O contexto filosófico e histórico em Paul Vidal de la Blache

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Transcrição:

O contexto filosófico e histórico em Paul Vidal de la Blache Deyse Cristina Brito Fabrício deyse_nytzah@hotmail.com IG/UNICAMP Antonio Carlos Vitte IG/UNICAMP Palavras-chave: História da Geografia, Paul Vidal de La Blache, Escola Francesa de Geografia Introdução Na passagem do século XIX ao século XX havia uma crise do pensamento geográfico que abalava seus pressupostos científicos, pois o método positivista, que norteara os trabalhos da disciplina institucionalizada, entra em declínio. Criticando o positivismo e difundindo ideias neokantianas os cientistas buscavam a especificidade das ciências humanas separando natureza e história. A crise e a tendência de separação acabam colocando em destaque a Escola Geográfica Francesa e o método regional aí estabelecido, principalmente pelas monografias de Paul Vidal de La Blache (1845-1918). Sendo assim, a construção da geografia humana e a busca pela especificidade e unidade dessa ciência, em La Blache, é marcada por um complexo cruzamento de influências. Uma das principais características é a tensão e inter-relação entre pressupostos positivistas e pressupostos mais subjetivos, difundidos na época, como o Historicismo Neokantiano e o Funcionalismo. É nesse intercruzamento de correntes filosóficas e no contexto da luta imperial que se configura a contribuição de Paul Vidal de La Blache. 1

Objetivos O objetivo do presente trabalho é realizar um estudo sobre a construção da geografia humana em Paul Vidal de La Blache a partir de sua obra Princípios de Geografia Humana, analisando os pressupostos históricos, científicos e filosóficos que a nortearam, como a relação e o embate entre o positivismo evolucionista e correntes historicistas. Resultados Visto que no final do século XIX os pressupostos positivistas entram em declínio, é necessário entender, primeiramente, algumas características dessa corrente e sua articulação com a geografia. Segundo Capel (1981, p.268-273) o positivismo é uma metodologia científica e uma concepção filosófica, herdada do século das Luzes, mas difundida como corrente conservadora em meados do século XIX. As ciências naturais são tomadas como modelo, com as ideias de neutralidade e infalibilidade científica, pela crença no progresso. Atrelada a essa linha, a biologia evolutiva focava o conceito de organismo e a importância do meio. O positivismo evolucionista trouxe um caráter de unidade e cientificidade aos trabalhos geográficos no século XIX, inserindo conceitos como organismo e adaptação. Dessa forma as ciências naturais foram tomadas como modelo para explicar a sociedade, que seguiria leis gerais de evolução. Friedrich Ratzel (1844-1804) foi um dos primeiros geógrafos a incorporar o positivismo evolucionista, no princípio da unidade de método, ao formular a teoria do Espaço Vital, colocando o território como fundamental à existência da nação alemã e de seu progresso (CAPEL, 1981, p.290-291). O declínio da corrente positivista marca, então, a crise da unidade na ciência geográfica, com o realce do Historicismo Neokantiano e o Funcionalismo, trazendo a especificidade das ciências humanas. O historicismo tem origem na Alemanha na passagem do século XVIII ao século XIX. Contrário à neutralidade positivista, afirma a historicidade de todos os fenômenos sociais e a historicidade do próprio cientista, que possui uma visão de mundo interferindo 2

em seus trabalhos (LÖWY, 1985, p. 69-70). Já o Funcionalismo, presente em Durkheim, considera as sociedades como unidades particulares, criticando a ideia de leis gerais por três postulados: a) Unidade Funcional Terrestre; b) Funcionalismo universal; c) Indispensabilidade (MERTON, 1970, p.91, apud BRAY, 1977, p.30). Dessa maneira, os itens naturais e culturais preencheriam funções geográficas únicas, em que cada costume ou objeto exerce uma função indispensável ao grupo. Mesmo assim não ocorreu, de fato, uma ruptura com o positivismo. O princípio da unidade funcional terrestre, de todo harmônico, é exemplo de certa releitura daquela corrente. Em prosseguimento, a tendência de separação entre ciências naturais e humanas coloca a concepção vidaliana numa tentativa de garantir um método à geografia, trazendo um aspecto historicista. Criticava o positivismo evolucionista e os trabalhos de Ratzel, afirmando que estes não tinham a pretendida neutralidade, com um interesse político claro. A Geografia Regional Francesa, nesse contexto, coloca os conceitos de região e de gênero de vida como focos de unidade entre fatores físicos e humanos. Com aspectos funcionalistas, o gênero de vida seria uma herança histórica, resposta particular dos grupos frente às possibilidades do meio, formando um todo harmônico: a região. É importante notar que a carga naturalista também se mantinha apesar de serem inseridos fatores históricos. A Escola Francesa, embora contestando pressupostos positivistas, herdaria muitos conceitos. Os gêneros de vida e as regiões constituiriam organismos vivos, fazendo parte de um conjunto: a nação. A partir disso há a concepção de um todo terrestre, com homem e natureza formando uma unidade, marcando a influência de Ratzel em La Blache (LENCIONI, 1999, p.103). Assim, as críticas vidalianas à clara postura política de Ratzel acabam mascarando seu próprio caráter ideológico. Para Lacoste (1997, p.57) La Blache naturaliza fisicamente os fundamentos da ideologia nacional. Concebendo um historicismo conservador, as regiões existiriam por si mesmas e as fronteiras seriam dadas, como teria ocorrido na França. Por isso, o historicismo e pressupostos funcionalistas validavam a 3

conjuntura existente, pela análise harmoniosa (BRAY, 1977, p.36). Nessa concepção, a obra Princípios de Geografia humana, embora mencione particularidades, utiliza certo evolucionismo biológico para analisar os gêneros de vida, reportando aos povos ditos primitivos e sua dependência com o meio. A tendência seria a aglomeração de grupos perto de rios, mais propensos à vida, a partir de uma separação por obstáculos, formando-se gêneros de vida diferenciados pelas características do meio (LA BLACHE, 1954, p.40). Concluindo a obra o autor diz que o meio europeu foi mais exigente, por isso sua população fez um povoamento original, o que não ocorrera na África e na Ásia, presas historicamente à mesma interação com o meio. Por isso, os europeus deveriam alastrar seu progresso a outros gêneros de vida (LA BLACHE, 1954, p.277-278). Considerações Finais A partir disso, percebemos que entender a construção da geografia humana, em La Blache, com os conceitos de região e de gênero de vida torna-se algo complexo, que não pode desatrelar-se de seu contexto histórico e filosófico, marcado por um cruzamento de correntes. Para Gomes (1996, p. 221-222) esse cruzamento é um talento de La Blache, garantindo certa coerência interna e refletindo as discussões de sua época, que de certa forma perpetuam-se até o presente, como os limites e métodos da ciência. Nessa articulação, pode-se chegar a um maior entendimento do saber científico na passagem do século XIX ao XX e de suas repercussões para o pensamento geográfico. Referências bibliográficas BLACHE, Vidal de la. Princípios de geografia humana. 2.ed. Lisboa: Cosmos,1954. BRAY, Silvio Carlos. Os postulados da análise funcionalista na geografia e seus aspectos ideológicos. Boletim Paulista de Geografia, n.54. São Paulo: AGB, 1977, p.29-37. CAPEL, Horacio Sáez. Filosofia y ciência en la geografia contemporânea : una introduccion a la geografia. 3. ed. Barcelona: Barcanova, 1988, c1981. 4

GOMES, Paulo C. da C. Geografia e Modernidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996. LACOSTE, Yves. A geografia: isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra. 4. ed. Campinas, SP: Papirus, 1997. LENCIONI, Sandra. Região e geografia. São Paulo: EDUSP, 1999. LOWY, Michael. Ideologias e ciência social: elementos para uma análise marxista. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1985. 5