INFLUÊNCIA FAMILIAR E DE OUTRAS FONTES DE INFORMAÇÕES NA CONSTRUÇÃO DOS CONHECIMENTOS DOS ADOLESCENTES ACERCA DA SEXUALIDADE

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Transcrição:

INFLUÊNCIA FAMILIAR E DE OUTRAS FONTES DE INFORMAÇÕES NA CONSTRUÇÃO DOS CONHECIMENTOS DOS ADOLESCENTES ACERCA DA SEXUALIDADE ARAUJO, M. S.; RODRIGUES, E. E. S.; PACHECO, A. L. D.; SOUZA, L. P. G.; CASTRO, O.W. Universidade Federal de Alagoas-UFAL marcelasampaioaraujo@gmail.com; ericaerlanny@gmail.com., amanda-diass@hotmail.com., lillynepatricia@hotmail.com., olagidewww@gmail.com INTRODUÇÃO A sexualidade é a essência da vida humana e pode ser definida de acordo com o contexto social, cultural e histórico, contribuindo para a construção do perfil social (CARVALHO, RODRIGUES; MEDRADO, 2005), que pode diferir de acordo com região. No entanto, tradicionalmente a temática tem sido pouco abordada por estar relacionada a tabus, refletindo na educação sexual repassada a jovens e adolescentes. Devido à escassez de conhecimento acerca do assunto, adquirido em seus primórdios no âmbito familiar, os adolescentes procuram esclarecimentos por meio de tecnologias de informação e/ou pessoas próximas, que muitas vezes não são capacitadas, o que pode gerar conceitos distorcidos ou preconceituosos (RODRIGUES et al., 2014). As fontes de informação sobre educação sexual podem influenciar na tomada de decisões quanto a iniciação sexual, tornando os adolescentes, quando não informados apropriadamente somado ao pico de hormônios sexuais característico da puberdade, suscetíveis a Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) ou gravidez precoce. Nesse contexto, torna-se imprescindível identificar se as informações obtidas por esses jovens são confiáveis ou não, sabendo que existe ausência de diálogo entre pais e filhos e dificuldade da inclusão desse tema pelos profissionais da educação (AMARAL; GODOY, 2006). O âmbito familiar, assim como os outros segmentos sociais, favorece a compreensão, eliminando ideias equivocadas expostas muitas vezes pela mídia e transmitida por amigos. Sendo necessário, portanto, assistência em educação sexual na escola que, por sua vez, contribui na formação de estudantes, possibilitando o entendimento sobre a sexualidade (OLIVEIRA, 2009). Dessa forma, o intuito do presente trabalho foi identificar os meios de informação utilizados pelos adolescentes, bem como a influência dos meios de comunicação na educação e prática sexual

entre adolescentes, uma vez que, uma fonte de informação inconsistente pode induzir informações errôneas entre os jovens. METODOLOGIA Participaram do estudo 86 alunos da Escola Estadual Onélia Campelo, que cursavam o 1 ano do ensino médio, vespertino, no ano letivo de 2015. A amostra total do estudo compreendeu alunos na faixa etária de 14 á 19 anos, abordados por meio de uma explanação prévia do projeto seguida pela coleta de dados utilizando questionários entre junho de 2015 á janeiro de 2016. O questionário foi constituído de duas partes, a primeira, abordou dados sócios demográficos, gênero e idade, enquanto a segunda parte investigou fontes de informações sobre assuntos relacionados à sexualidade, abordagem sobre o tema na escola e no âmbito familiar. RESULTADOS A amostra com gênero de distribuição homogênea 50% do sexo masculino e 49% do sexo feminino (1% não respondeu a pesquisa). A partir dos dados obtidos por meio dos questionários, foi realizado um estudo comparativo entre os gêneros a fim de averiguar as principais fontes de informação sobre sexualidade, tanto familiar quanto pela mídia, entre os gêneros. Ao serem questionados se os pais conversam sobre sexualidade, observou-se uma diferença na qual 76% das meninas (F) afirmam que possuem um diálogo com os pais e 52% dos meninos (M) sugerindo, que as meninas apresentam maior orientação família neste âmbito (Figura1). Figura 1: Participação dos pais na educação sexual dos adolescentes

Sobre a abordagem escolar frente a temas relacionados à sexualidade os dados revelam que ambos os gêneros concordam que a escola deve abordar assuntos sobre sexualidade, representando 95% das meninas e 88% dos meninos (Figura 2). Figura 2: Abordagem sobre sexualidade na escola com os adolescentes Os dados dispostos na figura 3 apontam que independente do gênero, as maiores fontes de informações a cerca dos assuntos relacionados à sexualidade são adquiridas através do diálogo com amigos (M: 40,35% e F: 42,1%). A divergência ocorre quando as meninas optam pelos pais como sendo sua segunda fonte de informação (26,30 %) seguida pela escola (F:21,1%). Enquanto os meninos preferem buscar informações na escola (21,05 %) seguidas por outros (15,60%), indicando a busca pelas grandes mídias como televisão, internet e revistas ditas como pornográficas. Figura 3: Principais fontes de informação sobre sexualidade utilizada pelos adolescentes. Em relação a influencia da mídia frente a sexualidade dos adolescentes ( Figura 4), os dados apontam resultados positivos para ambos os gêneros (M: 77,3% e F: 61,9%). Consolidando portanto a influencia da mídia frente a educação sexual dos adolescentes.

Figura 4. Influência da mídia na conduta relacionada à sexualidade dos adolescentes. Em relação à influência dos amigos na primeira relação sexual, os resultados positivos foram para o gênero masculino (M: 57,14%). Observou-se que as meninas ainda que apresentando uma menor influencia (54,76%) quando comparado com os meninos, ainda apresentam certa influencia (45,24%) (Figura 5). Figura 2: Percepção dos adolescentes sobre a influência dos amigos sobre a primeira relação sexual. DISCUSSÃO A chegada à adolescência é um momento de intempestividades hormonais, descobertas e decisões. Para suprir essas necessidades muito jovens, movidos pelas alterações fisiológicas que preparam o organismo para uma nova etapa da sexualidade, recorrem a diferentes fontes de informações, e diante disso, os pais ou responsáveis, bem como as escolas devem estar bem preparados para canalizarem de forma responsável todo esse fluxo de informação, além de serem fontes de conhecimento sobre os diferentes temas relacionados à sexualidade. No presente trabalho, os jovens afirmaram possuir um diálogo com os pais sobre a sexualidade, merecendo destaque o percentual de meninas (FIGURA 1). Tal estimativa pode ser explicada culturalmente, na qual muitos pais preferem manter um diálogo com as filhas limitando as informações e garantindo uma formação mais rígida quando comparada aos meninos (SANTOS & BRUNS, 2000).

A escola também desempenha papel fundamental na formação dos jovens, visto que é o local onde passam a maior parte do seu tempo (ROCHA et al, 2011). Em nossa pesquisa ambos os sexos concordaram que a escola deve abordar assuntos sobre sexualidade (FIGURA 2), entretanto, vale ressaltar a importância da interdisciplinaridade na formação. Estudos feitos por Silva e Neto (2006) mostraram que os professores preferem trabalhar aspectos biológicos da sexualidade, transferindo a responsabilidade para os professores de biologia; fato que pode ser comprovado em nosso estudo, uma vez que os meninos exemplificaram os professores de biologia como uma fonte de informação. Às vezes as informações que chegam aos jovens são insuficientes para suprir as dúvidas acerca do assunto, fazendo com que procure fontes de fácil acesso, de rápida compreensão e que apresentem uma linguagem simples, porém nem sempre confiável. A mídia é um veiculo de padronização, na qual tendências influenciam, alienam e persuade esses jovens a viverem por referências da imagem transmitida pelos grandes meios de comunicação social, dessa forma, os relatos da literatura foram evidenciados no presente trabalho, sendo os dados positivos significantes da influencia da mídia entre os adolescentes. Na adolescência é esperada a socialização em rodas de amigos sobre as percepções sexuais, onde esses compartilham as curiosidades e exemplos de vivência, sem restrições (DIAS, 2007). A procura por intimidade em ambos os sexos é uma característica de necessidade dos indivíduos para existir uma proximidade emocional e de apoio. A medida dessa intimidade pode ser vista pela influência dos amigos como os principais interlocutores para conversar sobre sexualidade, (PINTO, 2009) essa comunicação aplica-se na maturidade dos comportamentos. Existem nesse meio tempo as pressões dos grupos, para que existam relações sexuais, procedendo à exclusão desse jovem caso não possua vida sexualmente ativa (DIAS 2007; LACERDA 2004), tudo isso corroborando para que essa influência sobre a primeira relação sexual seja tão intensa, confirmando nossos resultados. CONCLUSÃO Nesta análise preliminar, realizada por meio de questionários, a avaliação entre os gêneros foi observado que as meninas mostraram ser mais informadas que os meninos, o que pode estar relacionado ao maior índice de orientação familiar, onde relataram maior participação dos pais no que se diz respeito à educação sexual. Observou-se também, a influência da mídia na prática sexual destes adolescentes, fato este também relatado na literatura. De modo semelhante, houve relato da influência dos amigos sobre a atividade sexual, fator este mais expressivo nos meninos.

Por meio deste trabalho, pode-se avaliar a percepção destes alunos no que se diz respeito à sexualidade; desse modo há perspectivas de continuar com o estudo de modo a realizar intervenções para promover uma reflexão mais profunda e construtivista nestes adolescentes acerca da sexualidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRANDÃO, C. R. (1998). O que é Educação? São Paulo: Editora Brasiliense. CARDOZO, D.M.; FREITAS, I.C.; FONTOURA, M.S.H. Comportamento sexual de adolescentes do gênero feminino de estratos sociais distintos em Salvador, Bahia, Brasil. Rev Paul Pediatr. 2002;20(3):1228. CARVALHO, A. M.; RODRIGUES, C. S.; MEDRADO, K. S. (2005). Oficinas em sexualidade humana com adolescentes. Estudos de Psicologia, 10(3),377-384. CURY, A. J. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro: Sextante, 2003. DIAS, S.; MATOS, M. G. A. G. Percepção dos adolescentes acerca da influência dos pais e pares nos seus comportamentos sexuais. Análise Psicológica (2007), 4 (XXV): 625-634 GARCIA, V. A. (2009). A educação não formal como acontecimento. Tese de doutorado, Programa de Pós- Graduação em Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. GOMES WA, COSTA M.C.O, SOBRINHO CLN, SANTOS CAST, BACELAR EB. Nível de informação sobre adolescência, puberdade e sexualidade entre adolescentes. J Pediatr. (Rio de J) 2002;78(4):301-8. LACERDA, M. A. Adolescentes falando daquilo : um estudo qualitativo das fontes de informação sobre sexualidade e saúde reprodutiva em duas escolas municipais de Betim, MG. Trabalho apresentado no XIV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Caxambú MG Brasil, de 20-24 de Setembro de 2004. MAROLA, C. A. G.; SANCHES, C. S. M; CARDOSO, L. M. (2011). Formação de conceitos em sexualidade na adolescência e suas influências. OLIVEIRA, V. L. B. Sexualidade no Contexto Contemporâneo um Desafio aos Educadores. Educação Sexual: múltiplos temas, compromisso comum. Londrina: UEL, 2009. PINTO, Maria da Conceição Intimidade em adolescentes de diferentes grupos etários. Alto-comissariado para a imigração e diálogo intercultural (ACIDI, I.P.). [Em linha]. Teses; 25. (Out. 2009) [Consult. 14 Mai. 2011]. Disponível em www: <URL: http://www.oi.acidi.gov.pt/docs/colec_teses/tese_25.pdf>. ISBN 978-989-8000-80-4. ROCHA, A. P.; MARQUES, A. L. O.; FIGUEIREDO, C.; ALMEIDA, C. I. S.; BATISTA, I. M. A.; ALMEIDA, M. J. H. (2011) EVOLUÇÃO DA SAÚDE ESCOLAR EM PORTUGAL: Revisão Legislativa no Âmbito da Educação SANTOS, C.; BRUNS, M. A educação sexual pede espaço: novos horizontes para a práxis pedagógica. São Paulo: Editora Omega; 2000 SILVA, R. C. P.; & Neto, J. M. (2006). Formação de professores e educadores para abordagem da educação sexual na escola: o que mostram as pesquisas. Ciência & Educação, 12(2),185-197