O VESTUÁRIO INFANTIL: CONCEITOS DE DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM, VISANDO O DESIGN COMO MEIO PRINCIPAL DE INTERAÇÃO. Mariana Fernanda Leite 1, Rosangela Monteiro dos Santos 2 1 Graduanda de Tecnologia em Gestão da Produção Industrial- FATEC-JAHU, marianarothloja4@bol.com.br. 2 Profª. Msc. do curso de Tecnologia em Gestão da Produção Industrial- FATEC-JAHU, rosangela.santos4@fatec.sp.gov.br. 1 INTRODUÇÃO O vestuário infantil sofreu muitas modificações na sua concepção e utilização ao longo da história. Ariès (1981) afirma que, até o fim do século XIII, as crianças não tinham expressão individual e particular, mas sim pessoas de tamanho reduzido, vestidas como mulheres e homens na sua condição social. A palavra desenvolvimento significa sucessivas mudanças que acompanham o ser humano em todos os aspectos, desde o nascimento até o mais alto grau de maturidade. Para Piaget (1974), desenvolvimento é o processo essencial que dá suporte para cada nova experiência de aprendizagem. O termo vestuário pedagógico foi cunhado por Fante (2010), que afirma serem educativas as roupas infantis que além de vestir, divertem e educam as crianças. Essas peças incentivam a coordenação motora, a criatividade e o raciocínio da criança. Para ocorrer a interação criança/roupa, o vestuário pedagógico se resume nos conhecimentos do design para a sua construção, pois estes orientam a escolha de materiais diferenciados, possibilitando que as peças se tornem atrativas e úteis, o que leva a criança se sentir ainda mais atraída pela peça, motivando-a a usá-la. Para desenvolver produtos direcionados ao público infantil, primeiramente é preciso identificar as necessidades desse público. Os produtos devem ser estudados e testados, assim as peças irão se adequar a seus usuários. Existem parâmetros para a construção de vestuário infantil que são estabelecidas pela norma ABNT NBR 15778:2009 e ABNT NBR 15800:2009. A norma ABNT NBR 15778:2009 é nomeada: Uniforme escolar requisitos de desempenho e segurança. Já a norma ABNT NBR 15800:2009, intitulada: Vestuário referencial de medida do corpo humano vestibilidade de roupas para bebê e infanto-juvenil. A primeira norma
estabelece requisitos de desempenho e segurança, já que o uniforme escolar é um vestuário que as crianças usam em grande parte do dia. A segunda norma estabelece parâmetros de tamanhos para as peças, indicando de forma fácil, precisa e direta as medidas corporais de bebês, crianças e adolescentes. Barbosa e Guedes (2007, p.8) explicam que as roupas desconfortáveis dificultam os movimentos podendo até acarretar problemas de saúde, como: postura, reação alérgica, má circulação causada por roupas apertadas, de transpiração por tecidos com má condutibilidade de calor, problemas psicológicos. Diante dessas informações, o objetivo do atual estudo é analisar os conhecimentos de cinco empresários (proprietários de lojas infantis) da cidade de Jaú sobre desenvolvimento e aprendizagem através de vestuário infantil e a situação real sobre oferta e demanda deste tipo de produto. 2 MATERIAL E MÉTODOS Foi realizado um estudo de caso com a finalidade de analisar os conhecimentos sobre vestuário infantil, a oferta e demanda deste tipo de produto nas maiores lojas comerciais específicas de vestuário infantil da cidade de Jaú (totalizando 5 lojas). O único critério de inclusão foi comercializar roupas infantis. Para a coleta dos dados foi desenvolvido pelos próprios pesquisadores um questionário com 4 perguntas, sendo 3 questões fechadas e 1 questão aberta. Primeiramente, os proprietários foram convidados a participar da pesquisa e após o aceite, assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. As perguntas foram lidas pela pesquisadora e após a emissão verbal das respostas dos proprietários, a pesquisadora anotava a resposta referente à pergunta no questionário. No caso de dúvida referente às perguntas, a pesquisadora se colocava a disposição para esclarecer e sanar a dúvida. Os resultados são demonstrados em gráficos a partir da análise estatística descritiva. 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES Na Tabela 1, percebe-se que 4 empresários do total, relataram ter conhecimento em relação à vestimenta, cujo objetivo é de estimular o desenvolvimento e aprendizagem das crianças, além de vesti-las.
Tabela 1 Análise de conhecimento dos empresários em relação aos vestuários infantis que favorecem o aprendizado e desenvolvimento infantil. Temos bastante conhecimento 4 Temos pouco conhecimento 1 Não temos nenhum conhecimento 0 Na Tabela 2, nota-se que 4 empresários relataram que a demanda por este tipo de produto é baixa, somente 1 empresário relatou ter grande demanda direcionado para esse tipo de vestimenta. Tabela 2 Análise da procura dos consumidores em relação a esses produtos, respondido pelas equipes de vendas e os proprietários. Há muita procura 1 Há pouca procura 4 Não há procura 0 Na Tabela 3, foi observado que a maioria dos empresários acreditam ser um ramo promissor. Tabela 3 Análise dos empresários sobre a perspectiva do ramo ser promissor. Muito promissor 3 Pouco promissor 2 Nada promissor 0 Os empresários que acreditam que o ramo seja promissor relataram que há falta de divulgação dos benefícios em relação a essas roupas com diferencial, já que o design das roupas é mais atrativo, além de divertir as crianças e educá-las ao mesmo tempo.
Foi investigado se havia muita diferença de preço entre as vestimentas de cunho pedagógico e as vestimentas comuns. Verificou-se em todas as lojas que a diferença de preço é grande. Considerando essa diferença de preço, pode-se levantar a hipótese que a baixa procura por esse tipo de produto tem relação com o preço. 4 CONCLUSÕES O presente trabalho tem como objetivo analisar os conhecimentos de cinco empresários (proprietários de lojas infantis) da cidade de Jaú sobre desenvolvimento e aprendizagem através de vestuário infantil e a situação real sobre oferta e demanda deste tipo de produto. Notou-se que todos os empresários têm conhecimento sobre a existência desse produto no mercado, mas há pouca procura por parte dos consumidores. Porém, a maioria desses empresarios acreditam ser um ramo promissor. Uma informação importante identificada com a pesquisa e confirmada na busca de informações referente ao vestuário pedagógico, é que ainda existem poucas empresas de confecção infantil que aderem essa nova perspectiva de ensino através das roupas. Sendo que as poucas empresas que existem no mercado são elitizadas, impossibilitando que crianças de famílias de baixa renda possam adquiri-las. Com a comunicação estabelecida, entre roupa e criança, os mais diversos conteúdos que auxiliam a criança no seu desenvolvimento, podem ser trabalhados por meio de recursos como: estampas, bordados, aplicações, acessórios, manipulação nos tecidos, entre outros. Esse trabalho sugere a expansão de conhecimentos no vestuário infatil, para que todas as pessoas possam ter acesso à essas vestimentas. Esse trabalho também pode ser base para futuros projetos de vestuário infantil e, principalmente para o desenvolvimento das peças com o objetivo pedagógico. 5 REFERÊNCIAS ARIÈS, P. História social da criança e da família. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1981. BARBOSA, R. C. A.; GUEDES, W. Vestuário e infância: entre a adequação e as determinações sociais. In: ENCUENTRO LATINOAMERICANO DE DISEÑO, 2007.
FANTE, V. G. S. Moda pedagógica. B D Revista, ago. 2010. Disponível em: <http://www.erechim.ifrs.edu.br>. Acesso em: dez. 2011. PIAGET, J. W. F. Aprendizagem e conhecimento. Freitas Bastos: Rio de Janeiro, 1974.