Simone Suplicy Vieira Fontes

Documentos relacionados
Rotinas Gerenciadas. Departamento Materno Infantil. Divisão de Prática Médica/Serviço de Controle de Infecção Hospitalar

INFECÇÕES PERINATAIS POR STREPTOCOCCUS AGALACTIAE DE MÃES NÃO TRATADAS: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Diretrizes Assistenciais PREVENÇÃO DA DOENÇA ESTREPTOCÓCICA NEONATAL

Profilaxia intraparto para EGB. Importância para o RN. Profª Drª Roseli Calil Hospital da Mulher - CAISM/UNICAMP

Nota Técnica: Prevenção da infecção neonatal pelo Streptococcus agalactiae (Estreptococo Grupo B ou GBS)

A Importância da detecção de Streptococcus agalactiae (β-hemolítico do grupo B) em mulheres gestantes

IMPORTÂNCIA DO RASTREIO E TRATAMENTO PROFILÁTICO PARA GESTANTES COLONIZADAS POR STREPTOCOCCUS AGALACTIAE

Pinheiro S. 1, Penelas N. 2, Aguiar N. 1, Santos M. 3, Carvalho M. 3 ARTIGO ORIGINAL ORIGINAL ARTICLE

TRABALHO DE PARTO PREMATURO

Curso de Emergências Obstétricas INTERVENÇÕES IMEDIATAS NO PARTO PREMATURO IMINENTE

PREVALÊNCIA DO Streptococcus agalactiae EM GESTANTES DETECTADA PELA TÉCNICA DE REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE (PCR).

PROTOCOLO DE PREVENÇÃO PARA GESTANTES: INFECÇÃO NEONATAL PRECOCE POR ESTREPTOCOCOS DO GRUPO B

PREVALÊNCIA DO ESTREPTOCOCO DO GRUPO B EM GESTANTES E SUA RELAÇÃO COM A INFECÇÃO NEONATAL

SEPSE NEONATAL: FATORES DE RISCO ASSOCIADOS1

Group B Streptococcus infection before and after maternal universal screening - The experience of the Hospital of Vila Real

Infecção Neonatal Precoce. Profa. Dra. Maria Regina Bentlin Disciplina de Neonatologia FMB UNESP

Resumo A infecção pelo estreptococo β-hemolítico do grupo B (EGB) ou Streptococcus

TÍTULO: O CONHECIMENTO DE ENFERMEIROS DA ATENÇÃO BÁSICA SOBRE A COLETA DO EXAME DO ESTREPTOCOCCUS B

Vias de infecção. Transplacentária Durante estágios de infecção sangüínea materna Bactérias, virus, parasitas. Amniótica com membranas rotas

Prevalência do rastreamento do Estreptococos do Grupo B: implicações maternas e neonatais

PESQUISA DE Streptococcus agalactiae EM GESTANTES COMO ROTINA LABORATORIAL DE EXAMES PRÉ-NATAIS

Resumo. Abstract. Residente de Infectologia Pediátrica da Universidade Estadual de Londrina 2

TÍTULO: PESQUISA DE ESTREPTOCOCOS DO GRUPO B EM GESTANTES CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: BIOMEDICINA

* Depende do protocolo da Unidade Coordenadora Funcional

UNIFESP - HOSPITAL SÃO PAULO - HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA

ESTREPTOCOCOS B COMO CAUSA DE INFECÇÕES EM MULHERES GRÁVIDAS: REVISÃO DE LITERATURA

TRABALHO DE PARTO PREMATURO: UMA EMERGÊNCIA OBSTÉTRICA

recomendações Atualização de Condutas em Pediatria

Capacidade Funcional e Adesão ao Regime Terapêutico: A realidade de uma população idosa

PREVALÊNCIA DE INFECÇÃO URINÁRIA EM GESTANTES ATENDIDAS NO LABORATÓRIO MUNICIPAL DE ANÁLISES CLÍNICAS DO MUNÍCIPIO BAGÉ-RS

CADA VIDA CONTA. Reconhecido pela: Parceria oficial: Realização:

Revista Latino-Americana de Enfermagem ISSN: Universidade de São Paulo Brasil

Rastreamento e profilaxia da infecção neonatal pelo Estreptococo do Grupo B

Revisão Teórica INFECÇÃO PERINATAL PELO ESTREPTOCOCO DO GRUPO B: COMO PREVENIR? PERINATAL GROUP B STREPTOCOCCAL DISEASE: HOW TO PREVENT IT?

MATERNIDADE ESCOLA ASSIS CHATEAUBRIAND. Diretrizes assistenciais ROTURA PREMATURA DE MEAC-UFC 1

DESFECHO MATERNO E NEONATO DE MÃES POSITIVAS PARA Estreptococos agalactiae DO GRUPO B

Palavras-chave: Streptococcus agalactiae. Gestante. Recém-nascido

Prevalência de Colonização por Streptococcus do Grupo B entre gestantes ou parturientes atendidas no Hospital de Base de São José do Rio Preto/SP

MORBIMORTALIDADE MATERNA E PERINATAL ASSOCIADAS À INFECÇÃO POR STREPTOCOCCUS AGALACTIAE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Rastreio das hemoglobinopatias

amniotic membrane rupture, it is recommended to trace and screen this microorganism in the gestational period.

OFTALMIA NEONATAL portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br

Toxoplasmose congênita: desafios de uma doença negligenciada

TRABALHO DE PARTO PREMATURO

COLONIZAÇÃO PELO STREPTOCOCCUS BETA-HEMOLÍTICO DO GRUPO B EM GESTANTES ATENDIDAS EM UM LABORATÓRIO DE CHAPECÓ SC

Prevalência de Estreptococos do Grupo B em Gestantes no Município de Valença

SEPSE NEONATAL. Acadêmicos do Curso de Biomedicina na Faculdade de Saúde, Ciências Humanas e

S. Grupo viridans S. pneumoniae. S. agalactiae. S. pyogenes. Streptococcus. Streptococcus. Streptococcus pneumoniae. Streptococcus pneumoniae

A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO EM GESTANTES COLONIZADAS PELO STREPTOCOCCUS DO GRUPO BETA NA PREVENÇÃO DA DOENÇA NEONATAL

Streptococcus 15/10/2009. Staphylococcus. Streptococcus. Enterococcus. Os CGP compõem um grupo de grande importância

Viviane Zanatta. PREVALÊNCIA DE Streptococcus agalactiae EM GESTANTES USUÁRIAS DE UM CENTRO MATERNO INFANTIL EM SANTA CRUZ DO SUL

Faculdade de Medicina

PREVENÇÃO DA DOENÇA PERINATAL PELO ESTREPTOCOCO DO GRUPO B

Protocolo de Vigilância Materno-Fetal MATERNIDADE DANIEL MATOS

SEPSE NEONATAL. Renato S Procianoy Prof Titular de Pediatria, UFRGS Editor Jornal de Pediatria

ENFERMAGEM SAÚDE DA MULHER. Assistência de Enfermagem ao Pré-Natal Parte 8. Profª. Lívia Bahia

Serologias antes e durante a Gravidez:

PALAVRAS-CHAVE Morte Fetal. Indicadores de Saúde. Assistência Perinatal. Epidemiologia.

Sumário. 1. Visão geral da enfermagem materna Famílias e comunidades Investigação de saúde do paciente recém nascido...

Vanessa Maria Fenelon da Costa 2012

O PAPEL DO ENFERMEIRO FRENTE A SEPSE NEONATAL

CAPÍTULO 1 Introdução

ADRIANA LIMA DOS REIS COSTA

Novas Recomendações para Vigilância Epidemiológica da Coqueluche

Resumo Embora a cultura reto-vaginal para estreptococo do grupo B (EGB), ou

UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS CURSO DE MESTRADO EM MEDICINA, ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM TOCOGINECOLOGIA

TOXOPLASMOSE. Gláucia Manzan Queiroz Andrade. Departamento de Pediatria, NUPAD, Faculdade de Medicina Universidade Federal de Minas Gerais

Zika vírus Diagnóstico Laboratorial. Helio Magarinos Torres Filho

PORTARIA - CCD, DE 24 DE SETEMBRO DE Prezados Senhores,

DNA genômico de Estreptococos e Escherichia coli em sangue e aspirado traqueal e gástrico de recém-nascidos intubados imediatamente após o nascimento.

HIV 1 E 2 - ANTICORPOS - CLIA - TESTE DE TRIAGEM

João Félix Dias. Colonização por estreptococo do grupo B em gestantes em Cuiabá

COLONIZAÇÃO DE GESTANTES PELO ESTREPTOCOCO DO GRUPO B: PREVALÊNCIA, FATORES ASSOCIADOS E CEPAS VIRULENTAS RUI LARA DE CARVALHO

PREVENÇÃO DE INFECÇÃO RELACIONADA À ASSISTÊNCIA À SAÚDE (IRAS) NO PERÍODO NEONATAL

RELATÓRIO DE PESQUISA-PICPE-2010

Infecção do Trato Urinário na Infância

DIAGÓSTICO E RASTREAMENTO PRÉ- NATAL como se conduzir?

11. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1

Faculdade de Medicina

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS UEA FUNDAÇÃO DE MEDICINA TROPICAL DO AMAZONAS-FMT/AM MESTRADO EM DOENÇAS TROPICAIS E INFECCIOSAS

1.1. Corioamniorrexe Prematura

As recomendações da OMS para a prevenção e o tratamento de infecções maternas no período periparto. Sumário Executivo

PREVENÇÃO DA DOENÇA PERINATAL PELO ESTREPTOCOCO DO GRUPO B

Doença Meningocócica e Doença Invasiva por Haemophilusinfluenzae: Diagnóstico e Prevenção. Março de 2019

ABORDAGEM DO RN COM FATOR DE RISCO PARA SEPSE PRECOCE

O PAPEL DOS TESTES DIAGNÓSTICOS EM POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE E EM DECISÕES CLÍNICAS. Murilo Contó National Consultant PAHO/WHO

Gildevane Vieira do Nascimento

Cenário da Saúde da Criança e Aleitamento Materno no Brasil

Vigilância no prénatal, puerpério 2017

PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA PAV IMPORTÂNCIA, PREVENÇÃO CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS E NOTIFICAÇÃO

Vigilância e prevenção das Doenças de transmissão vertical 2016/2017

ARTIGO ORIGINAL RESUMO ABSTRACT

Prevenção de Infecção do Trato Urinário (ITU) relacionada á assistência á saúde.

Disciplina: ESTÁGIO EM CLÍNICA PEDIÁTRICA - MÓDULO NEONATOLOGIA

Estreptococo β Hemolítico do Grupo B Protocolo de Rastreio e Prevenção de Doença Perinatal

ROTURA PREMATURA DE MEMBRAnAS

Uso da Penicilina na APS

Infecções na gravidez

Vigilância no pré-natal, parto e puerpério 2018

Transcrição:

Simone Suplicy Vieira Fontes Declaração de conflito de interesse Não recebi qualquer forma de pagamento ou auxílio financeiro de entidade pública ou privada para pesquisa ou desenvolvimento de método diagnóstico ou terapêutico ou ainda, tenho qualquer relação comercial com a indústria farmacêutica

Streptococcus do Grupo B ou Streptococcus agalactiae SIMONE SUPLICY VIEIRA FONTES

Sobre o Streptococcus do grupo B (EGB) ou Streptococcus agalactiae Bactéria gram-positiva cocóide em forma de cadeia, beta hemolítica e de potencial invasivo É especialmente invasivo no período perinatal ( RN, gestante e puérpera) e mais recente visto em idosos e em infecções hospitalares Coloniza a vagina ou o reto das gestantes de forma transitória, intermitente ou persistente (10 a 30%) 1 a 2% dos recém-nascidos de mães colonizadas desenvolverão infecção precoce na ausência de intervenção (Prevention of early-onset group B Streptoccocal disease in newborn in the 21St: from past to future Acta Obstet Ginecol Port 2013)

Sobre o Streptococcus do grupo B (EGB) ou Streptococcus agalactiae Podem ocorrer complicações maternas ( ITU, amnionite, endometrite, sepse e meningite) 10 sorotipos capsulares distintos ( relação com a virulência) Sepse e meningite no RN sorotipo III Sorotipo III é o segundo mais encontrado na amostra vaginal de gestantes assintomáticas Rev Bras GinecolObstet 2012,34 (12) 544-9

Sobre o Streptococcus do grupo B (EGB) ou Streptococcus agalactiae Após a cultura vaginorretal e da profilaxia antibiótica intra-parto da incidência de infecção neonatal precoce e da mortalidade Taxa de colonização materna permanecem estáveis desde 1970

Center of Disease Control and Prevention (CDC) CDC 1996 (col. ACOG e AAP) rastreamento por meio de cultura vaginorretal com 35 a 37 semanas de gestação ou avaliação baseada em fatores de risco CDC 2002 Estudo coorte rastreamento por meio de cultura vaginorretal com 35 a 37 semanas de gestação estratégia única CDC 2010 Rastreamento + Orientações uso racional de ATB, triagem urinária e métodos laboratoriais

Método laboratorial adequado (CDC 2010) Meio de cultura seletivo para o gênero Streptococcus = gold standard (Todd Hewitt) requer 18 a 24h (até 48h)de incubação Falsos negativos (até 50%) se usado meio não seletivo Testes rápidos diagnósticos ( testes de DNA e Amplificação de ácidos nucleicos (NAAT) como PCR mulheres em TP sem cuidados pré -natais

Screening adequado (CDC 2010)

Indicações e contra-indicações para IAP (CDC 2010)

Profilaxia intra-parto (CDC 2010)

Em relação ao recém -nascido CDC 2010 ( EUA) Royal Australasian College of Physicians Journal of Paediatrics and Child Health 2011

Diferença entre EUA / Austrália Americanos Mãe com corioamnionite = exames + ATB RN sintomático = exames + ATB Australianos RN sintomático = exames + ATB Consenso: exames e ATB para RN SINTOMÁTICO

Atualmente Utilização de testes de amplificação de ácidos nucleicos (NAAT) se disponível Rastreamento e informação pelo laboratório, do número de UFC em bacteriúria assintomática ( 10 4 UFC ) = amostra positiva Rastreio e quimioprofilaxia em TPP e Ruprema pré-termo em algoritmos separados

Atualmente Flexibilização da dose de manutenção da quimioprofilaxia, dose de ataque mantida Penicilina para Atualização da quimioprofilaxia Penicilina G para pacientes alérgicas à

Atualmente Assistência neonatal (quimioprofilaxia adequada = Penicilina G (1ª opção), Ampicilina ou Cefazolina 4 horas antes do parto Diferenças no manejo neonatal entre RN sintomático / assintomático

Futuro kit de cabeceira : sensibilidade e especificidade 90% resultado em 30minutos detecção de resistência à Clindamicina e Eritromicina Imunização materna passagem transplacentária de anticorpos IgG protetores, reduzindo morbidade materna e neonatal Estima-se prevenção de 61-67% de Infecção perinatal precoce e 70-72% de infecção tardia

Obrigada!!