). Because of that, it was possible for us to observe the importance of nurses in the FHS, as well as their role in the consolidation of principles that guide both programs, SUS and FHS. Nursing is already the protagonist of several health actions, however, in the FHS, its performance is distinguished because it becomes more active in social processes that determine health and illness processes in a community. Keywords:. ESF; Experiences; Nurse. 1. INTRODUÇÃO A Estratégia da Saúde da Família (ESF) surgiu no Brasil uma possibilidade de modificar o modelo assistencial, a partir das experiências obtidas no Programa de Agentes comunitários de Saúde (PACS) que foi formulado pelo Ministério da Saúde(MS) em 1991¹. O PACS, inicialmente tinha como finalidade diminuir as taxas de mortalidade infantil e materna em áreas com baixos índices de desenvolvimento social e econômico, principalmente nas regiões Norte e Nordeste do país². A partir desse programa o MS pode perceber a importância da assistência à família para fins de promoção, prevenção e assistência a saúde. Para isso, viu-se necessário a incorporação de novos profissionais do campo da saúde para ampliação da assistência prestada, garantindo desta foram a integralidade da atenção, a partir da modificação dos determinantes de saúde a qual o indivíduo e/ou família está submetido, tangenciando os modelos de atenção até então centrados no hospital, estes, baseados principalmente na assistência curativa e biomédica. Surge então, em 1994 O Programa de Saúde da Família (PSF) criado com o objetivo de reorganizar a atenção básica, regulado pela Portaria Nº 648, de 28 de Março de 2006³. A partir deste momento as equipes de referência na atenção básica podem ser constituídas por equipe multiprofissionais integrada por médico, enfermeiro, dentista, auxiliar de consultório dentário, auxiliar de enfermagem ou técnico de enfermagem e os ACS. Vale ressaltar que o Programa de Saúde da Família(PSF) passou a ser denominado de Estratégia de saúde da Família (ESF) que passa a assumir a responsabilidade sanitária em um território definido. O enfermeiro, trabalhador integrante da equipe multiprofissional de saúde de uma ESF tem como funções, além daquelas já pré-estabelecidas ao longo de sua formação acadêmica, assume a atribuição de planejar, gerenciar, coordenar e avaliar as ações 2

desenvolvidas pelos ACS; supervisionar, coordenar e realizar atividades de qualificação e educação permanente dos ACS, com vistas ao desempenho de suas funções; facilitar a relação entre os profissionais da Unidade Básica de Saúde e ACS, contribuindo para a organização da demanda referenciada conforme o que prescreve a PORTARIA Nº 648/GM DE 28 DE MARÇO DE 2006. 2. METODOLOGIA Este trabalho é um relato de experiência realizado durante aulas práticas supervisionadas do terceiro semestre do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria na ESF São josé, no município de Santa Maria/RS perfazendo um total 27horas/relógio de aulas e atividades práticas, e da participação das Vivencias e estágios na realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS), que é uma proposta do MS, em parceria com a Rede Unida, com a Rede Colaborativa de Governo/UFRGS, com a UNE, com os gestores municipais e outras entidades, que tem como objetivo qualificar estudantes de cursos da área da saúde para atuarem no SUS compreendendo seus princípios e diretrizes. Esta vivencia com o VER-SUS que compreendeu a região da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) em um período de nove dias. As ESF s vivenciadas pertenciam aos municípios de São Sepé, São Pedro do Sul, Santa Maria e Quevedos. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES No decorrer de nossas vivencias nos territórios que contam com equipes de ESF podemos perceber o quão importante se faz o trabalho do núcleo da enfermagem em uma ESF seja em ações de promoção, prevenção e recuperação do quadro de saúde dos indivíduos/famílias bem como nas ações de cunho social, psicológico e político. Assim, a partir disso, podemos consolidar a importancia e a atuaçao do enfermeiro na ESF, que é o objetivo principal desse relato. Essa avaliação decorre da analises realizadas pelas acadêmicas do Curso de Graduação da UFSM a partir da oportunidade de vivenciar com a equipe a efetivação de seu trabalho, especialmente nos momentos das visitas domiciliarias que possibilitaram perceber que a equipe/enfermeiro assiste o usuário/família de forma integral, agindo no processo de cura e reabilitação, mas também tendo um olhar atento as 3

questões psicológicas, sanitárias, econômicas, familiares e sociais do usuário. No enfrentamento de questões legais relacionadas a violência à mulher e à criança, sendo que sempre quando percebidas essas situações (normalmente trazidas ao conhecimento da equipe pela voz do ACS) as mesmas são levadas até o enfermeiro o qual deve encaminhar ao Conselho Tutelar ou a delegacia da mulher. Em muitas situações compartilhadas foi possível identificarmos a necessidade do enfermeiro ampliara a discussão a partir da incorporação e outros núcleos profissionais, especialmente, assistente social, ACS para uma posterior ação. Também foi possível identificarmos o envolvimento do profissional de enfermagem em procurar o paciente que foi diagnostico com uma doença de alto risco, por exemplo mulheres que apresentam alterações em seus exames citopatológicos mas que não retornam a ESF para seguir tratamento e até mesmo para retirada dos exames. Podemos avaliar também a atuação da enfermagem na ESF através do Estágio de Vivencia na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS). Nesse estagio de vivência, que compreendeu a região da 4ª CRS em um período de nove dias, foi possível acompanhar o funcionamento de diferentes ESF, com isso, podemos corroborar as atuações dos enfermeiros anteriormente citadas. Além foi possível verificar que só há uma assistência de enfermagem efetiva/integral quando se consegue criar vinculo com a comunidade. Nas regiões/municípios em que a ESF já estava bem estruturada, com profissionais concursados e permanentes, identificamos que existe um cuidado e um vinculo continuo, que permite a população criar confiança e segurança ao procurar tal serviço de saúde. Isso tudo permite também que se consiga manter regularmente as reuniões de promoção e educação de saúde, assim como, uma maior participação da enfermagem nas associações comunitárias auxiliando a população daquela área a ter uma melhor qualidade de vida e o empoderamento para que possam lutar pelos seus direitos sociais e de saúde. 5. CONCLUSÃO Frente a essa breve reflexão podemos concluir que a atuação da enfermagem na ESF assume papel relevante uma vez que, como percebido pelas nossas vivencias, o enfermeiro age como grande ator na consolidação dos objetivos dessa. Ao atuar seguindo ações de saúde que visam a promoção, prevenção, reabilitação e diagnóstico de saúde de forma individual e coletiva, assim como, ao desenvolver ações de participação popular que 4

pretendem sanar os problemas de saúde especificas de dada região, conseguem atender o usuário em sua totalidade seguindo os princípios do SUS. REFERÊNCIAS 1 Rosa WAG, Labate RC. Programa Saúde da Família: a construção de um novo modelo de assistência. Rev Latino-am Enfermagem 2005 novembro-dezembro 13(6):1027-34. 2 Marques D, Silva EM. A Enfermagem e o Programa Saúde da Família: Uma parceria de sucesso? Rev Bras Enferm, Brasília (DF) 2004 set/out;57(5):545-50. 3 BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 648, de 28 de março de 2006. Brasília: 2006. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica para o Programa Saúde da Família (PSF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde. Ministério da Saúde. (PACS). Brasília/DF: 2006. Disponível em: < http://dtr2001.saude.gov.br/sas/portarias/port2006/gm/gm-648.htm>, acesso em 20/04/12. 5