PRODUÇÃO DO PIMENTÃO IRRIGADO COM DIFERENTES LÂMINAS DE REPOSIÇÃO

Documentos relacionados
COEFICIENTES DE CULTURA PARA O PIMENTÃO IRRIGADO *

RESPOSTA DO TOMATEIRO IRRIGADO A NÍVEIS DE REPOSIÇÃO DE ÁGUA NO SOLO *

COEFICIENTES DE CULTURA PARA O TOMATEIRO IRRIGADO *

VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DO CULTIVO DO TOMATEIRO IRRIGADO *

EFEITO DE DIFERENTES LÂMINAS E ÉPOCA DE SUSPENSÃO DA IRRIGAÇÃO NO CULTIVO DO ALHO (Allium sativum L.)

FUNÇÃO DE PRODUÇÃO DA CULTURA DA CENOURA PARA DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO

LÂMINA ÓTIMA ECONÔMICA E PARCELAMENTO DE POTÁSSIO NO CULTIVO DA CENOURA

COEFICIENTES DE CULTURA PARA O ALHO IRRIGADO

FUNÇÃO DE PRODUÇÃO DA CULTURA DO PIMENTÃO PARA DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO

FUNÇÃO DE PRODUÇÃO DA CULTURA DO TOMATE PARA DIFERENTES LÂMINAS*

MÉTODOS DE MANEJO DA IRRIGAÇÃO NO CULTIVO DA ALFACE AMERICANA

PARAMETROS DE CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DA CULTURA DO PIMENTÃO

PRODUÇÃO DA ALFACE AMERICANA SUBMETIDA A DIFERENTES NÍVEIS DE REPOSIÇÃO DE ÁGUA NO SOLO

COEFICIENTES DE CULTURA PARA O TOMATEIRO IRRIGADO

Tensão de água no solo para a cultura do melão rendilhado

RESPOSTA DO MILHO A NÍVEIS DE REPOSIÇÃO DE ÁGUA NO SOLO E DOSES DE CÁLCIO*

GLOBAL SCIENCE AND TECHNOLOGY (ISSN ) VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DA APLICAÇÃO DE ÁGUA NA CULTURA DO PIMENTÃO

VIABILIDADE ECONÔMICA DO CULTIVO DA ALFACE AMERICANA, IRRIGADA COM DIFERENTES NÍVEIS DE REPOSIÇÃO DE ÁGUA

EFEITOS DO MÉTODO DE DETERMINAÇÃO DA ÁGUA DISPONÍVEL DO SOLO NO CRESCIMENTO INICIAL DO CAFEEIRO CONILON

VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DO FEIJOEIRO IRRIGADO

EFEITO DOS NÍVEIS DE SALINIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO NA PRODUÇÃO DO FEIJOEIRO COMUM*

VARIAÇÃO DO POTENCIAL HÍDRICO FOLIAR EM RELAÇÃO A TENSÃO DE ÁGUA NO SOLO NA REGIÃO DO CERRADO MINEIRO

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

REDUÇÃO DA SALINIDADE E DA SODICIDADE EM SOLOS IRRIGADOS: AÇÃO DA IRRIGAÇÃO, LAVAGEM, CORRETIVOS QUÍMICOS E INSUMOS ORGÂNICOS

AJUSTE DA LÂMINA DE IRRIGAÇÃO NA PRODUTIVIDADE DA CULTURA DO FEIJÃO

PRODUÇÃO DO PIMENTÃO (Capsicum annuum L.) IRRIGADO SOB DIFERENTES TENSÕES DE ÁGUA NO SOLO E DOSES DE CÁLCIO 1

CRESCIMENTO DE FRUTOS DE LIMOEIRO SOB USO DO MOLHAMENTO PARCIAL DO SISTEMA RADICULAR EM CONDIÇÕES SEMI-ÁRIDAS DO NORTE DE MINAS

22/2/2012. Universidade Federal de Campina Grande Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar. Introdução. Coeficiente de esgotamento (f)

Efeito de lâminas efetivas totais de água sobre a produtividade, açúcar total recuperável e atributos qualitativos da cana-de-açúcar, segunda ''soca''

AVALIAÇÃO DE LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO NA PRODUÇÃO DE PIMENTÃO CULTIVADO EM AMBIENTE PROTEGIDO

BALANÇO DE ÁGUA NO SOLO EM CULTIVO DE MILHO IRRIGADO

CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DA MAMONEIRA FERTIRRIGADA EM MOSSORÓ RN

EFEITO DA ADUBAÇÃO BORATADA NO DESEMPENHO PRODUTIVO DE GIRASSOL

RESPOSTA DO TOMATEIRO IRRIGADO A NÍVEIS DE REPOSIÇÃO DE ÁGUA NO SOLO

Sistema radicular de berinjela irrigado e de sequeiro sob adubação orgânica e química em argissolo

DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS DE SOLO E ESTIMATIVA DA QUANTIDADE DE ÁGUA NECESSÁRIA A IRRIGAÇÃO


Coeficientes de cultura e evapotranspiração da cultura do alho irrigado

DOSES ÓTIMAS DE BORO PARA O MILHO FORRAGEIRO

CRESCIMENTO E PRODUTIVIDADE DO MAMOEIRO SUNRISE SOLO SOB IRRIGAÇÃO LOCALIZADA

Resposta das bananeiras BRS Platina e PA 9401 à irrigação no segundo ciclo nas condições do Norte de Minas

COMPARAÇÃO ENTRE TRÊS MÉTODOS PARA ESTIMAR A LÂMINA DE IRRIGAÇÃO DO FEIJOEIRO NA REGIÃO DE BAMBUÍ-MG

EFEITO DO MANEJO DA IRRIGAÇÃO SOB DIFERENTES MÉTODOS CONTROLE E TENSÕES DE ÁGUA DO SOLO NA CULTURA DO FEIJOEIRO

MANEJO DA IRRIGAÇÃO NA CULTURA DO FEIJOEIRO COMUM (PHASEOLUS

CARACTERÍSTICAS BIOMÉTRICAS DE VARIEDADES DE MILHO PARA SILAGEM EM SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICA NO SUL DE MG

CRESCIMENTO DA MELANCIA EM DIFERENTES ESPAÇAMENTOS NOS CARACTERES COMPRIMENTO DA PLANTA E DIÂMETRO DO CAULE

EFICIÊNCIA DO USO DE ÁGUA PARA QUATRO CULTIVARES DE FEIJÃO NA REGIÃO DE UBERABA-MG

Anais do Seminário de Bolsistas de Pós-Graduação da Embrapa Amazônia Ocidental

XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE

PRODUÇÃO DO PIMENTÃO IRRIGADO COM DIFERENTES LÂMINAS DE ÁGUA SALINA

EVAPOTRANSPIRAÇÃO NA CULTURA DO MILHO NA REGIÃO NOROESTE PAULISTA

CRESCIMENTO DA CULTURA DO PINHÃO MANSO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTAS.

EFEITO DA IRRIGAÇÃO NA PRODUTIVIDADE DO CAFEEIRO (Coffea arabica L.) 1

EFICIÊNCIA DO USO DA ÁGUA PELA MAMONEIRA SOB DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO*

INFLUÊNCIA DA TEXTURA DO SOLO SOBRE OS PARÂMETROS DOS MODELOS DE VAN GENUCHTEN E BROOCKS E COREY. Donizete dos Reis Pereira, Danilo Pereira Ribeiro

COMPORTAMENTO DE ALTURA DE PLANTA DE DOIS HÍBRIDOS DE PIMENTÃO CULTIVADO NA ESTUFA E À CAMPO RESUMO INTRODUÇÃO

PLANILHA ELETRÔNICA PARA AUXILIO À TOMADA DE DECISÃO EM MANEJO DE IRRIGAÇÃO LOCALIZADA: APLICAÇÃO NO CULTIVO DA VIDEIRA 1

TEORES DE AMIDO EM GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE EM FUNÇÃO DA ADUBAÇÃO POTÁSSICA

CARACTERÍSTICAS FENOLÓGICAS, ACAMAMENTO E PRODUTIVIDADE DA CULTURA DO ARROZ-DE-SEQUEIRO (Oryza sativa L.), CONDUZIDA SOB DIFERENTES REGIMES HÍDRICOS.

BENEFÍCIOS DO MONITORAMENTO IRRIGAÇÃO LOCALIZADA

SOLANÁCEAS IRRIGADAS COM ÁGUAS DE DIFERENTES SALINIDADES

Irrigação do cafeeiro

IRRIGATION LEVELS IN THE WATER STATUS IN SOIL AND LEAF WATER POTENCIAL OF WATER MELON

COMPORTAMENTO DA ALFACE TIPO AMERICANA SOB DIFERENTES TENSÕES DA ÁGUA NO SOLO, EM AMBIENTE PROTEGIDO 1

DISTRIBUIÇÃO DO SISTEMA RADICULAR DO MAMOEIRO SUNRISE SOLO IRRIGADO POR MICROASPERSÃO

AGRICULTURA I Téc. Agroecologia

AVALIAÇÃO DO VOLUME DE ÁGUA ESCOADO EM DIFERENTES DECLIVES SOB CHUVA SIMULADA 1

TÍTULO: ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO DE COFFEA ARÁBICA L. SOB CONDIÇÕES DE CULTIVO COM MULCHING PLÁSTICO EM CAMPO GRANDE-MS

Capítulo VIII Irrigação

CARACTERES AGRONÔMICOS DE MILHO (Zea mays L.) EM FUNÇÃO DE DIFERENTES PROFUNDIDADES DE SEMEADURA

EFEITO DA SALINIDADE E BIOFERTILIZANTES NA CULTURA DA ABOBRINHA

CRESCIMENTO DE VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR EM DOIS VIZINHOS/PR

CULTIVO DE MANJERICAO VERDE EM FIBRA DE COCO FERTIIRRIGADO EM SOLUÇÃO NUTRITIVA

TENSÃO DE ÁGUA NO SOLO E DOSES DE NITROGÊNIO PARA A CULTURA DO FEIJOEIRO COMUM 1 RESUMO. UNITERMOS: irrigação, tensiometria, eficiência da água.

ANALISE DE PRODUÇÃO DA ALFACE AMERICANA E CRESPA EM AMBIENTES DIFERENTES

INFLUÊNCIA DA FRAÇÃO DE ÁGUA TRANSPIRÁVEL NO SOLO SOBRE A ALTURA E DIÂMETRO DO CAULE DO CAFÉ CONILON

Avaliação do desenvolvimento do capim elefante submetido a diferentes lâminas d água

QUALIDADE COMERCIAL DO CRISÂNTEMO DE VASO EM AMBIENTE PROTEGIDO, CULTIVAR PURITAN, IRRIGADO SOB DIFERENTES TENSÕES DE ÁGUA NO SUBSTRATO 1 RESUMO

Evapotranspiração da Cultura da Berinjela Irrigada com Diferentes Concentrações de Sais na Água.

MANEJO DE IRRIGAÇÃO REGINA CÉLIA DE MATOS PIRES FLÁVIO B. ARRUDA. Instituto Agronômico (IAC) Bebedouro 2003

TAXAS DE CRESCIMENTO EM DIÂMETRO CAULINAR DA MAMONEIRA SUBMETIDA AO ESTRESSE HÍDRICO-SALINO(*)

MANEJO DE IRRIGAÇÃO COM BASE NO CLIMA NA CULTURA DA MELANCIA NO MUNICÍPIO DE IGUATU-CE

AVALIAÇÃO DE UM SISTEMA DE PREVISÃO PARA O MÍLDIO DA CEBOLA

MATÉRIA SECA E AMIDO EM GENÓTIPOS DE MANDIOCA DE MESA (Manihot esculenta Crantz) CULTIVADOS SOB SISTEMA IRRIGADO E DE SEQUEIRO

COMPARAÇÃO DOS MÉTODOS DE ESTIMATIVA DE ETc PARA O FEIJÃO- COMUM EM UNAÍ - MG

ISSN (Impressa) PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E INOVAÇÃO

APLICAÇÃO DE SULFATO DE AMÔNIO COMO FONTE DE NITROGÊNIO NA CULTURA DA ALFACE

CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DO PIMENTÃO EM SOLO COM REVESTIMENTO LATERAL, BIOFERTILIZANTES E COBERTURA MORTA

VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO BÁSICA EM ÁREAS COM DIFERENTES USOS E MANEJOS

Irrigação. Maio 29, 2004 José Giacoia Neto. Gerente Nacional Paisagismo

Efeito do turno de rega na produtividade da cultura da alface americana.

Manejo da água em pomares de pessegueiro

Autor: Márcio Davy Silva Santos Orientador: Prof. Raimundo Nonato Távora Costa

CRESCIMENTO DO PINHÃO MANSO (Jatropha curcas L.) EM FUNÇÃO DE NÍVEIS DE ÁGUA E ADUBAÇÃO NITROGENADA

SISTEMA RADICULAR ORTOGONAL A FILEIRA DE PLANTAS DE MAMOEIRO CV SUNRISE SOLO SOB IRRIGAÇÃO POR GOTEJAMENTO

Coeficientes de cultivo da melancia nas suas fases fenológicas 1

Potencial hídrico foliar na videira de vinho cultivar Syrah pé franco e enxertada em Paulsen 1103 no período de formação do parreiral em Petrolina, PE

INFLUÊNCIA DA COBERTURA MORTA NA PRODUÇÃO DA ALFACE VERÔNICA RESUMO

EFICIÊNCIA DO USO DA ÁGUA E TIPOS DE ADUBAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DE PIMENTÃO VERMELHO

Relações da água no Sistema Solo-Planta-Atmosfera LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO

Transcrição:

PRODUÇÃO DO PIMENTÃO IRRIGADO COM DIFERENTES LÂMINAS DE REPOSIÇÃO PIZOLATO NETO, A. 1 ; SANTANA, M.J. de 2 ; CARDOZO, M.T.D. 3 ; GALBIATTI, J.A. 4 1 Estudante de Engenharia Agronômica do IFTM- Uberaba, Iniciação científica. email: antoniopizolatoneto@gmail.com. 2 Prof. IFTM- Uberaba, e-mail: marciosantana@iftriangulo.edu.br. 3 Professora IFTM, Doutoranda UNESP/Jaboticabal. 4 Professor UNESP/Jaboticabal. RESUMO O objetivo do atual trabalho é determinar os efeitos das diferentes lâminas de água de irrigação no rendimento da cultura do pimentão quando cultivada em ambiente protegido. O experimento está sendo conduzido em estufa modelo arco com 280 m 2 em área experimental do IF Triângulo Campus Uberaba-MG. O delineamento experimental é o inteiramente casualizado com quatro tratamentos (reposição de água no solo de 70%, 100%, 130% e 160% da lâmina para elevar o solo à capacidade de campo) e seis repetições. Cada parcela experimental é composta por seis plantas. Os dados serão coletados nas duas plantas localizadas ao centro da parcela. Foi instalado um termohigrômetro para medidas diárias de umidade e temperatura (máxima e mínima). Serão avaliadas as seguintes características: produtividade, número total de frutos, altura das plantas, diâmetro do caule, número de frutos com podridão apical, índice de qualidade dos frutos e eficiência do uso da água. Todas as características serão submetidas à análise de variância, sendo os efeitos dos tratamentos estudados por meio de análise de regressão. Palavras-chave: Capsicum annuum, manejo irrigação, ambiente protegido. INTRODUÇÃO O pimentão (Capsicum annuum L.) é pertence à família das solanáceas e está entre as hortaliças com maior área cultivada no Brasil e no mundo. Segundo dados da CEAGESP o pimentão ocupa 8.291 hectares, com produção de 70 mil toneladas e gera 4543 empregos, sendo o 6 produto agrícola em demanda de força de trabalho. A CEAGESP recebe cerca de 39 mil toneladas anuais de pimentão, sendo que 93% desse volume se destina à Região Me - tropolitana de São Paulo. Segundo Henz et al., (2007), o pimentão é geralmente cultivado em campo aberto, mas adapta-se bem ao cultivo protegido pelo melhor controle nos tratos culturais e das condições ambientais. Este sistema de cultivo é adotado em regiões com invernos frios, como a região Sul, e em áreas com períodos de chuvas intensas,como a região Norte e Centro-Oeste. O Distrito Federal vem despontando como o principal pólo de produção de pimentão em cultivo protegido no país, com aproximadamente 50 ha de área cultivada anual.

A produtividade do pimentão cultivado em campo fica em torno de 25-40 t ha -1, e em cultivo protegido chega a 180 t ha -1. O desenvolvimento, o florescimento e a frutificação das plantas de pimentão são influenciados pela temperatura. As principais cultivares são de origem tropical e não toleram frio e geadas, desenvolvendo-se melhor em temperaturas mais altas. Assim, em regiões de clima temperado, o cultivo é feito na época em que não há riscos de ocorrência de geadas ou em cultivo protegido, com aquecimento. No entanto, nos períodos chuvoso e seco ocorrem problemas, principalmente de doenças, como a antracnose nas chuvas e o oídio na seca. Por esta razão tem-se utilizado o cultivo protegido, por meio de casas de vegetação, com cobertura plástica, evitando-se as chuvas e seus problemas (HENZ et al. 2007). O pimentão exige suprimento regular de água durante todo o ciclo. Deve-se evitar o acúmulo de água para não favorecer o surgimento de doenças que podem causar apodrecimento do colo e raízes, assim como o abortamento e queda de flores. A deficiência de água, especialmente durante os estádios de floração e pegamento de frutos, reduz a produtividade em decorrência da queda de flores e abortamento de frutos e também provoca o aparecimento de podridão apical nos frutos. Henz et al., (2007), afirmam que o gotejamento é o método mais indicado no cultivo de pimentão, principalmente quando plantados em canteiros com uso de mulching e em cultivo protegido. O gotejamento é mais econômico e eficiente, e possibilita a técnica da fertirrigação. Assim sendo, o manejo da irrigação, com respeito ao controle da salinidade do solo, assemelha-se muito às condições de regiões áridas, onde somente a água de irrigação é responsável pelo suprimento das necessidades hídricas da cultura e pela possível lixiviação dos sais no perfil (MEDEIROS, 1998, citado por SANTANA, 2004). Segundo Doorenbos & Kassam, (1994), o pimentão possui uma raiz pivotante que é cortada no momento do transplantio, desenvolvendo-se em seguida um sistema de raízes laterais profusamente ramificado. A profundidade das raízes pode chegar a até 1 m, porém, em condições irrigadas, elas concentram-se principalmente na camada superior do solo de 0,3 m de profundidade. Em condições em que a evapotranspiração máxima é de 5 a 6 mm dia -1 pode-se esgotar de 25% a 30% da água total disponível no solo até que comece haver redução na sua absorção. Os solos recomendados para o cultivo do pimentão devem ser profundos, leves, bem drenados e livres de encharcamento, férteis, com ph entre 5,5 a 7,0. As necessidades hídricas das diferentes cultivares deverão ser analisadas quando cultivadas em ambiente protegido. Diante do exposto o atual experimento tem como objetivo avaliar a produtividade da cultura do pimentão submetida a diferentes lâminas de água no solo.

MATERIAL E MÉTODOS O experimento está sendo conduzido na cidade de Uberaba-MG, no Instituto Federal Triângulo Mineiro-Campus Uberaba a 19º45 26 de latitude Sul e 47º55 27 de longitude Oeste. Este experimento configura uma primeira parte de um projeto resultante da parceria IFTM e a Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV/UNESP) de Jaboticabal/SP. O experimento está sendo conduzido em estufa modelo arco com 280 m 2. O solo da área experimental foi caracterizado por meio de análise química, obtenção da capacidade de campo (BERNARDO, 1996), curva característica, densidade global e outros parâmetros físicos. As equações de ajuste das curvas características de retenção de água no solo para as camadas de 0-20 cm e 20-40 cm de profundidade, segundo modelo de Genuchten (1980), foram obtidas de acordo com Dourado Neto et al. (1995). Com o auxílio do software SWRC versão 3.0 (Soil Water Retention Curve), foram obtidos os parâmetros de ajuste das equações. A cultivar será o Ikeda Cascadura. O delineamento é inteiramente casualizado com quatro tratamentos e seis repetições. Os dados serão coletados nas duas plantas localizadas ao centro da parcela. Os tratamentos são reposições de água no solo (70%, 100%, 130% e 160% da lâmina de água a ser adicionada para elevar o solo diariamente à capacidade de campo). Foi instalado um termohigrômetro para medidas diárias de umidade e temperatura (máxima e mínima). Foram instalados gotejadores com vazão de 3 L h -1 com 12 linhas. Em três parcelas do tratamento 100% serão instaladas baterias de tensiômetros para monitorar a lâmina de irrigação. O cálculo do tempo de irrigação se realizará com base nos sensores de 0,10 m e 0,30 m. Com as tensões observadas, serão calculadas as umidades correspondentes, a partir das curvas características a 0,10 m e 0,30 m. De posse dessas umidades e daquela correspondente à capacidade de campo e, ainda, considerando a profundidade do sistema radicular estratificada em duas subcamadas (0-20 cm e 20-40 cm), serão calculadas as lâminas de reposição (Equações 1, 2 e 3). LL=(θ cc -θ atual )*z (1) LB = LL/Ea (2) LB média =LB média10cm +LB média30cm (3) em que: LL = lâmina líquida de irrigação em cada subcamada (mm); θ cc = umidade na capacidade de campo (cm 3 cm -3 ); θ atual = umidade no momento de irrigar (cm 3 cm -3 ); z = profundidade do sistema radicular (mm); LB = lâmina bruta de irrigação (mm);

Ea = eficiência de aplicação do sistema (0,9); LB média10cm = lâmina obtida pela média das leituras dos sensores instalados a 0,10 m; LB média30cm = lâmina obtida pela média das leituras dos sensores instalados a 0,30 m. As características avaliadas serão: produtividade, número total de frutos, altura das plantas, diâmetro do caule, número de frutos com podridão apical, índice de qualidade dos frutos e eficiência do uso da água. RESULTADOS De posse dos valores de tensão de água no solo e umidades correspondentes constatou-se o valor de 21,2% para capacidade de campo a uma tensão de aproximadamente 9 kpa. Na Figura 1 são mostrados os pontos de caracterização de tensão de água e grau de umidade. A equação 4 evidencia a relação com o potencial matricial. A densidade do solo na camada de 0-20 cm foi de 1,01 g cm -3. θ( h) = 0,220 + 1 0,37 5,6 0,21 ( 0,59 h) (4) em que: θ (h) umidade do solo (g g -1 ) para um dado valor de h; h módulo potencial mátrico (kpa). 10000 Tensão (kpa) 1000 100 10 1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 Umidade (g g -1 ) Figura 1. Curva característica de água do solo utilizado no experimento (0-20 cm).

CONSIDERAÇÕES FINAIS O experimento está em fase inicial de condução. O transplantio das mudas deverá ocorrer em setembro de 2009. A caracterização do solo e sistema de irrigação foi realizada, bem como calibração dos diversos equipamentos (termohigrômetros, tensiômetros e outros). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERNARDO, S. Manual de irrigação. 6 a ed. Viçosa: Imprensa Universitária, 1996. 657p. DOORENBOS, J., KASSAM, A.H. Efeito da água no rendimento das culturas. Trad. De H.R. Gheyi; A.A. Sousa; F.A.V. Damasceno; J.F. Medeiros. Campina Grande: UFPB, 1994. 306p. (FAO, Estudos de irrigação e Drenagem, 33). DOURADO NETO, D.; NIELSEN, D.R.; HOPANS, J.W.; PARLANGE, M.B. Programa SWRC (Version 1.00): Soil-Water Retention Curve (Software). Piracicaba: ESALQ; Davis: University of Califórnia, 1995. 2 disquetes. GENUCHTEN, M. T. van. A closed-form equation for predicting the hydraulic conductivity of unsaturated soils. Soil Science Society American Journal, Madison, v. 50, p. 288-91, 1980. HENZ, G. P. et al. Como cultivar pimentão. Grupo Cultivar: Caderno Técnico. Hortaliças e Frutas nº 42 fevereiro / março 2007. SANTANA, M.J. Produção do pimentão (Capsicum annuum L.) em ambiente protegido, irrigado com diferentes lâminas de água salina. Lavras: UFLA, 2004. 90p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola).