Apresento a seguir as minhas contribuições para a Audiência Pública em epígrafe.
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- Natan Ramires Valente
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1 São Paulo, 18 de Março de 2004 Ilmo Sr. Dr Jose Mario Miranda Abdo DD. Diretor Geral da Agencia Nacional de Energia Eletrica Assunto: Contribuições para a Audiência Pública 005_2004 Apresento a seguir as minhas contribuições para a Audiência Pública em epígrafe. 1- Aspectos Básicos O fornecimento de energia elétrica à loteamentos tem gerado entre as concessionárias os mais diversos procedimentos quanto a responsabilidade pela operação e manutenção da rede elétrica, bem como a participação financeira desta no empreendimento. Um dos procedimentos adotados é quando o loteador contrata a construção da rede elétrica com a concessionária, reembolsa a concessionária no valor equivalente a diferença entre o custo da rede e o valor de sua responsabilidade conforme a Portaria DNAEE 5 de A construção da rede é efetuada a medida que os consumidores forem se instalando no loteamento. Se esse fosse o procedimento usual não haveria problemas. Mas aí começam as distorções do procedimento conforme será exposto a seguir: a) A concessionária a titulo de falta de recursos, que implicaria na demora da construção da rede elétrica do loteamento, induz o loteador a construir a rede totalmente as suas expensas, através de empreiteiras particulares. Quando da energização dessa rede, não efetua a incorporação ao patrimônio da concessionária e conseqüentemente obriga o loteador a arcar indevidamente com os custos de manutenção da rede. Tal situação perdura até que o loteamento atinge uma ocupação entre 35 a 50%, quando então a concessionária efetua a incorporação. A incorporação da rede do loteamento, pode, nesses casos, demorar alguns anos e a concessionária para efetiva-la ainda exige, na maioria dos casos que essa rede seja reformada pelos consumidores, procedimento esse que infringe totalmente a legislação vigente.
2 b) Uma variante mais grave ainda dessa situação é quando um associado ao loteador assume a responsabilidade pela construção, operação e manutenção da rede do loteamento e passa a explora-la como se fosse o dono da mesma; As conseqüências de tal procedimento são as seguintes: - A concessionária não incorpora a rede elétrica do loteamento, nem realiza a manutenção, imputando assim custos adicionais ao consumidor; - O "Dono da Rede" obriga os consumidores existentes a pagar uma taxa mensal de manutenção, bem como aos novos que solicitam a ligação, os obriga a contribuírem com parte do custo de implantação da rede elétrica do loteamento, sob pena de não autorizar a ligação da nova unidade consumidora. - Quando o consumidor recorre a concessionária e esta efetua a ligação, geralmente ocorrem conflitos com a comunidade do loteamento, que pagaram pela implantação da rede, que se sentem lesados. - Há casos porem em que a concessionária somente efetua a nova ligação, com a anuência por escrito do "Dono da Rede", fato esse que contraria a legislação vigente. - Desse modo a concessionária se exime de suas obrigações legais, ou seja, a responsabilidade pela operação e manutenção da rede do loteamento. - Mesmo que a concessionária opte pela incorporação da rede do loteamento, em muitos casos encontra uma grande resistência dos "Dono da Rede", que perderiam sua fonte de renda. Como conseqüência são abertas ações judiciais que se arrastam por longo tempo, que oneram ainda mais os consumidores. Apesar de todo embasamento legal e institucional apresentado na Nota Técnica da ANEEL, para justificar o texto da minuta de Resolução, a pratica demonstrada acima evidenciam que os procedimentos propostos estão muito longe de atender as necessidades dos consumidores, que continuariam a serem lesados. A Resolução do modo como foi proposta, não prevê procedimentos para coibir essa pratica lesiva que envolve os loteadores e "Donos de Redes", com a conivência das concessionárias. 2- Premissas Básicas da Contribuição a) A concessionária participaria parcialmente do investimento da rede de distribuição do loteamento até o limite de responsabilidade, conforme procedimento estabelecido na Portaria DNAEE nº 05/90, para os diversos tipos de fornecimento de energia elétrica(grupo B, A4, A3, A2, etc); Obs- Os valores estabelecidos na Portaria 05/90
3 para a participação da concessionária na implantação da rede do loteamento seriam objeto de revisão para torna-los mais compatíveis com a realidade atual. Justificativa: A participação da concessionária descaracterizaria a figura do "Dono da Rede" e facilitaria o processo de incorporação da rede do loteamento. Lembramos que apesar da legislação vigente do Setor Elétrico sobre o assunto, não há certeza quanto aos resultados de ações judiciais, que podem favorecer o loteador "Dono da Rede" quando este é o único responsável pelo investimento total de implantação da rede elétrica. b) As redes novas de loteamentos seriam incorporadas no ato da efetivação da conexão física(energização) com a rede da concessionária. Justificativa: A incorporação da rede do loteamento, nessa situação evitariam a imposição ao consumidor de custos não previstos na legislação vigente (de implantação da rede do loteamento, bem como os de operação e manutenção). c) As redes de loteamentos existentes seriam incorporadas no estado em que se encontram, sem nenhum ônus aos consumidores. Justificativa: A incorporação da rede do loteamento, nessa situação evitaria pratica abusiva da concessionária. A justificativa para a incorporação da rede no estado em que se encontra é de que tal procedimento deveria ter sido aplicado no ato de energização da mesma, conforme estabelecido no Decreto 98335/89. d) Estabelecer procedimento formal entre a concessionária e o Loteador, de modo que no ato de aprovação do projeto da rede elétrica do loteamento, seja formalizado o processo de incorporação da rede. Justificativa: Seria estabelecido de forma clara e objetiva, a responsabilidade pela exploração, operação e manutenção da rede do loteamento. 3- Contribuições para a Resolução Art 3º_ Alteração - Responsabilidade pelo Investimento da rede elétrica do loteamento Texto Original
4 Art. 3 A concessionária não será responsável pelos investimentos necessários para a construção das obras de infra-estrutura básica destinadas ao atendimento de energia elétrica dos lotes urbanos situados em loteamentos. Texto Alterado Art. 3 A concessionária não será responsável pela totalidade dos investimentos necessários para a construção das obras de infra-estrutura básica destinadas ao atendimento de energia elétrica dos lotes urbanos situados em loteamentos. 1º A participação financeira do Loteador na obra da rede elétrica do loteamento será constituída pela diferença, quando positiva, entre o orçamento da obra e os encargos de responsabilidade do concessionário. 2º Os encargos de responsabilidade do concessionário de serviço público de energia elétrica, de que tratam os arts. 138 e 139 do Decreto nº , de 26 de fevereiro de 1957, com a redação dada pelo Decreto nº , de 26 de outubro de 1989 são definidos na Portaria DNAEE nº 05 de 11 de Janeiro de º Com o fim de compatibilizar o prazo fixado para o atendimento com as necessidades do consumidor, poderá este, mediante prévio ajuste, aportar a totalidade dos recursos indispensáveis à realização da obra. A concessionária efetuará a restituição da parcela de sua responsabilidade conforme convencionado entre as partes. 4º A critério do concessionário, o pagamento de que trata este artigo poderá ser parcelado. Justificativa - A participação da concessionária descaracterizaria a figura do "Dono da Rede" e facilitaria o processo de incorporação da rede do loteamento. Lembramos que apesar da legislação vigente do Setor Elétrico sobre o assunto, não há certeza quanto aos resultados de ações judiciais, que podem favorecer o loteador "Dono da Rede" quando este é o único responsável pelo investimento total de implantação da rede elétrica. Art 5º - Da Incorporação Texto Original Art. 5o As obras de infra-estrutura básica construídas pelos loteadores para atendimento dos lotes urbanos situados em loteamentos devem ser incorporadas ao patrimônio da concessionária na oportunidade de sua conexão ao sistema de
5 distribuição de sua propriedade, caracterizada pela energização e instalação do equipamento de medição nas unidades consumidoras. Texto Alterado Art. 5o As obras de infra-estrutura básica construídas pelos loteadores para atendimento dos lotes urbanos situados em loteamentos serão incorporadas efetivamente ao patrimônio da concessionária a partir de sua conexão ao sistema de distribuição de sua propriedade, caracterizada pela energização da rede de energia elétrica e instalação do equipamento de medição nas unidades consumidoras. Justificativa - A palavra deve deixa sempre uma margem de dúvida quanto a obrigatoriedade da incorporação da rede elétrica do loteamento. Além disso evita a imposição ao consumidor de custos não previstos na legislação vigente (de implantação da rede do loteamento, bem como os de operação e manutenção). Art 5º - Da Incorporação - Parágrafo Único Texto Original Parágrafo único: Aplica-se imediatamente o disposto no "caput" às obras de infraestrutura básica existentes em loteamentos que já estejam conectadas aos sistemas de distribuição de propriedade da concessionária, e que ainda não tenham sido incorporadas ao patrimônio das mesmas. Texto Alterado Parágrafo único: Aplica-se imediatamente o disposto no "caput" às obras de infraestrutura básica existentes em loteamentos que já estejam conectadas aos sistemas de distribuição de propriedade da concessionária, e que ainda não tenham sido incorporadas ao patrimônio das mesmas. A incorporação deverá ser realizada no estado em que a rede elétrica se encontra, ficando vedada qualquer exigência de reforma prévia dessa rede elétrica, que tragam ônus ao consumidor.
6 Justificativa - A incorporação da rede do loteamento, nessa situação evitaria pratica abusiva da concessionária. A justificativa para a incorporação da rede no estado em que se encontra é de que tal procedimento deveria ter sido aplicado no ato de energização da mesma, conforme estabelecido no Decreto 98335/89. Da Incorporação - Artigo Novo Art - No ato de aprovação do projeto da rede elétrica a ser construída no loteamento, deverá ser formalizado o processo documental de incorporação dessa rede pela concessionária. Parágrafo Único - A rede elétrica do loteamento não será energizada, enquanto houver negativa do Loteador em formalizar junto a concessionária o processo de incorporação da rede Justificativa: Seria estabelecido de forma clara e objetiva, a responsabilidade pela exploração, operação e manutenção da rede do loteamento. Da Incorporação - Artigo Novo Art - As concessionárias terão um prazo de 180 dias, a partir da publicação desta Resolução para apresentar à ANEEL um Relatório Situacional do contexto na Concessionária, as providencias adotadas e em andamento para a regularização das redes de loteamento, bem como os prazos de conclusão das medidas. Essas são as minhas contribuições, Atenciosamente Valter Montes Fiuza Eng. Eletricista Contato: F- (0xx11) / vmfiuza.alp@zaz.com.br
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