1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENFERMAGEM Raissa Ribeiro Saraiva de Carvalho CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE: relatório de estágio curricular Porto Alegre 2012
2 Raissa Ribeiro Saraiva de Carvalho CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE: relatório de estágio curricular Relatório das atividades desenvolvidas em estágio da disciplina Estágio Curricular II Serviços da Rede Básica, no Centro de Atenção Psicossocial do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, apresentado como pré-requisito parcial para a aprovação. Professor orientador: Prof. Dr. Jacó Fernando Schneider Enfermeiro supervisor: Enfª Miriam Bolfoni Porto Alegre 2012
3 Sumário 1 INTRODUÇÃO... 4 2 OBJETIVO... 5 3 O CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DO HCPA... 6 4 RELATÓRIO... 8 4.1 ATIVIDADES REALIZADAS... 8 4.2 CONTRIBUIÇÕES... 9 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 10 REFERÊNCIAS... 11
4 1 INTRODUÇÃO Dentro da proposta de Reforma Psiquiátrica alguns serviços substitutivos foram criados a fim de evitar a institucionalização de pessoas em sofrimento psíquico. Um desses serviços criados foram os centros de atenção psicossocial. O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) é um serviço de saúde aberto e comunitário do Sistema Único de Saúde (SUS). É um serviço destinado a acolher pessoas com transtornos mentais, estimular sua reinserção na sociedade e na sua família, oferecer apoio e incentivar a da autonomia. Ele é composto por uma equipe multiprofissional tornando o cuidado e a assistência mais efetivos. (BRASIL, 2012) Existem cinco tipos de CAPS, são eles: a) CAPS I e CAPS II: são para atendimento diário de adultos, em sua população de abrangência, com transtornos mentais. Sendo CAPS I para municípios com população entre 20.000 e 70.000 habitantes e CAPS II municípios com população entre 70.000 e 200.000 habitantes. b) CAPS III: são para atendimento 24 horas de adultos, durante sete dias da semana, atendendo à população de referência. c) CAPSi: são para infância e adolescência, para atendimento diário a crianças e adolescentes com transtornos mentais. d) CAPSad: voltados para usuários de álcool e drogas, para atendimento diário à população com transtornos decorrentes do uso e dependência de substâncias psicoativas. Esse tipo de CAPS possui leitos de repouso com a finalidade exclusiva de tratamento de desintoxicação.
5 2 OBJETIVO Aplicar os conhecimentos adquiridos ao longo da faculdade, visando à assistência integral aos usuários do Centro de Atenção Psicossocial do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA).
6 3 O CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DO HCPA O Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) é uma Empresa Pública de Direito Privado, integrante da rede de hospitais universitários do Ministério da Educação e vinculado academicamente à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O CAPS do HCPA localiza-se na Rua Ramiro Barcelos, nº 2.350, bairro Bonfim, em Porto Alegre RS. Ele é responsável pelo atendimento das zonas Leste, Nordeste, Partenon e Lomba do Pinheiro. Na figura abaixo podemos ver as zonas distritais do município de Porto Alegre. Os atendimentos no CAPS DO HCPA totalizam aproximadamente 150 usuários. Entre os principais transtornos estão: esquizofrenia paranóide, transtorno esquizoafetivo, transtorno de humor bipolar, depressão e transtorno de personalidade borderline.
7 A equipe é composta por quatro enfermeiras, dois técnicos de enfermagem, dois residentes de medicina, um educador físico, quatro estagiários de educação física, um assistente social, um estagiário de assistência social, um terapeuta ocupacional, um assistente administrativo e dois professores. Além dessa equipe o serviço conta com a equipe da Residência Integrada Multiprofissional em Saúde que possui: um residente de enfermagem, um residente de psicologia, um residente de nutrição e um residente de educação física. Os recursos físicos encontrados neste campo de estágio são: recepção, sala de espera, posto de enfermagem, duas salas para consultas, duas salas para oficinas e atividades diversas, um quarto com duas camas (para descanso, aplicação de medicações injetáveis ou em caso de alguma intercorrência), dois banheiros para os usuários (um masculino e um feminino), dois banheiros para a equipe, uma cozinha, e uma área externa. Além disso, são utilizados o refeitório do Hospital de Clínicas de Porto Alegre para as refeições dos usuários, a Escola Técnica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o ginásio da Brigada Militar para atividades desportivas, a Associação do Pessoal do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (ASHCLIN) para atividades diversas, o Parque José Montaury para a prática do Tênis, e o Parque Farroupilha para caminhadas.
8 4 RELATÓRIO 4.1 Atividades Realizadas Meu estágio no Centro de Atenção Psicossocial iniciou no dia 26 de Março de 2012. Na primeira semana fiquei observando o funcionamento da unidade, conversando e conhecendo os usuários. Essa semana foi muito importante para ir me adaptando. A adaptação foi facilitada devido ao fato de à cerca de seis meses eu ter realizado estágio voluntário de férias no serviço e de que eu já conhecia a grande maioria dos usuários. As atividades desempenhadas durante o estágio foram: escuta terapêutica, avaliação do estado mental, evolução, admissão, triagem, participação na reunião de equipe fixa, trabalho em equipe multiprofissional, participação das atividades externas e todas as atividades de uma enfermeira. Desenvolvi também uma atividade em conjunto com a unidade básica de saúde (UBS) Santa Cecília. Essa atividade foi desenvolvida durante a semana da mulher, eu levei algumas usuárias para fazer a coleta do preventivo do câncer de cólo uterino e posteriormente encaminhei as usuárias com exames alterados à UBS de referência. Dentre essas atividades, a escuta terapêutica foi uma das atividades mais desenvolvidas ao longo desse estágio. A utilização da escuta como um instrumento terapêutico foi iniciado por Freud, no século XIX (CAON, 1997). Através deste método o usuário pode se revelar e cabe ao profissional que está realizando a escuta terapêutica interpretar as situações descritas e orientar o paciente em direção a solução de seus problemas ou aflições. É pela comunicação que as pessoas podem expressar o que são, relacionar-se, satisfazer suas necessidades. Por isso, o relacionamento entre enfermeiro e paciente adquire tanta importância no fenômeno de cuidar (PONTES, 2008). Frente a isso aprendi a fortalecer o vínculo com os usuários para que houvesse um acompanhamento terapêutico de qualidade.
9 4.2 Contribuições O estágio contribuiu muito no meu processo de aprendizagem, possibilitou a vivência de troca de experiências, auxiliou ainda mais na minha identificação com a psiquiatria e me mostrou o funcionamento da rede de saúde mental. Consegui visualizar o funcionamento das referências e contra-referências e as questões referentes a área de abrangência e o acompanhamento mais próximo dos usuários. O trabalho em equipe foi um grande aprendizado, pois no CAPS são vários trabalhadores e várias formas de intervenção.
10 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O estágio no Centro de Atenção Psicossocial foi muito proveitoso, pude desenvolver-me como enfermeira e assumir um papel dentro de uma equipe multidisciplinar. Percebi que ao longo do estágio fui ocupando o meu espaço e me integrando cada vez mais a equipe. Pude perceber que um trabalho realizado em equipe multiprofissional é possível e que as trocas de conhecimento são uma oportunidade única. Durante a minha permanência pude vivenciar a alteração no quadro funcional da unidade, foi um momento muito interessante de acompanhar. Houve um momento de desligamento de uma profissional e a inserção de outro. Pude observar como a equipe se organiza a fim de manter o cuidado e a assistência no momento em que ainda não havia sido contratado alguém para a substituição. Foi uma experiência única.
11 REFERÊNCIAS BRASIL, Ministério da Saúde. Centros de Atenção Psicossocial - CAPS. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797&janela=>. Acesso em: 26 maio 2012. CAON, José Luiz. Serendipidade e situação psicanalítica de pesquisa no contexto da apresentação psicanalítica de pacientes. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 10, n. 1, p.105-123, 1997. PONTES, Alexandra Carvalho; LEITAO, Ilse Maria Tigre Arruda; RAMOS, Islane Costa. Comunicação terapêutica em Enfermagem: instrumento essencial do cuidado. Rev. bras. enferm., Brasília, v. 61, n. 3, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s003471672008000300006&l ng=en&nrm=iso>. Acesso em: 27 maio 2012.