Discurso da Coordenadora Residente do Sistema das Nações Unidas e Representante do PUNUD em Cabo Verde por ocasião da Reunião de Peritos sobre a proposta de "Grupo Cidade de Estatísticas Governança Senhor Presidente da Republica de Cabo Verde, Excelência Senhor Representante da União Africana, Senhor Presidente do Instituto Nacional de Estatísticas de Cabo Verde Senhoras e Senhores Representantes do Corpo Diplomático e Organizações Internacionais Senhoras e senhores representantes de países e instituições internacionais aqui presentes Senhoras e Senhores representantes da Administração Pública Caboverdiana Colegas das Nações Unidas Senhoras e senhores Jornalistas Distintos convidados É uma grande honra para mim dar as boas-vindas a esta distinta delegação internacional, que se encontra em Cabo Verde para participar nesta importante Consulta de Peritos relativa à proposta de criação do Grupo de Praia em Estatística de Governança, cuja formalização o Instituto Nacional
de Estatística de Cabo Verde irá propor, na próxima reunião da Comissão de Estatísticas das Nações Unidas, a ter lugar em Março de 2015. Gostaria de felicitar o INE pela sua notável liderança em apresentar esta proposta no início deste ano, e na convocação deste encontro internacional, a ter lugar esta semana, para assegurar que a proposta final esteja bem assente nas realidades específicas. O PNUD em Cabo Verde, o nosso Centro Regional de Dakar e nossa sede em Nova York, sentimo-nos honrados em ter acompanhado e apoiado este esforço. A presença hoje aqui, de todos vós, testemunha que existe uma forte vontade coletiva entre a comunidade internacional de estatísticos em avançar com esta agenda. Vindo de especialistas tão conceituados nesta matéria, esta é uma mensagem muito clara e inequívoca que não passará despercebida a vários níveis. Gostaria igualmente de agradecer à Comissão da União Africana, a qual temse associada a este esforço, nomeadamente através da sua própria iniciativa em curso para desenvolver conduzir uma metodologia para os institutos nacionais de estatística de todo o continente africano para a produção de estatísticas harmonizadas sobre Governança, Paz e Segurança. Ilustres convidados, deixo-vos imaginar que à leitura quotidianada da actualidade, sinto-me particularmente satisfeita por ver, aqui um grupo de trabalho, comprometido com a promoção de sociedades pacíficas, governação, paz e segurança... Isto faz de vós não apenas testemunhas de uma época agitada mas, certamente, os autores de um conjunto de soluções que podem resolver a prazo, os novos desafios que surgem diante de nós...
Estamos reunidos em torno do tema de estatísticas sobre a Governação, Paz e Segurança. Bem, todos nós sabemos que as estatísticas podem revelar-se em situações dramáticas, terem uma "aparência" dramática em termos de dados presentes, especialmente no contexto das estatísticas globais e, particularmente, ao enfrentar a realidade de uma nação em particular! Esta é outra razão pela qual eu saúdo calorosamente todos vós aqui reunidos e pelo trabalho que será desenvolvido ao longo dos próximos dois dias. o fato de se terem deslocado de tão longe como do Peru, Indonésia e África do Sul para participar dessas discussões, é uma indicação reveladora, não só da ressonância universal do tema que nos reúne aqui na Praia, mas também a ressonância nacional, ou seja, a importância de medir a qualidade da governação nos nossos respectivos países. Caso venha a ser adotada pela comunidade estatística internacional, em Março 2015, a proposta da criação de um grupo em Estatística de Governança, concederá ao 'Grupo de Praia' o mandato para promover ainda mais a coleta de dados sobre governação a nível nacional, e ajudará a garantir a comparabilidade internacional dessas estatísticas de governança. Para o Sistema das Nações Unidas, em geral, e em particular para o PNUD, agência que tem conduzido fortemente uma agenda sobre a Governação e Paz, no novo contexto de desenvolvimento, que irá substituir os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio a partir de 2015, a importância desta iniciativa não pode ser considerada exagerada.
Como é do vosso conhecimento, ainda persiste alguma oposição de alguns Estados-Membros, em incluir questões relacionadas com a governação, a paz e a segurança neste novo contexto de desenvolvimento. Embora haja ampla evidência do papel fundamental da Governança, Paz e Segurança em realizar o progresso económico e social e do desenvolvimento sustentável, alguns estados não acreditam que é possível medir os progressos realizados nestes domínios Claramente, medir metas relacionada com a Governança requer um conjunto de dados adequados, uma apropriada capacidade do Estado e uma de como a governança significa diferentes coisas para diferentes países e ainda encontrar coisas comuns e consenso necessário de uma maneira que reflita e respeite a particularidades política, económico e visões sociais e ambições de diferentes países. Estatísticas de Governança são também claramente politicamente muito sensíveis e vós que são especialistas - ao contrário de mim - sei que provavelmente por isso que Winston Churchill disse certa vez: "A estatística é como os morte, elas são feitos para dizerem o que queremos". E, portanto, até mesmo o mais crítico para realizar reflexões profundas e consultas de longo alcance, para definir normas internacionalmente consensuais para as medidas de governança, bem como reforçar consideravelmente a capacidade dos países na coleta de dados. E daí... tornam-se mais importantes ainda as discussões que irão realizar ao longo destes dois dias.
Na verdade, a vossa presença aqui, hoje, as muitas experiências que têm desenvolvido em seus respectivos países e regiões, bem como o apoio formidável expressa por mais de 40 países ao INE, quando apresentou a sua proposta em Março, é uma clara indicação de que a Governança, Paz e Segurança podem ser e já estão sendo medidos. Para o PNUD, os esforços para medir a melhoria da governança, a paz e a segurança devem assumidos e geridos a nível nacional, a fim de ter impacto sobre a formulação de políticas. É por causa do nosso compromisso de longa data com este princípio que a Divisão de Estatísticas da União Africana solicitou a assistência técnica do PNUD, quando um grupo de peritos africanos em estatística foi formada, há dois anos, para desenvolver uma metodologia para a produção de Governança harmonizado, Paz e estatísticas de segurança em todo o continente. A experiencia da Africa nos mostra que há uma forte demanda demanda que vem às vezes de liderança política, da sociedade civil e, talvez, acima de tudo, dos próprios cidadãos! O que se tem observado é que as estatísticas de governança podem reforçar a democracia em aspectos importantes, trazendo à tona as vozes daqueles que raramente são ouvidos. Enquanto isso, a liderança política também precisa de dados para entender completamente como as preocupações e expectativas dos seus cidadãos estão a ser abordadas, a fim de ganhar a sua legitimidade, demonstrando os resultados reais. A função de alerta precoce de tais estatísticas de produção nacional também é crítica. Como um formulador de políticas Africano referiu "Nós preferimos ouvir a má notícia antes que nos atinja - quando ainda
temos algum espaço para lidar com crises emergentes. Estatísticas da governança e paz, quando produzidas numa uma base regular, fazer prever e funcionar como um detector de fumaça. " Outra lição importante que traçamos com a nossa experiência internacional nesta área é que Governança, Paz e Segurança são bens públicos, existem importantes benefícios a serem obtidos se as instituições públicas, tais como institutos nacionais de estatística produzirem estatísticas sobre estas questões. Enquanto os serviços nacionais de estatística têm o mandato oficial para coordenar a produção de dados nacionais, detêm competência metodológica suficiente para fazê-lo, e estão em melhor posição para garantir a sustentabilidade dos sistemas de coleta de dados. E esta iniciativa será um amplo espaço para capacitação, aprendizagem e partilha de conhecimentos e experiências, a fim de garantir um apropriado quadro institucional, capacidade individual institucional necessária e independência. É com confiança nos dados produzidos, que serão alcançados os melhores resultados! E sim!, a nova agenda do desenvolvimento, que aborda questões de governação, paz e segurança, sem dúvidas irá contribuir para um aumento significativo de apoio aos esforços para medi-los apropriadamente. Isso significa que precisamos começar a identificar lacunas e desafios para a coleta de dados nesta área, mais cedo ou mais tarde, e, nesse sentido, a Comissão de Estatística das Nações Unidas está bem posicionada para coordenar e harmonizar os esforços em todos os continentes.
Gostaria, mais uma vez de expressar a minha satisfação pelo facto de um grupo tão distinto de peritos tenha vindo a Praia esta semana para partilhar os seus pensamentos sobre como as importantes iniciativas de medição de governança que se desdobram em suas respectivas regiões e, que podem, de certa forma, serem aproveitadas, sob os auspícios do Grupo de Praia em Estatística de Governança, para ajudar a desenvolver padrões globais consistentes nesta matéria. Antes de terminar, permitam-me em meu nome pessoal e de equipa do PNUD, assegurar-lhes mais uma vez o total apoio do PNUD, para que esta iniciativa inovadora seja levada avante. Muito obrigada