Programa em Fisiopatologia e Terapêutica da Dor 2015 Avaliação Psicológica e DOR Dirce Maria Navas Perissinotti Pós-Doutorado Depto. Psiquiatria UNIFESP Doutorado e Mestrado Depto. Neurologia FMUSP
Instauração do Processo DOR AGUDA CRÔNICA DOR Estágio 1 - Angústia psicológica inicial Estágio 2 - Desenvolvimento ou Exacerbação problemas psicológicos Estágio 3 - Incorporação e consolidação do comportamento de doente
Modelo Multidimensional de Dor Comportamento Doloroso Sofrimento Dor Nocicepção Adaptado de Loeser JD. In: Bonica s Management of Pain. Philadelphia; Lippincott Williams & Wilkins: 2001.
O que é o psicológico Reação Humana comportamento Níveis de expressão PROCESSO EMOCIONAL expressão dinâmica correlação psíquico / somático
Interpretação da realidade {Conteúdo Mnêmico + Interpretação Subjetiva + Situação atual + Condições Sensitivas + Condições Cognitivas} = Realidade objetiva + subjetiva = Realidade psíquica
Mente Não é um lugar Não é um órgão Método de trabalho Diferente do INCONSCIENTE freudiano Resultado de memórias e fatores ambientais que trabalham conjuntamente Resultados de movimento evolutivo do crescimento e e adaptação LIDA COM INFORMAÇÕES SEM TOMAR ATITUDES DELIBERADAS Relação entre como o cérebro afeta o corpo e como o corpo afeta o cérebro (Del Nero, 2001)
Ao se cronificar a dor induz a desintegração dos sistemas
PERCEPÇÃO DA DOR: CÉREBRO É ÚLTIMA PARADA ESTÍMULO/ANSIEDADE M E M Ó R I A C O N T R O L E A T T E N Ç Ã O NOCICEPÇÃO
(Holmes, 2010)
Condições que abrem o portão Condições Físicas Extensão da lesão Nível de atividade inadequada Condições emocionais Ansiedade ou preocupação Tensão Depressão Condições mentais Com foco na dor Tédio (Sarafino EP. Health Psychology, Biopsychosocical Interactions, Third Edition. John Wiley & Sons, Inc. New York: 1998)
Condições que fecham o portão Condição Física Medicações Alívio da hiperexcitação (ex., taquicardia, massagem) Condição Emocionais Enfrentamento positivo Relaxamento Condição mental Concentração ou distração Envolvemento e interesse por atividades de vida (Sarafino EP. Health Psychology, Biopsychosocical Interactions, Third Edition. John Wiley & Sons, Inc. New York: 1998)
4 tipos de comportamento doloroso Facial/audível expressão de aflição Locomoção distorcida ou postura Afeto negativo Esquiva da atividade* *Esquiva de situações imaginadas como aversivas ou que seria incapaz de enfrentar e não factuais (Sarafino EP. Health Psychology, Biopsychosocical Interactions, Third Edition. John Wiley & Sons, Inc. New York: 1998)
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.68 Domínio Físico Domínio Emocional.53.59.56.59.85.77.43 AVD MOB VIT SON DEP ANS MEDO e1 e2 e3 e4 e5 e6 e7 Note: AVD = Atividades de Vida Diária; MOB = Mobilidade; DEP = Depressão VIT=Vitalidade; SON = Sono ANS = Ansiedade (Modelo de Young, 2003)
Diagnóstico Psicológico Códigos: médico e psicológico Diagnóstico sozinho não prediz as necessidades de serviços, duração da hospitalização, nível de cuidados ou dos resultados (WHO) Psicopatologia Incapacidade, déficits funcionais níveis de funcionamento do corpo, aspectos psicofisiológicos, psicosociais e pessoais International Classification of Functioning and Disability - ICIDH-2
Diagnósticos Psicológicos 1 - Condições Estruturais relacionadas à(s) 1.1 - Funções/processos mentais: 1.2 - Formação e dinâmica de personalidade 1.3 - Estruturais relacionadas à dinâmica familiar 1.4 - Estruturais motoras e sensitivas 2 Condições co-mórbidas relacionadas ao(s) 2.1 Estado reativo 2.2 Fragilidade egóica 2.3 Problemas relativos à adesão aos tratamentos (atuais e anteriores) 3 - Condições concorrentes relacionadas ao(s) 3.1 Aspectos sociais, familiares e psicossociais, incluídos os profissionais e legais 3.2 Quadros psicopatológicos 3.4 Outros (Perissinotti, 2001)
Psiquiatria no Programa de Saúde da Família (PSF) Grupo de Pesquisa/CNPq Saúde Mental em Atenção Primária -UERJ - Sandra Fortes, Luis A.B.Villano, Claudia de S.Lopes, Luiz Fernando Chazan Financiamentos: - Estudo epidemiológico: Bolsa de Apoio a Tese de Doutorado OPAS - Estudo: Intervenções Terapêuticas Interdisciplinares para Tratamento de Transtornos Mentais Comuns no PSF Lopes C Edital MCT-CNPq / MS-SCTIE-DECIT / CT-Saúde 07/2005 Experiências de matriciamento Apoio - FM Petrópolis/Prefeitura de Petrópolis Conflitos de Interesse: nenhum
Relevância da Saúde Mental na Atenção Primária 80% do cuidado com a saúde mental É complexa. Envolve também doença física, problemas emocionais, stress sócio-econômicos, questões de família. O Programa de Saúde da Família como reorganização da atenção primária no Brasil Muitos dos pacientes difíceis para as Equipes Saúde da Família tem problemas psicossociais e/ou psiquiátricos Saúde mental na atenção primária não é tema com o qual os médicos estejam familiarizados
TMC no PSF de Petrópolis Prevalência de TMC na demanda ao médico Bruto: GHQ2/3-56 % (95% CI 52,36 59,64)-n=400 - GHQ4/5-33 % (95% CI 29,55 36,45)- n=251 Ajustados: 65% (GHQ 2/3), 37% (GHQ 4/5) Características: Fatores associados: mulheres,sem rede e apoio social Pobreza Extrema: OR: 6,993 (3,324-14,710) Perfil nosológico dos positivos ao GHQ(2/3): ansiedade (40%), depressão (44%), transtornos somatoformes (22%) e dissociativos ( 20%). 25% sem diagnóstico ao CIDI - Forma de Apresentação: queixas médicas inexplicáveis
Epidemiologia Início adolescência (exceto Transt Doloroso = 40-50 anos) M>H (exceto hipocondria: M=H) Classes sociais baixas, pouca sofisticação psicológica O mais raro (e grave) = Transt somatização Os mais comuns: conversivo, somatoforme indiferenciado (!!!?) (OMS,1997; Katon,2004; Ávila, 2007)
Prevalência Numa semana 60 a 80% da população apresenta 1 sintoma somático 60% das visitas ao médico são devidas a sintomas somáticos para os quais não se encontra explicação (cefaléias, lombalgias principalmente) 20% dos doentes apresentam pelo menos uma perturbação somatoforme (Gallucci Neto e Marchetti, 2009)
Rotulação Costumam receber rótulos pejorativos Geralmente, termos pouco específicos: Poliqueixoso pode se referir: Pessoas com uma doença orgânica que tendem a manifestar e ampliar muito suas queixas Paciente prolixo, que não se fixa em uma queixa principal. Como não oferece uma prioridade, o profissional de saúde fica bloqueado em seu raciocínio O rótulo torna-se: Uma saída para lidar com a incerteza Defesa contra a angústia e o sentimento de impotência
Aspectos Gerais O paciente NÃO ESTÁ FINGINDO e Vínculo ou relação profissional de saúde-paciente Explicação: sintomas correspondem ao modo como seu corpo reage ao stress São diagnósticos de exclusão: fazer ANAMNESE e EXAME FÍSICO e NEUROLÓGICOS bem feitos Tratar doenças associadas
Perturbações psiquiátricas com apresentação somática Sintomas somáticos não devidos a doença orgânica - unexplained physical symptoms 1. Reações agudas de stress e/ou medo de doenças e apresentação somática de ansiedade e perturbações depressivas somatização aguda 2. Sintomas múltiplos crônicos não explicados somatização crônica : perturbações somatoformes, perturbações factícias simulação
Perturbações psiquiátricas com apresentação somática
Papel de doente ( sick-role ) Ser doente é estar temporariamente dispensado do papel normal não ser responsável pela doença MAS querer melhorar a sua situação colaborar com a ajuda tecnicamente competente
Comportamento adequado face à doença 1. monitorização do próprio corpo 2. definição e interpretação dos sintomas 3. resposta a mudanças nos sintomas no curso de uma doença 4. tomada de decisões terapêuticas 5. utilização de fontes de ajuda informais ou do sistema de cuidados de saúde 6. adesão e resposta ao tratamento
1. 2. 3. 4.
5. 6. 7. 8.
1. sempre 2. 3.
PROVE-UNIFESP Trauma, violência e dor N = 277 dentre eles com dor 132 (47,65%) e 75 (56,82%) TEPT e dor 3:6 ou 5:10 Dor e violência abuso sexual (precoce ou tardia) não houve significância na amostra Significância (p<0,05 0,0000) Capacidade Funcional: a presença e a extensão de limitações relacionadas à capacidade física; Aspectos físicos: limitações quanto ao tipo e a qualidade de trabalho, bem como o quanto essas limitações dificultam a realização do trabalho e das atividades da vida diária; Aspecto Emocional:o impacto relacionada aos aspectos psicológicos no bem-estar do paciente ETI Decepção com companheiros
Avaliação Psicológica EVA e/ou Usar métodos de auto-relato e observações comportamentais Inventários breves de dor Avaliar padrões psicocomportamentais em diferentes dimensões ao longo do tempo Questionário de Dor McGill Avaliar a dependência do ambiente psicossocial Avaliação da capacidade funcional WHY(MP I) Perfil do impacto da doença Outras avaliações psicológicas Diário de Dor Observação comportament al (Perissinotti DMN, 2003) Psicodiagnóstico
Psicodiagnóstico Avaliar padrões psicocomportamentais em diferentes dimensões ao longo do tempo Usar métodos de auto-relato e observações comportamentais Inventários breves de dor Avaliar a dependência do ambiente psicossocial + Avaliação da capacidade psicofuncional Observação comportamental + Outras avaliações psicológicas + Perfil do impacto da doença = (Perissinotti DMN, 2003)
Obrigada dirceperissinotti@unifesp.org dircelko@uol.com.br Fone: (11)3062-4147