De acordo com a legislação atualmente em vigor, estão sujeitas à apuração de ganho de capital as operações que importem:

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Guia do IRPF: Ganho de capital em moeda estrangeira Resumo: Analisaremos no presente Roteiro de Procedimentos a apuração e a tributação de ganhos de capital nas alienações de bens ou direitos e na liquidação ou resgate de aplicações financeiras, adquiridos em moeda estrangeira, e na alienação de moeda estrangeira mantida em espécie, de propriedade de pessoa física. Para tanto, utilizaremos como base de estudo a Instrução Normativa SRF nº 118/2000 que dispõe atualmente sobre a matéria. 1) Introdução: Primeiramente, cabe nos definir o que vem a ser ganho de capital. De acordo com a Instrução Normativa SRF nº 84/2001, que dispõe sobre a apuração e tributação de ganhos de capital nas alienações de bens e direitos por pessoas físicas, considera-se ganho de capital a diferença positiva entre o valor de alienação de bens ou direitos e o respectivo custo de aquisição dos mesmos (1). Dessa definição podemos extrair a seguinte equação matemática: Ganho de capital = Valor da alienação - Custo de aquisição. Sendo positivo o resultado, a operação sujeita ao ganho de capital deverá ser tributada pelo Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), que será apurado através da utilização do programa denominado "Ganho de Capital em Moeda Estrangeira (GCME)" disponibilizado no sitio da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) na internet através do link www.receita.fazenda.gov.br. Atualmente, essa equação atinge basicamente 3 (três) operações, ou seja, quando o contribuinte pessoa física realizar qualquer dessas operações estará sujeito à apuração de ganho de capital. Beleza, mais quais são as operações sujeitas à apuração de ganho de capital? De acordo com a legislação atualmente em vigor, estão sujeitas à apuração de ganho de capital as operações que importem: a. alienação, a qualquer título, de bens ou direitos ou cessão ou promessa de cessão de direitos à sua aquisição, tais como as realizadas por compra e venda, permuta, adjudicação, dação em pagamento, procuração em causa própria, promessa de compra e venda, cessão de direitos ou promessa de cessão de direitos e contratos afins; b. transferência a herdeiros e legatários na sucessão causa mortis, a donatários na doação, inclusive em adiantamento da legítima, ou atribuição a ex-cônjuge ou ex-convivente, na dissolução da sociedade conjugal ou união estável, de bens e direitos por valor superior àquele pelo qual constavam na Declaração de Ajuste Anual (DAA) do de cujus, do doador, do ex-cônjuge ou ex-convivente que os tenha transferido; c. alienação de bens ou direitos e liquidação ou resgate de aplicações financeiras, de propriedade de pessoa física, adquiridos, a qualquer título, em moeda estrangeira, e da alienação de moeda estrangeira mantida em espécie. As operações listadas nas letras "a" e "b" devem observar as regras constantes na Instrução Normativa SRF nº 84/2001. Já as operações listadas na letra "c" devem observar as regras constantes da Instrução Normativa SRF nº 118/2000, que dispõe especificamente sobre a tributação de ganho de capital decorrente da alienação de bens ou direitos e da liquidação ou resgate de aplicações financeiras, adquiridos em moeda estrangeira, e da alienação de moeda estrangeira mantida em espécie, de propriedade de pessoa física. Por trata-se de um tema complexo e extenso, decidimos dividir o tema ganho de capital em vários Roteiros de Procedimentos. Assim, neste primeiro Roteiro analisaremos as operações listas na letra "c" acima, quais sejam, as operações que importem alienação de bens ou direitos e liquidação ou resgate de aplicações financeiras, de propriedade de pessoa física, adquiridos, a qualquer título, em moeda estrangeira, e da alienação de moeda estrangeira mantida em espécie. (1) O prejuízo apurado em uma alienação não pode ser compensado com ganhos obtidos em outra, ainda que no mesmo mês. Base Legal: Art. 1º e preâmbulo da IN SRF nº 118/2000 (UC: 21/09/15); Arts. 2º e 3º e preâmbulo da IN SRF nº 84/2001 (UC: 21/09/15) e; Questão 540 do Perguntão IRPF/2015 (UC: 21/09/15). 2) Apuração do ganho de capital: Para a apuração de ganhos de capital nas alienações de bens ou direitos e na liquidação ou resgate de aplicações financeiras, adquiridos em moeda estrangeira, o contribuinte pessoa física deverá verificar se a aquisição deu-se com rendimentos auferidos originalmente em Copyright - Tax Contabilidade - Todos os direitos reservados. Página 1 de 6

Reais ou em moeda estrangeira. Para efeito da caracterização da origem do rendimento, na hipótese de bem, direito ou aplicação financeira transmitidos por pessoa física residente no Brasil, nos casos de sucessão, doação e dissolução da sociedade conjugal ou da união estável, será considerado o tipo de rendimento auferido originariamente pelo de cujus, doador ou ex-cônjuge e utilizado na aquisição do bem ou direito ou na realização da aplicação financeira. Na hipótese de a transmissão ter sido feita por pessoa física não-residente, serão aplicadas as regras para aquisição com rendimentos auferidos originalmente em moeda estrangeira (Ver subcapítulo 2.2 abaixo). Base Legal: Arts. 1º, caput e 16 da IN SRF nº 118/2000 (UC: 21/09/15). 2.1) Aquisição com rendimentos auferidos originalmente em Reais: No caso de bens e direitos adquiridos e aplicações financeiras realizadas em moeda estrangeira com rendimentos auferidos originariamente em Reais, o ganho de capital corresponderá à diferença positiva, em Reais, entre o valor de alienação, liquidação ou resgate e o custo de aquisição do bem ou direito ou o valor original da aplicação financeira, observado o seguinte: a. o valor de alienação, liquidação ou resgate, quando expresso em moeda estrangeira, será convertido em dólares dos Estados Unidos da América (EUA) e, em seguida, em Reais, pela cotação do dólar fixada, para compra, pelo Banco Central do Brasil (Bacen), para a data do recebimento; b. o custo de aquisição de bens ou direitos ou o valor original de aplicações financeiras, quando expresso em moeda estrangeira, será convertido em dólares dos EUA e, em seguida, em Reais, pela cotação do dólar fixada, para venda, pelo Bacen, para a data do pagamento. Base Legal: Art. 2º da IN SRF nº 118/2000 (UC: 21/09/15). 2.1.1) Operações à prestação: Nas operações a prestação, o ganho de capital será apurado, em Reais, para cada parcela, na data de seu recebimento, da seguinte forma: a. o valor de alienação, relativo a cada parcela recebida, quando expresso em moeda estrangeira, será convertido em dólares dos EUA e, em seguida, em Reais, pela cotação do dólar fixada, para compra, pelo Bacen, para a data de cada recebimento b. o custo de aquisição ou o valor original da aplicação, para cada parcela, será o resultado da multiplicação do custo de aquisição total, em Reais, pelo quociente do valor recebido pelo valor total de alienação; c. na hipótese da letra "a", no recebimento da última parcela, o ganho de capital total será apurado pela diferença, em Reais, entre a soma de todas as parcelas e o custo de aquisição total; d. do imposto apurado sobre o ganho de capital calculado na forma da letra anterior será diminuído o imposto pago relativo às parcelas anteriores, obtendo-se o saldo de imposto a pagar referente à última parcela, ou, caso o saldo seja negativo, o imposto pago a maior poderá ser compensado ou restituído nos termos da legislação vigente. (2) Na hipótese de liquidação ou resgate parcial de aplicações financeiras, o valor original da parcela liquidada ou resgatada será o resultado da multiplicação da soma dos valores originais aplicados pelo quociente do valor liquidado ou resgatado pelo saldo total da aplicação, na data da liquidação ou resgate. A cada aplicação, liquidação ou resgate, serão ajustados à soma dos valores originais aplicados e o saldo total da aplicação, para efeito de cálculos posteriores do valor original. Base Legal: Arts. 3º e 15 da IN SRF nº 118/2000 (UC: 21/09/15). 2.1.2) Exemplo Prático: Suponhemos que João Moreira Neto, brasileiro, residente e domiciliado no Brasil, adquira à vista um apartamento nos EUA em 19/07/20X1, por U$ 350.000,00 (trezentos e cinquenta mil dólares), com rendimentos decorrentes do trabalho assalariado que auferiu no próprio país. Suponhemos, também, que em 25/05/20X2 João venda o referido imóvel por U$ 450.000,00 (quatrocentos e cinquenta mil dólares), para recebimento à vista. Assim, considerando tratar-se de alienação de bem (apartamento) adquirido com rendimentos auferidos originalmente em Reais, a apuração e tributação do ganho de capital deverá ser feita da seguinte forma: Descrição Valor (R$) Copyright - Tax Contabilidade - Todos os direitos reservados. Página 2 de 6

Descrição Valor (R$) a) Custo de aquisição (U$ 350.000,00 X R$ 3,6502 (3)): 1.277.570,00 b) Valor da alienação (U$ 450.000,00 X R$ 3,5431 (4)): 1.594.395,00 c) Ganho de capital (b-a) 316.825,00 d) Alíquota do Imposto de Renda: 15% e) Imposto devido (c X d): 47.523,75 Notas Tax Contabilidade: (3) Taxa de conversão hipotética para o dia 19/07/20X1 de R$ 3,6502. Na prática, utilizar na conversão de Dólar para Reais a cotação do dólar de venda. (4) Taxa de conversão hipotética para o dia 25/05/20X2 de R$ 3,5431. Na prática, utilizar na conversão de Dólar para Reais a cotação do dólar de compra. Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (UC: 21/09/15). 2.2) Aquisição com rendimentos auferidos originalmente em moeda estrangeira: No caso de bens e direitos adquiridos e aplicações financeiras realizadas em moeda estrangeira com rendimentos auferidos originariamente em moeda estrangeira, o ganho de capital corresponderá à diferença positiva, em dólares dos EUA, entre o valor de alienação, liquidação ou resgate e o custo de aquisição do bem ou direito ou o valor original da aplicação, convertida em Reais mediante a utilização da cotação do dólar fixada, para compra, pelo Bacen, para a data do recebimento. Importante registrar que, os rendimentos produzidos por aplicações financeiras em moeda estrangeira, ainda que decorrentes de rendimentos auferidos originariamente em Reais, serão considerados rendimentos auferidos originariamente em moeda estrangeira. Base Legal: Art. 4º da IN SRF nº 118/2000 (UC: 21/09/15). 2.2.1) Operações à prestação: Nas operações a prestação, o ganho de capital será apurado, em dólares, e, em seguida, convertido em Reais, pela cotação do dólar fixada, para compra, pelo Bacen, para cada parcela, na data de seu recebimento. Neste caso, o custo de aquisição, para cada parcela, será o resultado da multiplicação do custo de aquisição total, em dólares dos EUA, pelo quociente do valor recebido pelo valor total de alienação. (5) Na hipótese de liquidação ou resgate parcial de aplicações financeiras, o valor original da parcela liquidada ou resgatada será o resultado da multiplicação da soma dos valores originais aplicados pelo quociente do valor liquidado ou resgatado pelo saldo total da aplicação, na data da liquidação ou resgate. A cada aplicação, liquidação ou resgate, serão ajustados à soma dos valores originais aplicados e o saldo total da aplicação, para efeito de cálculos posteriores do valor original. Base Legal: Arts. 5º e 15 da IN SRF nº 118/2000 (UC: 21/09/15). 2.2.2) Exemplo Prático: Suponhemos que João Alcantra Machado, brasileiro, residente e domiciliado no Brasil, adquira à vista um apartamento nos EUA em 19/07/20X1, por U$ 350.000,00 (trezentos e cinquenta mil dólares), com rendimentos decorrentes de aplicação financeira realizada no exterior. Suponhemos, também, que em 25/05/20X2 João venda o referido imóvel por U$ 450.000,00 (quatrocentos e cinquenta mil dólares), para recebimento à vista. Assim, considerando tratar-se de alienação de bem (apartamento) adquirido com rendimentos auferidos originalmente em moeda estrangeira, a apuração e tributação do ganho de capital deverá ser feita da seguinte forma: Descrição Valor a) Custo de aquisição (em moeda estrangeira): U$ 350.000,00 b) Valor da alienação (em moeda estrangeira): U$ 450.000,00 c) Ganho de capital em moeda estrangeira (b-a) U$ 100.000,00 Copyright - Tax Contabilidade - Todos os direitos reservados. Página 3 de 6

Descrição Valor d) Conversão do ganho de capital para Reais (c X R$ 3,5431 (6)) R$ 354.310,00 e) Alíquota do Imposto de Renda: 15% f) Imposto devido (d X e): R$ 53.146,50 (6) Taxa de conversão hipotética para o dia 25/05/20X2 de R$ 3,5431. Na prática, utilizar na conversão de Dólar para Reais a cotação do dólar de compra. Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (UC: 21/09/15). 2.3) Aquisição com rendimentos auferidos originalmente parte em Reais e parte em moeda estrangeira: No caso de bens e direitos adquiridos e aplicações financeiras realizadas em moeda estrangeira, com rendimentos auferidos originariamente parte em Reais e parte em moeda estrangeira, os valores de alienação, liquidação ou resgate e os custos de aquisição do bem ou direito ou os valores originais da aplicação financeira serão determinados de forma proporcional à origem do rendimento utilizado na aquisição ou realização, para fins de apuração do ganho de capital, observado o disposto no subcapítulo 2.1 e no subcapítulo 2.2 acima. Base Legal: Art. 7º da IN SRF nº 118/2000 (UC: 21/09/15). 2.4) Moeda estrangeira mantida em espécie: Os ganhos em Reais obtidos na alienação de moeda estrangeira mantida em espécie estão sujeitos à tributação definitiva, à alíquota de 15% (quinze por cento), apurado da seguinte forma: a. o ganho de capital correspondente a cada alienação será a diferença positiva, em Reais, entre o valor de alienação e o respectivo custo de aquisição; b. o valor de alienação, quando expresso em moeda estrangeira, será convertido em dólares dos EUA, na data da alienação, e, em seguida, em Reais, pela cotação média mensal do dólar, para compra, divulgada pela RFB; c. o custo de aquisição de moeda estrangeira em poder do contribuinte em 31/12/1999 será o resultado da multiplicação da quantidade em estoque pela cotação fixada, para venda, pelo Bacen, para esta data; d. para moeda estrangeira adquirida a partir de 01/01/2000, a cada aquisição, o custo em Reais será o resultado da multiplicação da quantidade de moeda estrangeira, convertida em dólares dos EUA, na data da aquisição, pela cotação média mensal do dólar, para venda, divulgada pela RFB; e. quando da alienação, o custo de aquisição da quantidade de moeda estrangeira alienada será o resultado da multiplicação do custo médio ponderado do estoque existente na data de cada alienação pela quantidade alienada; f. o custo médio ponderado do estoque será o resultado da divisão do valor total das aquisições em Reais pela quantidade de moeda estrangeira existente; g. a cada aquisição ou alienação, serão ajustados os saldos em Reais e a quantidade de moeda estrangeira remanescente, para efeito de cálculos posteriores do custo médio ponderado; h. o ganho de capital total será a soma dos ganhos apurados em cada alienação. (7) A isenção dos ganhos de capital decorrentes da alienação de bens de pequeno valor (alienação de bens de mesma natureza cujo conjunto das operações resulta em valor igual ou inferior a R$ 35.000,00) não se aplica à alienação de moeda estrangeira mantida em espécie. Base Legal: Art. 7º da IN SRF nº 118/2000 (UC: 21/09/15) e; Questão 600 do Perguntão IRPF/2015 (UC: 21/09/15). 2.4.1) Cheques de viagem: O dispêndio, a qualquer título, de moeda estrangeira representada por cheques de viagem, inclusive para o pagamento de despesas de viagem ao exterior, é considerado como alienação, sujeita à apuração de ganho de capital. Registra-se que a moeda estrangeira representada por cheques de viagem deve ser informada na Declaração de Bens e Direitos da mesma forma prevista para a moeda estrangeira mantida em espécie. Copyright - Tax Contabilidade - Todos os direitos reservados. Página 4 de 6

Base Legal: Questão 601 do Perguntão IRPF/2015 (UC: 21/09/15). 3) Apuração e recolhimento do imposto: Nas alienações de bens e direitos e nas liquidações e resgates de aplicações financeiras de que tratam o subcapítulo 2.1 e o subcapítulo 2.2 acima, o Imposto de Renda sobre o ganho de capital será: a. apurado em cada operação; b. determinado à alíquota de 15% (quinze por cento); c. recolhido até o último dia útil do mês subsequente ao do recebimento. Nas alienações de moeda estrangeira em espécie de que trata o subcapítulo 2.3 acima, o Imposto de Renda incidirá sobre o ganho de capital total e será: a. apurado anualmente; b. determinado à alíquota de 15% (quinze por cento); c. informado na DAA; d. recolhido, em cota única, até a data prevista para a entrega da declaração. (8) O Imposto de Renda pago em País com o qual o Brasil tenha firmado acordos, tratados ou convenções internacionais prevendo a compensação, ou naquele em que haja reciprocidade de tratamento, poderá ser considerado como redução do imposto devido no País, desde que não seja compensado ou restituído no exterior. Base Legal: Arts. 8º, 9º e 19 da IN SRF nº 118/2000 (UC: 21/09/15). 3.1) Código do Darf para recolhimento: O Imposto de Renda incidente sobre o ganho de capital decorrente da alienação de bens e direitos e da liquidação ou resgate de aplicações financeiras, adquiridos em moeda estrangeira, e da alienação de moeda estrangeira mantida em espécie, de propriedade da pessoa física, deverá ser pago utilizando os seguintes códigos no campo 04 do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf): a. 8523 - IRPF - Ganho de capital na alienação de bens e direitos e nas liquidações e resgates de aplicações financeiras, adquiridas em moeda estrangeira; b. 8960 - IRPF - Ganho de capital na alienação de moeda estrangeira mantida em espécie. Base Legal: Ato Declaratório Executivo CORAT nº 16/2001 (UC: 21/09/15). 4) Conversão de moeda estrangeira: A conversão de moeda estrangeira para dólares dos EUA será feita pelo valor fixado pela autoridade monetária do País emissor da moeda, para a data do pagamento, na aquisição, e para a data do recebimento, na alienação, liquidação ou resgate. Base Legal: Art. 10 da IN SRF nº 118/2000 (UC: 21/09/15). 5) Declaração de Ajuste: Os saldos dos depósitos em moeda estrangeira, mantidos em instituições financeiras no exterior, deverão ser informados na declaração de bens e direitos, convertidos em Reais pela cotação fixada, para compra, pelo Bacen, para 31 de dezembro de cada ano-calendário. É isento o acréscimo patrimonial decorrente da variação cambial ocorrida durante o ano-calendário. A diferença entre o ganho de capital apurado e o imposto pago no ano-calendário será informada na DAA como rendimento sujeito à tributação exclusiva. O estoque de moeda estrangeira mantida em espécie a ser informado na declaração de bens e direitos será o resultado da multiplicação da quantidade de moeda existente em 31 de dezembro de cada ano-calendário pelo custo médio ponderado. Base Legal: Arts. 11 a 13 da IN SRF nº 118/2000 (UC: 21/09/15). Copyright - Tax Contabilidade - Todos os direitos reservados. Página 5 de 6

6) Não incidência e isenção: Não incide o Imposto de Renda sobre: a. o ganho de capital auferido na alienação de bens localizados no exterior ou representativos de direitos no exterior, e na liquidação ou resgate de aplicações financeiras, adquiridos, a qualquer título, pela pessoa física, na condição de não-residente; b. a variação cambial decorrente das alienações de bens e direitos adquiridos e aplicações financeiras realizadas com rendimentos auferidos originariamente em moeda estrangeira; c. o ganho de capital auferido na alienação de moeda estrangeira mantida em espécie, cujo total de alienações, no ano-calendário, seja igual ou inferior ao equivalente a U$ 5.000,00 (cinco mil dólares) dos EUA. Para efeito da apuração do limite de que trata a letra "c", a conversão para dólares dos EUA será feita na data de cada alienação. Na determinação do ganho de capital sujeito à incidência do imposto, há isenção dos ganhos de capital decorrentes de operações de valor igual ou inferior a R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais) e, no caso de operações financeiras, será considerada em relação ao total das liquidações ou resgates realizados no mês. Notas Tax Contabilidade: (9) A isenção não se aplica à alienação de moeda estrangeira mantida em espécie. (10) No caso de alienação de ações negociadas no mercado de balcão, o limite de isenção é de R$ 20.000,00. Base Legal: Art. 22 da Lei nº 9.250/1995 (UC: 21/09/15); Arts. 14 e 18 da IN SRF nº 118/2000 (UC: 21/09/15) e; Art. 10, VI, VII e VIII e 4º da IN RFB nº 1.500/2014 (UC: 21/09/15). 7) Tratados e convenções internacionais: O Imposto de Renda pago em País com o qual o Brasil tenha firmado acordos, tratados ou convenções internacionais, prevendo a compensação, ou naquele em que haja reciprocidade de tratamento, poderá ser considerado como redução do imposto devido no País, desde que não seja compensado ou restituído no Exterior. Base Legal: Questão 127 do Perguntão IRPF/2015 (UC: 21/09/15). Informações Adicionais: Este material foi escrito em 19/09/2015 pela Equipe Técnica da Tax Contabilidade, sendo que o mesmo foi atualizado em 08/10/2015, conforme legislação vigente nesta mesma data. Todos os direitos reservados. Copyright - Tax Contabilidade - Todos os direitos reservados. Página 6 de 6