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Transcrição:

Trauma de tórax

O trauma de tórax tem sido a principal de causa de morte na população adulta jovem no mundo atual, e tem destacado em virtude de fatores vinculados ao avanço tecnológico, como meio de transportes cada vez mais veloz e pelo aumento da violência urbana.

Classificação ao tipo de Lesão Aberto (Penetrantes):São,grosso modo,os ferimentos. Os mais comum são causados por arma branca(fab) e os por arma de fogo(faf). Fechado : São as contusões. Os tipos mais comum dessa categoria de trauma é representado pelos acidentes automobilísticos.

Mecanismo de lesão, quanto ao órgão atingido. Trauma direto: Neste mecanismo, a caixa torácica é golpeada por um objeto em movimento ou ela vai de encontro a uma estrutura fixa, a parede torácica absorve o impacto e o transmite as vísceras. Trauma por compressão: Muito comum em desmoronamentos, construção civil, escavações, etc., apresentam lesões mais difusas na caixa torácica, mal delimitada e, se a compressão for prolongada, pode causar asfixia traumática, apresentando cianose cérvico-facial e hemorragia subconjuntival.

Trauma por desaceleração (ou contusão): Caracterizado por processo inflamatório em pulmão e/ou coração no local do impacto, causando edema e presença de infiltrado linfo monocitário o que caracterizará a contusão. Traumas penetrantes: É o mecanismo mais comum de traumas abertos, podem ser causados criminalmente ou acidentalmente por armas brancas, objetos pontiagudos, estilhaços de explosões, projéteis de arma de fogo etc.

Fraturas: Fraturas São as lesões mais comuns do tórax e assumem fundamental importância, pois a dor causada por elas dificulta a respiração e levam ao acúmulo de secreção. Fraturas de costelas: É a mais comum das lesões ósseas da parede torácica, podendo ocorrer isoladamente ou associada a pneumotórax ou hemotórax, lembramos que as fraturas dos últimos arcos costais podem se associar à lesão de fígado ou baço e a lesão dos primeiros arcos se associa a traumas graves com possíveis lesões vasculares.

Afundamentos (fraturas múltiplas de costelas): Estão associadas aos traumatismos mais graves do tórax e freqüentemente também de outros órgãos. Definem-se como fraturas múltiplas à fratura de dois ou mais arcos costais em mais de um local diferente, determinando perda da rigidez de parte ou de todo o envoltório ósseo torácico, fazendo com que essa parte do tórax possa se movimentar de uma maneira diferente do restante (movimento paradoxal do tórax). Fraturas do Esterno: São lesões raras, mas de alta mortalidade, devido à ocorrência de lesões associadas (contusão cardíaca, ruptura traqueobrônquica, ferimentos musculares) que devem ser pesquisadas concomitantemente.

Manifestações Clínicas: Pneumotórax: É a presença de ar na cavidade pleural, podendo levar à compressão do parênquima pulmonar e insuficiência respiratória.

Hemotórax (HTX): É a presença de sangue na cavidade pleural resultante de lesões do parênquima pulmonar, de vasos da parede torácica ou de grandes vasos como aorta, artéria subclávia, artéria pulmonar ou mesmo do coração.

Traumatismo Cardíaco: Podem ser divididos em duas condições básicas, que são o tamponamento cardíaco e a contusão cardíaca. Tamponamento cardíaco: É uma emergência médica na qual há acúmulo de líquido no pericárdio (o saco no qual o coração está envolvido). O sangue aumenta significativamente a pressão no coração, impedindo os ventrículos de se encherem adequadamente. Isto resulta num bombeamento ineficiente do sangue, choque e frequentemente morte.

Contusão Cardíaca: Este tipo de lesão ocorre em traumatismos fechados, pelos quais se procede à compressão do coração entre o esterno e a coluna. Em grandes afundamentos frontais do tórax deve-se sempre suspeitar de contusão cardíaca. As queixas de desconforto referidas pelo paciente geralmente são interpretadas como sendo devidas à contusão da parede torácica e a fraturas do esterno e/ou de costelas.

Contusão Pulmonar (com ou sem tórax instável): É uma contusão do pulmão causada por um traumatismo de tórax. Como resultado da lesão aos capilares sanguíneos, o sangue e outros fluidos se acumulam no tecido pulmonar. O excesso de fluido interfere com a troca de gases, potencialmente levando a níveis inadequados de oxigenação (hipóxia).

Lesão de Grandes Vasos: Ocorre em acidentes envolvendo altas velocidades ou quedas de grandes alturas, em que há o mecanismo de desaceleração súbita. Aproximadamente 90% das vítimas de ruptura de aorta morrem no local do acidente, apenas 10% chegam vivas ao hospital e, destas, 50% falecem nas primeiras 2h após a admissão se a conduta correta não for tomada. A ruptura incide mais na região do istmo aórtico, ou seja, logo após a emergência da artéria subclávia esquerda e ocasiona enorme hemotórax. Os sobreviventes se mantêm vivos por um período, pois, há formação de grande hematoma Peri aórtico, tamponado temporariamente pela pleura mediastinal e pulmão. O diagnóstico e a conduta cirúrgica devem ser feitos rapidamente.

Laceração traqueobrônquica: A ruptura traqueobrônquica pode ser dividida em lesões de traquéia cervical e de traquéia torácica ou brônquios principais. Trauma de Traquéia cervical: O mecanismo mais frequente é o trauma direto com contusão traqueal e ruptura, também a hiperextensão do pescoço nos impactos frontais pode lesar esta região.

Traquéia torácica ou brônquios principais: Pode resultar de compressão anteroposterior violenta do tórax ou de desaceleração súbita como nos impactos frontais ou nas quedas de grandes alturas. O local mais comum de lesão é na Carina ou no brônquio principal direito.

Cuidados de enfermagem Os procedimentos de enfermagem em traumatismo Seguir a sequência de algoritmo ABCDE Controle de hemorragia, Puncionar dois acessos venosos calibrosos Fazer a monitorização cardíaca Aferir os sinais vitais; Passar sonda nasogástrica, Passar sonda vesical de demora e mensurar o volume Na avaliação da reação pupilar, nível de consciência. Auxiliar na intubação endotraqueal A Toracocentese por agulha ou punção torácica de alívio, fornecer material. Oferecer material para anestesia; Oferecer a bandeja de drenagem de tórax e bisturi Fazer curativo oclusivo na inserção do dreno Assepsia abdominal Auxiliar o médico no procedimento No controle da hipotermia Combate: Desnutrição Objetivos: Minimizar Catabolismo

Conclusão Concluímos que o traumatismo torácico exige muitas vezes, diagnóstico rápido e intervenção imediata. Assim, é necessário que o cirurgião de emergência avalie rapidamente as condições clínicas do paciente, dando ênfase à oxigenação, à presença ou não de choque hipovolêmico e uma vez tendo drenado o hemotórax atingido, observar se a drenagem torácica está sendo eficaz e se não há lesões orgânicas associadas que mereçam tratamento assim que haja estabilização respiratória e circulatória. O profissional de enfermagem deve ter aprimoramento científico, a capacidade de manejo tecnológico e atuação humanizada e holística, que deve refletir numa assistência efetiva e eficaz as vitimas de traumatismo.

Obrigado pela atenção. Ana Alice Flaviana Josiane Lilian