Conselho de Segurança, Corte Internacional de Justiça e o Direito Internacional Público. Projeto Universitários pela Paz- UFRJ e UNIC-ONU

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Transcrição:

Conselho de Segurança, Corte Internacional de Justiça e o Direito Internacional Público Projeto Universitários pela Paz- UFRJ e UNIC-ONU

Apresentação- Resumo I- Conselho de Segurança II- Corte Internacional de Justiça III- Meios de Solução Pacífica de Controvérsias IV- Conclusões: Direito Internacional Público

Conselho de Segurança 1) Antecessores: Grandes Potências e Conselho Executivo da SDN 2) Composição (Reforma de 1963): 10 não permanentes (mandato de 2 anos não prorrogável subsequentemente) e 5 membros permanentes com direito a veto nas decisões substanciais (Grandes Potências). Dos iniciais 11, o CS passou para atuais 15 membros. Não permanentes: mandato rotativo de 2 anos não renováveis, respeitada a distribuição geográfica.

Conselho de Segurança 3) Competência: paz e segurança internacional e resolução de conflitos. Capítulo VI (Solução Pacífica de Controvérsias): art. 33 elenca os meios. Decisões são meras recomendações, não obrigam juridicamente. Por meio de resolução, criou tribunais ad hoc para Ruanda e para a ex-iugoslávia. Capítulo VII (Ação Relativa a Ameaças à Paz, Ruptura da Paz e Atos de Agressão): uso excepcional do poder de coerção, como retorsões e contramedidas (art. 41), intervenções para restauração da ordem (art. 42) e legítima defesa (art.51). Uso da força em nome da segurança coletiva

CS- Missões de Paz 4) Capítulo VI/2: Missões de Paz Objetivo: cessação das hostilidades Embasamento Jurídico: teoria dos poderes implícitos Autorizadas pelo CS, podendo também, em casos de paralisia deste, ser autorizadas pela AG (Resolução Uniting for Peace ou n 377). Pressupostos: existência de conflito, concordância das partes e uso da força somente em casos excepcionais. Histórico e evolução: Desde 1948, peace-keeping, peace-making, peace-building.

Intervenções Humanitárias X Missões de Paz Intervenções Humanitárias Diferenças Embasamento legal: art. 42 e art. 51. Peaceenforcement e legítima defesa. Não precisam do consentimento das partes envolvidas. Semelhanças Objetivo: restaurar a paz. Uso da força legitimado para proteger direitos humanos. Cada vez mais interventiva. Missões de Paz Não estão previstas na Carta (poderes implícitos). Peacekeeping. Precisam do consentimento das partes envolvidas. Objetivo: cessar as hostilidades. Peacebuilding. Proteger e ajudar a desenvolverse. Cada vez mais interventiva. Exemplos Intervenção na Líbia. MINUSTAH

Conselho de Segurança 5) Votação (art. 27): questões processuais, voto afirmativo de 9 membros; questões substanciais (outras), 9 votos afirmativos, incluindo o não veto dos membros permanentes. Aquele membro que estiver envolvido na controvérsia debatida se absterá de votar. Estados não membros do CS e da ONU podem participar das sessões, porém, sem direito a voto. 6) Decisões: resoluções juridicamente obrigatórias (art. 25) OBS: Nenhuma ação coercitiva será levada a efeito de conformidade com acordos regionais sem a autorização do CS (Compatibilidade com Acordos Regionais nos artigos 52 e 53). 7) Reforma da ONU. Descompasso da composição dos órgãos com a nova realidade internacional. Discussão sobre temas polêmicos Proposta brasileira de reforma. G-4.

Corte Internacional de Justiça 1) Antecessor: Corte Permanente de Justiça Internacional, que funcionou de 1922 a 1940. 2) Membros: todos os signatários da Carta da ONU. Aquele que não for membro poderá acessá-la, desde que aprovado pela AG sob recomendação do CS. 3) Jurisdição: facultativa. Jurisdição da Corte não é obrigatória para os Estado membros da ONU. Deve haver a aceitação do Estado envolvido. Formas de acesso à jurisdição da CIJ: a) aceitação voluntária; b) disposição em tratado bilateral; c) cláusula facultativa de jurisdição obrigatória Raul Fernandes.

CIJ 4) Composição: 15 membros (mandato de 9 anos prorrogáveis uma vez por igual período), não podendo entre eles figurar dois nacionais do mesmo Estado (regra implícita: 5 deles devem ser nacionais dos membros permanentes do CS). Aprovação em votações apartadas do CS e da AG (maioria absoluta de votos e sem o uso do veto no CS). Indicações dos juízes serão feita pela Corte Permanente de Arbitragem (criada em 1899, em Haia, e aperfeiçoada em 1907) ou por grupos nacionais para o Secretário-Geral que elaborará uma lista em ordem alfabética, a qual será submetida à votação da AG e do CS. Os juízes da mesma nacionalidade de qualquer das partes conservam o direito de funcionar em questões julgadas pela Corte. Aqueles que não tiverem um nacional presente poderão indicar um juiz de sua preferência. Ainda quando as duas partes não tiverem juízes, poderá cada uma indicar um juiz.

CIJ 5) Legitimados: somente Estados 6) Objeto: violação do direito internacional (rol exemplificativo do art. 38 do Estatuto da CIJ) 7) Competência: contenciosa (julga somente litígios entre Estados) e consultiva (quando requisitada por CS e AG). Abrange os Estadospartes da ONU. Estado não membros das Nações Unidas poderão ser submetidos perante a jurisdição da CIJ, desde que tenham a autorização do CS e arquem com alguns custos das despesas judiciais do caso.

CIJ 8) Decisões: definitivas, inapeláveis, juridicamente obrigatórias. Seu não cumprimento por uma das partes pode ser invocado perante o CS para que este decida qual medida tomar para efetivar a decisão (art. 94). OBS: Não é órgão de revisão das decisões do CS e da AG 9) Jurisprudência: personalidade e responsabilidade das OI; proteção diplomática, asilo político diplomático; legalidade da ameaça e do uso de armas nucleares, desde que em legítima defesa; imunidade estatal; sucessão de Estados; fronteiras e disputas marítimas.

Meios de Solução Pacífica de Controvérsias Diplomáticos: negociações diretas, bons ofícios, mediação e conciliação. Políticos: por meio de órgãos de OIs, como AG e CS Jurisdicionais: arbitragem e tribunais (ad hoc e permanentes)

Conclusões CS: detentor do monopólio do uso da força, dado em nome de valores nobres, segurança coletiva e legítima defesa. Atuação pautada no interesse das grandes potências, discriminatória e seletiva. Uso abusivo do veto. Incursões em outros países com motivos humanitários, mas cada vez mais intervencionistas nos assuntos internos. Necessidade de reforma. CIJ: sua jurisdição facultativa reflete o cerne do Direito Internacional: a primazia da soberania estatal. Elevados custos afastam países de baixo poder aquisitivo. Decisões salomônicas, mas que colaboram com o desenvolvimento normativo do direito internacional.