Estrutura regulatória de telecomunicações e suas implicações no desenvolvimento de sistemas de radioacesso banda larga

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Transcrição:

Estrutura regulatória de telecomunicações e suas implicações no desenvolvimento de sistemas de Edson José Bonon *, Daniel Basso Ferreira A rápida introdução de novas tecnologias de radioacesso tem demandado também uma rápida evolução nos instrumentos regulatórios, no que diz respeito à adequação dos serviços de telecomunicações às novas possibilidades tecnológicas, à adequação da destinação das faixas de frequência, viabilizando o uso eficiente do espectro, e ao ajuste dos instrumentos normativos para a certificação de produtos. Neste artigo, destacam-se os impactos de cada um desses setores regulatórios sobre os requisitos sistêmicos e pontuam-se oportunidades no desenvolvimento de tecnologia de sistemas de de quarta geração (4G). Palavras-chave: Radioacesso banda larga. Serviços de telecomunicações. Destinação de faixas de frequência. Homologação de produtos. Introdução O acesso a serviços de voz e dados, sobre uma rede de acesso banda larga, caracteriza primordialmente um serviço de interesse coletivo outorgado em regime público, ou autorizado em regime privado. Entretanto, também pode caracterizar o provimento de serviços de interesse restrito, em regime privado, quando faixas de frequência específicas são destinadas às várias modalidades do SLP (Serviço Limitado Privado), para suportar atividades operacionais de empresas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica (Smart Grid), de extração, refino e distribuição de petróleo, de controle da mobilidade urbana e suburbana, além de operações de segurança pública e atendimento a desastres. O primeiro instrumento regulatório que trata da definição dos serviços de telecomunicações publicado pela Anatel foi emitido através da Resolução 73 (ANATEL, 1998a). A partir dessa resolução, os demais serviços e suas submodalidades passaram a ter sua regulamentação criada e atualizada, formando o arcabouço regulatório para os serviços de telecomunicações atuais. Esses instrumentos regulatórios são analisados neste trabalho com o objetivo de dimensionar impactos e pontuar oportunidades no desenvolvimento da tecnologia de sistemas de de quarta geração (4G). A partir dessas considerações, é possível afirmar que os serviços suportados por uma plataforma tecnológica 4G são o STFC (Serviço Telefônico Fixo Comutado), o SMP (Serviço Móvel Pessoal), o SCM (Serviço de Comunicação Multimídia), voltado para aplicações de interesse coletivo, e o SLP, em suas várias submodalidades, para aplicações de interesse restrito. *Autor a quem a correspondência deve ser dirigida: bonon@cpqd.com.br. A preocupação internacional com a distribuição de faixas de frequência, destinadas a sistemas fixos e móveis de radioacesso, teve seu maior avanço nas décadas de 80 e 90, com a definição dos serviços padronizados pelo IMT (International Mobile Telecommunications). Trata-se de um conceito amplo, suportado por recomendações e requisitos técnicos, que define, de forma global, as questões de interoperabilidade sistêmica, tanto para as interfaces de rede como para a interface aérea, e os serviços suportados por tecnologias homologadas. Dentro do escopo do IMT e, consequentemente, com base em um conjunto de resoluções da Anatel para o território brasileiro, foram definidas, regulamentadas e destinadas várias faixas de frequência para os principais serviços de interesse coletivo (fixo/stfc e móvel/smp) no segmento do espectro compreendido entre 824 MHz e 2,2 GHz. Essas faixas de frequência foram licenciadas, em grande parte, para as prestadoras do SMP, e são prioritariamente utilizadas para a prestação do serviço de voz apesar de existir uma demanda crescente e acelerada pela prestação de serviços de dados banda larga. Esse segmento do espectro, apesar de ser relevante para o setor, não será tratado neste trabalho, por já estar consolidado e difundido globalmente, não trazendo impacto relevante sobre as novas tecnologias em desenvolvimento. Entretanto, a destinação de novas faixas de frequência, tanto para os serviços públicos como para os serviços privados, é um tópico que está sendo discutido pela Anatel e pelo Ministério das Comunicações. São faixas de frequência com elevado potencial de aplicação para as tecnologias de de Cad. CPqD Tecnologia, Campinas, v. 9, n. 2, p. 25-36, jul./dez. 2013

quarta geração e estão situadas, principalmente, nas faixas de UHF abaixo de 1 GHz, em alguns segmentos na faixa de 1,5 GHz e em faixas específicas como as de 2,6 GHz e 3,5 GHz. Portanto, uma atenção especial deve ser dada à evolução pretendida dessas novas faixas de frequência, principalmente no que diz respeito aos requisitos técnicos dos serviços que ocupam uma mesma faixa de frequência, nas mesmas subfaixas ou em subfaixas vizinhas. Essas questões têm impacto direto sobre os requisitos para convivência entre sistemas e serviços e, por conseguinte, sobre os requisitos dos produtos em desenvolvimento no projeto. Os ensaios em laboratório para a certificação de produtos e a consequente homologação pela Anatel são suportados por uma estrutura de normas, resoluções e requisitos técnicos, que vêm sendo modificados de modo que estejam adequados às novas tecnologias e às novas faixas de frequência. Esses instrumentos regulatórios devem ser analisados, de forma geral, quanto às questões de compatibilidade eletromagnética e proteção elétrica e, de uma forma específica, quanto aos requisitos aplicáveis a estações-radiobase, terminais e antenas. 1 Estrutura regulatória dos serviços de telecomunicações Os serviços de telecomunicações são classificados como de interesse coletivo ou restrito. 1.1 Serviços de interesse coletivo Os serviços de interesse coletivo são aqueles prestados em regime público ou privado, que visam atender à coletividade indiscriminadamente. O único serviço público prestado sob concessão da União é o STFC. O SMP e o SCM são serviços privados prestados sob autorização. 1.1.1 Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC) O STFC foi primeiramente regulado, ainda sob a denominação de STP (Serviço Telefônico Público), pela Norma n o 05 do Ministério das Comunicações (BRASIL, 1979). Em 1998, foi publicado o regulamento básico dos serviços de telecomunicações, por meio da Resolução 73. Um mês mais tarde foi publicada a Resolução 85 (ANATEL, 1998c), com o primeiro regulamento sobre o STFC, sob a gestão regulatória da Anatel. A principal diferença entre os escopos da Norma 05/79 e da Resolução 85 reside na forma da prestação do serviço. A primeira regulamenta o serviço ainda dentro do regime estatal e define que o serviço telefônico público é prestado, em todo o País, por empresas controladas pela Telecomunicações Brasileiras S/A TELEBRÁS e por outras empresas e entidades cujo contrato de concessão esteja em vigor. A segunda regulamenta o STFC nos primeiros momentos do setor privatizado e estabelece a prestação do serviço através de contratos ou termos de concessão, permissão e autorização celebrados entre as Prestadoras e a Anatel. Ainda em 1998, é publicada a Resolução 78 (ANATEL, 1998b), provendo diretrizes para a destinação de faixas de frequência para Sistemas de Acesso Fixo Sem Fio, para a prestação do STFC, ou seja, para o então conhecido sistema WLL Wireless Local Loop. Em 1999, a Resolução 146 (ANATEL, 1999a) aprova o regulamento para certificação de sistemas WLL, enquanto a Resolução 166 (ANATEL, 1999b), também de 1999, aprova o regulamento para utilização de sistemas WLL. Estes foram suportados principalmente pelas redes do SMC (Serviço Móvel Celular), atual SMP. Em 2005, a Anatel publicou a nova regulamentação para o STFC, por meio da Resolução 426 (ANATEL, 2005b). Essa resolução amplia o escopo de definições sobre a prestação do STFC, principalmente nas questões de acessibilidade, atendimento pessoal, poder significativo de mercado (PSM), capacidade de identificação de origem e destino da chamada, garantia de manutenção ou suspensão do sigilo, compartilhamento de infraestrutura, entre outras. A Resolução 426 de 2005 é a que define o STFC até o momento. 1.1.2 Serviço Móvel Pessoal (SMP) Em 1996, foi publicada a lei n o 9.295 (BRASIL, 1996), também conhecida como Lei Mínima, que dispunha sobre os serviços de telecomunicações e sua organização, além de definir a atuação do órgão regulador. Essa lei foi o elemento catalisador que permitiu o início da competição no serviço móvel, com a introdução das primeiras prestadoras privadas operando na Banda B, sendo que as prestadoras estatais do serviço móvel continuaram suas operações na Banda A. Nesse período, o serviço móvel terrestre era conhecido como SMC. O primeiro instrumento regulatório para o SMP, agora sustentado pela LGT (lei n o 9.472) (BRASIL, 1997a), aprovou as diretrizes para implementação do SMP, por meio da Resolução 235 (ANATEL, 2000a). Ainda em 2000, foram publicadas as regulamentações do SMP, por meio da Resolução 245 (ANATEL, 2000d) e da Resolução 248 (ANATEL, 2000e), que estabeleceram o Plano Geral de Autorizações para o SMP. Esse conjunto de três resoluções constituiu o arcabouço inicial para a migração do SMC para o SMP e para a ampliação do número de prestadoras autorizadas para o SMP. 26 Cad. CPqD Tecnologia, Campinas, v. 9, n. 2, p. 25-36, jul./dez. 2013

Uma evolução relevante ocorreu em 2010, com a publicação da Resolução 550 (ANATEL, 2010a), que aprovou o regulamento sobre a exploração do SMP por meio de Rede Virtual (RRVSMP). Adicionalmente, a qualidade na prestação do serviço foi estabelecida pelo PGMQ (Plano Geral de Metas de Qualidade), publicado pela Resolução 317 (ANATEL, 2002a) e aferido pelos Indicadores de Qualidade definidos pela Resolução 335 e medidos conforme a Resolução 443 (ANATEL, 2006c). Pode-se dizer que o SMP é hoje regulamentado pela Resolução 477 (ANATEL, 2007), sustentado pelo Plano Geral de Autorizações, definido pela Resolução 321 (ANATEL, 2002b) e aferido pelo PGMQ-SMP. 1.1.3 Serviço de Comunicação Multimídia (SCM) O transporte de dados para comunicação multimídia, até agosto de 2001, era suportado pelo SLE (Serviço Limitado Especializado), nas submodalidades SRE (Serviço de Rede Especializado) e SCE (Serviço de Circuito Especializado), bem como pelo SRTT (Serviço de Rede de Transporte de Telecomunicações), compreendendo o SLD (Serviço por Linha Dedicada), o SRCP (Serviço de Rede Comutada por Pacote) e o SRCC (Serviço de Rede Comutada por Circuito), todos de interesse coletivo. Em 2001, a Anatel publicou a Resolução 272 (ANATEL, 2001), que aprovou o Regulamento do SCM. Em 2003, a Anatel publicou a Resolução 328 (ANATEL, 2003), que aprovou os modelos do Termo de Autorização para Exploração do SCM, de interesse coletivo, para que fosse firmado com as autorizadas do SCM, a ser aplicado também nos casos de adaptação das autorizações do SLE e do SRTT. A Resolução 614 (ANATEL, 2013c), além de aprimorar várias questões experimentadas durante os primeiros anos de autorização do serviço, estabeleceu dois marcos importantes para a ampliação da difusão do serviço: a) definição de um prazo de seis meses para que todas as autorizadas do SLE e do SRTT adequassem suas licenças para o disposto na regulamentação do SCM; b) redução do PPDEST (Preço Público pelo Direito de Exploração de Serviços de Telecomunicações) e do PPDES (Preço Público pelo Direito de Exploração de Satélite), de R$ 9.000,00 para R$ 400,00. 1.2 Serviços de interesse restrito Serviço Limitado Privado (SLP) A estrutura regulatória do SLP tem sua origem na lei n o 4.117 (BRASIL, 1962), que instituiu o Código Brasileiro de Telecomunicações. Em seu art. 6º, surge a definição de serviço limitado: serviço limitado, executado por estações não abertas à correspondência pública e destinado ao uso de pessoas físicas ou jurídicas nacionais. Constituem serviço limitado, entre outros: o de segurança, regularidade, orientação e administração dos transportes em geral, o de múltiplos destinos, o serviço rural e o serviço privado. Surge, então, a primeira designação do serviço limitado e da submodalidade SLP (Serviço Limitado Privado). A norma n o 13 (BRASIL, 1997b) define as características do SLP e do SLE e suas submodalidades: Serviço Móvel Privado, Serviço de Radiochamada Privado, Serviço de Rede Privado e Serviço de Rádio-Táxi Privado, Serviço Móvel Especializado, Serviço de Circuito Especializado, Serviço de Rede Especializado e Serviço de Rádio-Táxi Especializado. Nesse tópico, a norma ainda inclui: O Ministério das Comunicações poderá constituir, caracterizar, nominar e regulamentar submodalidades específicas de SLP e de SLE, em razão de peculiaridades relativas às características técnicas, aplicações ou formas de exploração, que requeiram tratamento diferenciado. A flexibilidade dada ao Ministério das Comunicações para constituir, caracterizar, nominar e regulamentar submodalidades específicas gerou um grande número de submodalidades do serviço limitado. Em 2013, a Anatel publicou a Resolução 617 (ANATEL, 2013d), que consolida em um único instrumento regulatório a seguinte definição: O SLP é um serviço de telecomunicações, de interesse restrito, explorado em âmbito nacional e internacional, no regime privado, destinado ao uso do próprio executante ou prestado a determinados grupos de usuários, selecionados pela prestadora mediante critérios por ela estabelecidos, e que abrange múltiplas aplicações, dentre elas comunicação de dados, de sinais de vídeo e áudio, de voz e de texto, bem como captação e transmissão de Dados Científicos relacionados à Exploração da Terra por Satélite, Auxílio à Meteorologia, Meteorologia por Satélite, Operação Espacial e Pesquisa Espacial. Essa resolução revoga um grande número de instrumentos regulatórios criados ao longo do tempo. 2 Estrutura regulatória da destinação de faixas de frequência Neste tópico, será dada atenção aos regulamentos relativos à destinação de algumas faixas de interesse específico para o desenvolvimento de sistemas de radioacesso banda larga. Cad. CPqD Tecnologia, Campinas, v. 9, n. 2, p. 25-36, jul./dez. 2013 27

2.1 Subfaixas entre 225 MHz e 470 MHz As subfaixas situadas no segmento de UHF entre 225 MHz e 470 MHz foram utilizadas até recentemente de forma segmentada por inúmeros serviços de voz e telemetria de faixa estreita, principalmente pelo SLP (Serviço Limitado Privado) e pelo SLMP (Serviço Limitado Móvel Privativo). Em 2010, a Anatel publicou as Resoluções 555 (ANATEL, 2010b), 556 (ANATEL, 2010c), 557 (ANATEL, 2010d) e 558 (ANATEL, 2010e), refazendo a destinação das faixas de frequência de 225 MHz a 270 MHz, 360 MHz a 380 MHz, 380 MHz a 400 MHz e 450 MHz a 470 MHz, respectivamente. Nessa ação regulatória, destacam-se as Resoluções 555 e 558, que destinam subfaixas nos segmentos de 250 MHz e 450 MHz, com canais largos e capazes de suportar a operação de sistemas de. Essas resoluções substituem parcialmente o estabelecido pela Portaria 623 (BRASIL, 1973) do Ministério das Comunicações. Recentemente, a Anatel abriu consulta pública para debate da proposta de alteração do Regulamento sobre Condições de Uso de Radiofrequências, na faixa de 450 MHz a 470 MHz, pelo SLP no âmbito dos aeroportos nacionais. Esse regulamento é parte integrante da Resolução 558, que destina as subfaixas de 451,5875 MHz a 454 MHz e de 456,5875 MHz a 459 MHz para o SLP aeroportuário, e da Resolução 446 (ANATEL, 2006d), que regulamenta especificamente esse serviço. Essas subfaixas ocupam parte da subfaixa de uplink destinada ao STFC, ao SMP e ao SCM para a rede de acesso banda larga. As condições de convivência entre esses serviços e o SLP aeroportuário são garantidas pela Resolução 446, que estabelece um perímetro protegido com raio de 10 km no entorno dos aeroportos nacionais identificados na resolução. A proposta considera a migração gradual do SLP aeroportuário para subfaixas vizinhas às subfaixas destinadas ao acesso rural banda larga. 2.2 Subfaixas destinadas ao SLP para o setor elétrico (Smart Grid) O setor elétrico historicamente faz uso do SLP e do SLMP para suportar suas operações, tanto para despacho de instruções (voz), como para o transporte de telecomandos ou telemedições. São destinados, para esses fins, canais de faixa estreita, de 12,5 khz ou 25 khz, nas faixas de frequência de VHF, entre 148 MHz e 174 MHz, e de UHF, entre 225 MHz e 470 MHz. A Anatel vem realizando reformulações na regulamentação do uso do espectro para esses serviços, propondo a migração de licenças para faixas de frequência mais altas, entre 800 MHz e 1 GHz, com migração da tecnologia analógica (FM) para a digital. Entretanto, uma nova plataforma tecnológica chamada Smart Grid vem sendo gradativamente desenvolvida e implantada. Essa plataforma se caracteriza por um sistema de monitoramento, telemedição e controle destinado à gestão, em tempo real, da rede de distribuição de energia elétrica. Tal sistema demanda meios de comunicação com cobertura metropolitana, alta confiabilidade e capilaridade. Soma-se a essa demanda a necessidade emergente de suporte ao despacho eletrônico, demanda caracterizada pelo acesso às redes de voz, dados e imagem da empresa de distribuição de energia. A primeira iniciativa da Anatel em prover uma faixa de frequência para utilização por sistemas banda larga para suporte a uma rede Smart Grid se deu em 2010, com a publicação da Resolução 555. O anexo dessa resolução estabelece, além de 200 canais de 25 khz com passo duplex de 5 MHz, 12 canais de 1,25 MHz de largura, com passo duplex de 2,5 MHz (6 canais), 22,5 MHz (1 canal) e 27,5 MHz (5 canais). Os canais de 1,25 MHz podem ser agrupados, formando canais de 2,5 MHz, 3,75 MHz, 5 MHz e 6,25 MHz. Atenção especial deve ser dada ao fato de que outros serviços permanecem autorizados ao uso em subfaixas vizinhas, em caráter primário, dentro da mesma faixa de frequência. São eles: o STFC, o SLE e o SESC (Serviço Especial de Supervisão e Controle). 2.3 Subfaixas entre 698 MHz e 806 MHz A digitalização promovida pela implantação do SBTVD (Sistema Brasileiro de TV Digital) criou a possibilidade de um uso mais eficiente do espectro destinado aos serviços de TV. Soma-se a isso o fato de a escolha tecnológica do padrão de transmissão digital permitir a repetição de sinais de forma isofrequencial (no mesmo canal), otimizando o uso eficiente do espectro. Para uma análise adequada sobre a destinação atual e futura da faixa de frequência de 700 MHz, é importante considerar as seguintes questões: a) a faixa de frequência conhecida como faixa de 700 MHz é definida entre as frequências de 698 MHz e 806 MHz. Essa faixa é hoje destinada ao Serviço de Radiodifusão de Som e Imagem (TV), correspondendo aos canais 52 a 69 de UHF; b) o PBTVD (Plano Básico de TV Digital) considera a destinação dos canais 14 a 59 (470 MHz a 746 MHz) à implantação da TVD no Brasil; c) os canais de 60 a 68 (746 MHz a 800 MHz) foram destinados aos Serviços de Televisão e de Retransmissão de Televisão Pública Digital. 28 Cad. CPqD Tecnologia, Campinas, v. 9, n. 2, p. 25-36, jul./dez. 2013

A Figura 1 apresenta a questão a ser tratada sob o escopo do dividendo digital, resultante da migração completa do sistema de TV analógica para o digital, inicialmente previsto para 2016. Figura 1 Migração do sistema de TV analógica para o digital A ITU-R publicou na edição de 2008 do Radio Regulations (ITU-R, 2008) a destinação da faixa de frequência de 698 MHz a 806 MHz para o IMT (serviço móvel). Em 2009, a Portaria 24 (BRASIL, 2009) aprovou a Norma Geral para Execução dos Serviços de Televisão Pública Digital, definindo os canais de 60 a 68 (746 MHz a 800 MHz) para esse serviço. Em 2010, a Portaria 276 (BRASIL, 2010) aprovou a Norma Técnica para Execução dos Serviços de Radiodifusão de Sons e Imagens e de Retransmissão de Televisão com utilização da tecnologia digital. De acordo com a norma, a destinação da subfaixa de 54 MHz a 88 MHz (canais de 2 a 6 de VHF) deixa de existir, a destinação das subfaixas de 174 MHz a 216 MHz (canais de 7 a 13 de VHF) e de 470 MHz a 800 MHz (canais de 14 a 68 de UHF) é mantida, a subfaixa de 608 a 614 MHz, que corresponde ao canal 37, é atribuída internacionalmente ao serviço de radioastronomia, em caráter primário, e os canais de 60 a 68 são destinados ao uso exclusivo do Serviço de Televisão e de Retransmissão de Televisão Pública Digital. A Resolução 584 (ANATEL, 2012) de 2012 altera o Regulamento sobre Canalização e Condições de Uso de Radiofrequências para o SARC, RpTV e CFTV e fornece outras providências. Entre essas providências, o art. 17 determina a realização de estudos, até dezembro de 2012, visando definir o uso futuro do espectro de radiofrequências, em especial na faixa de 698 MHz a 806 MHz. A Portaria 681 (BRASIL, 2012) de 2012 instituiu o Grupo de Trabalho para estudar as condições de uso da faixa de radiofrequências de 698 MHz a 806 MHz. A Recomendação ITU-R M.1036-4 (ITU-R, 2012), de março de 2012, reforça a destinação da faixa de 698 MHz a 806 MHz, apontada pela WRC- 2007, para o IMT, conforme Figura 2. A faixa de 1,5 GHz foi primeiramente destinada ao serviço fixo por meio da Resolução 198 (ANATEL, 1999c), que revogou a Norma 15, de 1994. Essa resolução estabeleceu a canalização e as condições de uso das faixas de 1.427 MHz a 1.452 MHz e 1.492 MHz a 1.517 MHz por sistemas digitais do serviço fixo, com capacidade de transmissão de 2 x 2 Mbit/s para aplicações ponto a ponto e ponto-multiponto. Posteriormente, a Resolução 391 (ANATEL, 2005a), de 24 de janeiro de 2005, aprovou o Regulamento sobre Condições de Uso de Radiofrequências na Faixa de 1.452 MHz a 1.472 MHz, destinou ao serviço móvel aeronáutico, para aplicações de Telemetria em caráter primário, a faixa de radiofrequências de 1.452 MHz a 1.466 MHz e, em caráter secundário, a faixa de radiofrequências de 1.466 MHz a 1.472 MHz e atribuiu a faixa de radiofrequências de 1.452 MHz a 1.492 MHz adicionalmente ao serviço móvel, em caráter primário. A Figura 3 apresenta um diagrama relacionando a destinação dada pela Anatel, por meio das duas resoluções acima mencionadas, pela ITU-R, na edição de 2008 do Radio Regulations, e pelo fórum 3GPP, em sua definição de faixas de frequência para a interface aérea E-UTRA. Figura 3 Definição de faixas de frequência para a interface aérea E-UTRA Cad. CPqD Tecnologia, Campinas, v. 9, n. 2, p. 25-36, jul./dez. 2013 29

A partir desse quadro, é possível depreender que o serviço fixo, no caso brasileiro o STFC e o SCM, poderia utilizar os dois segmentos de 25+25 MHz entre as faixas de 1.427 MHz a 1.452 MHz e de 1.492 MHz a 1.517 MHz, para aplicações ponto a ponto e ponto-multiponto, enquanto o serviço móvel poderia utilizar o segmento de 6 MHz entre 1.466 MHz e 1.472 MHz para aplicações TDD, nas quais o SMA-Telemetria é de caráter secundário. Entretanto, a definição das bandas 11 e 21 pelo fórum 3GPP compromete a utilização das faixas acima referidas. Restam, como possibilidades de novas destinações para sistemas de acesso banda larga, as subfaixas entre 1.518 MHz e 1.555 MHz. Algumas empresas fornecedoras de equipamentos disponibilizam produtos para operar nessa faixa de frequência sob a designação WiGRID, utilizada pelo WiMAX Forum. As especificações técnicas desses produtos apontam para sua utilização nas faixas de frequência de 1.330 MHz a 1.530 MHz, ou de 1.350 MHz a 1.517 MHz. Atualmente, esse segmento do espectro está destinado a vários serviços, e o registro de licenças outorgadas, segundo o sistema SitarWeb da Anatel, aponta para 4.615 licenças distribuídas entre o STFC, o SLP e licenças de enlace rádio ponto a ponto para suporte ao SCM, ao SMP e ao SMP (Tabela 1). Tabela 1 Dados do sistema SitarWeb da Anatel Serviço MIN MAX ENL % 12-Rádio p/smprivado 1429 1515 28 1,00% 19-SLP 1429 1582 1127 24,00% 46-Rádio /SCM 1429 1519 70 2,00% 53-Rádio p/smpessoal 1429 1522,5 346 7,00% 175-STFC 1429 1526 3044 66,00% 4615 3 Estrutura regulatória para certificação e homologação de produtos de telecomunicações 3.1 Classificação dos produtos de telecomunicações Para efeito de processo de certificação e homologação, os produtos de telecomunicações são segregados em três categorias, conforme sua aplicação e seus usos: a) Produtos de Telecomunicações de Categoria I são equipamentos terminais destinados ao uso do público em geral para acesso a serviços de telecomunicações de interesse coletivo; b) Produtos de Telecomunicações de Categoria II são equipamentos não incluídos na definição da Categoria I, mas que fazem uso do espectro radioelétrico para transmissão de sinais, incluindo-se antenas e aqueles caracterizados, em regulamento específico, como equipamentos de radiocomunicação de radiação restrita; c) Produtos de Telecomunicações de Categoria III são produtos não enquadrados nas definições das Categorias I e II, cuja regulamentação seja necessária para a garantia da interoperabilidade das redes de suporte aos serviços de telecomunicações e para a confiabilidade das redes de suporte aos serviços de telecomunicações. 3.2 Requisitos de compatibilidade magnética e segurança elétrica Em 2000, a Anatel publicou a Resolução 237 (ANATEL, 2000b) e a Resolução 238 (ANATEL, 2000c), que aprovam os Regulamentos para a Certificação de Equipamentos de Telecomunicações quanto aos Aspectos de Compatibilidade Eletromagnética e quanto aos Aspectos de Segurança Elétrica, respectivamente. Essas resoluções foram revistas e atualizadas em 2006 e 2009. Em 2006, foi publicada a Resolução 442 (ANATEL, 2006b), que aprovou o Regulamento para a Certificação de Equipamentos de Telecomunicações quanto aos Aspectos de Compatibilidade Eletromagnética e revogou a Resolução 237. Em 2009, foi publicada a Resolução 529 (ANATEL, 2009), que aprovou o Regulamento para Certificação de Equipamentos de Telecomunicações quanto aos Aspectos de Segurança Elétrica e revogou a Resolução 238. De uma forma geral, todos os equipamentos de telecomunicações devem atender aos requisitos de compatibilidade e segurança definidos pelas Resoluções 442 e 529, respectivamente. 3.3 Requisitos para estações-radiobase e terminais Em abril de 2004, foi publicada a Resolução 361 (ANATEL, 2004a), que aprovou a Norma para Certificação e Homologação de Transmissores e Transceptores Monocanais Analógicos FM e PM para Operação nas Faixas de Frequência Abaixo de 1 GHz. Essa resolução substitui a Norma 01/89 Norma de Especificações Técnicas para Equipamentos Rádio Monocanal na faixa de 30 MHz a 470 MHz com Modulação Angular e a Norma 02/89 Norma de Métodos de Medida para Equipamentos Rádio Monocanal na faixa de 30 MHz a 470 MHz com Modulação Angular. Na falta de uma regulamentação específica para a certificação e a homologação de transceptores 30 Cad. CPqD Tecnologia, Campinas, v. 9, n. 2, p. 25-36, jul./dez. 2013

digitais abaixo de 1 GHz, essa norma foi utilizada de forma adaptada para delimitar os requisitos técnicos dos equipamentos de radioacesso em desenvolvimento, produção e comercialização. Ainda no mesmo ano, para suprir as necessidades de certificação dos produtos WLL destinados ao STFC, foi publicada a Resolução 368 (ANATEL, 2004c). Essa resolução estabeleceu os requisitos técnicos gerais e específicos a serem demonstrados na avaliação da conformidade de transmissores e transceptores digitais (CDMA e TDMA, incluindo o GSM) para o serviço fixo em aplicações pontomultiponto, operando nas faixas de frequência acima de 1 GHz. Em 2006, foi publicada a Resolução 433 (ANATEL, 2006a), que aprovou a Norma para Certificação e Homologação de Transmissores e Transceptores de Estações- Radiobase e de Estações Repetidoras do Serviço Telefônico Fixo Comutado. Essa resolução contempla equipamentos para ERBs operando nas faixas de 400 MHz, 1.900 MHz e 3.500 MHz, com tecnologia CDMA ou TDMA, incluindo o GSM. Não foram encontrados instrumentos regulatórios específicos que suportem o processo de ensaio e certificação de equipamentos, aplicáveis às estações-radiobase e estações terminais, que utilizem tecnologia OFDM/OFDMA. Apenas o documento que descreve os requisitos técnicos e os procedimentos de ensaios aplicáveis à certificação de produtos para telecomunicação de categoria I, atualizado em 16 de abril de 2013 e disponível no sítio da Anatel na Internet, aponta para um subconjunto dos requisitos técnicos definidos pelo fórum 3GPP para a interface aérea E-UTRA (LTE), aplicável a uma ETA (Estação Terminal de Acesso) do SMP com essa tecnologia, qual seja: 3GPP TS 36.521-1 V9.5.0 (2011-06) 3rd Generation Partnership Project; Technical Specification Group Radio Access Network; Evolved Universal Terrestrial Radio Access (E-UTRA); User Equipment (UE) conformance specification Radio transmission and reception Part 1: Conformance Testing; (Release 9), em seus itens 6.2.2 a 6.6.3.1. 4 Requisitos para antenas Em 2004, foi publicada a Resolução 366 (ANATEL, 2004b), que aprovou a Norma para Certificação e Homologação de Antenas Lineares e substituiu a Norma 08/95 Características Mínimas de Radiação de Antenas Lineares. Em 2004, também foi publicada a Resolução 372 (ANATEL, 2004d), que aprovou a Norma para Certificação e Homologação de Antenas Setoriais e Omnidirecionais. Em 2013, foi publicada a Resolução 609 (ANATEL, 2013a), que aprovou a Norma para Certificação e Homologação de Antenas para Uso em Aplicações Ponto a Ponto e a Resolução 610 (ANATEL, 2013b), que aprovou a Norma para Certificação e Homologação de Antenas para Uso em Aplicações Ponto-Área Bidirecionais. Essa norma se aplica a antenas para operação em sistemas ponto-área bidirecionais dos serviços fixo e móvel terrestres, para as faixas de 138 MHz até 40,5 GHz, com ganho acima ou igual a 8,5 dbi para antenas omnidirecionais e acima ou igual a 9,5 dbi para as demais antenas. Além disso, a norma destaca que os terminais de telecomunicações que estejam equipados com antenas de ganho abaixo de 8,5 dbi para antenas omnidirecionais e de 9,5 dbi para as demais antenas deverão atender aos requisitos das normas de certificação e dos serviços a que se destinam. A Resolução 609 revogou as Resoluções 366 e 367, e a Resolução 610 anulou a Resolução 372. Conclusão Tendo em vista o que foi exposto ao longo do artigo, nota-se que, em relação aos serviços de telecomunicações, o STFC teve seu momento de aplicação de tecnologias sem fio por ocasião da implantação dos sistemas WLL. Essa iniciativa ocorreu em um cenário específico, em que as prestadoras do STFC e do SMP, na época SMC, eram distintas e até concorrentes. Hoje, as prestadoras, em sua grande maioria, são detentoras das licenças para o STFC, para o SMP e, não raro, também para o SCM. O SCM, por sua vez, é uma ferramenta importante para a operacionalização de políticas públicas cujo objetivo é massificar a banda larga através de prestadoras privadas de pequeno e médio portes. Exemplo disso foi a publicação recente da Resolução 614, que reduziu o PPDEST e o PPDES de R$ 9.000,00 para R$ 400,00, com vistas a viabilizar o acesso ao serviço por pequenas prestadoras. Adicionalmente, a publicação da Resolução 574/2011 estabeleceu 14 indicadores para avaliação da qualidade da prestação do serviço. Além disso, a Resolução 617/2013 consolida em um único instrumento regulatório toda a definição de SLP, com impactos importantes na prestação do serviço por entidades públicas e privadas. Sendo assim, considerando-se as estratégias para o desenvolvimento de tecnologias de sistemas de 4G, podemos destacar os seguintes impactos e oportunidades: a) STFC: um sistema de acesso 4G apresenta-se como importante ferramenta de competição para as prestadoras do STFC, permitindo a execução de estratégias de mercado experimentadas quando da implantação dos sistemas WLL. Cad. CPqD Tecnologia, Campinas, v. 9, n. 2, p. 25-36, jul./dez. 2013 31

Contudo, os requisitos sistêmicos devem garantir os requisitos exclusivos desse serviço público, de interesse coletivo, quais sejam a universalidade e a continuidade na sua prestação; b) SMP: uma tecnologia de acesso banda larga, como a oferecida por um sistema 4G, é naturalmente aplicável às redes de acesso de uma prestadora do SMP. No que se refere a seus requisitos sistêmicos, atenção especial deve ser dada às questões de compartilhamento e virtualização da rede, ferramentas essenciais para o atendimento de instrumentos regulatórios recentes e para o suporte ao crescimento exponencial de usuários e de tráfego, e principalmente ao de dados; c) SCM: assim como no caso do STFC, uma plataforma de acesso à rede com tecnologia 4G constitui-se uma ferramenta importante para entrada no mercado e um fator de competitividade para empresas prestadoras de pequeno e médio portes. Em relação a seus requisitos sistêmicos, atenção especial deve ser dada no que diz respeito a escalabilidade da rede e de seu TCO (Total Cost of Ownership), ponto crítico para a viabilidade do plano de negócios de pequenos e médios empreendedores, ao entrarem em mercados competitivos; d) SLP: as aplicações no suporte às várias modalidades de operação do SLP abrem um universo de oportunidades de nicho para a tecnologia 4G. Nesse caso, atenção especial deve ser dada aos movimentos regulatórios iniciados pela Resolução 617, que consolidou os vários serviços limitados sob um único regimento, e aos futuros desdobramentos quanto à rescisão da atribuição e da destinação de faixas de frequência para as várias modalidades do SLP. Esse movimento de refarming teve início com a faixa de 4,9 GHz e com as subfaixas de VHF e UHF compreendidas entre 215 MHz e 470 MHz. Assim sendo, requisitos modulares e flexíveis são esperados nas especificações da interface aérea dos desenvolvimentos em curso, permitindo sua rápida adequação às novas aplicações do SLP. Com respeito à destinação de faixas de frequência, observa-se, pelo exposto, que a coordenação do uso do espectro de radiofrequências por serviços operando em caráter primário não é uma tarefa simples. Soma-se a isso o fato de o espectro radioelétrico ser um recurso público, natural e escasso, com destinação historicamente ineficiente. Perante a atual saturação do uso do espectro, começam a aparecer questões complexas de convivência entre sistemas vizinhos, normalmente causadas pela entrada em serviço de sistemas cocanal, ou em canal adjacente, com sistemas existentes, que não contam com requisitos de filtragem adequados à convivência. Para as faixas de frequência e os sistemas aqui analisados é possível destacar as seguintes condições críticas de convivência: a) Faixa de 250 MHz: a faixa de frequência de 225 MHz a 270 MHz está sujeita a sofrer e gerar interferências em serviços limitados de faixa estreita, operando em subfaixas próximas, e no serviço de radiodifusão de som e imagem (TV), operando em segmento de VHF alto, entre 174 MHz e 216 MHz (canais de 7 a 13); b) Faixa de 450 MHz: as faixas de frequência de 451 MHz a 458 MHz e 461 MHz a 468 MHz estão sujeitas a sofrer e gerar interferências em serviços limitados de faixa estreita e auxiliares de radiodifusão, operando em subfaixas próximas, e no serviço de radiodifusão de som e imagem (TV), operando no segmento de UHF, acima de 470 MHz (canais de 14 a 59); c) Faixa de 700 MHz: a faixa de frequência de 698 MHz a 806 MHz está sujeita a sofrer e gerar interferências em serviços limitados de faixa estreita e auxiliares de radiodifusão, operando em subfaixas próximas, e no serviço de radiodifusão de som e imagem (TV), operando no segmento de UHF, entre 470 MHz e 746 MHz (canais de 14 a 59); d) Faixa de 1.500 MHz: novos sistemas ponto-área, que venham a utilizar parte da faixa entre 1.427 MHz e 1.555 MHz, dificilmente sofrerão ou gerarão interferência nos sistemas ponto a ponto e ponto-área hoje licenciados para essas frequências. Entretanto, são conhecidos eventos de forte interferência entre os novos sistemas ponto-área operando nesses segmentos do espectro e o sistema de GPS (Geolocalização por Satélite). São várias as oportunidades de desenvolvimento 32 Cad. CPqD Tecnologia, Campinas, v. 9, n. 2, p. 25-36, jul./dez. 2013

de sistemas de radioacesso como uma das tecnologias de quarta geração, principalmente para aplicações de nicho nas faixas de frequência cuja destinação vem sendo reformulada para atender às necessidades dessas novas aplicações. Nesses casos, atenção especial deverá ser dada às especificações da interface aérea, com vistas a mitigar os problemas de convivência com sistemas vizinhos preexistentes. Oportunidades também ocorrerão com as futuras definições sobre a destinação das subfaixas que compõem a faixa de 700 MHz, quando do desligamento do sistema analógico de TV. A análise dos instrumentos regulatórios relativos à faixa de 700 MHz, no período 2012/2013, mostra dois momentos distintos. O ano de 2012, entre março e dezembro, foi marcado pela ampliação do escopo de utilização desse segmento do espectro pelos serviços de radiodifusão de som e imagem (TV). A destinação de canais é ampliada em nove canais, justamente no segmento previsto internacionalmente para o IMT. Ainda nesse período, o Poder Executivo parece estabelecer reservas técnicas para a comunicação televisiva pública, com a destinação dos canais 60, 61 e 62 para uso pela Câmara dos Deputados em 43 municípios e pela publicação de diretrizes para o Canal da Cidadania em todo o território nacional. Já no ano de 2013 o Poder Executivo, por meio do Ministério das Comunicações, reverteu o quadro de uso da faixa de 700 MHz para os serviços de banda larga suportados pelo STFC, pelo SMP e pelo SCM. Esses instrumentos normativos foram publicados em fevereiro de 2013. O primeiro promove a aceleração do processo de institucionalização do SBTVD-T, com a liberação da faixa de 700 MHz para os serviços de banda larga; o segundo elimina 4.300 canais de TV e RpTV dos respectivos planos básicos, demonstrando clara e publicamente que as faixas destinadas a esses serviços estão sendo subutilizadas. Ato contínuo, foi publicada a Consulta Pública n o 12, que propõe o regulamento de uso e canalização para a faixa de 700 MHz. Por fim, sobre os requisitos para certificação e homologação, depreende-se que o conjunto de instrumentos regulatórios aos quais os produtos de telecomunicações estão subordinados, para efeito de certificação e homologação, podem ser agrupados em três categorias quanto à sua aderência às novas tecnologias e às faixas de frequência destinadas aos sistemas de radioacesso de quarta geração. Em particular: a) os requisitos para compatibilidade eletromagnética e proteção elétrica são comuns a qualquer equipamento de telecomunicações e estão consolidados e estáveis; b) os requisitos para homologação de antenas foram recentemente atualizados e estão aderentes às normas internacionais mais atuais e adequados às novas tecnologias de sistemas de ; c) já os instrumentos regulatórios para certificação e homologação de estações-radiobase e terminais de acesso ainda precisam ser atualizados, ou até elaborados, para que atendam às necessidades dos sistemas 4G e de convivência entre sistemas. Referências BRASIL. Lei n o 4.117, de 27 de agosto de 1962. Institui o Código Brasileiro de Telecomunicações, ago. 1962.. Ministério das Comunicações. Portaria n o 623, de 6 de setembro de 1973. Norma de canalização e condições de utilização das subfaixas entre 225 MHz e 470 MHz atribuídas aos Serviços Fixo e Móvel, Ministério das Comunicações, set. 1973.. Ministério das Comunicações. Norma n o 5, de 1979. Da prestação do Serviço Telefônico Público, 1979.. Lei n o 9.295, de 19 de julho de 1996. Dispõe sobre os serviços de telecomunicações e sua organização, sobre o órgão regulador e dá outras providências, jul. 1996.. Lei n o 9.472, de 16 de julho de 1997. Dispõe sobre a organização dos serviços de telecomunicações, a criação e funcionamento de um órgão regulador e outros aspectos institucionais, nos termos da Emenda Constitucional n o 8, de 1995, jul. 1997a.. Ministério das Comunicações. Norma n o 13, de 1997. Serviço Limitado, 1997b.. Ministério das Comunicações. Portaria n o 24, de 11 de fevereiro de 2009. Norma Geral para Execução dos Serviços de Televisão Pública Digital, n o 01/2009, fev. 2009.. Ministério das Comunicações. Portaria n o 276, de 29 de março de 2010. Norma Técnica para Execução dos Serviços de Radiodifusão de Sons e Imagens e de Retransmissão de Televisão com utilização da tecnologia digital, n o 01/2010, mar. 2010.. Ministério das Comunicações. Portaria n o 681, de 6 de agosto de 2012. Institui o Grupo de Trabalho para estudar as condições de uso da faixa de radiofrequências de 698 MHz a 806 Cad. CPqD Tecnologia, Campinas, v. 9, n. 2, p. 25-36, jul./dez. 2013 33

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. Resolução n o 477, de 2007. Regulamento do Serviço Móvel Pessoal SMP, ago. 2007.. Resolução n o 529, de 2009. Regulamento para Certificação de Equipamentos de Telecomunicações quanto aos Aspectos de Segurança Elétrica, jun. 2009.. Resolução n o 550, de 2010. Regulamento sobre Exploração de Serviço Móvel Pessoal SMP por meio de Rede Virtual (RRVSMP), nov. 2010a.. Resolução n o 555, de 2010. Regulamento sobre Canalização e Condições de Uso de Radiofrequências na Faixa de 225 MHz a 270 MHz, dez. 2010b.. Resolução n o 556, de 2010. Regulamento sobre Canalização e Condições de Uso de Radiofrequências na Faixa de 360 MHz a 380 MHz, dez. 2010c.. Resolução n o 557, de 2010. Regulamento sobre Canalização e Condições de Uso de Radiofrequências na Faixa de 380 MHz a 400 MHz, dez. 2010d.. Resolução n o 558, de 2010. Regulamento sobre Canalização e Condições de Uso de Radiofrequências na Faixa de 450 MHz a 470 MHz, dez. 2010e.. Resolução n o 584, de 2012. Regulamento sobre Canalização e Condições de Uso de Radiofrequências para os Serviços Abstract Auxiliar de Radiodifusão e Correlatos SARC, de Repetição de Televisão RpTV e de Televisão em Circuito Fechado com Utilização de Radioenlace CFTV, mar. 2012.. Resolução n o 609, de 2013. Norma para Certificação e Homologação de Antenas para Uso em Aplicações Ponto-a-Ponto, abr. 2013a.. Resolução n o 610, de 2013. Norma para Certificação e Homologação de Antenas para Uso em Aplicações Ponto-Área Bidirecionais, abr. 2013b.. Resolução n o 614, de 2013. Regulamento do Serviço de Comunicação Multimídia e altera os Anexos I e III do Regulamento de Cobrança de Preço Público pelo Direito de Exploração de Serviços de Telecomunicações e pelo Direito de Exploração de Satélite, maio 2013c.. Resolução n o 617, de 2013. Regulamento do Serviço Limitado Privado, jun. 2013d. INTERNATIONAL TELECOMMUNICATION UNION RADIOCOMMUNICATION SECTOR (ITU-R). Radio Regulations. ITU, 2008. 4v.. Recommendation ITU-R M.1036-4 Frequency arrangements for implementation of the terrestrial component of International Mobile Telecommunications (IMT) in the bands identified for IMT in the Radio Regulations (RR). ITU-R, mar. 2012. The rapid introduction of new radio access technologies has also demanded a rapid evolution in regulatory instruments, with respect to the telecommunications services, frequency bands allocation and normative instruments for product certification. This paper intends to summarize the main issues related to the Telecommunications Services regulatory evolution, pointing out the opportunities in the development of 4G radio systems. Key words: Broadband access system. Telecommunication services. Telecommunication rules and regulation. Spectrum management. Product certification. Cad. CPqD Tecnologia, Campinas, v. 9, n. 2, p. 25-36, jul./dez. 2013 35