PROPOSTAS DE ALTERAÇÃO DO ANEXO DO DECRETO 8.468/1976 SOBRE O RECEBIMENTO DE EFLUENTES NÃO-DOMÉSTICOS EM SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS



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Transcrição:

PROPOSTAS DE ALTERAÇÃO DO ANEXO DO DECRETO 8.468/1976 SOBRE O RECEBIMENTO DE EFLUENTES NÃO-DOMÉSTICOS EM SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS Este documento apresenta o resultado dos estudos e discussões realizados no âmbito da Câmara Ambiental do Setor de Saneamento, propondo a alteração dos Artigos 19 e 19-A do Decreto 8.468/76 em face da necessidade de atualização dos limites de lançamento em função da evolução dos processos de tratamento e pré-tratamento de esgotos havidos no período (1976-2011) e da legislação ambiental, como a Resolução CONAMA 430/2011. São Paulo Março/2013 1/13

Composição do Grupo de Trabalho de Recebimento de Efluentes Não Domésticos no : Adriano Roberto Mendonça - ABCON Amanda Juliana Ricardo - ABCON Ana Cláudia Trefft - ABCON Eduardo Mazzolenis CETESB Flávio Silva Machado AESBE Jorge Rocco CIESP José Augusto Aguiar CSJ José Eduardo Gobbi FIESP Ana Cláudia Trefft ABCON (Coordenação de 20/10/10 a 04/10/2011) José Gilberto R. C. Junior - ABCON José Gilberto R. C. Júnior ABCON (Coordenação de 04/10/11 a 14/12/2011) Lineu José Bassoi CETESB Miriam Moreira Bocchiglieri - AESBE Mona Lisie Pavan Ribeiro - ABCON Nurian T. Feliciano OPERSAN Patrícia Nasraui - ABES Rosângela Abdala Hanna ARSESP Tatiana Bigardi OPERSAN Vera Lúcia Nogueira ASSEMAE CÂMARA AMBIENTAL DO SETOR DE SANEAMENTO Secretário Executivo: Engº Eduardo Mazzolenis de Oliveira - CETESB Presidente: Engº Dante Ragazzi Neto ABES/SP 2/13

PROPOSTAS DE ALTERAÇÃO DO ANEXO DO DECRETO 8.468/1976 SOBRE O RECEBIMENTO DE EFLUENTES NÃO-DOMÉSTICOS EM SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS 1- Objetivos do Trabalho Discutir o recebimento de efluentes não domésticos na rede coletora de esgoto ou por meio de veículos (caminhões) para tratamento nas Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs). Propor soluções conjuntas envolvendo CETESB e operadoras do sistema. Propor adequações a legislação em vigor sobre o tema. 2- Período de Trabalho O GT realizou 14 reuniões durante até setembro de 2012. A reunião Plenária de 13 de dezembro de 2012 ratificou a decisão da Plenária de 27 de dezembro de 2011 (quando a minuta havia sido aprovada) e as justificativas das entidades para os artigos que não atingiram consenso e deliberou que a minuta ora apresentada seja encaminhada para apreciação e providências que a Diretoria da CETESB julgar necessárias. HISTÓRICO E JUSTIFICATIVAS Os operadores de saneamento solicitaram promover a discussão para revisar o Artigo 19-A do Anexo do Decreto 8468/76, especialmente no que se refere aos limites atuais dos parâmetros, à necessidade de inclusão de novos parâmetros e avaliações complementares (como os testes de ecotoxicidade), considerando a demanda crescente pelo recebimento de efluentes de limpa-fossas e caixas de gordura em rede pública ou o recebimento diretamente nas Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs), sem utilizar o sistema de coleta e interceptação e ainda muitas vezes diretamente na fase sólida (disgestores). A justificativa geral foi a necessidade de atualização dos limites de lançamento em função da evolução dos processos de tratamento e pré-tratamento de esgotos havidos no período (1976-2011) e da legislação ambiental, como a Resolução CONAMA 430/2011. As justificativas específicas para a alteração de cada artigo estão citadas ao longo do texto a seguir, sendo em azul as alterações consensuais e em lilás as não consensuais. Seguem ainda, os resultados da discussão sobre a alteração do Artigo 19 do citado Decreto, por solicitação do GT-END e da Plenária.. 3/13

TEXTO ATUAL Art.19 - Onde houver sistema público de esgotos, em condições de atendimento, os efluentes de qualquer fonte poluidora deverão ser nele lançado. 1º - Caso haja impossibilidade técnica de ligação ao sistema público, o responsável pela fonte de poluição deverá comprová-la perante a CETESB, mediante a apresentação de atestado nesse sentido, expedido pela entidade responsável pela operação do sistema, não se constituindo esse atestado condição definitiva para a não ligação da fonte ao referido sistema. 2º - Quando o sistema público de esgotos estiver em vias de ser disponível, a CETESB poderá estabelecer condições transitórias de lançamento em corpos de água, levando em consideração os planos e cronogramas aprovados pelo Governo Federal ou Estadual, eventualmente existentes. 3º - Evidenciada a impossibilidade técnica do lançamento em sistema público de esgotos, os efluentes poderão, a critério da CETESB, ser lançados transitoriamente em corpos de águas, obedecidas às condições estabelecidas neste Regulamento. 4º - A partir do momento em que o local onde estiver situada a fonte de poluição for provido de sistema público de coleta de esgotos, e houver possibilidade técnica de ligação a ele, o responsável pela fonte deverá providenciar o encaminhamento dos despejos líquidos à rede coletora. TEXTO COM ALTERAÇÕES PROPOSTAS Proposta da CIESP/FIESP: Art.19 - Onde houver sistema público de coleta e tratamento de esgotos domésticos e industriais devidamente licenciado, atendendo os padrões legais de lançamento e qualidade do corpo receptor, os efluentes de qualquer fonte poluidora deverão ser nele lançados. 2º - Quando o sistema público de esgotos estiver em vias de ser disponível, a CETESB poderá estabelecer condições transitórias de lançamento em corpos de água, levando em consideração os planos e cronogramas aprovados pelo Governo Federal ou Estadual, eventualmente existentes. 3º - Evidenciada a impossibilidade técnica do lançamento em sistema público de esgotos, os efluentes poderão, a critério da CETESB, ser lançados transitoriamente em corpos de águas, obedecidas às condições estabelecidas neste Regulamento. 4º - A partir do momento em que o local onde estiver situada uma fonte de poluição que esteja legalmente licenciada for provido do sistema referido no caput, a critério da CETESB, os efluentes tratados poderão ser lançados no corpo receptor, desde que atendidos os padrões de lançamento. PROPOSTA SEM CONSENSO Justificativas na página seguinte 4/13

SEM CONSENSO - JUSTIFICATIVAS A FAVOR DA ALTERAÇÃO: FIESP/CIESP: Aspectos legais e técnicos: A complementação do texto do caput do art. 19 do Decreto 8468/76, justifica-se no sentido de dar a necessária segurança jurídica frente a evolução jurídica e técnica estabelecida após a promulgação da CF-88 e da CP-89; as quais fomentou a promulgação das Leis de Recursos Hídricos nº 9433/1997 no âmbito federal e a Lei nº 7663/1991 no âmbito estadual, assim como, a promulgação da Lei Federal 9605/1998 conhecida por Lei de Crimes Ambientais e a Lei Federal 11445/2007 e o regulamento Decreto 7217/2010, para o setor de saneamento. Neste caso, destaca no Decreto Federal nº 7217/2010, que regulamentou a Lei nº 11.445/2007, o qual deixa de forma bem explícita que a mesma se aplica apenas e tão somente aos serviços de esgotos de origem sanitária, destaque aos termos do 1º no art. 9º, que os efluentes de origem industrial poderão ser considerados como esgotos sanitários, desde que tenham características semelhantes às dos esgotos domésticos. Assim, a atual obrigatoriedade imposta pelo Estado a um particular de lançar seus efluentes ainda que tratados previamente, não pode nem deve prescindir da plena segurança que os sistemas públicos de coleta e tratamento, onde serão lançados estes efluentes estejam devidamente licenciados e atendendo ambos os padrões de lançamento e da qualidade do corpo receptor. Nos casos, nas quais as concessionárias não operem seus sistemas de coleta e tratamento adequadamente e/ou lancem seus efluentes em desacordo com a legislação ambiental em vigor, ou até mesmo in natura, as empresas poderão todas, serem responsabilizadas por crime ambiental. Desta forma, a proposta contempla tão somente uma complementação do caput a evolução técnica e jurídica das obrigações para o órgão ambiental, os geradores, e as concessionárias dos sistemas públicos. No caso da alteração do texto do Parágrafo 4º, fica mais evidente o problema relatado anteriormente, onde explicita apenas a existência de rede de coleta, sem referência ao devido tratamento. Sendo assim, a complementação proposta justifica-se pelos seguintes aspectos: a) Manter a obrigatoriedade a todos os usuários, domésticos, comércio e indústria, de se conectarem ao sistema público nos termos do caput; b) Prever uma possibilidade para que apenas as fontes poluidoras sujeitas ao licenciamento ambiental, desde que já estejam operando e legalmente licenciadas e, portanto, outorgadas, ou seja, aquelas que estejam em seu pleno direito de uso dos recursos hídricos para lançarem seus efluentes, com uma autorização expedida pelo poder público federal ou estadual, o que pressupõe ainda terem seus respectivos sistemas de tratamento de efluentes atendendo aos padrões de lançamento estabelecidos pelo art. 18, possam a critério da CETESB, continuar lançando seus efluentes em corpos de água, desde que atendidos os padrões de qualidade da classe do corpo receptor. CONTRA A ALTERAÇÃO (A FAVOR DA MANUTENÇÃO DO TEXTO ATUAL): AESB/ABES: Aspectos técnicos e operacionais: 1. - A implantação do sistema público de esgotos SPE implicou em investimentos públicos e obras, nos quais foi considerado o recebimento da parcela de ENDs; A não obrigatoriedade de lançamento na rede coletora de esgotos pode comprometer a garantia da sustentabilidade dos serviços, pois a infra-estrutura disponibilizada poderá permanecer ociosa, com reflexos na operação e manutenção dos sistemas. 2. - Instalações de menor porte podem elevar a taxa de não conformidade, pois estão suscetíveis a sofrer pelas variações de vazão e carga de poluentes. O SPE minimiza cargas de choque pela equalização no curso da rede e pela capacidade de suporte do próprio sistema de tratamento de esgotos sanitários. 3. - Operar ETEs não é a finalidade principal das indústrias, que em muitos casos terceirizam o serviço, ficando sujeitas principalmente aos critérios de mercado, em detrimento das questões de ordem técnica. 4. - Experiência em recebimento de END: Indústrias geralmente trabalham por batelada, com controle manual e baixa automatização. Há grande incidência de descartes clandestinos na rede pública. Lançamento direto em corpos d água implica em risco de episódios freqüentes de lançamentos desconformes, ainda mais difíceis de serem identificados. 5/13

Aspectos ambientais: 1. - Efluentes industriais podem apresentar elevada toxicidade, com oscilações de concentração, podendo conter POPs, metais pesados e outras substâncias não reguladas pelo Art. 19-A, que podem se acumular no meio bentônico por sedimentação. O lançamento na rede coletora propicia que tais compostos possa ser tratados nas ETEs. 2. - Maior número de fontes geradoras de efluentes representa um maior número de pontos a serem monitorados. 3. - Maior número de ETEs isoladas aumentará o fluxo de caminhões para transporte de produtos químicos e lodos, com maior risco de acidentes com cargas perigosas e impactos em regiões metropolitanas devido aos problemas de tráfego. 4. - Impacto na vida aquática com o aumento de número de lançamentos, pelas interferências entre as zonas de mistura, alterando-se as condições de diluição previstas. Aspectos legais que contemplam a obrigatoriedade: 1. Lei 11445 de 05/01/07, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico: Art. 45.... toda edificação permanente urbana será conectada às redes públicas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário disponíveis e sujeita ao pagamento das tarifas e de outros preços públicos decorrentes da conexão e do uso desses serviços. 2. Decreto nº 7.217, de 21/06/10, regulamenta a lei no 11.445/07: Art. 11. Excetuados os casos previstos nas normas do titular, da entidade de regulação e de meio ambiente, toda edificação permanente urbana será conectada à rede pública de esgotamento sanitário disponível. 3. Lei municipal São Paulo - nº 13.369, de 03/06/02, que dispõe sobre a obrigatoriedade, para todas as edificações, da ligação da canalização do esgoto à rede coletora pública: Art. 1º - É obrigatória para todas as edificações existentes a ligação da canalização do esgoto à rede coletora pública nos logradouros providos desta rede. 4. Decreto municipal São Paulo - nº 42.565, de 31/10/02 regulamenta a lei nº 13.369/02: Art. 1º - É obrigatória, para todas as edificações existentes, a ligação da canalização de esgoto à rede coletora pública ABCON: tal flexibilização sugerida pode trazer dificuldades no monitoramento pois significa um aumento potencial nos pontos de lançamento em corpos d água que podem impactar captações de água à jusante. É desejáveis que os lançamentos sejam enviados à rede coletora e centralizados em unidades de tratamento permitindo um acompanhamento periódico por parte das Operadoras do Sistema. O texto do decreto atual se mostra adequado, pois permite a Operadora atestar inviabilidade técnica para incrementos em seu sistema de tratamento o que pode preservá-lo evitando-se sobrecarga e ao mesmo tempo permite ao empreendedor solução alternativa durante o período de inviabilidade. OPERSAN/CSJ: Além das colocações da ABCON, a OPERSAN/CSJ acrescenta que a obrigatoriedade de lançamento na rede coletora incentiva a minimização de desperdícios dentro dos processos produtivos e a prática de reuso de água. POSIÇÃO DA CETESB 1) É contraria à alteração do caput tal como proposto, pois suprimiu-se o termo mais geral da legislação sistemas públicos de esgotos (que implica despejos líquidos residenciais, comerciais, águas de infiltração, parcela de efluentes industriais e não-domésticos), e a parcela de afastamento dos esgotos e também suprimiu-se a expressão condições de atendimento (relacionada à necessidade de capacidade e tipo adequados dos sistemas); 2) É contrária à alteração do texto do parágrafo 4º quando este não considera o atendimento ao padrão de qualidade do corpo receptor; 3) É favor de que os sistemas de tratamento individuais possam ser eventualmente autorizados, a critério da CETESB, se forem ambientalmente mais favoráveis do que a ligação ao sistema público, bem como preexistentes à sua implantação, e desde que, para o devido controle de sua eficácia, o empreendimento tenha sistema de gestão e auditoria ambientais devidamente aprovados. Tal posicionamento está baseado: Na legislação ambiental em vigor e no princípio da precaução; No Decreto nº 7.217 de 21/06/10 (regulamenta a lei nº 11.445/07), que no artigo 11, estabelece que as normas do titular, da entidade de regulação e de meio ambiente definirão casos em que as edificações permanentes urbanas não estejam conectadas à rede pública de esgotamento sanitário disponível. 6/13

Art. 19-A - Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados em sistema de esgotos, provido de tratamento com capacidade e de tipo adequados, conforme previsto no 4 deste artigo se obedecerem às seguintes condições: I - ph entre 6,0 (seis inteiros) e 10,0 (dez inteiros); II - temperatura inferior a 40º C (quarenta graus Celsius); III - materiais sedimentáveis até 20 ml/l (vinte mililitros por litro) em teste de 1 (uma) hora em "cone Imhoff"; IV - ausência de óleo e graxas visíveis e concentração máxima de 150 mg/l (cento e cinqüenta miligramas por litro) de substâncias solúveis em hexano; V - ausência de solventes gasolina, óleos leves e substâncias explosivas ou inflamáveis em geral; VI - ausência de despejos que causem ou possam causar obstrução das canalizações ou qualquer interferência na operação do sistema de esgotos; Art. 19-A - Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados em sistema de esgotos, provido de tratamento com capacidade e de tipo adequados, conforme definido no 4 deste artigo se obedecerem às seguintes condições: I - ph entre 6,0 (seis inteiros) e 10,0 (dez inteiros); II - temperatura inferior a 40º C (quarenta graus Celsius); III - materiais sedimentáveis até 20 ml/l (vinte mililitros por litro) em teste de 1 (uma) hora em "cone Imhoff"; IV - ausência de óleo e graxas visíveis e concentração máxima de 150 mg/l (cento e cinqüenta miligramas por litro) de substâncias solúveis em hexano; V - ausência de solventes, gasolina, óleos leves, substâncias explosivas ou inflamáveis em geral e, para as substâncias listadas na tabela a seguir, serão admitidas as seguintes concentrações máximas: Parâmetros orgânicos valores máximos Benzeno 1,2 mg/l Tolueno 1,2 mg/l Estireno 0,07 mg/l Xileno 1,6 mg/l Etilbenzeno 0,84 mg/l JUSTIFICATIVA Limites para solventes: a redação atual pode impedir o recebimento de qualquer efluente pois não há ausência completa destes elementos. Os limites propostos são os mesmos do Conama 430. Não há justificativa técnica para adoção de valores diferentes. Os limites de lançamento passariam a ser os de recebimento. 7/13

TEXTO ATUAL VII - ausência de qualquer substância em concentrações potencialmente tóxicas a processos biológicos de tratamento de esgotos; VIII - concentrações máximas dos seguintes elementos, conjuntos de elementos ou substâncias: a) arsênico, cádmio, chumbo, cobre, cromo hexavalente, mercúrio, prata e selênio -1,5 mg/l (um e meio miligrama por litro) de cada elemento sujeitas à restrição da alínea e deste inciso; b) cromo total e zinco 5,0 mg/l (cinco miligramas por litro) de cada elemento, sujeitas ainda à restrição da alínea e deste inciso; c) estanho - 4,0 mg/l (quatro miligramas por litro) sujeita ainda à restrição da alínea e deste inciso; d) níquel - 2,0 mg/l (dois miligramas por litro), sujeita ainda à restrição da alínea e deste inciso; e) todos os elementos constantes das alíneas "a" a "d" deste inciso, excetuando o cromo hexavalente - total de 5,0 mg/l (cinco miligramas por litro); f) - cianeto - 0,2 mg/l (dois décimos de miligrama por litro); g) - fenol -5,0 mg/l (cinco miligramas por litro); h) - ferro solúvel - (Fe 2+ ) -15,0 mg/l (quinze miligramas por litro); i) - fluoreto -10,0 mg/l (dez miligramas por litro); j) - sulfeto -1,0 mg/l (um miligrama por litro); I) - sulfato -1000 mg/l (mil miligramas por litro). TEXTO COM ALTERAÇÕES PROPOSTAS VII - ausência de qualquer substância em concentrações potencialmente tóxicas a processos biológicos de tratamento de esgotos. A entidade responsável pela operação do sistema de esgotos poderá, a seu critério, realizar ou solicitar avaliação da toxicidade do efluente, estabelecendo condições específicas para o seu recebimento em função dos resultados obtidos nas avaliações. JUSTIFICATIVA: citar a possibilidade da análise de toxicidade conforme critérios técnicos. Não há teste padronizado aplicado a todos os casos, por isso não é especificado qual teste a fazer deixando a cargo da operadora definir o mais adequado. VIII - concentrações máximas dos seguintes elementos, conjuntos de elementos ou substâncias: a) arsênio total, cádmio total, chumbo total, cobre total, cromo hexavalente, mercúrio total, prata total e selênio total-1,5 mg/l (um e meio miligrama por litro) de cada elemento sujeitas à restrição da alínea e deste inciso b) cromo total e zinco total 5,0 mg/l (cinco miligramas por litro) de cada elemento, sujeitas ainda à restrição da alínea e deste inciso; c) estanho total - 4,0 mg/l (quatro miligramas por litro) sujeita ainda à restrição da alínea e deste inciso; d) níquel total- 2,0 mg/l (dois miligramas por litro), sujeita ainda à restrição da alínea e deste inciso;. e) todos os elementos constantes das alíneas "a" a "d" deste inciso, excetuando o cromo hexavalente - total de 5,0 mg/l (cinco miligramas por litro); Propostas sem consenso Justificativas na página a seguir f) cianeto total - 0,2 mg/l (dois décimos de miligrama por litro); g)fenóis totais-5,0 mg/l (cinco miligramas por litro); h)ferro solúvel - (Fe 2+ ) -15,0 mg/l (quinze miligramas por litro); i) fluoreto total -10,0 mg/l (dez miligramas por litro); j) sulfeto -1,0 mg/l (um miligrama por litro); l) sulfato -1000 mg/l(mil miligramas por litro). JUSTIFICATIVA - Demais alíneas Proposta de manutenção de todos os limites e parâmetros apenas com o ajuste de terminologia com inclusão das palavras total/totais quando pertinente. Substituição de mg/l para mg/l. Objetivo: melhorar o entendimento. 8/13

SEM CONSENSO (apenas sobre a alínea e) JUSTIFICATIVAS CETESB: Entende que a alínea e deve ser mantida, pois não há justificativa técnica para sua retirada; O 1º deste artigo já estabelece que desde que não seja afetado o bom funcionamento dos elementos do sistema de esgotos, a entidade responsável pela sua operação poderá, em casos específicos, admitir a alteração dos valores fixados nos incisos IV e VIII, devendo comunicar tal fato à CETESB; A legislação Mineira estabelece uma linha de corte maior para a somatória, mas como os valores individuais para as substâncias listadas são muito maiores que a legislação paulista, o resultado final acaba sendo o mesmo, senão até mais restritivo. OPERSAN/CSJ entende que como não há argumentos técnicos suficientes, fica incapaz de posicionamento. Demais entidades entendem que deve ser retirada, pois não há justificativa técnica para sua manutenção. Alguns efluentes podem ter todos os parâmetros atendidos mas exceder o limite imposto pela alínea e. AESBE/ABES: Aspectos técnico/operacionais: Não permitir a flexibilização para os metais poderá inviabilizar o recebimento dos efluentes de vários geradores que utilizam os serviços de recebimentode efluentes por caminhão, pois os mesmos passarão a apresentar uma condição de ilegalidade. Essa restrição irá potencializar o recebimento por prestadores privados de serviços de pré-tratamento de efluentes, uma vez que esse serviço ainda não está disponibilizado pelo serviço público de esgotos. O recebimento de efluentes não domésticos para tratamento em conjunto com os esgotos sanitários exige controle pela operadora. É preciso levar em consideração que as ETEs precisam operar seus sistemas com a eficiência requerida. Há limites de qualidade estabelecidos para o lodo e os efluentes gerados pelas ETEs, e o não atendimento a esses requisitos de qualidade implica em multas e autuações pela Cetesb, além de intervenções oriundas do Ministério Público e ARSESP. Para atender esses requisitos é necessário proteger os sistemas de tratamento biológico e controlar o recebimento de efluentes. Vale mencionar que as estações de tratamento de esgotos da RMSP que concentram os maiores volumes de recebimento de efluentes por caminhão do Estado possuem procedimentos organizacionais para essa prática, que contemplam aspectos técnicos, operacionais, legais, ambientais, comerciais e de segurança do trabalho. Restringir o recebimento não garante a proteção aos sistemas de tratamento. A adoção de procedimentos e critérios constitui uma ação preventiva. A abertura legal para a flexibilização do recebimento de metais possibilita a adoção de limites locais específicos para cada planta de tratamento, que é prática reconhecida pela comunidade científica internacional. Os valores são estabelecidos por meio de modelos matemáticos ou balanço de massa, adotando-se os limites de inibição aos processos biológicos, encontrados na literatura especializada e os limites legais em função da destinação dos lodos e efluentes gerados. Com base nesses limites e a partir dos dados operacionais observados em cada estação é possível estabelecer a carga máxima admissível no afluente da estação para metais e outros parâmetros. Cabe ressaltar que as estações de tratamento de esgotos da RMSP adotam essa metodologia. 1. A proposta da AESBE/ABES corresponde à prática adotada atualmente, na quala Cetesb é comunicada, tanto em relação ao local de lançamento, quanto em relação aos parâmetros flexibilizados. Uma autorização implicará apenas em mais burocracia, lembrando que os descartes por caminhão, muitas vezes, são feitos em caráter de urgência (fossas e caixas de gordura transbordando ). 2. A Cetesb alega que o recebimento de metais acima dos limites propostos no Artigo 19 A poderá produzir efeito sinérgico desconhecido, podendo afetar os sistemas de tratamento. Vale lembrar que a flexibilização desses limites está vigente desde 1976, e não se tem registro de ocorrências desta natureza. Não há comprovação em relação a esse potencial efeito sinérgico maléfico e portanto, não há argumentação técnica para manter a restrição para os metais e até mesmo para restringir ainda mais o recebimento. OS EFEITOS DE SINERGISMO, ANTAGONISMO OU ADIÇÃO ENTRE ELES SÃO DESCONHECIDOS. O que a experiência em escala real mostra é a ausência de ocorrências dessa natureza. Aspectos legais: 1. O Estado de Minas Gerais adota limite de somatório de metais, porém, o valor máximo permitido é de 20 mg/l, bem superior aos 5mg/L do Artigo 19-A (Resolução ARSAE-MG015/12 e Decreto Municipal de Uberlândia nº 13.481/12). 2. Não foi encontrada restrição de somatória de metais em nenhum outro documento legal nacional ou internacional. 9/13

TEXTO ATUAL IX - regime de lançamento contínuo de 24 (vinte e quatro) horas por dia, com vazão máxima de até 1,5 (uma vez e meia) a vazão diária; X - ausência de águas pluviais em qualquer quantidade: 1º - desde que não seja afetado o bom funcionamento dos elementos do sistema de esgotos, a entidade responsável pela sua operação poderá, em casos específicos, admitir a alteração dos valores fixados nos incisos IV e VIII, deste artigo, devendo comunicar tal fato à CETESB. 2º - Se a concentração de qualquer elemento ou substância puder atingir valores prejudiciais ao bom funcionamento do sistema, à entidade responsável por sua operação será facultado, em casos específicos, reduzir os limites fixados nos incisos IV e VIII deste artigo, bem como estabelecer concentrações máximas de outras substâncias potencialmente prejudiciais, devendo comunicar tal fato à CETESB. 3º - Se o lançamento dos efluentes se der em sistema público de esgotos, desprovido de tratamento com capacidade e de tipos adequados, serão aplicáveis os padrões de emissão previstos no artigo 18 e nos incisos V, VI, VIII, alíneas "j" e "l" e X, deste artigo, e, ainda, nas normas decorrentes deste Regulamento. 4º - Para efeito de aplicação do disposto neste artigo, considera-se o sistema público de esgotos provido de tratamento com capacidade de tipos adequados quando, a critério da CETESB, tal tratamento atender às finalidades pretendidas, ou existir plano e cronograma de obras já aprovados pelo Governo Federal ou Estadual. TEXTO COM ALTERAÇÕES PROPOSTAS IX - Desde que não seja afetado o bom funcionamento das unidades do sistema de tratamento de esgotos, a operadora poderá, em casos específicos, fixar critérios diferenciados de lançamento. JUSTIFICATIVA: Permitir às operadoras flexibilizar horários e vazões de lançamento preservando as redes coletoras e estações de tratamento contra choques provocados por lançamento em bateladas sem prévio aviso. Permite aos geradores de efluentes uma adaptação de seu processo produtivo e de tratamento para trabalhar em batelada desde que em comum acordo com a operadora. X - ausência de águas pluviais em qualquer quantidade: 1º - desde que não seja afetado o bom funcionamento dos elementos do sistema de esgotos, a entidade responsável pela sua operação poderá, em casos específicos, admitir a alteração dos valores fixados nos incisos III, IV e VIII deste artigo, devendo comunicar tal fato à CETESB. JUSTIFICATIVA: : flexibilizar também o parâmetro Sólidos Sedimentáveis, pois algumas redes de coleta estão sujeitas a entupimentos mesmo com menores contribuições de sólidos e outras podem receber valores maiores. 2º - Se a concentração de qualquer elemento ou substância puder atingir valores prejudiciais ao bom funcionamento do sistema, à entidade responsável por sua operação será facultado, em casos específicos, reduzir os limites fixados nos incisos IV e VIII deste artigo, bem como estabelecer concentrações máximas de substâncias potencialmente prejudiciais, listadas ou não neste artigo, devendo comunicar tal fato à CETESB. JUSTIFICATIVA: alteração no texto inclusão da frase listadas ou não neste artigo para melhorar o entendimento. 3º - Se o lançamento dos efluentes se der em sistema público de esgotos, desprovido de tratamento com capacidade e de tipos adequados, serão aplicáveis os padrões de emissão previstos no artigo 18 e nos incisos V, VI, VIII, alíneas "j" e "l" e X, deste artigo, e, ainda, nas normas decorrentes deste Regulamento. 4º - Para efeito de aplicação do disposto neste artigo, considera-se o sistema público de esgotos provido de tratamento com capacidadede tipo adequados quando, a critério da CETESB, tal tratamento atender às finalidades pretendidas, ou existir plano e cronograma de obras já aprovados pelo Governo Federal ou Estadual. 10/13

TEXTO ATUAL TEXTO COM ALTERAÇÕES PROPOSTAS Não contempla NOVO ITEM: RECEBIMENTO DE EFLUENTES LÍQUIDOS VIA CAMINHÕES OU OUTROS VEÍCULOS 5º - Os locais de recebimento de efluentes líquidos no sistema público de esgoto por meio de caminhões ou outros veículos, desde que estes sistemas sejam providos de tratamento conforme definido no parágrafo 4º deste artigo, serão definidos pela operadora com prévia autorização do órgão ambiental. JUSTIFICATIVA: pontos de recebimento serão escolhidos pela Operadora com autorização do Órgão Ambiental. a) Os limites para o lançamento por caminhões ou outros veículos na rede coletora são aqueles estabelecidos neste artigo. b) A Entidade responsável pela operação do sistema de esgotamento sanitário poderá admitir a alteração dos valores fixados nos Inciso I, II, III, IV e VIII, alíneas g e l, para os efluentes recebidos por caminhões ou outros veículos diretamente na Estação de Tratamento de Esgotos, desde que não seja afetado o bom funcionamento das suas unidades e seja aceito com as devidas justificativas pelo órgão ambiental. CONSENSO - Flexibilização de parâmetros: ph, Temperatura, Sólidos Sedimentáveis e Óleos e Graxas (incisos I,II, III e IV). JUSTIFICATIVA: Certos processos de tratamento permitem que alguns parâmetros de recebimento tenham seus limites alterados, devidamente justificados. Além disso, alguns parâmetros de proteção à rede coletora, por exemplo ph (inciso I), tornam-se desnecessários quando efluentes são recebidos via caminhão SEM CONSENSO Flexibilização total inciso VIII (metais) Vide página seguinte com as justificativas. 11/13

SEM CONSENSO (apenas sobre a alínea b referente à flexibilização do Inciso VIII (metais) JUSTIFICATIVAS A FAVOR DA FLEXIBILIZAÇÃO TOTAL AESBE/ABES: Aspectos técnico/operacionais: 3. Não permitir a flexibilização para os metais poderá inviabilizar o recebimento dos efluentes de vários geradores que utilizam os serviços de recebimento de efluentes por caminhão, pois os mesmos passarão a apresentar uma condição de ilegalidade. Essa restrição irá potencializar o recebimento por prestadores privados de serviços de pré-tratamento de efluentes, uma vez que esse serviço ainda não está disponibilizado pelo serviço público de esgotos. 4. O recebimento de efluentes não domésticos para tratamento em conjunto com os esgotos sanitários exige controle pela operadora. É preciso levar em consideração que as ETEs precisam operar seus sistemas com a eficiência requerida. Há limites de qualidade estabelecidos para o lodo e os efluentes gerados pelas ETEs, e o não atendimento a esses requisitos de qualidade implica em multas e autuações pela Cetesb, além de intervenções oriundas do Ministério Público e ARSESP. Para atender esses requisitos é necessário proteger os sistemas de tratamento biológico e controlar o recebimento de efluentes. Vale mencionar que as estações de tratamento de esgotos da RMSP que concentram os maiores volumes de recebimento de efluentes por caminhão do Estado possuem procedimentos organizacionais para essa prática, que contemplam aspectos técnicos, operacionais, legais, ambientais, comerciais e de segurança do trabalho. Restringir o recebimento não garante a proteção aos sistemas de tratamento. A adoção de procedimentos e critérios constitui uma ação preventiva. 5. A abertura legal para a flexibilização do recebimento de metais possibilita a adoção de limites locais específicos para cada planta de tratamento, que é prática reconhecida pela comunidade científica internacional. Os valores são estabelecidos por meio de modelos matemáticos ou balanço de massa, adotando-se os limites de inibição aos processos biológicos, encontrados na literatura especializada e os limites legais em função da destinação dos lodos e efluentes gerados. Com base nesses limites e a partir dos dados operacionais observados em cada estação é possível estabelecer a carga máxima admissível no afluente da estação para metais e outros parâmetros. Cabe ressaltar que as estações de tratamento de esgotos da RMSP adotam essa metodologia. 6. A proposta da AESBE/ABES corresponde à prática adotada atualmente, na qual a Cetesb é comunicada, tanto em relação ao local de lançamento, quanto em relação aos parâmetros flexibilizados. Uma autorização implicará apenas em mais burocracia, lembrando que os descartes por caminhão, muitas vezes, são feitos em caráter de urgência (fossas e caixas de gordura transbordando ). 7. A Cetesb alega que o recebimento de metais acima dos limites propostos no Artigo 19 A poderá produzir efeito sinérgico desconhecido, podendo afetar os sistemas de tratamento. Vale lembrar que a flexibilização desses limites está vigente desde 1976, e não se tem registro de ocorrências desta natureza. Não há comprovação em relação a esse potencial efeito sinérgico maléfico e portanto, não há argumentação técnica para manter a restrição para os metais e até mesmo para restringir ainda mais o recebimento. OS EFEITOS DE SINERGISMO, ANTAGONISMO OU ADIÇÃO ENTRE ELES SÃO DESCONHECIDOS. O que a experiência em escala real mostra é a ausência de ocorrências dessa natureza. Aspectos legais: 3. O Estado de Minas Gerais adota limite de somatório de metais, porém, o valor máximo permitido é de 20 mg/l, bem superior aos 5mg/L do Artigo 19-A (Resolução ARSAE-MG015/12 e Decreto Municipal de Uberlândia nº 13.481/12). CONTRA A FLEXIBILIZAÇÃO TOTAL Demais entidades: Propõe flexibilização apenas das alíneas g e l fenóis totais e sulfato respectivamente. O objetivo é evitar a diluição de poluentes no efluente de saída das ETEs e o seu acúmulo no lodo. Grandes quantidades de poluentes podem ser concentradas através da soma de pequenos descartes. Sulfato e fenóis podem ser tratados em alguns processos por isso a possibilidade de flexibilização. Comentário adicional: OPERSAN/CSJ: O processo de tratamento biológico não trata metais. Dessa forma não é correto deixar flexível os limites para esses parâmetros. No processo biológico os metais podem seguir dois caminhos: solubilização no efluente tratado ou concentração no lodo. Logo, a flexibilização vai contra a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que prioriza a reciclagem dos resíduos gerados, minimizando o uso de aterro sanitários, ou gera risco de contaminação dos cursos d água com metais. Quaisquer das alternativas são prejudiciais ao meio ambiente. Comentário adicional da CETESB: A legislação Mineira estabelece uma linha de corte maior para a somatória, mas como os valores individuais para as substâncias listadas são muito maiores que a legislação paulista, o resultado final acaba sendo o mesmo, senão até mais restritivo. 12/13

TEXTO ATUAL Art. 19-D - O lançamento de efluentes em sistemas públicos de esgotos será sempre feito por gravidade e, se houver necessidade de recalque os efluentes deverão ser lançados em caixa de quebra-pressão da qual partirão por gravidade para a rede coletora. Art. 19-E - O lançamento de despejos industriais à rede pública de esgoto será provido de dispositivo de amostragem e/ou medição na forma estabelecida em normas editadas pela entidade responsável pelo sistema. Art. 19-F - Para efeito de aplicação das sanções cabíveis, as entidades responsáveis pelos sistemas públicos de esgotos comunicarão à CETESB as infrações constatadas, no tocante ao lançamento de despejos em suas respectivas redes em desconformidade com o estatuído neste Regulamento. TEXTO COM ALTERAÇÕES PROPOSTAS * Art. 19-D - O lançamento de efluentes em sistemas públicos de esgotos será sempre feito por gravidade e, se houver necessidade de recalque os efluentes deverão ser lançados em caixa de quebra-pressão da qual partirão por gravidade para a rede coletora. Art. 19-E - O lançamento de despejos industriais à rede pública de esgoto será provido de dispositivo de amostragem e/ou medição na forma estabelecida em normas editadas pela entidade responsável pelo sistema. Art. 19-F - Para efeito de aplicação das sanções cabíveis, as entidades responsáveis pelos sistemas públicos de esgotos comunicarão à CETESB as infrações constatadas, no tocante ao lançamento de despejos em suas respectivas redes em desconformidade com o estatuído neste Regulamento. *Observação: não foram propostas alterações nos artigos 19-C, 19-D, 19-E e 19-F estão transcritos para manter o texto completo. 13/13