Curso UnB/NMI - Direito Constitucional e Administrativo Aplicado às Comunicações

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Transcrição:

Curso UnB/NMI - Direito Constitucional e Administrativo Aplicado às Comunicações Módulo: Regulação Professor: Marcílio da Silva Ferreira Filho E-mail: marciliosff@gmail.com Twiter: @marciliosff Whatsapp: (81)9994-5131

Currículo resumido: Apresentação Acadêmico - Mestre em direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Especialista em direito tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários (IBET). Graduado em direito pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Autor do livro "Rádio e Televisão: os novos procedimentos para concessão, permissão e autorização dos seus serviços e Organizador do livro Execução Fiscal: teoria, prática e atuação fazendária. Profissional - Procurador do Estado de Goiás. Sócio e advogado na sociedade Marcílio Ferreira Advogados Associados e na empresa Porto Zero Consultoria e Assessoria em Comunicação Ltda., especializada na prestação de serviços voltados à radiodifusão. Ex- Assessor Jurídico do Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco - DETRAN/PE.

Ementa do módulo 1) História e teoria da regulação e a diferenciação entre Estado Regulador e Estado Intervencionista; Regulação como relação de mediação entre Estado e Mercado; 2) Regulação como espaço de manifestação política no contexto da esfera pública (tele)comunicacional; características e finalidades do modelo regulatório brasileiro; Formatos básicos para a regulação das telecomunicações (como p.ex., por infraestrutura, por serviço, por tecnologia, etc). 3) Noções de Convergência Tecnológica e convergência tecnológica como mito; Tecnologia, evolução e saltos tecnológicos: uma visão da história dos meios de comunicação de massa; Atividade regulatória em face da evolução tecnologia - convergência, redes 4G, TV digital, whitespace, dividendo digital, PLC. 4) Modelos de regulação da mídia: direito comparado; Aspectos relevantes da regulação da mídia e da liberdade de expressão, especialmente no que se refere à adoção de cotas de conteúdo, de políticas de regionalização da produção e da programação e dos princípios do art. 221 da Constituição Federal. 5) Tópicos relevantes para a regulação e radiodifusão: a regulação e o Marco Civil da Internet; Regulação, direitos autorais e convergência: proteção a programas veiculados pelas emissoras e reproduzidos na rede social, e qual o papel do Estado nessa discussão; a regulação e o Princípio da Neutralidade de Rede; Neutralidade de Rede e Radiodifusão. Regulação das mídias eletrônicas e Direito autoral.

Indicações bibliográficas: FARACO, Alexandre Ditzel. Democracia e Regulação das Redes Eletrônicas de Comunicação (Rádio, Televisão e Internet). Belo Horizonte, Fórum, 2009. SCORSIM, Ericson Meister. TV Digital e Comunicação Social. Aspectos regulatórios. TVs pública, estatal e privada. Ed. Fórum, 2008; FERREIRA FILHO, Marcílio da Silva. Rádio e Televisão: o novo procedimento para concessão, permissão e autorização de seus serviços. Curitiba: Juruá, 2013.

Indicações bibliográficas:

PARTE 1 1) História e teoria da regulação e a diferenciação entre Estado Regulador e Estado Intervencionista; Regulação como relação de mediação entre Estado e Mercado;

Histórica da regulação (contextualização do modelo de Estado Regulador) Modelos de Estado: Estado Absolutista: O Rei ou Príncipe não respondia pelos seus atos (Le roi ne peut mal faire e the king can do no wrong), podendo editar normas que atingissem os súditos de maneira ilimitada, prevalecendo a arbitrariedade. Características exemplificativas: ausência de leis limitativas do poder do governante, caráter patrimonialista dos cargos públicos, irresponsabilidade por atos praticados pelo Estado, concentração dos poderes de legislar, julgar e executar as leis, inexistência de igualdade e assim por diante. Exceção: Teoria da dupla personalidade (criação da figura do Fisco).

Histórica da regulação (contextualização do modelo de Estado Regulador) Estado de Direito: Ao longo do tempo (sem marco teórico preciso), há um procedimento de decaída do Estado Absolutista, com a inserção da população no procedimento político decisório do Estado, através de movimentos históricos que foram essenciais para construção do Estado de Direito como, por exemplo: Prússia, do século XVII para o início do século XVIII: Disputa pelo desfazimento do caráter patrimonialista dos cargos públicos;

Histórica da regulação (contextualização do modelo de Estado Regulador) Revolução Gloriosa (1688-1689): modelo de supremacia do Parlamento e da sobrevalorização da lei, principalmente com a edição da Declaração de Direitos do Cidadão (Bill of Rights). Dentre os direitos assegurados nesta declaração, citam-se a possibilidade de apresentação pelos súditos de petições ao Rei por prisões ilegais; a impossibilidade de cobrança de tributos sem a concordância do Legislativo; a liberdade na eleição dos membros do Parlamento; e a vedação ao Rei de excepcionar a lei diante de casos concretos. Revolução Americana de 1776: com a independência das suas treze colônias e o começo de uma sistematização de direitos fundamentais, a partir da legitimação popular dos governos;

Histórica da regulação (contextualização do modelo de Estado Regulador) Revolução Francesa (1789): a sistematização do direito administrativo e a estruturação do princípio da legalidade, além de estabelecer outras premissas defendidas pelo Estado liberal tradicional (Estado mínimo, separação de poderes, direito à propriedade, princípio da igualdade etc.). A ideologia baseada na liberté, égalité et fraternité era a expressão da luta pela construção de uma nova espécie de Estado.

Histórica da regulação (contextualização do modelo de Estado Regulador) Estado liberal: Também surgido a partir dos movimentos históricos antes precitados, porém tendo por escopo principal a ideologia de Estado mínimo, especialmente no que concerne à intervenção no patrimônio jurídico dos administrados. Neste período, a lei era considerada a única medida de restrição dos cidadãos, com viés fundado nas teorias contratualistas. Paulo Otero ressalta que a lei traduzia, segundo os postulados liberais, um produto da razão, revelação de uma verdade absoluta pelos mais idôneos representantes da sociedade. (princípio do laissez faire ou laissez passer)

Histórica da regulação (contextualização do modelo de Estado Regulador) Estado Social, Estado Providência e Estado do bemestar social (Welfare State): A noção abstencionista que permeia o liberalismo, entretanto, se mostrou insuficiente diante dos processos de industrialização e de ênfase do capitalismo nos séculos XIX e XX. A necessidade de adaptação à complexidade dos problemas sociais e da própria estrutura de governo, geradas pelo constante processo de industrialização e necessidade de proteção estatal, fez com que fosse provocada a alteração das filosofias de governo para que pudesse ser promovido o acompanhamento deste fenômeno. O Estado passa a executar serviços essenciais à população.

Histórica da regulação (contextualização do modelo de Estado Regulador) Estado regulador: O Estado começa a diminuir a intervenção direta sobre a sociedade e a economia para tomar uma função de regulador dos setores que exigem o acompanhamento estatal. Marcos Nóbrega acentua que a ascensão do Estado regulador é uma mudança de paradigma para o Estado, pois ele abandona a missão de produtor de bens e serviços e passa a ser regulador do processo de mercado. O autor destaca, no entanto, que esta transição tem suas dificuldades, dada a sua complexidade, com problemas como a assimetria de informações, necessidade de instrumentos de controle eficientes e a participação da sociedade civil na implantação do novo modelo.

Alguns comentários para contextualização do Estado Regulador: Consolidação do modelo de regulação a partir dos E.U.A.: Apesar de já existente as agencies no direito norte-americano, a intensificação da regulação ocorre com o New Deal, em meados dos anos 1930, surgindo e se consolidando, inclusive, as Agências Reguladoras Independentes, modelo implantado até os dias atuais;

Alguns comentários para contextualização do Estado Regulador: A regulação no direito brasileiro não é atividade totalmente nova no Brasil: Muitos pensam que a atuação regulatória no Estado brasileiro surgiu na década de 1990, com o surgimento das Agências Reguladoras. Esta percepção se mostra equivocada, dada a existência anterior de outras instituições com tal função, no que se pode destacar o Instituto do Açúcar e do Álcool - ou IAA (autarquia da administração federal brasileira criado em 1º de junho de 1933 pelo presidente Getúlio Vargas, através do Decreto nº 22.789);

Alguns comentários para contextualização do Estado Regulador: Regulação funciona como relação de mediação entre Estado e Mercado: A função regulatória é uma intermediação entre Estado e Mercado. A atividade é executada por entes que não compõem a Administração, porém se submetem a um regime jurídico especial em virtude de determinação legal ou de instrumento contratual firmado;

Alguns comentários para contextualização do Estado Regulador: Fundamento constitucional: Fundamento da ação regulatória Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado. Fundamento da delegação Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.

Alguns comentários para contextualização do Estado Regulador no setor de comunicações: Sub-funções constitucionais da regulação: função normativa, de fiscalização, de incentivo e de planejamento; Regular não é censurar: A regulação não se compatibiliza com a ideia de censura, vedada pelo Texto Constitucional (art. 220, 2º). A regulação deve ser proporcional e atender às exigências do interesse público, além dos princípios legais e constitucionais, a exemplo da legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade, eficiência, razoabilidade, proporcionalidade etc.;

Algumas remissões normativas históricas quanto à radiodifusão: Período imperial: Não há menção específica à radiodifusão. Surgimento das telecomunicações no Brasil com o telégrafo, regulamentado pelo Decreto Imperial n.º 2.614/1860; Decreto n.º 20.047/1931: Aprovou o Regulamento da Execução dos Serviços de Radiocomunicação, com competência exclusiva da União para disciplinar a telefonia, telegrafia, radiotelefonia e a radiodifusão; Decreto 21.111/1932: Aprova o Regulamento para Execução de Serviços de Radiocomunicação; Decreto 24.655/34: Disposições adicionais aos regulamentos antecedentes;

Algumas remissões normativas históricas quanto à radiodifusão: Constituição de 1934: Competência da União para explorar ou dar em concessão os serviços radiocomunicação (art. 5º, VIII); Constituição de 1937: Primeira vez que se utiliza a expressão radiodifusão, possibilitando a censura (art. 119, 15, a ); Constituição de 1946: Fixa, a nível constitucional, a competência da União para exploração do serviço de radiodifusão (art. 5º, XII); Lei 4.117/62 (Código Brasileiro de Telecomunicações): Primeira normativa sistematizadora dos serviços de telecomunicações (que abarcavam, à época, os serviços de radiodifusão); Decreto 52.795/63: Regulamenta o CTB;

Algumas remissões normativas históricas quanto à radiodifusão: Decreto-lei 236/67: Traz principalmente inovações quanto aos limites estruturais para radiodifusão e normas sobre radiodifusão educativa, além de outros detalhes; Constituição de 1988: Fixa a competência da União para explorar serviços de telecomunicações, confundindo-o com os serviços de radiodifusão em um mesmo regime jurídico; Emenda Constitucional 08/1995: Separa os regimes jurídicos do serviço de telecomunicações dos de radiodifusão (art. 21, XI e XI, a );

Algumas remissões normativas históricas quanto à radiodifusão: Lei 9.472/1997 (Lei Geral de Telecomunicações): Regula os serviços de telecomunicações, derrogando as disposições da Lei 4.117/62, exceto quanto à matéria penal não tratada e quanto à regulação atinente aos serviços de radiodifusão (art. 215, I). Lei 9.612/1998: Estabelece normas sobre o serviço de radiodifusão comunitária; Decreto nº 2.615/1998: Aprova o Regulamento do Serviço de Radiodifusão Comunitária (RSRadcom); Emenda Constitucional 26/2002: permite a entrada de capital estrangeiro (art. 222, 1º); Outros: Decreto 5.820/2006 (TV Digital); Norma 01/2011 (aprovada pela Portaria 462/2011, regulamenta o serviço de radiodifusão comunitária); Norma Regulamentar do Canal da Cidadania (aprovada pela Portaria 489/2012); Decreto nº 5.371/2005 (aprova o Regulamento do Serviço de RTV e RpTV); Portaria Interministerial nº 651/1999 (define programas educativos e culturais); Portaria nº 355/ 2012 (regula o procedimento de outorga de emissoras educativas); etc.

Algumas remissões históricas importantes relacionadas à radiodifusão: 1887 - Henrich Rudolph Hertz descobre as ondas de rádio. 1922 - Primeira transmissão radiofônica oficial brasileira. Edgard Roquete Pinto (considerado O Pai do Rádio ), juntamente com Henry Morize, fundou, em 20 de abril de 1923, a primeira estação de rádio brasileira: Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. 1926 - John Baird realiza as primeiras transmissões de imagens; 1931 - É fundada a PRB 9 - Rádio Record de São Paulo; *No início dos anos 30 o Brasil já tinha 29 emissoras de rádio, transmitindo óperas, músicas e textos instrutivos.

Algumas remissões históricas importantes relacionadas à radiodifusão: 1932 - O Governo de Getúlio Vargas autoriza a publicidade em rádio; 1933 - O americano Edwing Armstrong demonstra o sistema FM para os executivos da RCA; 1935 - Acontece na Alemanha, a primeira emissão oficial de TV; *Assis Chateaubriand inaugura em 25 de setembro a PRG-3, Rádio Tupi do RJ; 1936 - Em Londres é inaugurada a estação de TV da BBC; 1938 - Início da televisão na Rússia; Também em 1938 acontece a primeira transmissão esportiva em rede nacional no Brasil, na Copa de 38, por Leonardo Gagliano Neto, da Rádio Clube do Brasil do RJ;

Algumas remissões históricas importantes relacionadas à radiodifusão: 1939 - O americano Edwin Armstrong inicia operação da primeira FM em Alpine, New Jersey; 1941 - Em 12 de julho, começa a transmissão da primeira rádio novela do País, que foi apresentada durante cerca de três anos, pela PRE-8, Rádio Nacional do RJ. Era a novela "Em Busca da Felicidade". A seguir foi a vez de "O Direito de Nascer"; 1946 - Surgem os gravadores de fita magnética, dando maior agilidade ao rádio; 1950 - É inaugurada oficialmente a primeira emissora de televisão brasileira: TV Tupi de São Paulo, no dia 18 de setembro;

Algumas remissões históricas importantes relacionadas à radiodifusão: 1962 - Em 27 de novembro, é criada a Associação Brasileira de Rádio e Televisão ABERT; 1967 - Criado no dia 25 de fevereiro o Ministério das Comunicações (Decreto-lei 200/67). 2007 Primeira transmissão de TV digital

Teoria da regulação (tópicos gerais relevantes): Regulação econômica x Regulação social Regulação econômica: preocupa-se com o mercado enquanto produtor de bens e serviços, relacionado à oferta e demanda (preços dos produtos/serviços; nível de produção; número de firmas; qualidade do produto); Regulação social: atina-se com a qualidade do serviço e seus reflexos para o interesse público e social.

Teoria da regulação (tópicos gerais relevantes): DOMÍNIOS DA REGULAÇÃO Concorrência Eficiência INSTRUMENTOS REGULATÓRIOS REGULAÇÃO ECONÔMICA Legislação antitruste, reestruturação e desverticalização de mercados, regulação do acesso à rede (interconexão, unbunding) Controle de tarifas, revisão tarifária, regulação por incentivos econômicos e mecanismos como forward looking costs e yardstick competition Viabilidade financeira das empresas reguladas Ampliação de investimentos Controle de tarifas, revisão tarifária e respeito ao compromisso regulatório Monitoramento de obrigações assumidas pela empresa privada Tarifação Controle de tarifas, revisão tarifária e mecanismos como yardstick competition e forward looking costs Garantia de diversificação e repasse de ganhos e produtividade e tecnologia Monitoramento de obrigações assumidas pela empresa privada

Teoria da regulação (tópicos gerais relevantes): REGULAÇÃO SOCIAL Obrigações de fornecimento, continuidade e Determinação e imposição de metas pelo regulador universalização Qualidade do serviço Metas e critérios de avaliação de performance, recebimento e processamento de reclamações e revisão tarifária Proteção de consumidores vulneráveis (idosos, deficientes físicos ou consumidores de baixa renda) Proteção tarifária para consumidores rurais Inadimplência e desconexão Representação dos consumidores Proteção da saúde e segurança no trabalho e proteção ambiental Adoção de metas e aplicação de princípios redistributivos por intermédio da regulação, controle tarifário e concessão de subsídios Adoção de metas e aplicação de princípios redistributivos por intermédio da regulação, controle tarifário e concessão de subsídios. Utilização de plataformas tecnológicas. Adoção de metas e aplicação de princípios redistributivos por intermédio da regulação, controle tarifário e concessão de subsídios. Institucionalização da representação democrática e de mecanismos de accountability Metas de avaliação de performance e recebimento e processamento de reclamações

Alguns conceitos relevantes da Teoria Econômica da Regulação e a sua necessária adequação Concorrência perfeita (visão neoclássica): referência teórica para a eficiência econômica, pois, a um tempo, é capaz de compatibilizar os interesses público e privado, e os de consumidores e produtores. Em princípio, tal modelo propiciaria a melhor alocação de recursos e se coadunaria com a atomização.

Alguns conceitos relevantes da Teoria Econômica da Regulação e a sua necessária adequação Requisitos da concorrência perfeita: i. Número infinito de produtores e vendedores; ii. Ausência de barreiras à entrada no mercado; iii. Perfeito fluxo e troca de informações entre produtores e consumidores.

Alguns conceitos relevantes da Teoria Econômica da Regulação e a sua necessária adequação Falhas de mercado: Problemas que o mercado, por si só, não consegue resolver para otimização entre oferta e demanda, ensejando a necessidade de intervenção do Estado para garantia do mercado perfeito.

Alguns conceitos relevantes da Teoria Econômica da Regulação e a sua necessária adequação Exemplos de falhas: Externalidades (Externalidades Negativas x Externalidades Positivas; Ausência de Propriedade x Custos de Transação Teorema de Coese); Existência de bens públicos: por terem custo marginal igual a zero (bens públicos puros), não possibilitam a cobrança do preço justo pela sua disponibilização; Assimetria de informações: ausência de informações na relação Consumidor x Mercado, ou mesmo na relação Estado x Administração;

Alguns conceitos relevantes da Teoria Econômica da Regulação e a sua necessária adequação Exemplos de falhas: Mercados incompletos: mercado que não assume os riscos da produção; Riscos pesados: atividades muito arriscadas, que retiram o interesse do mercado; Falhas na competição (poder de mercado): estruturas de mercado, como oligopólio e monopólio; Existência de desemprego e inflação.

Alguns conceitos relevantes da Teoria Econômica da Regulação e a sua necessária adequação Teoria da agência: Relação entre principal e agente. O principal emprega o agente na consecução de uma finalidade. Em grandes empresas (como é o Estado), há uma assimetria de informação, pois o agente acaba, por vezes, detendo mais conhecimento que o principal, podendo fazer valer seu interesse pessoal em detrimento do principal; Teoria da captura: As agências reguladoras, na qualidade de agente do principal (que é a sociedade), podem vir a trabalhar para os interesses dos entes regulados, por motivos como: busca de apoio político, corrupção etc.

Alguns conceitos relevantes da Teoria Econômica da Regulação e a sua necessária adequação Fenômeno da desregulação: O custo da regulação é superior ao benefício a ser obtido, motivo pelo qual se promove a minoração da intervenção; Fenômeno da re-regulação: Após a desregulação de um setor, promove-se uma reorganização da atuação regulatória para adequação ao necessário; Fenômeno da deslegalização: Redução do nível hierárquico de tratamento normativo. (conceito relacionado ao poder regulamentar)

Alguns conceitos relevantes da Teoria Econômica da Regulação e a sua necessária adequação Aplicação às Comunicações Sociais: Nos serviços de comunicação social, os conceitos da Teoria Econômica não podem ser aplicadas de forma ampla, especialmente pela sua incompatibilidade, visualizada em alguns aspectos: Forma de remuneração: Mercado estruturado deslealmente Concentração de poder político; Oligopólio (senão monopólio) incontestado; Desestruturação do órgão regulador; Mercado inacessível pela limitação do espectro;

Alguns conceitos relevantes da Teoria Econômica da Regulação e a sua necessária adequação Utilização histórica das outorgas como moeda de troca: Ao término do mandato do General Figueiredo, aumentou o número de concessões e permissões outorgadas em 50% (634 outorgas entre março de 1979 e 1984), enquanto que Sarney outorgou 527 até janeiro de 1988 (211 só em 1987). Incentivo natural de concentração: Custo marginal igual a zero e poder político; Abordagem de aspectos genéricos da situação atual...

PARTE 2 2) Regulação como espaço de manifestação política no contexto da esfera pública (tele)comunicacional; características e finalidades do modelo regulatório brasileiro; Formatos básicos para a regulação das telecomunicações (como p.ex., por infraestrutura, por serviço, por tecnologia, etc).

Telecomunicações x Radiodifusão Primeiro passo: Necessária distinção entre Telecomunicações e Radiodifusão identificação dos regimes jurídicos aplicáveis. Art. 21. Compete à União: XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95) XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95)

Telecomunicações x Radiodifusão Alguns critérios diferenciadores: Condicionamento x abertura ao público; Uso do espectro de radiofrequência; Liberdade de expressão acentuada; Finalidade educativa e cultural permanente; Agente regulador competente para outorga.

Telecomunicações x Radiodifusão Interesses relacionados à telecomunicações: Controle de estruturas mercado; Controle de preços; Controle de infraestrutura; Controle da qualidade prestacional; Controle relacionado à radiofrequência (bem público)

Telecomunicações x Radiodifusão Interesses relacionados à radiodifusão: Segurança nacional; Educação; Democracia; Cidadania; Acesso à informação; Controle social; Pluralismo (político?); Direitos fundamentais;

Telecomunicações x Radiodifusão RADIODIFUSÃO: "Os meios de comunicação mantêm uma relação tão direta com o exercício do poder que se torna impossível entender seu desenvolvimento sem que se leve em muita consideração a Política, não simplesmente com relação ao uso que se faz da mídia, mas também no que se refere às escolhas constitutivas que se realizam sobre os meios de comunicação". (Paul Starr, The Creation of the Media)

Telecomunicações x Radiodifusão Princípios aplicáveis às comunicações sociais: Princípio da não restrição (sobre o exercício da atividade); Princípio da vinculação social (sobre o conteúdo); Princípio do controle nacional e vedação ao controle de mercado (sobre a propriedade); e Princípio da complementaridade dos sistemas de radiodifusão privado, público e estatal (sobre o serviço de radiodifusão propriamente dito).

Telecomunicações x Radiodifusão Diplomas normativos centrais: Telecomunicações: 9.472/1997 (LGT); Art. 215. Ficam revogados: I - a Lei n 4.117, de 27 de agosto de 1962, salvo quanto a matéria penal não tratada nesta Lei e quanto aos preceitos relativos à radiodifusão; Radiodifusão: Lei 4.117/62 (CBT) e Decreto 52.795/63 (RSR)

Liberdade de expressão e Liberdade de imprensa Segundo passo: Identificação do conceito jurídico de liberdade de expressão : Preâmbulo constitucional: Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

Liberdade de expressão e Liberdade de imprensa Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...] IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; [...] XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;

Liberdade de expressão e Liberdade de imprensa Restrição constitucional por situação excepcional (Estado de sítio): Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas: [...] III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;

Liberdade de expressão e Liberdade de imprensa Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: [...] II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; *Há liberdade na definição do conceito jurídico finalidade educativa?

Liberdade de expressão e Liberdade de imprensa Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição. 1º - Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV. 2º - É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística. 3º - Compete à lei federal: I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada; II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente.

Liberdade de expressão e Liberdade de imprensa 4º - A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e terapias estará sujeita a restrições legais, nos termos do inciso II do parágrafo anterior, e conterá, sempre que necessário, advertência sobre os malefícios decorrentes de seu uso. 5º - Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio. 6º - A publicação de veículo impresso de comunicação independe de licença de autoridade.

Liberdade de expressão e Liberdade de imprensa Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios: I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas; II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação; III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei; IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família. Comentários sobre a ADPF 130 (Lei de Imprensa).

Espécies de serviços de radiodifusão Por finalidade Radiodifusão comercial; Radiodifusão educativa; Radiodifusão comunitária; Radiodifusão institucional. Por tecnologia Sonora: frequência modulada (FM), ondas médias (OM), ondas tropicais (OT); Sons e imagens: analógica e digital. Por abrangência Nacional Regional Local

Entidades que podem receber a outorga Radiodifusão comunitária Radiodifusão educativa Radiodifusão comercial Radidifusão institucional Fundações comunitárias de direito privado Pessoas jurídicas de direito público interno Sociedades anônimas Estados e Distrito Federal Associações comunitárias de direito privado Fundações de direito privado (aqui incluídas as instituições de ensino superior) Sociedades de responsabilida de limitada Municípios

Natureza jurídica dos atos de outorga ATO DE OUTORGA NATUREZA DO SERVIÇO ABRANGÊNCIA Autorização (Ministro de Estado) Permissão (Ministro de Estado) Concessão (Ministro de Estado para Rádio e Presidente da República para TV) Radiodifusão sonora comunitária (serviço público impróprio) Radiodifusão sonora (serviço público próprio) Radiodifusão sonora e de sons e imagens (serviço público próprio) Local Local Regional e Nacional

Regulação estrutural: (Decreto-Lei 236/67) Concentração horizontal: estrutura dentro de um mesmo serviço (ex: quantidade de FM s permitidas); Concentração vertical: estrutura entre modalidades diferentes, mas integrantes de um mesmo tipo de serviço (ex: propriedade de uma FM e de uma produtora e conteúdo); Concentração cruzada: entre serviços diferentes (ex: telecomunicações e radiodifusão. O que é o coronelismo eletrônico?

Regulação estrutural: (Decreto-Lei 236/67) Concentração horizontal: estrutura dentro de um mesmo serviço (ex: quantidade de FM s permitidas); - Decreto-lei 236/67, art. 12 Radiodifusão sonora Locais Ondas médias - 4 Frequência modulada - 6 Regionais Ondas médias - 3 Ondas tropicais 3, (máximo de 2 por Estados) Nacionais Ondas médias - 2 Ondas curtas - 2 Radiodifusão de sons e imagens Limite geral 10 em todo território nacional, sendo no máximo 5 em VHF e 2 por Estado.

Regulação estrutural: (Decreto-Lei 236/67) Concentração horizontal: estrutura dentro de um mesmo serviço (ex: quantidade de FM s permitidas); - Decreto-lei 236/67, art. 12 2º - Não serão computadas para os efeitos do presente artigo, as estações repetidoras e retransmissoras de televisão, pertencentes às estações geradoras. Decreto 52.795/63 (RSR) Art. 14. [...] 3ºA mesma entidade ou as pessoas que integram o seu quadro societário e diretivo não poderão ser contempladas com mais de uma outorga do mesmo tipo de serviço de radiodifusão na mesma localidade.

Regulação estrutural: (Decreto-Lei 236/67) Concentração horizontal: estrutura dentro de um mesmo serviço (ex: quantidade de FM s permitidas); - Decreto-lei 236/67, art. 12 De uma forma geral, a concentração horizontal pode ser regulada pela limitação numérica (como ocorre no Brasil) ou de acordo com a ausência atingida pela emissora (como ocorre nos EUA). Será que há a mesma concentração deter 5 emissoras de TV distribuídas em grandes capitais em relação a outra pessoa que detém 5 emissoras, todas distribuídas em interiores com menos de 200.000 habitantes?

Regulação estrutural: (Lei 12.485/2011) Concentração cruzada: entre serviços diferentes (ex: telecomunicações e radiodifusão. (Lei 12.485/2011, arts. 5º e 6º) Art. 5º O controle ou a titularidade de participação superior a 50% (cinquenta por cento) do capital total e votante de empresas prestadoras de serviços de telecomunicações de interesse coletivo não poderá ser detido, direta, indiretamente ou por meio de empresa sob controle comum, por concessionárias e permissionárias de radiodifusão sonora e de sons e imagens e por produtoras e programadoras com sede no Brasil, ficando vedado a estas explorar diretamente aqueles serviços. 1º O controle ou a titularidade de participação superior a 30% (trinta por cento) do capital total e votante de concessionárias e permissionárias de radiodifusão sonora e de sons e imagens e de produtoras e programadoras com sede no Brasil não poderá ser detido, direta, indiretamente ou por meio de empresa sob controle comum, por prestadoras de serviços de telecomunicações de interesse coletivo, ficando vedado a estas explorar diretamente aqueles serviços.

Regulação estrutural: (Lei 12.485/2011) Aspecto importante: O direito brasileiro não contempla regulação quanto aos contratos de afiliação e quanto à limitação de RTV s, criando uma válvula de escape para os limites estruturais horizontais. Dúvida: como promover esta regulação?

Regulação estrutural: (Lei 12.485/2011) Concentração vertical: estrutura entre modalidades diferentes, mas integrantes de um mesmo tipo de serviço (ex: propriedade de uma FM e de uma produtora e conteúdo); Art. 6 o As prestadoras de serviços de telecomunicações de interesse coletivo, bem como suas controladas, controladoras ou coligadas, não poderão, com a finalidade de produzir conteúdo audiovisual para sua veiculação no serviço de acesso condicionado ou no serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens: I - adquirir ou financiar a aquisição de direitos de exploração de imagens de eventos de interesse nacional; e II - contratar talentos artísticos nacionais de qualquer natureza, inclusive direitos sobre obras de autores nacionais. Parágrafo único. As restrições de que trata este artigo não se aplicam quando a aquisição ou a contratação se destinar exclusivamente à produção de peças publicitárias.

Controle societário Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País. 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital total e do capital votante das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades e estabelecerão o conteúdo da programação. 2º A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção da programação veiculada são privativas de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, em qualquer meio de comunicação social. 3º Os meios de comunicação social eletrônica, independentemente da tecnologia utilizada para a prestação do serviço, deverão observar os princípios enunciados no art. 221, na forma de lei específica, que também garantirá a prioridade de profissionais brasileiros na execução de produções nacionais. 4º Lei disciplinará a participação de capital estrangeiro nas empresas de que trata o 1º. 5º As alterações de controle societário das empresas de que trata o 1º serão comunicadas ao Congresso Nacional.

Controle societário Transferência simples: Não há alteração do controle societário Necessita ser informado em 60 dias (Lei 4.117/62, art. 38, b ); Transferência indireta: quando a maioria das cotas ou ações representativas do capital é transferida de um para outro grupo de cotistas ou acionistas que passa a deter o mando da sociedade. (RSR, art. 89, 2º) Necessita autorização do Poder Concedente; Transferência direta: quando a concessão ou permissão é transferida de uma pessoa jurídica para outra (RSR, art. 89, 1º); Necessita autorização do Poder Concedente; Alteração de quadro diretivo/administração: Modificação do representante Necessita ser informado em 60 dias (Lei 4.117/62, art. 38, b Nova redação da Lei 12.872/2013)

Procedimento de outorga Procedimento de outorga: Procedimento interno Fixação do objeto licitatório Procedimento externo Procedimento de delegação Seleção dos interessados Emissão dos atos de outorga É possível se falar em dispensa ou inexigibilidade para concessão/permissão? (Vide art. 174 da CF) Como ficam as emissoras de radiodifusão educativa e comunitária? E as de natureza institucional?

Procedimento de outorga Radiodifusão comercial: (procedimento interno e externo) RSR 1º Passo: Inserção do canal no Plano Básico; 2º Passo: Viabilidade econômica, definição do valor mínimo da outorga e aprovação de atos necessários; 3º Passo: Publicação do Edital; 4º Passo: Habilitação preliminar; 5º Passo: Habilitação técnica; 6º Passo: Julgamento das propostas; 7º Passo: Declaração do vencedor, homologação e adjudicação.

Procedimento de outorga Radiodifusão comercial (proc. de delegação): Alterações promovidas pelo Decreto n.º 7.670/2012 e 7.776/2012 PROCEDIMENTO ANTERIOR 1. Portaria ou Decreto de concessão ou permissão; PROCEDIMENTO ATUAL Portaria de aprovação de locais e instalação de equipamentos; 2. Decreto legislativo de convalidação; Pagamento integral da outorga em 30 dias; 3. Assinatura do contrato de concessão ou permissão; 4. Portaria de aprovação de locais e instalação de equipamentos; 5. Ato de autorização de uso de radiofrequência; 6. Possibilidade de solicitar autorização para irradiações experimentais; Assinatura do contrato de concessão ou permissão; Portaria ou Decreto de concessão ou permissão; Decreto legislativo de convalidação; Ato de autorização de uso de radiofrequência (podendo executar o serviço em caráter provisório); 7. Licenciamento. Licenciamento.

Procedimento de outorga Radiodifusão educativa (procedimento interno e externo): Portaria MC nº 355/2012 1º Passo: Inserção do canal no Plano Básico; 2º Passo: Manifestação de interesse ou atuação de ofício do MC; 3º Passo: Publicação do Aviso de Habilitação; 4º Passo: Julgamento e habilitação; (primeiro entidades de direito público; segundo fundações de direito privado); *Julgamento único dos recursos. 5º Passo: Homologação do procedimento;

Procedimento de outorga Radiodifusão educativa (procedimento de delegação): Portaria MC nº 355/2012 1º Passo: Portaria de aprovação de locais e instalação de equipamentos; 2º Passo: Assinatura do contrato de concessão ou permissão; 3º Passo: Portaria ou Decreto de concessão ou permissão; 4º Passo: Decreto legislativo de convalidação; 5º Passo: Ato de autorização de uso de radiofrequência (podendo executar o serviço em caráter provisório); 6º Passo: Licenciamento.

Procedimento de outorga Radiodifusão comunitária: Características distintivas: a) radiodifusão sonora; b) frequência modulada; c) baixa potência; d) cobertura restrita; e) outorgada apenas a fundações e associações comunitárias sem fins lucrativos; f) sede na localidade de prestação do serviço. Pergunta: É possível se falar em Televisão comunitária?

Procedimento de outorga Radiodifusão comunitária: 1º Passo: Definição de canal único para região; 2º Passo: Manifestação de interesse ou atuação de ofício do MC; 3º Passo: Publicação do Aviso de Habilitação; 4º Passo: Julgamento e habilitação; (critério de acordo com o apoio da comunidade manifestações de apoio); *Julgamento único dos recursos. 5º Passo: Homologação do procedimento;

Procedimento de outorga Radiodifusão comunitária: 1º Passo: Apresentação do projeto técnico; 2º Passo: Portaria de Autorização, já aprovando o projeto; 3º Passo: Decreto legislativo de convalidação; OBS: Antes da expedição do decreto, ultrapassando-se o prazo para deliberação do congresso nacional, é possível requerer autorização provisória. (art. 2º, 1º, da Lei 9.612/98) 4º Passo: Ato de autorização de uso de radiofrequência (podendo executar o serviço em caráter provisório); 5º Passo: Licenciamento.

Procedimento de outorga Criminalização das emissoras de radiodifusão comunitárias não outorgadas ou pendentes de autorização: Lei 4.117/2 (CBT) Art. 70. Constitui crime punível com a pena de detenção de 1 (um) a 2 (dois) anos, aumentada da metade se houver dano a terceiro, a instalação ou utilização de telecomunicações, sem observância do disposto nesta Lei e nos regulamentos. (Substituído pelo Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967) Parágrafo único. Precedendo ao processo penal, para os efeitos referidos neste artigo, será liminarmente procedida a busca e apreensão da estação ou aparelho ilegal. Lei 9.472/2007 (LGT) Art. 183. Desenvolver clandestinamente atividades de telecomunicação: Pena - detenção de dois a quatro anos, aumentada da metade se houver dano a terceiro, e multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, direta ou indiretamente, concorrer para o crime.

Procedimento de outorga Criminalização das emissoras de radiodifusão comunitárias não outorgadas ou pendentes de autorização: 1. A conduta tipificada no art. 70 do antigo Código Brasileiro de Telecomunicações diferencia-se daquela prevista no art. 183 da nova Lei de Telecomunicações por força do requisito da habitualidade. Precedente: (HC 93.870/SP, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJe de 10/09/2010). 2. A atividade de telecomunicações desenvolvida de forma habitual e clandestina tipifica delito previsto no art. 183 da Lei 9.472/1997 e não aquele previsto no art. 70 da Lei 4.117/1962. 3. In casu, a) o paciente foi denunciado com incurso no art. 183 da Lei 9.472/97, pela suposta prática de utilização e desenvolvimento ilícito de sistema de telecomunicações, por meio da Rádio Evangélica FM, cujo seria o proprietário. b) Consoante destacou a Procuradoria Geral da República, os aspectos da habitualidade e da clandestinidade não demandam qualquer discussão, uma vez que o próprio paciente confessou que desenvolveu a atividade de radiodifusão no Município de Piracuruca/PI, sem registro nos órgãos competentes, pelo período de nove meses no ano de 2006, encerrando tal prática apenas quando da fiscalização realizada pelos agentes da ANATEL. 4. Ordem denegada. (STF, HC 115137 / PI PIAUÍ)

Procedimento de outorga Criminalização das emissoras de radiodifusão comunitárias não outorgadas ou pendentes de autorização: Habeas Corpus. Penal. Desenvolvimento de atividades clandestinas de telecomunicação. Artigo 183 da Lei nº 9.472/97. Princípio da insignificância. Possibilidade, em razão das particularidades do caso concreto. Precedente. Inexistência de lesão ao bem jurídico tutelado pela norma penal incriminadora. Demonstração da ausência de periculosidade social da ação e do reduzido grau de reprovabilidade da conduta. Ordem concedida. 1. O exame pericial elaborado pela ANATEL, que demonstrou que a suposta operação de rádio clandestina seria de baixa potência, não comprovou a sua efetiva interferência nos serviços de comunicação devidamente autorizados, o que demonstra a ausência de potencialidade lesiva ao bem jurídico tutelado pelo tipo penal incriminador. 2. A constatação da fiscalização de que a programação da rádio era basicamente constituída de conteúdo evangélico (fl. 9 do anexo 3) permite concluir a ausência de periculosidade social da ação e o reduzido grau de reprovabilidade da conduta do paciente, o que abre margem para a observância do postulado da insignificância, já que preenchidos os seus vetores. 3. Ordem concedida. (STF, HC 122507/ES)

Procedimento de outorga Criminalização das emissoras de radiodifusão comunitárias não outorgadas ou pendentes de autorização: Requisitos para aplicação do princípio da insignificância segundo o STF: a) ofensividade mínima ao bem jurídico tutelado; b) reduzido grau de reprovabilidade; c) inexpressividade da lesão; e d) nenhuma periculosidade social. Pergunta: O que é proselitismo e quais os instrumentos de controle?

Procedimento de outorga Radiodifusão institucional: Art. 16. [...] 11. O Presidente da República ou o Ministro de Estado das Comunicações, conforme competência definida neste regulamento, poderá outorgar a exploração de serviços de radiodifusão com finalidade institucional para Estados, Distrito Federal e Municípios, sendo vedada qualquer tipo de transferência. (Redação da pelo Decreto nº 7.670, de 2012) Hiato normativo da radiodifusão institucional e seus reflexos...

Controle Parlamentar (procedimento de outorga) Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, observado o princípio da complementaridade dos sistemas privado, público e estatal. 1º - O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do art. 64, 2º e 4º, a contar do recebimento da mensagem. 2º - A não renovação da concessão ou permissão dependerá de aprovação de, no mínimo, dois quintos do Congresso Nacional, em votação nominal. 3º - O ato de outorga ou renovação somente produzirá efeitos legais após deliberação do Congresso Nacional, na forma dos parágrafos anteriores. 4º - O cancelamento da concessão ou permissão, antes de vencido o prazo, depende de decisão judicial. 5º - O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para as emissoras de rádio e de quinze para as de televisão. Art. 224. Para os efeitos do disposto neste capítulo, o Congresso Nacional instituirá, como seu órgão auxiliar, o Conselho de Comunicação Social, na forma da lei.

Controle Parlamentar (procedimento de outorga) Alterações promovidas no procedimento de outorga pelo Decreto n.º 7.670/2012 e 7.776/2012 PROCEDIMENTO ANTERIOR PROCEDIMENTO ATUAL 1. Portaria ou Decreto de concessão ou permissão; Portaria de aprovação de locais e instalação de equipamentos; 2. Decreto legislativo de convalidação; Pagamento integral da outorga em 30 dias; 3. Assinatura do contrato de concessão ou permissão; Assinatura do contrato de concessão ou permissão; 4. Portaria de aprovação de locais e instalação de equipamentos; Portaria ou Decreto de concessão ou permissão; 5. Ato de autorização de uso de radiofrequência; Decreto legislativo de convalidação; 6. Possibilidade de solicitar autorização para irradiações experimentais; Ato de autorização de uso de radiofrequência (podendo executar o serviço em caráter provisório); 7. Licenciamento. Licenciamento.

Renovação de outorga: Exige-se que a emissora requeira a renovação da outorga, entre 6 (seis) e 3 (três) meses anterior ao vencimento (Decreto 88.066/83 c/c Portaria MC nº 329/2012). Perguntas: Controle Parlamentar (procedimento de outorga) O silêncio administrativo causa renovação automática? (Decreto 88.066/83: Art 9º - Caso expire a concessão ou permissão, sem decisão sobre o pedido de renovação, o serviço poderá ser mantido em funcionamento, em caráter precário, excluída a hipótese do artigo 4º deste Decreto); O Ministério das Comunicações pode alterar o prazo do decreto via portaria? O protocolo intempestivo fora do prazo pode ser deferido? O protocolo intempestivo permite a interrupção imediata ou precisa ingressar judicialmente?

Controle Parlamentar (procedimento de outorga) Sobre a atuação parlamentar: Pode o Congresso Nacional efetuar regulação sobre o procedimento de outorga, definindo critérios? A decisão do Congresso Nacional é ato político? Pode ser controlado judicialmente? Precisa ser motivado? Pode haver controle da mora do Congresso Nacional? E do Executivo? Através de quais instrumentos?

Competência fiscalizatória TIPO DE FISCALIZAÇÃO COMPETÊNCIA EXECUÇÃO Técnica ANATEL ANATEL Conteúdo Ministério das Comunicações ANATEL e Ministério das Comunicações Obrigações legais e contratuais Ministério das Comunicações Ministério das Comunicações

PARTE 3 3) Noções de Convergência Tecnológica e convergência tecnológica como mito; Tecnologia, evolução e saltos tecnológicos: uma visão da história dos meios de comunicação de massa; Atividade regulatória em face da evolução tecnologia - convergência, redes 4G, TV digital, whitespace, dividendo digital, PLC.

Convergência tecnológica Convergência tecnológica: adoção de mesmas tecnologias para prestação de serviços diversos (multimídia). Ex: celulares que permitem ligações, acesso à internet, acesso à conteúdo audiovisual etc. Convergência de serviços: Venda/prestação de serviços de forma única, com eficiência econômica e minoração de preços. Ex: serviços contratados conjuntamente de telefonia, internet e televisão por assinatura.

Convergência tecnológica Dificuldades para convergência tecnológica entre Telecomunicações e Radiodifusão: Cultura tecnológica; Finalidades diferenciadas; Gratuidade x Cobrança; Resistência do mercado; Público-alvo diferente.

Convergência tecnológica Saltos tecnológicos e regulação: Surgimento das FM s; Tentativa de digitalização das AM s; Surgimento da TV digital; Surgimento da TV por assinatura e seus reflexos. Pergunta: Como acompanhar o desenvolvimento tecnológico via função regulatória?

PARTE 4 4) Modelos de regulação da mídia: direito comparado; Aspectos relevantes da regulação da mídia e da liberdade de expressão, especialmente no que se refere à adoção de cotas de conteúdo, de políticas de regionalização da produção e da programação e dos princípios do art. 221 da Constituição Federal.

Regulação de conteúdo

Regulação de conteúdo Vedação à censura: Na CF: Art. 5º [...] IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; Art. 220. [...] 2º - É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística. Art. 220. [...] 3º - Compete à lei federal: I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada;