COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DA CACHOEIRA RONCADEIRA TAQUARUÇU-TO

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Transcrição:

26 a 29 de novembro de 2013 Campus de Palmas COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DA CACHOEIRA RONCADEIRA TAQUARUÇU-TO THEMITALHA OLIVEIRA DOS SANTOS 1 ; RODNEY HAULIEN OLIVEIRA VIANA 2 1 Aluna do Curso de Ciências Biológicas; Campus de Porto Nacional; e-mail: themi_santos@hotmail.com PIBIC/UFT 2 Orientador do Curso de Ciências Biológicas.; Campus de Porto Nacional; e-mail: rodney@uft.edu.br Resumo: O Bioma Cerrado apresenta diversos tipos fitofisionômicos, dentre eles a mata de galeria (formações florestais que acompanham os riachos de pequeno porte), que possui uma superfície pequena em comparação com outras fisionomias do Cerrado, mas se destaca pela sua complexidade. O presente estudo tem como objetivo contribuir para o conhecimento florístico em uma trilha de mata de galeria na cachoeira Roncadeira em Taquaruçu e enfatizar a importância da preservação das espécies ali contidas. Foram feitas caminhadas aleatórias por toda a trilha, sendo coletados três ramos com flores e/ou frutos desde ervas até arbóreas e transportadas para o laboratório de taxonomia vegetal. Sendo identificadas 146 espécies, 129 gêneros e 62 famílias. As famílias mais representativas em números de espécies: Fabaceae (18), Rubiaceae (8), Melastomataceae (7), Euphorbiaceae (6), Asteraceae (5), Anacardiaceae, Sapindaceae, Dilleniaceae, Myrtaceae com quatro espécies cada. Os gêneros que mais contribuíram com número de espécies foram: Casearia, Miconia e Alibertia (3), e os gêneros Tabebuia, Aspidosperma, Cordia, Davilla, Diospyros, Anadenanthera, Inga, Ocotea, Guarea, Myrcia, Pouteria e Vochysia (2). As fanerófitas ocorreram com maior frequência com 62% da vegetação, caméfita 16%, hemicriptófitas 13%, lianas 6%, geófita 2% e epífita 1%. Existem espécies com grande valor econômico, fonte de alimento para os animais, uso medicinal e algumas estão na lista de espécies ameaçadas de extinção, enfatizando a importância de um plano de conscientização para melhor preservação desses ambientes. Palavras chave: Preservação; Cerrado; Mata de Galeria. INTRODUÇÃO

O Bioma Cerrado apresenta diversos tipos fitofisionômicos, dentre eles a mata de galeria, que possui uma superfície pequena em comparação com outras fisionomias do Cerrado, e se destaca pela sua complexidade. É inegável sua importância na proteção dos recursos hídricos e na manutenção da fauna e flora silvestre, além de serem corredores ecológicos na diversidade (DIETZSCHET et al., 2006; OLIVEIRA; FELFILI, 2005). Assim, o Código Florestal estabeleceu, a partir de 1965, a mata de galeria como área de proteção ambiental (SALIS et al., 1994). A cidade de Taquaruçu é uma das regiões do estado do Tocantins que se destaca por apresentar as mais belas cachoeiras, sendo esta uma das fontes de lazer mais procuradas por muitos. O numero de turistas tem crescido na região, e cada vez mais os proprietários tem investido em trilhas e em hotéis fazendas, tendo possivelmente como retorno um aumento na renda familiar. É necessário que tanto os proprietários quanto os turistas tenham pleno conhecimento da importância de tais matas e riachos. A região é ainda composta por diversas fisionomias, mas, tendo em destaque as matas de galerias, que são formações florestais que acompanham os riachos de pequeno porte, formando corredores fechados (galerias) sobre o curso d agua e que fazem limites com formações naturais de campos ou savanas (RIBEIRO; WALTER, 2001; RODRIGUES, 2000). Portanto é importante que as matas de galeria sejam reconhecidas floristicamente, pois, somente através de estudos de levantamento florístico poderá se ter acesso ao conhecimento da flora local, gerando também conhecimentos necessários ao desenvolvimento de manejo e as técnicas de proteção dos mananciais, da flora e da fauna silvestre. (SILVA JÚNIOR, 2001). O presente estudo tem como objetivo contribuir para o conhecimento florístico em uma trilha de mata de galeria na cachoeira Roncadeira em Taquaruçu e enfatizar a importância da preservação das espécies ali contidas. MATERIAL E MÉTODOS Para a realização do levantamento florístico na área foram feitas caminhadas aleatórias por toda a trilha, sendo coletados três ramos com flores e/ou frutos desde ervas até arbóreas; utilizando os seguintes materiais para coleta tesoura de poda pequena de mão e tesoura adaptadas para coleta de galhos em árvores altas; foram coletados três ramos florais de cada espécie sendo ainda organizada em campo com fita crepe, cada uma com numeração única, e transportada para o laboratório de taxonomia vegetal onde os mesmo foram prensados e colocados em estufas.

O material botânico coletado após a identificação foi herborizado e incorporado no Herbário da Universidade Federal do Tocantins. Quanto às identificações as que não foram feitas em campo foram identificadas através de comparações com exsicatas já armazenadas existentes neste herbário, consultas a especialistas e a bibliografias adequadas. Foi utilizado o sistema de (APG III, 2009). As formas de vida seguiu o modelo de Raunkiaer (1934). Após a identificação do material botânico o mesmo foi incorporado no Herbário, Campus de Porto Nacional TO na Universidade Federal do Tocantins. RESULTADO E DISCUSSÃO No levantamento florístico foram identificados 146 espécies pertencentes, a 129 gêneros de 62 famílias. As famílias mais representativas em números de espécies foram: Fabaceae (18), Rubiaceae (8), Melastomataceae (7), Euphorbiaceae (6), Asteraceae (5) Anacardiaceae, Sapindaceae, Dilleniaceae, Myrtaceae com quatro espécies cada, e, as famílias Apocynaceae, Bignoniaceae, Caesalpiniaceae, Flacourtiaceae, Lauraceae, Malpighiaceae, Malvaceae e Meliaceae com três espécies cada, e 17 famílias com duas espécies cada e as demais famílias foram representadas com apenas uma espécie (Tabela I). Os gêneros que mais contribuíram com numero de espécies foram Casearia, Miconia e Alibertia com três espécies cada, e os gêneros Tabebuia, Aspidosperma, Cordia, Davilla, Diospyros, Anadenanthera, Inga, Ocotea, Guarea, Myrcia, Pouteria e Vochysia com duas espécie cada. As fanerófitas ocorreram com maior frequência com 62% da vegetação, seguido por caméfita 16%, hemicriptófitas 13%, lianas 6%, geófita 2% e epífita 1%. De acordo com Batalha e Mantovani (2001), o cerrado possui maior número em espécies de fanerófitas e hemicriptófitas, as espécies de fanerófitas tendem a diminuir à medida que se depara com o cerrado mais aberto, por exemplo, o campo sujo e/ou campo limpo, sendo assim com a diminuição de coberturas arbóreas acorre um aumento de hemicriptófitas e caméfitas em cerrados mais abertos, pois estas parecem que se beneficiam de áreas com menos cobertura. Quando o cerrado encontra se mais aberto (campo limpo e/ou campo sujo) este é mais propicio para o surgimento do fogo, e a passagem do fogo pelo cerrado é um fator beneficente quando se trata de hemicriptófitas e caméfitas, em espectros biológicos específicos de acordo com Meira Neto et al. (2005). O levantamento florístico realizado por Meyer et al (2004) na Área de Proteção Especial (APE) do Barreiro Belo Horizonte MG, mostrou pequena similaridade com o presente estudo, provavelmente por que este apresenta também menor numero de espécie, ou

mesmo devido ser próxima de cerrado, enquanto que (APE) e área de transição entre os Domínios da Mata Atlântica. As famílias encontradas nesses trabalhos com destaque em numero de espécie são Rubiaceae, Euphorbiaceae, Myrtaceae e Fabaceae. Dentre as famílias amostradas que compõe a flora do Cerrado a família Fabaceae e de fundamental importância tanto pela representatividade, quanto pela capacidade de algumas espécies fixarem nitrogênio (CORDEIRO, 2002). Determinadas espécies da família Fabaceae podem apresentar nódulos radiculares que funcionam como mecanismo de retenção e transferência de nutrientes no ecossistema favorecendo assim o crescimento de outras espécies na área. Nota-se em outros estudos que a família Fabaceae tem elevada riqueza em grande parte das florestas neotropicais, sendo que em matas de galeria de solos inundáveis houve redução no numero de espécies, caso observado no Distrito Federal por Guarino & Walter (2005). Toda espécie vegetal contribui de alguma forma com a natureza e tem relevada importância para o ser humano, algumas valem a pena ser destacadas pelo seu valor econômico, medicinal, por estarem ameaçadas de extinção e outras por servirem de fonte alimentar para animais silvestres. A Copaifera langsdorffii Desf. possui valor medicinal, econômico e é utilizada na arborização urbana e também nos reflorestamentos em mata ciliares; Hymenaea cf courbaril L., Anadenanthera sp. são espécies que possuem um valor econômico e servem como fonte de alimento para animais silvestres; segundo as listas obtidas pelo IBAMA para o Brasil (Brasil, 1992), IUCN (IUCN, 2007) Pseudobombax tomentosum (Mart. & Zucc.), Aspidosperma sp., estão na lista das espécies ameaçadas de extinção; Tapirira guianensis Aubl, Acrocomia aculeata (Jacq) Lodd, Protium heptaphyllum March, entre outras, são espécies que seus frutos contribuem para alimentação da fauna silvestre local. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Angiosperm Phylogeny Group An update of the Angiosperm Phyogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III. Botanical Journal of the Linnean Society v.161, n. 2, p. 105-121, 2009. BATALHA, M.A.; MANTOVANI, W. Floristi composition of the cerrado in the Pé-de- Gigante reserve (Santa Rita do Passa Quatro, Southeastern Brazil). Acta Botanica Brasílica, v.15, n.3, p.289-304, 2001. BRASIL, 2008. Lista das espécies ameaçadas de Extinção. http://www.mma.gov.br (acesso em 01/02/2013)

CORDEIRO, L. Fixação de nitrogênio em leguminosas ocorrentes no cerrado. In: Klein, A. (ed.). Eugen Warming e o cerrado brasileiro: um século depois. UNESP, São Paulo. Pp. 131-145. 2002. MEIRA NETO, J.A.A.; MARTINS, F.R.; Composição florística, espectro biológico e fitofisionomia da vegetação de muçununga nos municípios de Caravelas e Mucuri, Bahia. Revista Árvore, v.29, n.1, p.139-150, 2005. MEYER, S.T.; SILVA, A.F.; MARCO-JÚNIOR; MEIRA-NETO. Composição florística da vegetação arbórea de um trecho de floresta de galeria do Parque Estadual do Rola-Moça na Região Metropolitana de Belo Horizonte, MG, Brasil. Acta botânica brasilica. 18(4): p. 701-709. 2004. OLIVEIRA, E.C.L.; FELFILI, J.M. Estrutura e dinâmica da regeneração natural de uma mata de galeria no Distrito Federal, Brasil. Acta Botânica Brasílica, v.19, n.4, p.801-811, 2005. RAUNKIAER, C. The life forms of plants and statistical plant geography. Oxford, Clarendon. 1934. RIBEIRO, J.F.; WALTER, B.M.T. As matas de galeria no contexto do bioma cerrado. In: RIBEIRO, J.F; FONSECA, C.E.L.; SOUSA-SILVA, J.C. (Ed.). Cerrado: Caracterização e recuperação de matas de galeria. Brasília: EMBRAPA-Cerrados. cap. 1, p.29-47. 2001. RODRIGUES, R. R. Uma discussão nomenclatural das formações ciliares. In: RODRIGUES, R. R.; LEITÃO-FILHO, H. (Ed.). Matas ciliares: Conservação e recuperação. São Paulo: Editora USP/FAPESP. cap. 6, p. 91-99. 2000. SILVA JÚNIOR, M.C. Comparação entre matas de galeria no Distrito Federal e a efetividade do código florestal na proteção de sua diversidade arbórea. Acta Botanica Brasílica, v. 15, n. 1, p. 111-118, 2001. SALIS, S.M.; TAMASHIRO, J.Y.; JOLY, C.A. Florística fitossociologia do estrato arbóreo de um remanescente de mata ciliar do rio Jacaré-Pepira, Brotas, SP. Revista Brasileira de Botânica 17(2): p. 93-103, 1994. AGRADECIMENTOS O presente trabalho foi realizado com o apoio da Universidade Federal do Tocantins.